2019
O poder da fé sustentadora
Maio de 2019


12:57

O poder da fé sustentadora

Ao erguerem a mão para apoiá-los, vocês prometem a Deus, de quem eles são servos, que vocês os apoiarão.

Muitas vezes tenho ouvido líderes do sacerdócio agradecerem pela fé sustentadora daqueles a quem servem. Por meio da emoção de sua voz, sabemos que sua gratidão é profunda e verdadeira. Meu objetivo hoje é transmitir a gratidão do Senhor por apoiarem Seus servos em Sua Igreja. E também incentivá-los a exercer e aumentar esse poder de apoiar outras pessoas com sua fé.

Antes de nascerem, vocês demonstraram esse poder. Pensem sobre o que sabemos a respeito do mundo espiritual antes de nascermos. O Pai Celestial apresentou um plano para Seus filhos. Estávamos lá. Lúcifer, nosso irmão em espírito, se opôs ao plano que nos daria a liberdade de escolher. Jeová, o Filho Amado do Pai Celestial, apoiou o plano. Lúcifer liderou uma rebelião. A voz de apoio de Jeová prevaleceu, e Ele Se ofereceu para ser nosso Salvador.

O fato de vocês estarem na mortalidade agora é prova de que apoiaram o Pai e o Salvador. Foi necessário ter fé em Jesus Cristo para apoiar o plano de felicidade e o papel de Jesus Cristo nele quando vocês conheciam tão pouco dos desafios que enfrentariam na mortalidade.

Sua fé para apoiar os servos de Deus também tem sido o ponto central de sua felicidade nesta vida. Quando aceitaram o desafio de um missionário de orarem para saber se o Livro de Mórmon é a palavra de Deus, demonstraram a fé para apoiar um servo do Senhor. Quando aceitaram o convite de serem batizados, vocês apoiaram um humilde servo de Deus.

Quando permitiram que alguém colocasse as mãos sobre sua cabeça e dissesse: “Recebe o Espírito Santo”, vocês o apoiaram como portador do Sacerdócio de Melquisedeque.

A partir daquele dia, vocês têm, ao servirem fielmente, apoiado cada um que conferiu o sacerdócio a vocês e cada um que os ordenou a um ofício desse sacerdócio.

No início de sua vivência no sacerdócio, cada apoio foi um ato simples de confiar em um servo de Deus. Agora, muitos de vocês chegaram a um ponto em que apoiar requer um pouco mais.

Vocês escolheram apoiar todos a quem o Senhor chama — em qualquer chamado que o Senhor tenha dado a eles. Essa escolha acontece em conferências em todo o mundo. Aconteceu nesta conferência. Nessas reuniões, o nome de homens e mulheres — servos de Deus — é lido, e vocês são convidados a erguer a mão em sinal de apoio. Vocês podem reter seu voto de apoio ou podem honrar sua fé sustentadora. Ao erguerem a mão para apoiá-los, vocês fazem uma promessa. Vocês prometem a Deus, de quem eles são servos, que vocês os apoiarão.

Eles são seres humanos imperfeitos, assim como vocês. Manter suas promessas requer uma fé inabalável de que o Senhor os chamou. Manter essas promessas traz felicidade eterna. Não as manter traz tristeza a vocês e àqueles que você ama; e até traz perdas além de sua capacidade de imaginar.

Talvez lhes tenha sido perguntado — ou será — se apoiam seu bispo, seu presidente de estaca, as autoridades gerais e os líderes gerais da Igreja. Isso pode acontecer ao ser pedido que apoiem as autoridades e os líderes em uma conferência. Algumas vezes será em uma entrevista com um bispo ou presidente de estaca.

Meu conselho é que façam essas perguntas a si mesmos com antecedência, com cuidado e em espírito de oração. Ao assim fazerem, talvez se lembrem de seus pensamentos, palavras e ações recentes. Tentem refletir e formular as respostas que darão quando o Senhor os entrevistar, sabendo que um dia Ele os entrevistará. Vocês podem se preparar fazendo perguntas como as seguintes:

  1. Eu pensei ou falei sobre as fraquezas humanas das pessoas que me comprometi a apoiar?

  2. Procurei evidência de que o Senhor está guiando essas pessoas?

  3. Segui sua liderança de modo consciente e leal?

  4. Falei sobre a evidência que vejo de que elas são servos de Deus?

  5. Oro regularmente por elas individualmente demonstrando amor?

Essas perguntas vão trazer, para a maioria de nós, sentimentos de desconforto e uma necessidade de arrependimento. Fomos ordenados por Deus a não julgar os outros injustamente, mas, na prática, achamos isso um pouco difícil de evitar. Quase tudo o que fazemos quando trabalhamos com pessoas nos leva a avaliá-las. E em quase todo aspecto de nossa vida, nós nos comparamos com os outros. Talvez o façamos por muitas razões, algumas delas razoáveis, mas isso frequentemente nos leva a ser críticos.

O presidente George Q. Cannon fez uma advertência que vou passar para vocês como se fosse minha. Creio que o que ele disse é verdade: “Deus escolheu Seus servos. Ele determina que é prerrogativa Dele condená-los se eles precisam ser condenados. Ele não nos deu o direito de censurá-los ou condená-los. Nenhum homem, por mais forte que seja sua fé, por mais alto que seja seu chamado no sacerdócio, pode falar mal dos ungidos do Senhor e encontrar falta sobre a autoridade de Deus na Terra sem desagradar ao Senhor. O Espírito Santo vai Se retirar de tal homem, e ele cairá em escuridão. Sendo esse o caso, conseguem ver o quanto é importante que sejamos cuidadosos?”1

Minha observação é que os membros da Igreja em todo o mundo geralmente são leais uns aos outros e àqueles que os presidem. No entanto, há melhorias que podemos e devemos fazer. Podemos elevar nosso poder de apoiar uns aos outros. Isso exigirá fé e esforço. Aqui vão quatro sugestões para nós sobre o que devemos fazer nesta conferência.

  1. Podemos identificar ações específicas recomendadas pelos oradores e começar hoje a colocá-las em prática. Ao fazermos isso, nosso poder para apoiá-los vai aumentar.

  2. Enquanto falam, podemos orar por eles para que o Espírito Santo coloque as palavras deles no coração de determinadas pessoas que amamos. Quando soubermos posteriormente que nossa oração foi respondida, nosso poder para apoiar esses líderes vai aumentar.

  3. Podemos orar para que oradores específicos sejam abençoados e magnificados ao darem sua mensagem. Quando virmos que eles foram magnificados, nossa fé para apoiá-los vai aumentar e perdurar.

  4. Podemos procurar ouvir as mensagens dos oradores que vêm como uma resposta a nossas orações pessoais pedindo ajuda. Quando as respostas vierem — e elas virão —, nossa fé para apoiar todos os servos do Senhor vai aumentar.

Além de melhorar nosso apoio àqueles que servem na Igreja, vamos aprender que existe outra situação em que podemos aumentar esse poder. Nesse contexto, ele pode trazer bênçãos ainda maiores para nós. É no lar e na família.

Dirijo-me aos jovens portadores do sacerdócio que moram com seu pai. Permitam-me lhes dizer de minha própria experiência o que significa para um pai sentir sua fé ao apoiá-lo. Pode parecer a vocês que ele tem muita confiança, mas ele enfrenta mais desafios do que você imagina. Às vezes ele não consegue ver a solução para os problemas que enfrenta.

Sua admiração por ele vai ajudá-lo um pouco. Seu amor por ele o ajudará ainda mais. Mas, algo que vai ajudá-lo acima de tudo, são palavras sinceras como estas: “Pai, orei por você e senti que o Senhor vai ajudá-lo. Tudo vai dar certo. Sei que vai”.

Palavras assim também têm poder na direção contrária: de pai para filho. Quando um filho cometeu um erro sério, talvez em questões espirituais, ele pode achar que falhou. Como pai, naquele momento, você pode se surpreender quando, depois de orar para saber o que fazer, o Espírito Santo colocar essas palavras em sua boca: “Filho, estou com você em todos os momentos. O Senhor ama você. Com a ajuda Dele, você pode consertar tudo. Sei que você é capaz e que vai conseguir. Eu amo você”.

No quórum do sacerdócio e na família, uma fé maior para apoiar uns aos outros é o meio que o Senhor deseja que criemos para edificar Sião. Com a ajuda Dele, podemos e vamos conseguir. Será necessário amar o Senhor de todo o nosso coração, poder, mente e força e amar uns aos outros assim como amamos a nós mesmos.

Ao aumentarmos esse puro amor de Cristo, nosso coração se abranda. Esse amor vai nos tornar humildes e nos levar ao arrependimento. Nossa confiança no Senhor e uns nos outros vai aumentar. E então, vamos progredir no processo de nos tornarmos um, como o Senhor promete que podemos.2

Testifico que o Pai Celestial os conhece e ama. Jesus é o Cristo vivo. Esta é a Igreja Dele. Nós portamos o sacerdócio Dele. Ele vai honrar nossos esforços de aumentar nosso poder de exercê-lo e apoiar uns aos outros. Presto testemunho disso em nome de Jesus Cristo. Amém.

Notas

  1. Gospel Truth: Discourses and Writings of President George Q. Cannon, ed. Jerreld L. Newquist, 1974, p. 278.

  2. Ver Doutrina e Convênios 35:2.