2019
Lavado, pela Chuva
Outubro de 2019


As Vozes de Membros

Lavado, pela Chuva

“Havia um Livro de Mórmon estagnado no topo, lavado limpo pela chuva. As páginas tinham sido lavadas e secas no tremulado da brisa. Naquele momento me pareceu que o livro estava de uma certa forma se ‘auto-preservando’.”

Nasci e cresci nos escombros de Quénia Nairobi. Enquanto criança, eu e a minha família íamos a igreja onde eu era o rapaz do altar. (Foi onde aprendi a falar Inglês.) Frequentávamos regularmente, mas com o tempo tornei-me desencorajado com a religião e prometi a mim mesmo que nunca faria parte de uma organização religiosa de novo.

Como adulto vivia nas ruas. Comia e vestia dos itens que encontrava nas latas de lixo. Trabalhei na reciclagem mas fiquei profundamente envolvido na cultura dos escombros das drogas — vendendo e fumando marijuana de uma forma regular. Casei-me, mas tive dificuldades de cuidar e prover para minha esposa.

Um dia, enquanto revirava os recicláveis, deparei-me com um livro. Era o Livro de Mórmon. Estava sujo e cheio de areia então atirei de volta a lata do lixo e continuei com o meu trabalho. Mais tarde, enquanto revirava uma lata de lixo reciclável diferente, deparei-me com o mesmo livro. Ainda estava numa condição deplorável, mas pensei dever ter algum valor se eu tivesse que vender para alguém — atirei para a minha pilha de recicláveis.

A época de chuva veio — um dia, quando voltei a minha pilha de bens, lá estava o Livro de Mórmon estagnado no topo, lavado limpo pela chuva. As páginas tinham sido lavadas e secas no tremulado da brisa. Estava em melhores condições das que eu o tinha encontrado em primeira instância. Naquele momento me pareceu que o livro estava de uma certa forma se “auto-preservando” — especialmente porque tinha cruzado a minha vida agora pela terceira vez. Decidi levá-lo para casa, onde coloquei numa pequena prateleira na minha barraca. Alí ficou por quase um ano.

Um dia, estava pulverizando inseticida na minha barraca, mudei alguns itens e mais uma vez notei o livro. Desta vez, abri e li a página de capa. Em seguida a próxima página a próxima e a próxima. Estava intrigado pela história da aparência do anjo Morôni ao jovem rapaz Joseph Smith. Li um pouco mais e encontrei-me completamente envolvido. Nos próximos dez dias li o livro e por alguma razão curiosa senti uma vontade forte de parar de fumar marijuana. Ler o livro tirou a minha mente da minha necessidade de fumar drogas. Minha pele começou a fazer comichão e a arder — não conseguia dormir. Mas quanto mais eu lia o Livro de Mórmon, essa agonia era aliviada e por isso continuei a ler.

E cheguei no 3 Néfi 27 e li: “Portanto, tudo quanto fizerdes, vós o fareis em meu nome; por conseguinte chamareis a igreja pelo meu nome; e invocareis o Pai em meu nome, a fim de que ele abençoe a igreja por minha causa.

E como será a minha igreja, se não tiver o meu nome? Porque se uma igreja for chamada pelo nome de Moisés, então será a igreja de Moisés; ou se for chamada pelo nome de um homem, então será a igreja de um homem; mas se for chamada pelo meu nome, então será a minha igreja, desde que estejam edificados sobre meu evangelho” (3 Néfi 27:7–8).

É isso, pensei! Tenho que procurar por uma igreja que tenha o nome de Jesus Cristo. Mas, por mais que eu procurava, não conseguia encontrar tal igreja. Por sete anos, continuei a procurar. Meus amigos tentavam trazer-me de volta ao meu estilo de vida antigo e fumar com eles, mas recusei — por que tinha desistido de aquela vida para sempre!

Neste período, tinha sido empregado como guarda. Um domingo — no dia de eleição — fui votar durante a minha hora de almoço. Quando chegava a Igreja Católica onde a votação estava acontecer, verifiquei uma placa de cartão direcionando os membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias a reunirem-se algures para tomar o transporte para conferência num local distante. Eu literalmente corri para este lugar e apanhei o último homem a entrar no autocarro. “Onde é a igreja?” Perguntei-lhe. “Quero ser membro!” O homem deu-me o contato dos missionários e levou o meu número de telefone. Disse que havia de dar a minha informação aos Élderes.

Poucos dias depois, recebi uma chamada de um bom missionário, Élder Egbert Brandin. Ele e o seu companheiro vieram ensinar-me acerca do Plano de Salvação eu sabia imediatamente que esta é a igreja verdadeira de Deus. Pouco depois, entrei nas águas de batismo e fiquei limpo como a cópia de Livro Mórmon.