2021
A mensagem gloriosa da páscoa
Abril de 2021


MENSAGEM DA PRESIDÊNCIA DA ÁREA

A mensagem gloriosa da páscoa

“Ao nos concentrarmos naquilo que podemos controlar para viver em retidão, não precisamos temer a morte, mas iremos experimentar a alegria de receber o maior de todos os dons de Deus, até mesmo a Vida Eterna.”

Ele ressuscitou. O ponto central da mensagem e da doutrina do Cristianismo é que a vida não termina com a morte. A gloriosa mensagem da Páscoa é que, embora o corpo de Cristo tenha sido colocado no túmulo de José de Arimatéia — quando Maria Madalena veio encontrá-lo, o túmulo estava realmente vazio. No entanto, seus olhos foram abertos quando ela reconheceu a voz do Senhor entre seu choro, ternamente pronunciando seu nome e convidando-a a ir dizer aos apóstolos que ela tinha visto seu Senhor.1 Pedro e os outros dez apóstolos tornaram-se então testemunhas pessoais da ressurreição de seu Senhor e passaram o resto de suas vidas proclamando com ousadia e poder seu conhecimento seguro de que Deus havia ressuscitado Seu Filho Jesus Cristo dos mortos.2

Isso torna-se muito pessoal para cada um de nós, à medida que ente queridos morrem e sofremos com sua perda. O passado ano de 2020 foi especialmente doloroso para muitos nós. Certamente um dos maiores testes da vida vem com o falecimento de um ente querido. Ansiamos por respostas. O que acontece com eles? O que eles estarão a fazer? Nós os veremos de novo? O que dizer de cada um de nós à medida que a nossa hora chega nesta vida? Como esse conhecimento afetará nossas ações diárias?

O que acontece com aqueles que morrem e o que estarão a fazer?

Alma ensina a seu filho Coriânton que “o espírito de todos os homens, logo que deixa este corpo mortal (…) é levado de volta para aquele Deus que lhes deu a vida”. Ele ainda ensina que “o espírito daqueles que são justos será recebido num estado de felicidade … onde descansará de todas as suas aflições e de todos os seus cuidados e tristezas.”3

Iremos vê-los de novo?

A resposta é um sim retumbante. E não apenas os veremos novamente, mas sentiremos uma grande alegria. Jesus preparou Seus discípulos para Sua morte e ressurreição, dizendo “um pouco, e não me vereis, e outra vez um pouco, e ver-me-eis (…)

Vós chorareis e vos lamentareis (…) e vós estareis tristes; mas a vossa tristeza se converterá em alegria.

Outra vez vos verei, e o vosso coração se alegrará.”4

E o que dizer de cada um de nós quando a nossa hora de morrer chega?

Enquanto escrevo este artigo, minha mãe de 93 anos está no hospital, onde os médicos nos dizem que não há mais nada que eles possam fazer para salvar a vida dela. Ela levou uma vida notável e justa de devoção ao Senhor e é uma inspiração para todos que a conhecem. Ela me garante que não tem medo da morte e está em paz sabendo que agora pode ser a sua vez.5 Na verdade, por muitos anos ela compartilhou sua expectativa de grande alegria de poder reunir-se com seu amado companheiro eterno, que morreu há mais de trinta anos. O Senhor ensina-nos “não temais nem mesmo a morte; porque neste mundo vossa alegria não é completa, mas em mim vossa alegria é completa.”6

Como esse conhecimento afetará nossas ações diárias?

Em julho do ano passado, tive a bênção de sentar-me com o Presidente Nelson por alguns momentos enquanto a pandemia COVID-19 grassava no mundo. Fiz a ele a seguinte pergunta: “Presidente Nelson, muito em breve retornarei à África do Sul. Que mensagem gostaria que eu transmitisse aos nossos amados santos da Área África Austral”?

Ele ponderou por um momento e então respondeu: “Por favor, diga a eles que algumas coisas estão fora de nosso controle. Mas devemos concentrar-nos nas coisas que podemos controlar. De forma especifica, como vivemos nossas vidas. Precisamos viver nossas vidas de forma que estejamos sempre prontos para encontrar nosso Criador.”

Desde então, tenho pensado com frequência nesta declaração simples e profunda de nosso profeta vivo, que ensina-nos a ter uma perspectiva eterna em tudo o que escolhemos fazer. Um antigo profeta também ensinou-nos “que esta vida é o tempo … para nos prepararmos para encontrar Deus.”7

Para encerrar, ao considerarmos a gloriosa verdade de que viveremos novamente e que a morte não deve ser temida, mas é parte do plano de Deus para todos nós, compartilho uma analogia da minha infância:

Quando eu era menino, morávamos em uma colina que dava para a cidade de Auckland, Nova Zelândia. Nossa casa tinha janelas grandes de vidro deslizantes na frente. Com as luzes acesas em casa, podíamos ver claramente o que havia na casa, mas quando olhamos para a escuridão além, tudo o que podíamos ver eram nossos reflexos nessas janelas grandes. Isso preencheu nossa visão e ficamos felizes. No entanto, quando as luzes da sala eram apagadas, uma vista incrível abria-se para nós e era quando viamos as belas luzes de uma vasta cidade espalhada diante de nós com navios iluminados distantes indo e vindo no porto. Era de uma beleza de cortar a respiração. Claro, nada mudou realmente, pois a cena sempre esteve lá, mas nossa visão e capacidade de ver o que estava escondido de repente se expandiram. Essa analogia simples ajuda-me a visualizar da melhor forma a passagem que chamamos de morte. É como se as luzes de nossa existência mortal se apagassem e não nos concentramos mais em nosso entorno imediato, mas, em vez disso, uma vasta visão de beleza e possibilidades eternas se abrisse para nós. Estou confiante de que será glorioso ver o que está além de nossa limitada visão terrena.

Meu testemunho dos eventos gloriosos da manhã de Páscoa é que, graças à ressurreição de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, todos temos a certeza de vida após a morte. Ao concentrarmos naquilo que podemos controlar para viver em retidão, não precisamos temer a morte, mas teremos a alegria de receber o maior de todos os dons de Deus, até mesmo a vida eterna.8 Este maior de todos os presentes está ao alcance de todos, e mais uma vez veremos nossos entes queridos que morreram, e nossa tristeza se transformará em alegria.

S. Mark Palmer foi apoiado como Setenta Autoridade Geral em abril de 2016. Ele é casado com Jacqueline Ann Wood; eles são pais de seis filhos.

Notas

  1. Ver João 20:1–18.

  2. Ver Atos 3:15.

  3. Alma 40:11–12.

  4. João 16:19–22.

  5. Ver Eclesiastes 3:2.

  6. Doutrina e Convênios 101:36.

  7. Alma 34:32.

  8. Ver Doutrina e Convênios 14:7.