Servir na Igreja
Como podemos ajudar?
O autor mora em Utah, EUA.
Como um jovem missionário, eu enxergava o serviço como algo a ser agendado em vez de algo que oferecemos quando necessário.
Ilustração: Kathleen Peterson
Enquanto me preparava para ensinar uma lição na reunião familiar, quis dar aos meus filhos um pouco da perspectiva do rigor e dos desafios diários do trabalho missionário. Ao abrir meu diário missionário para procurar um exemplo adequado, encontrei um resumo de um dia bem comum.
Primeiro, meu companheiro e eu fomos ver Maria, que estava lavando roupa. “Vocês poderiam passar aqui mais tarde?”, ela perguntou.
Fomos visitar outro pesquisador, mas ele estava dormindo. Quando voltamos para a casa de Maria, por volta das 11 horas e 30 minutos da manhã, ela ainda estava lavando roupas.
Mais tarde, às 3 horas da tarde, tínhamos um compromisso com outro pesquisador. Quando chegamos, ele estava fabricando graxa.
“Estou muito ocupado agora”, ele nos disse. “Vocês podem voltar depois?”
Voltamos à casa de Maria, mas, desta vez, ela estava lavando os pratos. Então, fomos visitar outro pesquisador chamado Junior. Ele estava ocupado na cozinha.
“Pode ser amanhã?”, ele nos perguntou.
Escrevi em meu diário: “Fizemos um esforço para planejar direito, fazer o melhor que podíamos para cumprir nossos compromissos e criamos o plano B e o plano C. Oramos pedindo inspiração. Deve haver um jeito mais prático de ajudar as pessoas”.
Ao reler aquelas experiências com olhos mais maduros, sorri. A lição que eu pretendia ensinar aos meus filhos sobre desenvolver resiliência para enfrentar a decepção parecia, agora, menos importante que a lição que eu acabara de aprender.
Meu apelo indignado há 30 anos agora me parecia engraçado. A resposta para minha irritação estava bem ali, em minha oração. Ao pensar sobre meu “eu” mais jovem, refleti: “Élder Jackson, e se você tivesse procurado ajudar as pessoas socorrendo-as em um momento de necessidade?”
Atualmente, se meu companheiro e eu encontrássemos Maria lavando as roupas ou os pratos, diríamos: “Como podemos lhe ajudar?”
Hoje, se o homem com quem tínhamos um compromisso estivesse fabricando graxa, exclamaríamos: “Você pode nos ensinar? Adoraríamos ajudar!”
Se encontrássemos Junior hoje, ocupado preparando a comida, diríamos: “Estamos aqui para servi-lo! O que gostaria que fizéssemos?”
Como um jovem missionário, eu enxergava o serviço como algo a ser agendado em vez de algo que oferecemos quando necessário. Hoje, procuro ensinar as pessoas sobre o amor de Jesus Cristo mostrando o amor Dele por elas.