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Ajudar as crianças e os jovens a desenvolver uma atitude resiliente
Como podemos ajudar nossos filhos a aprender, crescer e se tornarem mais semelhantes a Cristo, ao mesmo tempo sendo flexíveis o suficiente para aprenderem com o fracasso ao longo do caminho?
No programa Crianças e Jovens, as crianças e os jovens são incentivados a buscar revelação pessoal enquanto planejam seu crescimento espiritual, social, físico e intelectual para se tornarem mais semelhantes a Jesus Cristo. Os pais oferecem um sistema de apoio importante para os filhos nesses esforços.
Ocasionalmente, ficamos animados em alcançar metas e ajudar nossos filhos a fazer o mesmo, mas quando a vida fica complicada, quando nós ou nossos filhos ficamos desmotivados, ou quando as coisas não acontecem como planejamos, podemos pensar: Por que me preocupar em fazer metas se não vamos alcançá-las afinal?
Uma habilidade importante que podemos ensinar a nossos filhos é pensar nas metas com uma atitude resiliente:1 com uma perspectiva de que aprendemos com o esforço, com as dificuldades e até com os erros.
E se nossos filhos precisarem lidar com obstáculos que impedem seu progresso enquanto estão trabalhando para alcançar suas metas?
Os obstáculos são normais (ver 2 Néfi 2:11). Além de conversar com nossos filhos sobre as vantagens de se alcançar metas, podemos falar sobre os obstáculos que surgem durante a jornada. Às vezes, quando as crianças e os jovens falam sobre sucesso, eles se esquecem de que a jornada inclui momentos que dificultam o progresso.
Recentemente, Jéssica conversou com um jovem adulto que estava se sentindo desanimado com alguns contratempos e lutando para decidir o rumo a seguir. Ele estava se comparando a alguém que admirava. Jéssica o lembrou de que todas as pessoas têm altos e baixos na jornada, mesmo aqueles a quem admiramos. Depois, ela expressou sua crença pessoal de que ele venceria os desafios para alcançar suas metas.
Como podemos ajudar as crianças a vencer o sentimento prejudicial de perfeccionismo?
O esforço para progredir eternamente exige uma atitude resiliente. Com muita frequência, as pessoas perdem a visão do futuro e sentem a pressão das expectativas dos outros e de seu próprio desejo de parecer que está com tudo sob controle. Esse tipo de perfeccionismo atrapalha o processo de estabelecimento de metas e, por fim, o progresso, afetando tanto os pais quanto os filhos.
O élder Jeffrey R. Holland, do Quórum dos Doze Apóstolos, reconheceu que quando vemos o mandamento de ser perfeitos (ver Mateus 5:48) com uma perspectiva incompleta, “sentimos o desejo de voltar para a cama e esconder a cabeça debaixo dos cobertores”. Ele incentivou uma perspectiva de longo prazo, contando com a ajuda do Pai Celestial e de Jesus Cristo durante o caminho. “Exceto por Jesus Cristo”, o élder Holland relembrou, “jamais houve realizações perfeitas nesta jornada terrena em que estamos, portanto nos esforcemos na mortalidade para alcançar um progresso constante, mas sem a obsessão que os cientistas comportamentais chamam de ‘perfeccionismo tóxico’”.2 O plano do Pai Celestial inclui a possibilidade de aprendermos com os erros e vencermos o pecado por meio de Jesus Cristo, para crescermos e nos tornarmos semelhantes a Ele (ver Alma 42:4, 13–15).
É mais provável que as crianças e os jovens desenvolvam seus próprios talentos divinamente atribuídos se aprenderem a confiar no Pai Celestial e no Salvador em todas as áreas da vida. Estabelecer metas nos permite buscar novos desafios e sair de nossa zona de conforto. Esse crescimento faz parte do plano do Pai Celestial para nós.
Como ensinou o presidente M. Russell Ballard, presidente interino do Quórum dos Doze Apóstolos: “O plano de nosso amado Pai Celestial inclui nos dar a vida mortal para crescermos, progredirmos e aprendermos a fim de nos tornarmos mais parecidos com Ele”.3 A busca desse crescimento significa que, às vezes, não vamos alcançar o que tínhamos planejado, ou que talvez seja necessário buscar diversas abordagens para ter sucesso. Fomos criados para crescer “linha sobre linha” (Doutrina e Convênios 98:12). Mas não precisamos crescer sozinhos.
Graças ao nosso Salvador — que estabeleceu o padrão a seguir — e à Sua Expiação, podemos receber o poder capacitador por meio Dele para realizar mais do que seríamos capazes sozinhos. Por meio da graça, o “auxílio ou força divina [que] vem pela misericórdia e o amor de [Jesus Cristo]”, podemos “receber força e ajuda para praticar boas obras, as quais, de outro modo, não seríamos capazes de realizar se tivéssemos que fazê-las por nossos próprios meios”.4
Quando as crianças aprendem a confiar no Salvador para ajudá-las a crescer com as experiências pequenas e simples de suas metas, elas desenvolvem padrões que as ajudarão a passar pelas experiências mais difíceis da vida e quando precisarem se arrepender de pecados. Elas saberão como recorrer ao Pai Celestial e ao Salvador para obter ajuda (ver Alma 37:6–7, 36–37).
Como podemos ajudar nossos filhos a passar pelo processo de aprendizagem e crescimento, sendo flexíveis o suficiente para aprender com o fracasso ao longo do caminho?
Uma estratégia reside em um conceito chamado colocar andaimes.5 Quando um edifício está sendo construído, os andaimes fornecem uma estrutura temporária que os construtores usam para atingir novas alturas para concluir seus projetos. Igualmente, podemos colocar alguns andaimes para as crianças usarem em seu desenvolvimento pessoal, enquanto elas aprendem novas habilidades para alcançar algo que está além de sua capacidade atual. Colocar andaimes é uma maneira de ajudar a “[instruir] a criança no caminho em que deve andar” (Provérbios 22:6). Aqui estão alguns princípios úteis de andaimes que podem ser colocados para o desenvolvimento pessoal de seus filhos:
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Novos inícios (por exemplo, o início do ano letivo, aniversários ou ano novo) são épocas excelentes para se estabelecer metas porque nos sentimos mais motivados.
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Enquanto pequenas recompensas como elogios ou abraços podem ajudar nossos filhos a transformar suas metas em bons hábitos, grandes recompensas como um presente caro pelas boas notas diminuem o valor intrínseco do trabalho árduo.6 Queremos que as crianças e os jovens internalizem as lições e o crescimento espiritual que vivenciam — como estão se achegando ao Pai Celestial e a Jesus Cristo e como estão desenvolvendo habilidades para servir ao próximo como Eles fazem — em vez de procurarem recompensas externas.
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Dividir os grandes objetivos em metas pequenas faz com que eles pareçam menos assustadores e é mais provável que sejam alcançados.
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O princípio da história “Cachinhos Dourados” é útil — as metas não devem ser nem muito fáceis nem muito difíceis. Queremos que nossas crianças e nossos jovens se esforcem o suficiente para crescer, mas não a ponto de se sentirem tão frustrados que desistam.7
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As crianças aprendem pelo exemplo, então, estabelecer nossas próprias metas como pais e compartilhar nosso progresso em relação a essas metas é uma ótima maneira de ensinar como estabelecer metas.
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Estabelecer um tempo regular para analisar as metas em família ou ter conversas pessoais pode ajudar a manter as metas em foco.
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Lembrar uns aos outros do valor intrínseco, independentemente do sucesso, também nos dá uma perspectiva.
E se nossos filhos não estão fazendo e estabelecendo metas?
Podemos ajudar as crianças e os jovens a pensar no que eles querem para o futuro com um tom de curiosidade. Por exemplo, os pais podem perguntar: “O que você espera cumprir este ano na escola?”, e depois ajudá-los a dar passos simples rumo a suas metas de longo prazo. O presidente Ballard ensinou: “Ao longo dos anos, tenho observado que aqueles que conseguem ter mais realizações neste mundo são os que têm uma visão clara de sua vida, com objetivos para mantê-los centrados em sua visão e com planos estratégicos para alcançar esses objetivos. Saber para onde estamos indo e como pretendemos chegar pode trazer significado, propósito e realização para nossa vida”.8
Outra estratégia é ajudá-los a descobrir seus interesses pessoais e os dons exclusivos que receberam do Pai Celestial (ver 1 Coríntios 12:4–31; Morôni 10:8–18; Doutrina e Convênios 46:8–26). Alguns podem ficar entusiasmados com cavalos; outros com futebol, música, teatro ou meio-ambiente. Algumas crianças ou jovens podem ficar animados quando pensam em alguém que admiram na ala, na família ou em uma profissão que desejam seguir.
Conversar com eles sobre os passos que você deu para alcançar o sucesso e como lidou com as decepções pode ser útil. Ao apoiar os interesses deles, temos a oportunidade de ensiná-los a estabelecer metas e ajudá-los a entender que o Pai Celestial e Jesus Cristo estão interessados em apoiá-los a se desenvolverem em todas as áreas da vida.