2022
Preparar Para Servir Missões
Março de 2022


MENSAGEM DO LÍDER LOCAL

Preparar Para Servir Missões

“Depois de tudo o que foi dito, o maior e mais importante dever é pregar o Evangelho.”

Uma declaração atribuída ao então Élder Spencer W. Kimball (1895–1985) foi citada pelo Élder H. Verlan Anderson na Conferência Geral de outubro de 1986. “O trabalho missionário é a força vital da igreja … se não fosse pelo trabalho missionário, a Igreja murcharia e morreria na videira.”1

O Salvador assim ordenou: “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo:

Ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos, Amém.”2

É o dever de todos os rapazes e moças (se assim elas o desejarem) capazes e dignos, de servir uma missão de tempo integral para A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Há alguns anos atrás, nossa filha foi chamada para servir uma missão de tempo integral na Missão Harare Zimbábue. Ao saber desse acontecimento, um líder da Igreja perguntou-lhe como ela sentia-se em relação a ir para o Centro de Treinamento Missionário. A resposta dela foi que era como deixar um CTM e ir para outro porque ela acreditava que nossa casa era como um centro de treinamento missionário.

É de extrema importância começar os preparativos para o serviço missionário de tempo integral o mais cedo possível. Isto dá ao candidato tempo suficiente para a preparação, o que lhe permite desfrutar de uma experiência de missão bem-sucedida e gratificante.

Durante o período em que preparamos nossos filhos para o serviço missionário, estas são algumas das áreas em que nos concentrámos. Ensinamos-lhes desde uma tenra idade a importância da oração pessoal e familiar todas as manhãs e todas as noites. Como resultado deste hábito, puderam desenvolver uma fé forte e confiança no Senhor.

Líamos-lhes histórias do Livro de Mórmon e outras escrituras, antes mesmo que pudessem ler por si próprios. Lembro-me de uma experiência durante um dos nossos muitos estudos das escrituras em família. O nosso filho de quatro anos ofereceu-se para ler a partir do Livro de Mórmon. Eu dei-lhe o livro e ele abriu e começou a ler: “Eu, Néfi, tendo nascido de bons pais, recebi, portanto, alguma instrução …” (Ver 1 Néfi 1:1). Fiquei surpreendido com a fluência com que ele estava a ler porque sabia que ainda não era capaz de ler. Eu disse, “Takudzwa, (era o seu nome), mostra-me onde estás a ler”. Quando ele me trouxe o livro, estava aberto no livro de Enos. Para o espanto de todos presentes, percebemos que ele não estava a ler em lado nenhum, mas que tinha memorizado essa escritura enquanto estudávamos anteriormente em família. As Noites Familiares eram parte integrante de nossos planos de segunda-feira.

À medida que as crianças cresciam, eram inscritas no seminário, o que desempenhou um papel fundamental na sua compreensão dos princípios do evangelho. Isto evoluiu então para uma conversão sustentada ao evangelho de Jesus Cristo. Conforme aconselhado nas escrituras, “Não procures pregar minha palavra, mas primeiro procura obter minha palavra e então tua língua será desatada; e então, se o desejares, terás meu Espírito e minha palavra, sim, o poder de Deus para convencer os homens.”3

Foi também dada muita ênfase ao princípio do trabalho; atribuímos aos nossos filhos deveres e tarefas de trabalho de acordo com as suas idades e força. Com uma tenra idade, eles eram capazes de executar tarefas básicas e ao mesmo tempo ganhar algo que eles iriam pôr de lado para as suas necessidades de missão. Nunca os ajudámos com tarefas que eles pudessem fazer por si próprios. O Élder Neal A. Maxwell disse de forma tão sucinta: “Os que fazem muito para os filhos logo perceberão que nada poderão fazer com eles. Alguns pais fizeram tanto por seus filhos que praticamente os destruíram”4.

O ensino e a vivência de mandamentos como a limpeza moral, a honestidade, o dízimo, a observância do Dia do Senhor — e outros — ajudaram a construir um carácter forte e um testemunho firme. Isto qualificou-os para ensinar o que viveram até ao convencimento dos que procuram a verdade. O trabalho missionário é muito exigente, por isso a preparação física, mental e emocional nunca foi ignorada na nossa família.

O Presidente Russell M. Nelson ensinou: “Sempre que vocês fazem alguma coisa para ajudar alguém — nos dois lados do véu — a fazer os convênios fundamentais com Deus e receber as ordenanças essenciais de batismo e do templo, vocês estão ajudando na coligação de Israel”5. Participar no trabalho do templo e da história da família tornou-se uma tradição na nossa casa enquanto cada criança procurava e preparava nomes de parentes falecidos para levar para o templo. Devo dizer que isto foi e continuou a ser um elo forte e amoroso entre nós e os nossos antepassados.

Por último, nunca é demais sublinhar a necessidade de preparar para a ordenança do sacerdócio. Isto requer um estudo minucioso do sacerdócio e dos deveres encontrados no Manual Geral da Igreja, capítulos 8 e 18 — e nas secções 20, 42, 72, 84, 107 e 121 de Doutrinas e Convênios. Conforme declarou o Profeta Joseph Smith: “Depois de tudo o que foi dito, o maior e mais importante dever é pregar o Evangelho.”6

Dunstan G.B.T. Chadambuka foi nomeado Setenta de Área em abril de 2019. Ele é casado com Pertunia Mudariam; eles são pais de três filhos.

Referências

  1. H. Verlan Andersen, “Missionary Work Is the Lifeblood of the Church”, Ensign, nov. de 1986, 24.

  2. Mateus 28:19–20.

  3. Doutrina e Convênios 11:21.

  4. Neal A. Maxwell, “The Man of Christ”, Ensign, maio de 1975, 101.

  5. Russell M. Nelson e Wendy W. Nelson, “Juventude da promessa” [Devocional Mundial para os Jovens, 3 de junho de 2018], ChurchofJesusChrist.org.

  6. Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith [2007], 330.