As bênçãos do serviço ao próximo
Belém é uma cidade muito quente e úmida, capital do Pará, na região da Floresta Amazônica. Meu marido e eu servimos na região na época em que a Igreja de Jesus Cristo começava a existir lá. Naquela época, durante a semana, nós tínhamos reuniões das organizações, Primária, Moças e Sociedade de Socorro, e no domingo de manhã tínhamos reunião da Escola Dominical e do quórum e à tarde tínhamos a reunião sacramental.
Meu primeiro contato com a Igreja foi em uma reunião da Sociedade de Socorro e eu nunca vou me esquecer da irmã que deu aula, foi realmente muito marcante. Eram poucas irmãs no ramo naquela época, e essa irmã tinha pouco estudo e pouco preparo didático, mas ela possuía um espírito tão bom que eu me emocionei na aula e não consegui conter as lágrimas.
Pouco tempo depois de chegarmos em Belém, meu marido foi chamado como presidente do ramo. Ele foi logo conversar com os missionários para saber como estava o trabalho deles. Na época, os missionários moravam na mesma casa antiga onde nós nos reuníamos para as reuniões, e eles comentaram com meu marido que achavam que alguém estava tentando entrar na casa toda noite porque eles ouviam passos. Com a experiência de vida do meu marido, ele resolveu chamar uma empresa de controle de ratos. Como a casa era muito velha, ele desconfiava que o barulho de passos poderia, na verdade, ser barulho de ratos. Depois que a empresa esteve lá, eles nunca mais ouviram os barulhos. Outra coisa que acontecia muito era fazermos reunião a luz de velas, porque todo domingo à tarde chovia e acabava a luz e nós terminávamos a reunião à luz de velas. Mesmo com as condições precárias da época, servir era uma bênção para todos.
Lembro de uma irmã que tinha quatro filhos muito levados, mas mesmo assim ela estava em todas as reuniões, domingo de manhã, domingo à tarde e durante a semana nas reuniões das organizações. Eu admirava muito a fé e o sacrifício daquela mulher. Ela ia de ônibus, naquele calor, e estava sempre muito feliz. Soube muitos anos depois que o marido daquela irmã havia se batizado. Nosso primeiro contato com ele foi durante um piquenique da ala em que meu marido o convidou para tocar violão para nós. No ramo, também tínhamos dois casais americanos, com filhos pequenos, que trabalhavam na região e que nos ajudavam muito no ramo. O período que servimos naquele ramo foi muito rico de experiências espirituais, de aprendizado e de crescimento. Servir na Igreja nos ajuda e crescer espiritualmente e passar pelos desafios da vida. Sou tão grata ao Senhor pelas oportunidades que tivemos de servir e de aprender em Seu reino.