“Métodos, técnicas e abordagens didáticas”, Métodos, Técnicas e Abordagens Didáticas, 2023
“Métodos, técnicas e abordagens didáticas”, Métodos, Técnicas e Abordagens Didáticas
Métodos, técnicas e abordagens didáticas
A tarefa de ensinar é complexa e multifacetada. Uma lista dos métodos ou das técnicas de ensino teria que incluir muitas ideias e exemplos, e sua explanação detalhada preencheria vários livros. É possível, porém, agrupar esses métodos ou essas técnicas em algumas áreas gerais ou abordagens essenciais à eficiência do ensino. Esta seção tratará de algumas dessas importantes áreas.
Na hora de decidir que métodos de ensino empregaremos, é importante lembrar que os métodos e as técnicas são apenas os meios para atingirmos um objetivo; eles em si não são o objetivo. O professor deve escolher os métodos mais úteis para ajudar os alunos a entender o conteúdo, as doutrinas e os princípios de determinado bloco de escrituras, que edifiquem os alunos e promovam a aplicação do que for aprendido. Ter sempre em mente o propósito da utilização de determinado método ou técnica ajuda os professores a utilizá-lo de maneira mais significativa. Também é importante lembrar que, sem o Espírito, nem os melhores métodos e abordagens terão sucesso.
Perguntas
Uma das habilidades mais importantes que um professor pode desenvolver é a de fazer perguntas eficazes. As perguntas têm a capacidade de envolver os alunos no processo de entendimento das escrituras e de ajudá-los a entender importantes verdades do evangelho. As perguntas também ajudam os alunos a refletirem sobre como o evangelho influencia sua vida e a pensarem em formas de aplicar seus princípios no presente e no futuro. Por meio de boas perguntas, é possível incentivar os alunos a deixarem que o Espírito Santo influencie seu processo de aprendizado pelas escolhas que fizerem e pela forma como cumprem seu próprio papel nesse processo.
Na fase de preparação da aula, vale a pena fazer todo o esforço para criar boas perguntas que levem ao entendimento, ativem o raciocínio dos alunos e penetrem no coração deles para que aprendam. Antes de planejar as perguntas, o professor deve decidir qual é o propósito de cada uma (por exemplo, talvez o professor queira que os alunos encontrem certas informações em uma passagem das escrituras, ou que pensem no significado de certa passagem, ou que prestem testemunho da veracidade de um princípio do evangelho). Depois, com esse propósito em mente, o professor deve formular a pergunta cuidadosamente. Algumas poucas palavras escolhidas podem fazer a diferença entre a pergunta gerar ou não os resultados desejados.
Os professores devem se esforçar para se preparar e fazer perguntas que estimulem raciocínio e sentimentos. Normalmente devem-se evitar as perguntas cuja resposta possa ser meramente “sim” ou “não”, ou cuja resposta seja tão óbvia que os alunos não precisem pensar para responder. Também é bom evitar perguntas que possam iniciar controvérsias, pois isso pode deixar os alunos frustrados e criar contenda na classe, o que seria ofensivo ao Espírito (ver 3 Néfi 11:29).
Sempre que fizer perguntas em aula, é importante que o professor dê aos alunos tempo suficiente para pensar antes de responder. Às vezes o professor faz uma pergunta, faz uma pausa de um ou dois segundos e, a menos que alguém responda imediatamente, entra em pânico e ele mesmo dá a resposta. Quando se faz uma boa pergunta, muitas vezes os alunos precisam de tempo para pensar, refletir antes de responder; além disso, podem precisar de tempo para encontrar a resposta nas escrituras ou para formular uma boa resposta. Em certas ocasiões, pode ser útil dar tempo para que os alunos escrevam a resposta antes de falar.
Jesus Cristo, o Mestre dos mestres, usava diferentes tipos de pergunta para incentivar as pessoas a ponderar e aplicar os princípios que ensinava. Suas perguntas variavam dependendo do que Ele pretendia operar na vida daqueles a quem ensinava. Algumas perguntas encorajam Seus ouvintes a pensar e a consultar as escrituras em busca de respostas, como quando Ele perguntou: “Que está escrito na lei? Como lês?” (Lucas 10:26.) Outras perguntas se destinavam a incentivar as pessoas a assumirem um compromisso, como no caso da pergunta: “Que tipo de homens devereis ser?” (3 Néfi 27:27.)
Embora seja grande a variedade de perguntas que o professor pode fazer, existem quatro classes gerais de perguntas que são especialmente importantes no ensino e aprendizado do evangelho:
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Perguntas que levam os alunos a procurar informações
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Perguntas que levam os alunos a analisar o conteúdo estudado para entendê-lo
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Perguntas que promovem certos sentimentos e testemunho
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Perguntas que incentivam a aplicação
Perguntas que convidam os alunos a procurar informações
As perguntas que levam a procurar informações ajudam os alunos a ampliar seu entendimento básico das escrituras, pois fazem com que procurem detalhes importantes no bloco de escrituras. Como esse tipo de pergunta leva os alunos a procurar informações no texto das escrituras, é bom fazê-las antes da leitura dos versículos que contêm a resposta. Isso faz com que os alunos se concentrem e os ajuda a encontrar a resposta nas próprias escrituras.
As perguntas feitas para procurar informações geralmente incluem palavras como quem, o que, quando, como, onde e por quê. Seguem-se alguns exemplos de perguntas que levam os alunos a procurar informações:
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De acordo com Mateus 19:22, por que o jovem rico saiu dali triste?
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Em 1 Samuel 17:24, como os homens de Israel reagiram ao ver Golias? Qual foi a reação de Davi no versículo 26?
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Que conselho Alma deu a seu filho Siblon em Alma 38:5–15?
As respostas das perguntas feitas para procurar informações devem criar um alicerce básico de entendimento, enquanto os outros tipos de pergunta permitem que se aprofunde esse entendimento e promovem a aplicação. A pergunta do Salvador: “Quem dizem os homens ser o Filho do homem?” (Mateus 16:13) resultou em informações que formaram um contexto. As respostas dos discípulos prepararam-nos para uma pergunta mais profunda e incisiva: “E vós, quem dizeis vós que eu sou?” (Mateus 16:15.)
Perguntas que levam os alunos a analisar para entender
As perguntas analíticas geralmente são feitas depois que os alunos se familiarizam com os versículos que estão estudando. Elas estimulam os alunos a ampliar e aprofundar seu entendimento das escrituras. Podem ajudar os alunos a analisar as relações, os padrões e os contrastes existentes nas escrituras. Quase sempre há mais de uma resposta possível para cada pergunta analítica.
As perguntas analíticas geralmente servem a pelo menos um dos três propósitos. Elas podem ajudar os alunos a:
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Entender melhor o contexto e o conteúdo das escrituras.
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Identificar princípios e doutrinas do evangelho.
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Aprofundar seu entendimento desses princípios e dessas doutrinas.
Ajudar os alunos a entender melhor o contexto e o conteúdo das escrituras. As perguntas analíticas ajudam os alunos a entender melhor o texto e os acontecimentos das escrituras, pois ajudam-nos a examinar cada passagem no devido contexto histórico e cultural ou à luz de outras passagens das escrituras. Essas perguntas também podem ajudar os alunos a esclarecer o significado de palavras ou frases e auxiliá-los na análise dos detalhes da história para obter um significado maior. Esse processo prepara os alunos para identificar princípios e doutrinas.
Seguem-se alguns exemplos desse tipo de pergunta:
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Como a explicação de Jesus em Mateus 13:18–23 nos ajuda a entender Seus ensinamentos nos versículos 3–8?
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Que diferenças você vê entre a reação de Lamã e Lemuel à orientação do anjo e a reação de Néfi? (Ver 1 Néfi 3:31; 4:1–7.)
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O que levou à perda das 116 páginas que fez com que o Senhor aconselhasse Joseph Smith a não temer mais aos homens do que a Deus? (Doutrina e Convênios 3:7.)
Ajudar os alunos a identificar princípios e doutrinas do evangelho. À medida que ampliam seu entendimento do contexto e conteúdo das escrituras, os alunos se tornam mais capazes de identificar os princípios e as doutrinas nelas contidos. As perguntas analíticas podem ajudar os alunos a tirar conclusões e articular claramente os princípios ou as doutrinas encontrados no bloco de escrituras (ver seção 2.5.1, “Identificar doutrinas e princípios” na página 26).
Seguem-se alguns exemplos desse tipo de pergunta:
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Que princípio é ilustrado pelo sucesso de Néfi na obtenção das placas de latão apesar da grande dificuldade que ele teve? (Ver 1 Néfi 3–4.)
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Que doutrinas sobre a natureza de Deus podemos aprender com a Primeira Visão? (Ver Joseph Smith—História 1:15–20.)
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Que lição podemos aprender com o esforço feito pela mulher com um fluxo de sangue para alcançar o Salvador e a resposta que Ele deu a ela? (Ver Marcos 5:24–34.)
Ajudar os alunos a aprofundar seu entendimento desses princípios e dessas doutrinas. Além de identificar princípios e doutrinas, os alunos precisam entendê-los antes que eles possam ser aplicados de maneira significativa. São particularmente úteis as perguntas que levam a um entendimento melhor do significado de determinado princípio ou doutrina, ou que levam os alunos a pensar sobre certo princípio num contexto atual, ou que os incentivam a explicar o que entendem desse princípio. A seguir estão alguns exemplos:
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Como poderíamos demonstrar que amamos a Deus com todo o nosso “poder, mente e força”? (Morôni 10:32.)
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Por que orar sempre o ajudaria a ganhar a força espiritual necessária para vencer tentações como falar mal do próximo ou participar de entretenimento ofensivo ao Espírito? (Ver Doutrina e Convênios 10:5.)
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Que comportamentos e características você veria na vida de alguém que está edificando sobre o alicerce de Cristo? (Ver Helamã 5:1–14.)
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Usando o que aprendemos em Alma 40, como você explicaria a doutrina da ressurreição a um amigo que não pertence à nossa fé?
Perguntas que promovem sentimentos e testemunho
Há perguntas que ajudam os alunos a pensar nos princípios e nas doutrinas do evangelho e a entendê-los, enquanto outras fazem com que reflitam sobre experiências espirituais e os levam a sentir mais profundamente a veracidade de determinado princípio ou doutrina, ou o que ele significa em sua vida. Muitas vezes, esses sentimentos geram um desejo mais forte no coração dos alunos de viver um princípio do evangelho com mais dedicação. Em um discurso aos educadores religiosos do SEI, o presidente Henry B. Eyring se referiu a esse tipo de pergunta ao dizer:
“Há perguntas que abrem caminho para recebermos inspiração. Os grandes professores fazem perguntas assim. (…) Esta é uma pergunta que provavelmente não traria inspiração: ‘Como se reconhece um profeta verdadeiro?’ Essa pergunta pede uma resposta em forma de lista, criada a partir de nossa lembrança das escrituras e das palavras dos profetas. Muitos alunos poderiam participar da resposta. A maioria poderia dar ao menos uma sugestão aceitável. A mente dos alunos seria estimulada.
Mas poderíamos fazer a mesma pergunta desta outra forma, com uma pequena diferença: ‘Em que ocasiões vocês sentiram que estavam na presença de um profeta?’ Isso levaria cada um a examinar suas próprias lembranças daquilo que sentiram. Depois de fazer a pergunta, seria adequado esperar um pouco antes de pedir que alguém responda. Mesmo os alunos que não responderem pensarão em suas experiências espirituais. Isso é o que convidará a presença do Espírito Santo” (“The Lord Will Multiply the Harvest”, p. 6).
Esse tipo de pergunta leva os alunos a refletir sobre o passado, a “examinar as lembranças daquilo que sentiram” e a pensar nas experiências espirituais que tiveram com a doutrina ou o princípio do evangelho em questão. Muitas vezes essas perguntas levam os alunos a falar de sentimentos e experiências ou a prestar testemunho de uma doutrina ou um princípio. Elas ajudam a gravar o evangelho não apenas na mente, mas também no coração dos alunos. E, quando eles sentem no coração a veracidade e a importância de uma doutrina ou um princípio do evangelho, é mais provável que o apliquem na própria vida.
Seguem-se alguns exemplos de perguntas e sugestões que estimulam sentimentos e testemunho:
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Pensem nos momentos em que sentiram a paz e a alegria de perdoar alguém.
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Pensem em uma ocasião em que foram orientados pelo Senhor na tomada de uma decisão, por terem confiado Nele em vez de confiar em seu próprio entendimento (ver Provérbios 3:5–6). Que bênçãos você recebeu por isso?
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Se vocês pudessem expressar pessoalmente sua gratidão ao Salvador pelo sacrifício que Ele fez por vocês, o que Lhe diriam?
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O que é diferente em sua vida graças ao que aconteceu no Bosque Sagrado?
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Em que ocasiões vocês viram outras pessoas serem fiéis em meio às provações? Como essa experiência os influenciou?
Cuidado! As respostas a esse tipo de pergunta podem ser bastante pessoais e delicadas. O professor deve se certificar de que os alunos nunca se sintam forçados a responder a uma pergunta, a falar do que sentem, a contar suas experiências ou a prestar testemunho. Além disso, o professor deve ajudar os alunos a entender que as experiências espirituais são pessoais e sagradas e incentivá-los a contar essas experiências de maneira adequada (ver Doutrina e Convênios 63:64).
Perguntas que incentivam a aplicação do que foi aprendido
O principal objetivo de se ensinar o evangelho é ajudar os alunos a aplicar os princípios e as doutrinas encontrados nas escrituras e ajudá-los a receber as bênçãos prometidas a quem for fiel e obediente. Os alunos que conseguem perceber o quanto foram abençoados por terem vivido os princípios do evangelho no passado sentem um maior desejo de aplicá-los no futuro e ficam mais bem preparados para ter sucesso em aplicá-los no futuro. As perguntas podem ter um papel crucial em ajudar os alunos a perceberem como podem aplicar os princípios a sua situação atual e a refletirem sobre como podem aplicá-los no futuro.
Seguem-se alguns exemplos de perguntas que podem ajudar os alunos a pensar em formas específicas de aplicarem os princípios e as doutrinas à própria vida:
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Que mudanças você precisaria fazer para guardar melhor o Dia do Senhor a fim de se conservar mais plenamente limpo das manchas do mundo? (Ver Doutrina e Convênios 59:9–13.)
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O que o profeta aconselhou que você poderia seguir com maior exatidão? (Ver Alma 57:1–27.)
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Como o princípio de que, se buscarmos o reino de Deus em primeiro lugar, seremos abençoados em outras áreas de nossa vida pode ajudá-lo a priorizar seus objetivos e suas atividades nos próximos dois ou três anos? (Ver Mateus 6:33.)
Debate em classe
Os debates relevantes em sala de aula têm um papel fundamental no ensino e no aprendizado do evangelho. Os debates em classe são os momentos em que o professor e os alunos se comunicam oralmente uns com os outros de maneira a promover o aprendizado. Um bom debate pode ajudar os alunos a aprender o quanto é essencial procurar respostas para perguntas importantes, bem como escutar com atenção os comentários, as ideias e as experiências dos demais e aprender com eles. Também pode ajudar os alunos a se manterem concentrados e participativos, e isso, com frequência, faz com que entendam melhor as doutrinas e os princípios do evangelho em questão e que passem a ter o desejo sincero de aplicar as coisas que aprendem e sentem.
Seguem-se algumas ideias para ajudar os professores a conduzir debates inspiradores e envolventes:
Planeje o debate. Assim como acontece com outros métodos didáticos, os debates precisam ser preparados e realizados sob a influência do Espírito. O professor precisa pensar em como o debate ajudará os alunos a entender o assunto a ser aprendido, que perguntas levarão a isso, como fazer essas perguntas de maneira mais produtiva e o que fazer caso a resposta de um aluno encaminhe o debate para um rumo inesperado.
Evite falar demais. Quando os professores falam demais sobre um tópico de debate, os alunos podem perder o interesse em participar, pois percebem que o professor está ansioso por dar a resposta. Quando o professor fala demais, os alunos podem achar que seus próprios comentários não são importantes e perder o interesse.
Incentive todos os alunos a participar. O professor deve se esforçar por encontrar formas adequadas de incentivar todos os alunos a participarem de debates relevantes, inclusive aqueles que por qualquer motivo hesitem em participar. O professor deve ter cuidado para não deixar nenhum aluno constrangido, fazendo-lhe uma pergunta que sabe que o aluno não está preparado para responder.
Às vezes há um aluno ou alguns poucos alunos que tendem a dominar o debate. Talvez seja preciso que o professor converse com esses alunos em particular, agradeça-lhes a disposição em participar, diga-lhes que é muito importante incentivar todos os alunos a participar e explique-lhes o motivo por que nem sempre serão chamados quando se oferecerem para responder a uma pergunta.
Chame os alunos pelo nome. O ato de chamar os alunos pelo nome quando eles forem responder uma pergunta ou fazer um comentário ajuda a criar um ambiente de aprendizado em que há amor e respeito.
Não tenha medo do silêncio. Quando o professor faz uma boa pergunta, às vezes os alunos não respondem imediatamente. Esse silêncio não deve perturbar o professor, a menos que seja muito prolongado. Às vezes, os alunos precisam de tempo para refletir sobre a pergunta e sobre as possíveis respostas. Essa reflexão contribui para que o Espírito Santo os ensine.
Reformule a pergunta. Às vezes pode acontecer de os alunos terem dificuldade de responder porque a pergunta não está clara. Talvez o professor tenha que reformular a pergunta ou perguntar se os alunos a entenderam. O professor deve evitar fazer várias perguntas uma atrás da outra sem dar aos alunos tempo suficiente para ponderá-las o bastante para formularem boas respostas.
Ouça com atenção e faça pedidos ou perguntas de esclarecimento. Às vezes, o professor fica tão preocupado com o que vai dizer ou fazer a seguir que não presta atenção ao que os alunos estão dizendo. O professor que observa e ouve os alunos com atenção consegue discernir suas necessidades e encaminhar o debate segundo a orientação do Espírito Santo. O professor assegura-se de que entende as respostas dos alunos, fazendo perguntas como: “Você pode me ajudar a entender o que quer dizer com isso?” ou “Pode dar um exemplo disso?” Esses pedidos de esclarecimento muitas vezes levam os alunos a falar um pouco mais do que pensam e sentem e, muitas vezes, fazem com que a resposta tenha um espírito de testemunho. Os professores devem lembrar os alunos de ouvirem os demais com atenção e de não falar quando outra pessoa estiver falando.
Redirecione os comentários ou as perguntas dos alunos. Muitas vezes, os debates acabam seguindo um padrão em que o professor faz uma pergunta, um aluno responde e, depois, o professor acrescenta suas próprias ideias à resposta do aluno antes de passar para a próxima pergunta. O debate pode se tornar bem mais relevante, envolvente e eficaz se o professor redirecionar a resposta ou o comentário de um aluno para os outros. Perguntas simples como “O que você acrescentaria a isso?” ou “O que você acha desse comentário?” podem criar um modelo em que os alunos respondem uns aos outros. Isso geralmente contribui muito para o aprendizado. A menos que o tempo seja limitado, normalmente, todos os alunos que quiserem fazer um comentário devem ter a oportunidade de falar.
Reconheça as respostas de maneira positiva. Sempre que um aluno dá uma resposta, o professor precisa reconhecê-la de alguma forma. Pode ser com um simples “obrigado” ou com um comentário acerca da resposta. Caso a resposta esteja incorreta, o professor precisa ter cuidado para não deixar o aluno constrangido. Um bom professor utilizaria uma parte correta do comentário do aluno ou faria uma pergunta de esclarecimento para dar ao aluno a oportunidade de voltar a pensar na resposta.
Leitura das escrituras em conjunto na sala de aula
A leitura das escrituras em classe ajuda os alunos a se familiarizarem com os versículos estudados e a entendê-los melhor. Além disso, pode ajudá-los a ganhar a confiança de que são capazes de ler as escrituras sozinhos. É preciso que o professor tenha cuidado para não deixar constrangidos os alunos muito tímidos ou com dificuldade de leitura. Não se deve forçar os alunos a lerem em voz alta caso eles prefiram não o fazer, mas o professor deve incentivá-los a participar de maneiras que se sintam confortáveis. Por exemplo, talvez uma boa forma de dar a um aluno a oportunidade de participar em classe seja pedir-lhe que se prepare com antecedência para ler um trecho curto das escrituras.
Há várias formas de se ler as escrituras em conjunto na sala de aula:
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Peça aos alunos que leiam em voz alta, um por um ou em uníssono.
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Peça-lhes que leiam um para o outro.
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Peça que façam a leitura silenciosa de uma passagem.
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Na leitura de uma história, peça a diferentes alunos que leiam as palavras ditas por diferentes pessoas.
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Leia em voz alta para os alunos, enquanto eles acompanham nas próprias escrituras.
Apresentação pelo professor
Ainda que a participação ativa dos alunos no processo de aprendizado seja muito importante para que eles entendam e apliquem as escrituras, ela não elimina a necessidade de o professor, em diversos momentos da aula, apresentar informações enquanto os alunos escutam. Neste manual, os momentos em que o professor fala e os alunos escutam serão chamados de “apresentação do professor”. Quando devidamente empregadas, as apresentações do professor podem complementar os demais métodos de ensino. Quando usada em demasia, porém, essa atividade centralizada no professor reduz a eficácia do ensino e a oportunidade de os alunos aprenderem pelo estudo e pela fé.
As apresentações do professor podem ser um método muito eficaz de resumir grandes extensões do texto, dar informações novas para os alunos, fazer a transição entre diferentes partes da lição ou formular conclusões. Pode ser preciso que o professor explique, esclareça e dê exemplos para que os alunos entendam melhor o contexto de um bloco de escrituras. Talvez seja preciso que o professor saliente as doutrinas e os princípios-chave e exorte os alunos a aplicá-los. E, possivelmente, o mais importante é que os professores deem testemunho das verdades do evangelho e expressem o amor que sentem pelo Pai Celestial e por Seu Filho.
Ao usar a apresentação do professor, como com qualquer método de ensino, os professores devem avaliar continuamente a receptividade dos alunos, fazendo a si próprios perguntas como: “Meus alunos estão interessados e focados?” e “Eles entendem o que está sendo apresentado?” Afinal de contas, para que esse ou qualquer outro método didático surta um bom efeito, é preciso que os alunos aprendam pelo Espírito, entendam as escrituras e tenham o desejo de aplicar o que estão aprendendo.
Seguem-se sugestões para ajudar o professor a empregar esse método de maneira eficaz.
Planeje as partes da aula que você apresentará. Às vezes ocorre de o professor planejar cuidadosamente as outras partes da aula, mas não dar a mesma atenção às partes em que será ele quem mais falará. Uma das preocupações quanto a essas partes apresentadas pelo professor é que os alunos podem facilmente assumir um papel passivo no aprendizado. Portanto, é preciso muita preparação e cuidado no planejamento das apresentações do professor. Esse processo inclui a decisão de como iniciar e desenvolver esse período de instrução de maneira lógica.
Durante o planejamento dessas apresentações, o professor deve analisar cuidadosamente em que pontos é de particular importância que os alunos tenham participação ativa. Geralmente, torna-se mais importante que os alunos tenham uma participação ativa à medida que a lição passa do entendimento do contexto e do conteúdo do bloco de escrituras para a fase de descoberta, debate e aplicação de princípios e doutrinas.
Combine as apresentações do professor a outros métodos. Uma forma eficiente de se utilizar as apresentações do professor em classe é como parte de um plano de aula que integre outros métodos e abordagens de ensino. Essas apresentações devem ser flexíveis o suficiente para admitir mudanças caso fique claro que os alunos estão entediados ou confusos. Dessa forma, até nos momentos em que o professor estiver falando, o foco permanece nos alunos e no aprendizado, e o professor fica livre para fazer as adaptações necessárias. Há quem compare a apresentação do professor a um colar de pérolas. As pérolas são os vários métodos que o professor emprega (perguntas, debates, trabalho em grupo, recursos audiovisuais, etc.), mas o fio condutor que une essas pérolas são as explicações e o ensino ministrado pelo professor. O fio sozinho não daria um belo colar.
Use a devida variedade. Há formas de criar variedade nas apresentações do professor. O professor pode evitar a mesmice mudando sua inflexão, seu tom e volume de voz e circulando pela sala enquanto fala. Também é possível variar o tipo de material que o professor apresenta. O professor, por exemplo, pode contar histórias, empregar de humor (de modo e no momento adequados), utilizar gravuras ou outros elementos da sala de aulas, ler citações, utilizar o quadro ou recursos audiovisuais e prestar seu testemunho. Quando o professor emprega a devida variedade em suas apresentações, elas sempre contribuem para que os alunos entendam e apliquem melhor as escrituras.
Histórias
As histórias devem ajudar a fortalecer a fé dos alunos no evangelho de Jesus Cristo. Elas podem servir para manter os alunos interessados e ajudá-los a entender o evangelho por meio das experiências de outras pessoas. As histórias podem ser particularmente úteis para ajudar os alunos a entender os princípios do evangelho já identificados no bloco de escrituras. Quando se utiliza uma história para ilustrar como um princípio que foi visto no contexto das escrituras se aplica no mundo atual, isso ajuda os alunos a entender como esse princípio afeta sua vida e a ter o desejo de aplicá-lo.
O élder Bruce R. McConkie ensinou: “É claro que não há nada de errado em contar uma história moderna que promova a fé e tenha acontecido em nossa dispensação. (…) Na verdade, isso deve ser encorajado ao máximo. Devemos fazer todos os esforços para mostrar que as mesmas coisas estão acontecendo na vida dos santos hoje, como aconteceu entre os fiéis de antigamente. (…)
Talvez o modelo perfeito ao apresentar histórias que promovem a fé seja ensinar o que se encontra nas escrituras e depois colocar um selo da realidade viva sobre elas, contando uma coisa semelhante e equivalente que aconteceu em nossa dispensação e para nosso povo e — o mais ideal — para nós pessoalmente” (“The How and Why of Faith-Promoting Stories”, New Era, julho de 1978, pp. 4–5).
O professor pode contar histórias da vida dos profetas e da história da Igreja, bem como histórias extraídas de discursos de conferências gerais ou das revistas da Igreja. Pode também contar histórias verdadeiras que aconteceram com eles. Às vezes, as experiências de aprendizado mais significativas e de maior impacto ocorrem quando o professor convida os alunos a contarem coisas que aconteceram com eles e que mostram como foram abençoados por viver um princípio do evangelho.
É preciso atentar para estes conselhos e estas advertências quanto ao uso de histórias.
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Quando as histórias são o principal método ou técnica de ensino, é possível que a aula passe a girar em torno delas e que se reduza o tempo dedicado às escrituras ou que as doutrinas e os princípios ensinados fiquem em segundo plano.
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Quando o professor conta muitas histórias de sua própria vida, isso pode se transformar em vanglória e fazer com que o professor coloque a si mesmo “como uma luz para o mundo” (2 Néfi 26:29).
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Embora seja possível utilizar histórias para dar vida aos ensinamentos das escrituras e ajudar os alunos a sentirem o Espírito, não se deve jamais usá-las para manipular emoções.
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É preciso que o professor tome cuidado de não florear os fatos das histórias verdadeiras para torná-las mais dramáticas ou aumentar seu impacto.
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No caso das histórias fictícias, como, por exemplo, quando se usa uma história engraçada para ilustrar um ponto, é preciso logo de início deixar bem claro que a história não é verdadeira.
Debates e designações em grupos pequenos
Às vezes é útil dividir a turma em duplas ou em grupos pequenos para certas atividades didáticas ou para debater sobre um assunto específico. As atividades em grupos pequenos muitas vezes permitem que um número maior de alunos participe e fornecem um ambiente seguro em que os alunos podem compartilhar seus sentimentos, pensamentos e testemunhos uns com os outros. Essas atividades também podem gerar oportunidades de os alunos ensinarem o evangelho a outras pessoas e de prepará-los para ensinar o evangelho no futuro. Os debates em grupos pequenos podem ser uma boa forma de envolver os alunos que estejam começando a perder o interesse e a concentração, além de permitir que os alunos desenvolvam sua habilidade de comunicação e de promover o contato social e espiritual com outras pessoas. Eles também podem aumentar a confiança dos alunos reservados e ajudá-los a participar de maneira mais significativa.
Quando for utilizar o trabalho em duplas ou grupos pequenos, seria útil lembrar do seguinte:
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Antes de formar os grupos, é preciso que o professor dê instruções claras do que os alunos farão durante a atividade. Costuma ser útil deixar essas instruções escritas no quadro ou distribuí-las por escrito aos alunos para que eles as consultem durante a atividade.
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As atividades de aprendizado em grupos pequenos que são relevantes para a vida e as circunstâncias dos alunos geralmente promovem maior interesse e participação.
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Os alunos se concentram mais na tarefa a realizar quando cada grupo tem um líder e quando o professor lhes dá um limite de tempo. Quando as atividades em grupo são longas, é comum que alguns grupos terminem primeiro e outros depois, e isso pode perturbar a ordem em sala de aula.
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Geralmente, os alunos têm mais interesse nas atividades quando, antes de iniciá-las, o professor lhes pede que se preparem para dizer ou ensinar à classe algo que aprenderam na atividade. Isso também dá aos alunos a oportunidade de praticar para ensinar o evangelho a outros.
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É comum que os alunos trabalhem melhor em grupo quando o professor lhes pede que procurem algo nas escrituras, leiam uma citação ou façam alguma outra tarefa antes de formarem os grupos.
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Nos grupos de cinco ou mais estudantes, pode ser difícil que todos participem de maneira significativa. Além disso, nos grupos maiores, também costuma ser mais difícil para os alunos se concentrarem na tarefa.
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O trabalho em grupos pequenos nem sempre é a melhor forma de responder perguntas simples, pois se gasta muito tempo para organizar os grupos.
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Quando usadas com muita frequência, as atividades em grupo podem perder o efeito.
Durante os debates ou as designações em grupos pequenos, os alunos podem se distrair do propósito da atividade, falar de assuntos pessoais ou não fazer muito esforço para aprender. Quando o professor demonstra envolvimento nessas atividades e vai de grupo em grupo para monitorar o aprendizado, isso pode ajudar os alunos a manter a concentração e tirar o máximo proveito da atividade.
Exercícios escritos
O professor deve incentivar os alunos a escrever, seja tomando notas em classe, escrevendo algo no diário, preenchendo folhas de exercícios ou escrevendo um parágrafo ou uma redação com as próprias reflexões. Ocasionalmente, é útil pedir que os alunos respondam a uma pergunta que leve à reflexão como forma de ajudá-los a pensar com mais profundidade e clareza. Pedir aos alunos que respondam a uma pergunta por escrito antes de respondê-la em voz alta para o restante da classe dá a eles tempo para articular as ideias e ser inspirados pelo Espírito Santo. É possível que os alunos se sintam mais dispostos a falar se primeiro tiverem a oportunidade de escrever e, com isso, dirão coisas mais relevantes. Entre outras coisas, os exercícios escritos dão aos alunos a oportunidade de participar, receber inspiração, prepararem-se para ensinar e falar do que sentem, reconhecer a mão do Senhor na própria vida e expressar seu testemunho. Ao decidirem quais exercícios de escrita são apropriados para uma experiência de aprendizado, os professores devem considerar o seguinte princípio compartilhado pelo élder David A. Bednar: “Escrever o que aprendemos, pensamos e sentimos ao estudar as escrituras é outra forma de ponderação e um poderoso convite para que o Espírito Santo continue a nos guiar” (“Because We Have Them before Our Eyes”, New Era, abril de 2006, pp. 6–7).
No caso dos alunos mais novos ou de capacidade mais limitada, é preciso adaptar os exercícios escritos para que os alunos sejam bem-sucedidos. Por exemplo, em um exercício de preenchimento de lacunas, o professor pode fornecer mais informações e deixar menos lacunas para esses alunos preencherem. Para ajudar esses alunos, o professor pode criar esses exercícios em torno de passagens curtas das escrituras ou de perguntas específicas, além de dar aos alunos tempo suficiente para terminar a tarefa.
Os alunos geralmente se beneficiam das atividades escritas quando:
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O professor fornece por escrito instruções claras que os alunos possam consultar enquanto fazem a tarefa.
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A atividade os ajuda a se concentrar em verdades do evangelho que sejam relevantes a suas circunstâncias.
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As atividades os ajudam a aplicar essas verdades à própria vida.
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Os alunos contam com o apoio e a assistência do professor durante toda a atividade.
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É estabelecido um limite de tempo compatível com o grau de dificuldade do exercício.
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Pede-se que eles expliquem, falem ou prestem testemunho de algo que aprenderam na atividade.
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É garantido a eles que, nas atividades em que for pedido que escrevam seus sentimentos ou compromissos assumidos, o que escreverem não será revelado a ninguém mais, nem mesmo ao professor, a menos que o aluno permita.
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A atividade é relevante para o restante da aula e não é apenas para “preencher o tempo” nem dada como castigo por mau comportamento.
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São providenciados outros métodos para que aqueles com dificuldade para escrever possam registrar seus pensamentos e suas ideias. Para isso, pode-se pedir que um aluno sirva de escrevente, fazer uma gravação sonora ou usar outros métodos semelhantes.
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Não há exageros na frequência dessas atividades.
Quadro-negro ou quadro branco
O bom uso do quadro-negro ou do quadro branco pode indicar a boa preparação do professor e contribuir para o senso de propósito em sala de aula. O bom uso do quadro durante a aula pode preparar os alunos para aprender e estimulá-los a participar de maneira relevante, principalmente os que tendem a aprender melhor visualmente. É preciso que, ao usar o quadro, o professor se lembre de escrever de maneira legível e com letra grande o suficiente para todos lerem, com bom espaçamento, de modo organizado e fácil de ler. Onde não houver quadro-negro ou quadro branco, pode-se usar uma folha grande de papel ou uma cartolina.
No quadro, um professor pode delinear os principais pontos ou princípios da lição, diagramar uma doutrina ou um acontecimento, desenhar mapas, desenvolver fluxogramas, exibir ou desenhar gravuras de coisas encontradas nas escrituras, criar gráficos mostrando acontecimentos históricos, listar coisas das escrituras à medida que os alunos as encontram ou fazer uma grande variedade de outras atividades que vão melhorar o aprendizado.
Objetos e gravuras
Muitas vezes é difícil ensinar os aspectos intangíveis do evangelho. A utilização de objetos, gravuras e desenhos pode ser um bom modo de os professores ajudarem os alunos a entenderem princípios espirituais. Por exemplo, um objeto comum, como o sabão ou sabonete, pode ajudar os alunos a entender um princípio mais abstrato, como o do arrependimento. O Salvador muitas vezes Se referia a objetos terrenos (como pão, água, velas e alqueires) para ajudar quem O ouvia a entender princípios espirituais.
Pode-se usar objetos e gravuras para ajudar os alunos a terem uma ideia de como eram as pessoas, os lugares, os acontecimentos, os objetos e os símbolos citados nas escrituras. Em vez de apenas descrever um jugo (ver Mateus 11:28–30), o professor poderia levar um jugo para a aula, mostrar uma foto ou uma gravura de um jugo ou fazer um desenho no quadro. Os alunos poderiam cheirar e tocar uma flor enquanto leem a escritura que fala dos “lírios do campo” (Mateus 6:28–29). Poderiam provar o pão ázimo.
Os objetos e as gravuras, inclusive os mapas e os gráficos, podem ajudar os alunos a visualizar, analisar e entender as escrituras, especialmente quando são usados para estimular o debate. Um objeto ou uma gravura deixado em um local bem visível para que os alunos o vejam ao entrarem em sala de aula pode contribuir para o ambiente de aprendizado e estimular a curiosidade dos alunos.
É preciso tomar cuidado com duas coisas ao utilizar objetos e gravuras: Primeiro, é preciso que eles sempre reforcem o propósito da aula, em vez de desviar a atenção dele. Segundo, o debate de um acontecimento relatado nas escrituras deve sempre ter como base os detalhes e o contexto fornecidos pelas escrituras, e nunca a representação artística desse acontecimento ou dessa história.
Material audiovisual e apresentações de computador
As escrituras estão repletas de relatos do Senhor ajudando Seus filhos a entender Seus ensinamentos por meio da visão e do som (ver 1 Néfi 11–14; Doutrina e Convênios 76; Moisés 1:7–8, 27–29). Os recursos audiovisuais e a tecnologia, quando usados devidamente, podem ajudar os alunos a entender melhor as escrituras, a aprender e a aplicar as verdades do evangelho.
Há recursos audiovisuais que recriam importantes acontecimentos das escrituras e que podem ajudar os alunos a visualizar e vivenciar esses acontecimentos. Por vezes, esses recursos são dramatizações em que pessoas aplicam os princípios do evangelho para vencer desafios e solucionar problemas, e que podem dar ao Espírito a oportunidade de testificar a verdade.
A informática permite que o professor utilize segmentos de vídeo; mostre questões importantes, gravuras ou citações das autoridades gerais; ou que destaque os princípios e as doutrinas identificados durante a aula. As apresentações de computador também podem ser usadas da mesma forma que o quadro-negro ou o quadro branco — para alistar os pontos-chave da lição, mostrar referências de escrituras e instruções para trabalhos em dupla ou em grupo, ou para atividades individuais. Essas formas de utilização da tecnologia beneficiam os alunos que aprendem visualmente e podem ajudar os alunos a organizar e entender melhor o que estão aprendendo.
Os recursos audiovisuais, de computador ou tipos de tecnologia devem ser usados para tornar as lições mais claras, interessantes e memoráveis, de maneira que não impeçam os alunos de sentir as impressões do Espírito.
Os auxílios audiovisuais são mais úteis em ajudar os alunos a aprender e aplicar os princípios do evangelho quando utilizados para estimular a reflexão, despertar sentimentos e envolver os alunos com o texto das escrituras. Pode ser útil anotar no quadro coisas específicas a serem procuradas ou perguntas e questões a serem ponderadas pelos alunos enquanto veem ou escutam o material apresentado. Também pode ser útil pausar a apresentação de áudio ou vídeo para fazer perguntas ou destacar informações úteis para os alunos. Muitas vezes basta uma parte de um recurso audiovisual para atingir o objetivo visado. O professor que incorpora outros métodos, como os debates e exercícios escritos, ao uso dos recursos audiovisuais e tecnológicos aumenta as probabilidades de os alunos entenderem e internalizarem os princípios do evangelho. Quando disponível, a utilização de legendas nas apresentações audiovisuais pode aumentar o grau de entendimento e fixação da matéria pelos alunos, principalmente para aqueles com problemas auditivos.
Quando for utilizar recursos audiovisuais ou de informática em aula, o professor deve preparar todo o equipamento antes do início da aula e certificar-se de que tudo esteja funcionando. Deve também certificar-se de que todos os alunos possam ver e ouvir a apresentação. Antes do início da aula, o professor deve deixar o recurso de áudio, vídeo ou de computador no ponto certo para ser usado em aula. Outra boa ideia é que, antes da aula, o professor pratique e se prepare para usar os recursos tecnológicos necessários.
Diretrizes
O uso de recursos audiovisuais e tecnológicos, talvez mais do que qualquer outro método didático, implica diversas dificuldades e possíveis responsabilidades legais. É preciso que o professor seja sábio ao decidir se uma apresentação audiovisual ou de computador é apropriada e útil para o aprendizado. Depender excessivamente da tecnologia pode levar a lições orientadas pela tecnologia e pela mídia, em vez de baseadas nas escrituras e centradas no aluno. As seguintes perguntas podem ajudar o professor a tomar decisões sábias quanto ao uso de recursos audiovisuais e de computador:
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Esse recurso ajuda os alunos a aprender algo importante? As apresentações audiovisuais podem entreter ou impressionar os alunos, mas será que esta apresentação contribui diretamente para que se atinjam os propósitos da lição e para que os alunos aprendam aquilo que precisam? Esse tipo de recurso não deve ser utilizado meramente para entreter os alunos ou preencher o tempo. O professor deve ver ou ouvir todo o material a ser apresentado antes de utilizá-lo em aula para assegurar-se de que ele reforce ou apoie as escrituras, as doutrinas e os princípios ensinados.
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Esse material servirá de auxílio para a aula ou será seu ponto central? O élder Boyd K. Packer aconselhou: “Em aula, os auxílios de áudio e vídeo podem ser uma bênção ou uma maldição, dependendo de como sejam empregados. São comparáveis aos temperos e condimentos de uma refeição. Devem ser usados com parcimônia para dar sabor à aula e torná-la interessante” (Teach Ye Diligently, ed. rev., 1991, p. 265).
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O material é adequado e está de acordo com os padrões da Igreja? É edificante? Muitos materiais produzidos pelo mundo podem trazer uma boa mensagem, mas, ainda assim, muitas vezes incluir coisas ofensivas ao Espírito ou endossar ideias que não estejam em harmonia com os ensinamentos do evangelho. Mesmo que determinado trecho de áudio ou vídeo seja adequado, não deve ser utilizado se a fonte de onde foi extraído contiver coisas impróprias. Os materiais polêmicos ou sensacionalistas normalmente não edificam a fé nem o testemunho.
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Sua utilização viola os direitos autorais ou alguma outra lei? Muitos vídeos, músicas e outros materiais audiovisuais têm restrições de uso devido às leis de direitos autorias ou aos acordos de utilização. É importante que todos os professores e líderes do seminário e do instituto obedeçam às leis de direitos autorais do país onde trabalham e que cumpram todas as leis e encargos que se apliquem para que nem eles, nem a Igreja estejam sujeitos a processos legais.
Estas diretrizes se aplicam aos professores e líderes do seminário e do instituto em todos os países.
O uso de materiais produzidos pela Igreja
A menos que haja notificação do contrário, os professores e líderes podem copiar e exibir filmes, vídeos, gravuras e gravações musicais produzidos pela Igreja, contanto que seja para uso na Igreja, no seminário ou no instituto, sem fins comerciais. As músicas tiradas de Hinos, Músicas para Criançase das revistas da Igreja podem se destinar a usos não comerciais da Igreja, do seminário e do instituto, exceto quando uma restrição for expressamente observada em relação ao hino ou à música. Os professores e líderes do seminário e do instituto podem baixar e exibir em classe materiais produzidos pela Igreja, a menos que o material contenha uma notificação do contrário.
Uso de materiais que não foram produzidos pela Igreja
Como regra geral, não se deve baixar da internet nem utilizar em aula qualquer programa, software ou material audiovisual sem a aquisição das respectivas licenças. A menos que o vídeo, a música ou o material audiovisual seja de propriedade da Igreja, há sério risco, em qualquer país, de sua exibição em sala de aula constituir violação das leis de direitos autorais. Portanto, como regra geral, os professores e líderes do seminário e do instituto no mundo todo não devem exibir em classe materiais que não sejam produzidos pela Igreja.
A cópia de música com direitos autorais reservados (sejam partituras ou gravações) é violação direta da lei de direitos autorais, exceto com a autorização por escrito do detentor dos direitos autorais. A cópia sem permissão da letra de músicas com direitos autorais reservados também é ilegal.
As diretrizes a seguir especificam algumas exceções à lei de direitos autorais dos Estados Unidos da América que podem permitir que os professores e líderes do seminário e instituto nos Estados Unidos utilizem trechos de vídeo em aula sem precisar primeiro obter a autorização do detentor dos direitos autorais. Embora existam exceções semelhantes em outros países, os professores do seminário e do instituto devem entrar em contato com o Escritório de Propriedade Intelectual para determinar as leis e exceções específicas que se aplicam ao seu país em específico antes de mostrar videoclipes de vídeos produzidos comercialmente ou de programas gravados na televisão ou na internet.
Uso de vídeos produzidos comercialmente. A lei dos Estados Unidos inclui uma exceção que permite que professores e alunos usem vídeos produzidos comercialmente em sala de aula sem ter que adquirir uma licença para esse fim. A esse respeito, no entanto, os vídeos produzidos comercialmente só podem ser usados sob essa exceção se todas as seguintes condições forem atendidas. O videoclipe mostrado deve ser (a) de uma cópia feita legalmente; (b) usado no ensino presencial, o que significa que um professor ou líder do seminário e instituto deve estar presente enquanto o clipe é apresentado; (c) mostrado em uma sala de aula ou um local semelhante dedicado à instrução; (d) mostrado por uma organização educacional sem fins lucrativos, como uma classe do seminário ou instituto; e (e) mostrado para um propósito de ensino diretamente relacionado ao currículo do curso e não para entretenimento. O uso de materiais comerciais alugados ou comprados durante ou depois da aula para simples entretenimento é ilegal e desonesto. Quase sempre esse é o caso quando se exibe um filme.
Uso de programas de televisão gravados. Nos Estados Unidos, um programa de televisão que é oferecido gratuitamente ao público em geral e é gravado na televisão pode ser usado na sala de aula apenas se as seguintes condições forem atendidas: (a) A cópia é retida por não mais de 45 dias e, em seguida, deve ser apagada imediatamente. (b) A cópia é usada na sala de aula apenas nos primeiros 10 dias após a data em que a cópia foi feita (após os primeiros 10 dias, mas ainda dentro dos primeiros 45 dias, a cópia só pode ser usada para avaliação do professor ou para determinar se o programa deve ser usado em aulas futuras). (c) A cópia só é apresentada uma vez (duas vezes apenas se o reforço instrucional for necessário). (d) A cópia só é apresentada em uma sala de aula ou um local semelhante dedicado à instrução. (e) A mensagem geral ou o conteúdo do programa não é alterado. (f) A cópia não pode ser duplicada para compartilhar com outras pessoas. (g) Qualquer cópia deve incluir o aviso de direitos autorais para o programa conforme registrado. (h) O programa não é mesclado com segmentos (física ou eletronicamente) de diferentes programas para criar uma compilação de ensino ou outro produto.
Além dos requisitos anteriores, os clipes de vídeos produzidos comercialmente e os programas gravados na televisão ou na internet devem (a) apresentar apenas uma parte do vídeo ou programa; (b) ser usados sem qualquer alteração ou edição no próprio programa; (c) não ser usados de uma maneira que sugira que os criadores ou proprietários do programa endossem a Igreja ou os seminários e institutos ou seus ensinamentos, ou de uma maneira que sugira que a Igreja ou os seminários e institutos endossem o programa ou seus criadores ou proprietários; (d) não ser usados de uma maneira que indiscutivelmente promova a Igreja ou os Seminários e Institutos; e (e) ser usados de acordo com quaisquer restrições de conteúdo conhecidas e a política da Igreja.
Se os professores ou líderes do seminário e do instituto tiverem perguntas que não sejam respondidas por essas diretrizes, consulte a seção 38.8.11, “Materiais com direitos autorais”, Manual Geral: Servir em A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
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Música
A música, especialmente os hinos da Igreja, pode ter um papel importante em ajudar os alunos a sentir a influência do Espírito Santo durante o aprendizado do evangelho. No prefácio do hinário da Igreja, a Primeira Presidência declarou: “A música inspiradora é parte essencial de nossas reuniões na Igreja. Os hinos atraem o Espírito do Senhor, criam um clima de reverência, unificam-nos como membros e nos proporcionam um meio de louvar ao Senhor.
Alguns dos maiores sermões são pregados através do cântico de hinos. Os hinos induzem-nos ao arrependimento e às boas obras, fortalecem o testemunho e a fé, confortam os deprimidos, consolam os que choram e inspiram-nos a perseverar até o fim” (Hinos, p. ix). O presidente Dallin H. Oaks ensinou: “Pergunto-me se estamos utilizando adequadamente esse recurso enviado pelos céus em nossas reuniões, em nossas aulas e em nosso lar. (…)
Nossa música sacra é uma grande preparação para a oração e para o ensino do evangelho” (“Adoração por meio da música”, A Liahona, janeiro de 1995, pp. 9, 11). O professor deve ajudar os alunos a entender a importância da música na adoração e como ela pode contribuir para uma atmosfera em que o Espírito possa atuar de maneira mais eficaz.
Estas são algumas maneiras de o professor utilizar a música para enriquecer a experiência dos alunos no aprendizado do evangelho:
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Colocar músicas inspiradoras no momento de os alunos chegarem em classe ou tocá-las durante a aula enquanto eles estiverem ocupados com um exercício escrito.
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Incentivar os alunos a se envolverem de coração quando a classe cantar hinos em conjunto.
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Durante a aula, utilizar um hino ou uma estrofe de um hino diretamente ligado à matéria ensinada para recapitular um princípio do evangelho ou como fonte de mais ideias. No final do hinário, há um índice de escrituras e um índice por assunto que podem ser úteis.
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Criar situações em que a leitura da letra de um hino ajude a fortalecer o testemunho dos alunos ou os ajude a expressar seu testemunho das doutrinas e dos princípios do evangelho.
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Convidar alunos a apresentarem números musicais apropriados em aula.
Ao tomar decisões sobre o uso de música na sala de aula para qualquer finalidade (como música de fundo, domínio doutrinário ou memorização), é importante lembrar a seguinte advertência do élder Boyd K. Packer: “Houve vários esforços de vincular os temas sagrados do evangelho à música moderna, na esperança de atrair nossos jovens para a mensagem. (…) Não sei como isso pode ser feito e resultar em aumento da espiritualidade. Acho que isso não é possível” (That All May Be Edified, 1982, p. 279). Em última instância, cabe ao professor a responsabilidade de certificar-se de que as músicas utilizadas em aula estejam em harmonia com os padrões da Igreja e não sejam de maneira alguma ofensivas ao Espírito do Senhor.
Conselhos e advertências gerais
Embora seja perfeitamente adequado querer criar um bom relacionamento com os alunos, o desejo de receber elogios, se não for reconhecido e controlado, pode fazer com que o professor se importe mais com o que os alunos pensam a seu respeito do que com seu papel de ajudar os alunos a aprender e a progredir. Isso com frequência leva os professores a empregar métodos destinados a promover sua imagem aos olhos dos alunos em vez de empregar métodos que criem um ambiente propício ao Espírito Santo. O professor que cai nessa armadilha comete artimanha sacerdotal, pois coloca a si mesmo “como uma luz para o mundo, a fim de obter lucros e louvor do mundo” (2 Néfi 26:29). O professor deve ter cuidado para não utilizar o humor, as histórias pessoais nem quaisquer outros métodos didáticos com o intuito de entreter ou impressionar os alunos nem de ser elogiado por eles. Ao contrário, todos os educadores religiosos devem se dedicar a dar glória ao Pai Celestial e a levar seus alunos a se achegar a Jesus Cristo.
O presidente Howard W. Hunter ensinou: “Tenho certeza de que vocês reconhecem o perigo que há em conquistar tanta influência e ser tão persuasivo que seus alunos se tornem leais a vocês e não ao evangelho. Bem, que maravilha é se ver diante de um problema assim! (E esperamos que todos vocês, professores, sejam tão carismáticos assim.) Mas nisso há um perigo verdadeiro. É por isso que vocês precisam incentivar seus alunos a mergulharem nas escrituras em vez de apenas falar delas e lhes apresentar sua interpretação. É por isso que vocês precisam convidar seus alunos a sentir o Espírito do Senhor, e não só lhes dar sua impressão pessoal a respeito do assunto. É por isso, principalmente, que vocês precisam convidar seus alunos a se achegar diretamente a Cristo, e não só lhes ensinar Suas doutrinas apesar da grande habilidade que possuem. Nem sempre vocês estarão presentes quando seus alunos precisarem. Vocês não estarão ao lado deles depois que eles terminarem o Ensino Médio ou a faculdade. E vocês não precisam de seus próprios discípulos” (“Eternal Investments”, Uma autoridade geral fala a nós, 10 de fevereiro de 1989, p. 2).
Estes outros conselhos e advertências são pertinentes a vários métodos e situações de ensino:
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O uso de competição. O professor deve ter cuidado com o uso das competições em sala de aula, principalmente quando as competições são um a um, entre os alunos. A competição pode causar discórdia, desânimo, expor os alunos ao ridículo, causar constrangimento e fazer com que o Espírito Se retire.
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Repreensão ou comentários negativos. O professor deve ser sábio na hora de expressar decepção com a atitude da classe ou de um aluno específico. A maioria dos alunos já tem algum tipo de sentimento de inadequação e tem a necessidade de ser elogiada e incentivada, e não de ver suas falhas salientadas.
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Sarcasmo. Quer venha do professor ou de um aluno para o outro, o sarcasmo quase sempre é negativo e destrutivo, e pode expor os alunos ao ridículo e fazer com que percam o Espírito.
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Linguagem e interação imprópria. O professor não deve gritar nem discutir (brigar) com os alunos. O uso de palavrões e de linguagem vulgar é inaceitável nos ambientes de ensino religioso.
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Uso de força física. O professor não deve jamais usar sua força física ou seu tamanho para intimidar um aluno ou obrigá-lo a se comportar. Mesmo de brincadeira, o contato físico pode gerar mal-entendidos ou acabar se transformando em algo sério. O professor só deve usar da força física com um aluno quando isso for necessário para proteger outro aluno.
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O uso do masculino e do feminino nas escrituras. O professor deve estar ciente e estar alerta ao uso do masculino e do feminino na linguagem das escrituras. Algumas escrituras são fraseadas no masculino devido à natureza do idioma original. O professor deve lembrar aos alunos que alguns termos masculinos se aplicam a homens e mulheres. Quando foi dito a Adão que “todos os homens, em todos os lugares, devem arrepender-se” (Moisés 6:57), não há dúvida de que o Senhor Se referia a homens e mulheres. Em outros momentos, a forma masculina é empregada em seu sentido específico e restrito. Por exemplo, os membros da Trindade são homens, e as referências aos deveres do sacerdócio se aplicam aos homens.