Lição 7
O Poder de Cura do Perdão
Objetivo
Ajudar os alunos a sentirem a paz que recebemos ao perdoar uns aos outros e incentivá-los a cultivar em casa a disposição para perdoar.
Preparação
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Ao preparar-se para ensinar, procure meios de utilizar os princípios relacionados na seção “Responsabilidades do Professor”. (Páginas ix–xi deste manual)
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Leia os subtítulos em negrito. Eles formam um esboço das doutrinas e princípios da lição. Pondere essas doutrinas e princípios durante a semana como parte de sua preparação, empenhando-se em conseguir a orientação do Espírito para decidir o que deve salientar para atender às necessidades dos alunos.
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Lembre aos alunos de levarem o guia de estudos do curso de Relacionamento Conjugal e Familiar Guia de Estudo do Participante para a classe. Para eles, será proveitoso consultar o guia durante a aula.
Observação: Ao dar esta aula, tenha bastante tato no que se refere à situação individual dos alunos. Caso eles façam perguntas quanto a como buscar o perdão ou perdoar em caso de problemas familiares graves (como, por exemplo, abuso, maus-tratos ou infidelidade) incentive-os com todo o tato a conversar asós com o bispo.
Sugestões para o Desenvolvimento da Lição
Entre marido e mulher, o espírito de perdão contribui para que haja paz e um sentimento de confiança e segurança.
Leia a seguinte história contada pelo Élder Hugh W. Pinnock, dos Setenta:
“Havia um casal (…) que se casara em uma idade mais madura. A mulher já fora casada anteriormente, mas era o primeiro casamento do marido. Depois devários meses de felicidade conjugal, houve um desentendimento sério e o marido ficou tão magoado que não conseguia realizar suas tarefas diárias.
Ainda abalado pelo impacto desse confronto, ele fez uma pausa para analisar o problema e percebeu que, ao menos em parte, era responsável pelo que acontecera. Ele procurou a mulher e, gaguejando, repetiu várias vezes: “Perdoeme, querida”. A mulher irrompeu em lágrimas, admitindo que, em grande parte, ela fora culpada e pediu perdão. Enquanto os dois estavam abraçados, ela confessou que nunca pedira perdão anteriormente e que agora sabia que no futuro conseguiriam resolver qualquer problema. Ela sentiu-se segura pois sabia que os dois eram capazes de dizer ‘perdoe-me’ e ‘eu perdôo’. (“Making Marriage Work”, Ensign, setembro de 1981, pp. 36–37.)
Compare essa história com o que o Presidente Gordon B. Hinckley conta de uma entrevista que fez com um casal que estava passando por uma fase difícil do casamento. (Relacionamento Conjugal e Familiar Guia de Estudo do Participante, p.26.) “Não faz muito tempo conversei longamente com um casal, no meu escritório. Havia entre eles grande rancor. Eu sei que houve tempo em que seu amor fora profundo e verdadeiro, mas cada um tinha desenvolvido o hábito de mencionar as faltas do outro. Sem disposição para perdoar o tipo de erros que todos nós cometemos, e sem vontade de esquecê-los, vivendo acima deles e sendo tolerantes, ficaram achando faltas um no outro, até que o amor que antes sentiam desvaneceu, virando cinzas e terminando num divórcio sem motivo aparente. Hoje só restam a solidão e as recriminações. Tenho a certeza de que se tivesse havido um mínimo de arrependimento e perdão, eles ainda estariam juntos, gozando do companheirismo que tanto havia enriquecido seus primeiros anos de casados.” (“De Vós Se Requer que Perdoeis”, A Liahona, novembro de 1991, p. 5)
• O que esses dois exemplos ensinam?
Diga que esta lição aborda a necessidade de pedir perdão e de perdoar um ao outro. Saliente que marido e mulher conseguem superar muitos problemas conjugais quando se empenham em cultivar a disposição para perdoar no casamento. Ao fazê-lo, eles perceberão que é verdadeira a promessa que o Presidente Gordon B. Hinckley fez às pessoas que se perdoassem mutuamente: “Sentirão no coração uma paz que, de outra forma, seria inatingível”. (A Liahona, novembro de 1991, p. 5)
O marido e a mulher deveriam pedir perdão um ao outro para as suas faltas e empenhar-se sinceramente em melhorar.
• Por que é importante que marido e mulher peçam perdão um ao outro para as próprias faltas?
• Por que, às vezes, é difícil pedir perdão? (Uma das respostas possíveis é que o egoísmo e o orgulho atrapalham; outra, é que, às vezes, colocamos a culpa de nossos problemas em outra pessoa.)
• Como podemos conseguir a coragem para pedir perdão a outra pessoa?
Saliente que quando estamos tentando ser perdoados, é importante que nos empenhemos sinceramente em mudar e, se necessário, em arrepender-nos de nossos pecados. Não basta meramente demonstrar remorso pelo que fizemos; temos de empenhar-nos em merecer que as outras pessoas e o Senhor nos perdoem.
• Quais são os perigos de tentar ser perdoado, mas não nos esforçarmos para melhorar?
Ao concluir esta parte da lição, sugere-se que você conte uma destas histórias verdadeiras, ou as duas:
Depois de passar a noite em companhia da mulher e de alguns amigos, certo homem percebeu que ela estava estranhamente quieta. Ele perguntou-lhe se havia algo de errado, e ela disse que em vários momentos se sentira envergonhada e magoada porque ele contara certas histórias com a intenção de atingi-la. A princípio, ele se defendeu, dizendo que estava só brincando, que tudo o que queria era que todos se divertissem e que ela estava exagerando; entretanto, no decorrer da conversa, percebeu que a magoara mesmo. Ele ficou muito pesaroso ao perceber que com sua tagarelice, muitas vezes envergonhara a mulher. Pediu desculpas e prometeu não voltar a envergonhá-la. Ele cumpriu a promessa: a partir desse dia passou a encontrar maneiras de elogiá-la sinceramente na presença de outras pessoas.
Certo homem envolveu-se com a pornografia quando era adolescente e mesmo depois de casar-se e ter filhos não a abandonou. Estava desanimado porque não sabia o que poderia fazer para mudar. Por fim, orou diligentemente pedindo ajuda, humilhou-se e começou a estudar a vida e os ensinamentos do Salvador. Ao passar a compreender melhor as bênçãos que a Expiação do Salvador proporciona, percebeu que era possível mudar o próprio comportamento. Viu que esse vício estava destruindo-o, bem como ao seu casamento e família. Com o seu recém-adquirido entendimento da missão de Jesus Cristo, conseguiu fazer as mudanças necessárias para salvar seu casamento.
Leia ou repita a seguinte declaração feita pelo Élder Spencer W. Kimball, na época em que pertencia ao Quórum dos Doze Apóstolos:
”Para todo perdão existe uma condição. O curativo precisa ser tão amplo quanto a ferida. O jejum, as orações e a humildade devem ser iguais ou maiores do que o pecado. Precisa haver um coração quebrantado e um espírito contrito. Precisa haver pano de ‘saco e cinza’. Precisa haver lágrimas e uma mudança genuína no coração. Precisa haver a consciência do pecado, o abandono do mal, a confissão do erro às devidas autoridades do Senhor. Precisa haver restituição e uma mudança comprovada e decidida de atitudes, direção e destino. As condições precisam ser controladas e as companhias corrigidas ou mudadas. As vestes precisam ser lavadas até ficarem brancas, e precisa haver uma nova consagração e devoção à vivência de todas as leis de Deus. Em resumo, a pessoa precisa superarse a si mesma, ao pecado e ao mundo.” (O Milagre do Perdão, 1999, p. 353.)
O marido e a mulher deveriam empenhar-se em perdoar um ao outro.
Saliente que além de nos empenharmos em conseguir o perdão para os pecados e erros que cometemos, temos de estar sempre dispostos a perdoar. Às vezes, ofendemo-nos com coisas sem importância que outras pessoas fazem, mas o Senhor ordenou que perdoássemos uns aos outros. Leia Doutrina e Convênios 64:8–10 e Mateus 6:14–15 com os alunos.
• Como o casamento se fortalece quando o marido e a mulher estão dispostos a perdoar um ao outro?
O Presidente Gordon B. Hinckley aconselhou: “Se houver alguém que guarde no coração o veneno da inimizade, rogo a essa pessoa que peça ao Senhor que lhe dê forças para perdoar. A expressão desse desejo será a própria substância de seu arrependimento. Pode não ser fácil e não acontecer rapidamente, mas se o procurarem e cultivarem sinceramente, ele virá. (…) Sentirão no coração uma paz que, de outra forma, seria inatingível”. (A Liahona, novembro de 1991, p. 5; ver também Relacionamento Conjugal e Familiar Guia de Estudo do Participante, p. 26.)
• Por que às vezes é difícil perdoar? (Algumas das respostas possíveis são que as pessoas tentam agir de modo a não serem magoadas novamente, acham que perdoando estarão sendo complacentes com atos nocivos, ou que é difícil perdoar alguém que não esteja fazendo nada para abandonar o mau comportamento.)
• Que perigo o marido e a mulher correm quando se recusam a perdoar?
• Como o perdão abençoa as pessoas que o recebem? Como ser perdoadas pelos outros ajuda as pessoas a mudarem de comportamento?
• Como a disposição para perdoar abençoa quem concede o perdão?
Sugira que, quando sentirmos que alguém nos ofendeu, perguntemo-nos como o Salvador gostaria que reagíssemos. O Presidente Howard W. Hunter, 14º Presidente da Igreja, aconselhou: Devemos pensar mais nas coisas sagradas e agir mais de acordo com o que o Salvador espera de Seus discípulos. Devemos perguntar-nos sempre: “O que Jesus faria”? e depois ter mais coragem de agir conforme a resposta. (A Liahona, janeiro de 1995, p. 97.)
Leia o seguinte conselho do Presidente Joseph F. Smith, sexto presidente da Igreja:
”Todos temos nossas fraquezas e falhas. Às vezes o marido vê uma falha na mulher e ralha com ela. Às vezes a mulher sente que o marido não fez exatamente a coisa certa e o censura. Que bem há nisso? Não seria melhor perdoar? Não seria melhor ter caridade? Não seria melhor demonstrar amor? Não seria melhor deixar de apontar defeitos, deixar de ampliar as fraquezas por insistirmos em falar a respeito delas? Não seria melhor? Acaso a união que foi solidificada entre vocês pelo nascimento de filhos e pelos laços do novo e eterno convênio não se tornaria mais firme se vocês parassem de mencionar as fraquezas e faltas um do outro? Não seria melhor esquecê-las e nada dizer a respeito delas, enterrá-las e falar somente a respeito das coisas boas que conhecem e sentem, um para o outro, e assim enterrar as faltas um do outro em vez de ampliá-las? Não seria melhor assim?” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph F. Smith, pp. 180–181.)
Conclusão
Leia ou repita esta declaração do Élder Spencer W. Kimball:
“Que alívio! Que conforto! Que alegria! Aqueles sobrecarregados de transgressões, tristezas e pecados podem ser perdoados e purificados se retornarem ao Senhor, aprenderem com Ele e guardarem Seus mandamentos. E todos nós que precisamos nos arrepender das tolices e fraquezas diárias, podemos igualmente partilhar desse milagre”. (O Milagre do Perdão, 1999, p. 368.)
Seguindo a orientação do Espírito, preste testemunho de que, quando marido e mulher perdoam as faltas um do outro, encontram a paz, passam a ser mais unidos e a ter mais capacidade para enfrentar os problemas do casamento e da paternidade. Peça aos alunos que cultivem no lar a disposição para perdoar.
Indique as páginas 25–27 do guia de estudos do curso de Relacionamento Conjugal e Familiar Guia de Estudo do Participante e incentive os alunos a recapitularem os princípios e doutrinas desta lição (1) colocando em prática no mínimo uma das idéias da seção “Sugestões de Aplicação” e (2) lendo o artigo “De Vós É Exigido que Perdoeis”, escrito pelo Presidente Gordon B. Hinckley. Saliente que os casados podem beneficiar-se muito lendo juntos os artigos do guia de estudos e conversando sobre eles.
Lembre os alunos de trazerem o guia de estudos na próxima aula.