Capítulo 46
O Martírio: O Profeta Sela Seu Testemunho com Seu Próprio Sangue
“[Ele] viveu grandiosamente e morreu grandiosamente aos olhos de Deus e de seu povo.”
Da Vida de Joseph Smith
O inverno e a primavera de 1843–1844 foram um momento de grande tensão em Nauvoo, quando os inimigos de Joseph Smith aumentaram seus esforços no intuito de matá-lo e destruir a Igreja. Sabendo que seu ministério mortal em breve chegaria ao fim, o Profeta reuniu-se freqüentemente com os membros do Quórum dos Doze Apóstolos para instruí-los e dar-lhes as chaves do sacerdócio necessárias para governar a Igreja. Esses preparativos culminaram em uma reunião com os Apóstolos e algumas pessoas mais chegadas em março de 1844. Nesse extraordinário conselho, o Profeta encarregou os Doze de governarem a Igreja após sua morte, explicando que havia conferido a eles todas as ordenanças, autoridade e chaves necessárias para fazê-lo. “Transfiro o fardo e a responsabilidade de conduzir esta Igreja de meus ombros para os seus”, declarou ele. “Portanto, assumam a responsabilidade como homens, já que o Senhor me deixará descansar um pouco.”1
Em 10 de junho de 1844, Joseph Smith, que era prefeito de Nauvoo, e o conselho municipal de Nauvoo ordenaram a destruição do jornal Nauvoo Expositor e da prensa na qual ele era impresso. O Nauvoo Expositor era um jornal antimórmon que caluniava o Profeta e outros santos e exigia a revogação da carta constitucional de Nauvoo. As autoridades municipais temiam que essa publicação incitasse as turbas a agirem. Como resultado da ação tomada pelo prefeito e o conselho da cidade, as autoridades do Estado de Illinois acusaram injustificadamente de tumulto o Profeta, seu irmão Hyrum e outros líderes municipais de Nauvoo. Thomas Ford, o governador de Illinois, ordenou que esses homens fossem julgados em Carthage, Illinois, sede do Condado, e prometeu-lhes proteção. Joseph sabia que se fosse para Carthage, sua vida estaria em grande perigo por causa das turbas que o ameaçavam.
Acreditando que as turbas queriam apenas eles, Joseph e Hyrum decidiram partir para o oeste a fim de preservarem sua vida. Em 23 de junho, eles cruzaram o rio Mississipi, mas naquele mesmo dia, alguns irmãos de Nauvoo encontraram o Profeta e lhe disseram que as tropas invadiriam a cidade se ele não se entregasse para as autoridades de Carthage. O Profeta concordou em fazê-lo, esperando acalmar tanto as autoridades governamentais como as turbas. Em 24 de junho, Joseph e Hyrum Smith despediram-se de suas famílias e cavalgaram com outros líderes municipais de Nauvoo até Carthage, entregando-se voluntariamente aos oficiais do Condado em Carthage, no dia seguinte. Depois que os irmãos foram libertados sob fiança da acusação inicial, foram falsamente acusados de traição contra o Estado de Illinois, presos e encarcerados na Cadeia de Carthage para aguardar uma audiência. Os Élderes John Taylor e Willard Richards, os únicos membros dos Doze que não estavam na época servindo em uma missão, juntaram-se a eles voluntariamente.
Na tarde do dia 27 de junho de 1844, o pequeno grupo de irmãos estava em silêncio, desconsolados, na cadeia. Um deles pediu ao Élder Taylor, que tinha uma bela voz de tenor, que cantasse para eles. Ele ergueu a voz: “Um pobre e aflito viajor por meus caminhos ao cruzar auxílio suplicou-me e amor e eu não pude lhe negar”.2 O Élder Taylor relembrou que o hino estava “muito de acordo com nossos sentimentos na época, porque tínhamos o espírito deprimido, triste e pesado”.3
Pouco depois das cinco horas da tarde, um grande grupo armado invadiu a cadeia, disparando suas armas nos homens que nela estavam. Em poucos minutos, a tragédia estava consumada. Hyrum Smith foi atingido primeiro e morreu quase imediatamente. O Élder Richards milagrosamente sofreu apenas um ferimento superficial; e o Élder Taylor, embora gravemente ferido, sobreviveu e mais tarde se tornou o terceiro Presidente da Igreja. O Profeta Joseph correu para a janela e recebeu um tiro fatal. O Profeta da Restauração e seu irmão Hyrum haviam selado seu testemunho com o próprio sangue.
Ensinamentos de Joseph Smith
Deus protegeu Joseph Smith até que sua missão terrena estivesse terminada.
Em agosto de 1842, Joseph Smith disse: “Meus sentimentos neste momento são que assim como o Senhor Todo-Poderoso me preservou até hoje, Ele continuará a fazê-lo, pela fé conjunta e as orações dos santos, até que eu tenha concluído plenamente minha missão nesta vida e assim estabelecido firmemente a dispensação da plenitude do sacerdócio nos últimos dias, de modo que todos os poderes da Terra e do inferno jamais possam prevalecer contra ela”.4
Em outubro de 1843, o Profeta disse: “Desafio todo o mundo a destruir a obra de Deus; e profetizo que não terão poder para matar-me até que minha obra esteja cumprida e eu esteja pronto para morrer”.5
Em maio de 1844, o Profeta disse: “Deus sempre me protegerá até que minha missão esteja cumprida”.6
Em junho de 1844, o Profeta disse: “Não dou valor à minha própria vida. Estou pronto para ser oferecido como sacrifício por este povo; pois o que podem nossos inimigos fazer? Somente matar o corpo, e seu poder acaba aí. Permaneçam firmes, meus irmãos; não tenham medo. Não procurem salvar sua vida, porque aquele que tiver medo de morrer pela verdade, perderá a vida eterna. Perseverem até o fim e seremos ressuscitados e nos tornaremos semelhantes aos Deuses e reinaremos em reinos celestiais, principados e domínios eternos”.7
Em 27 de junho de 1844, na Cadeia de Carthage, Joseph Smith escreveu uma carta apressada para Emma Smith: “Estou bastante resignado com meu destino, sabendo que estou justificado e que fiz o melhor que pude. Transmita meu amor para as crianças e todos os meus amigos (…); e quanto à traição, sei que não cometi nenhuma e eles não podem provar nem a aparência de algo desse tipo, portanto você não precisa ter medo de que algo de mal seja feito contra nós por esse motivo. Que Deus abençoe todos vocês. Amém”.8
Antes de sua morte, Joseph Smith conferiu aos Doze Apóstolos todas as chaves e poderes do sacerdócio que o Senhor havia selado sobre ele.
Wilford Woodruff, o quarto Presidente da Igreja, relembrou: “[Joseph Smith] passou o último inverno de sua vida, cerca de três ou quatro meses, com o quórum dos doze, instruindo-os. Não foram meramente algumas horas lhes ministrando as ordenanças do evangelho, mas passou dia após dia, semana após semana e mês após mês ensinando a eles e a alguns outros as coisas do reino de Deus”.9
Wilford Woodruff também disse: “Lembro-me do último discurso que [Joseph Smith] proferiu antes de sua morte. (…) De pé, fez um discurso de três horas para nós. O recinto parecia arder em chamas. Seu rosto estava claro como âmbar; e ele estava revestido do poder de Deus. Explicou nosso dever. Expôs para nós a plenitude dessa grandiosa obra de Deus; e em seu discurso, ele disse: ‘Foram selados sobre minha cabeça toda chave, poder, princípio de vida e salvação que Deus já concedeu a todo homem que viveu na face da Terra. E esses princípios e esse Sacerdócio e poder pertencem a esta grande e última dispensação que o Deus do Céu fez com que Sua mão estabelecesse na Terra’. Ele disse então, dirigindo-se aos Doze: ‘Agora selei sobre a cabeça de vocês todas as chaves, todo o poder, todo princípio que o Senhor selou sobre a minha cabeça. E continuando, disse: ‘Vivi bastante — até o presente momento — e tenho estado no meio deste povo e na grande obra e trabalho de redenção. Desejaria estar vivo para ver este templo construído. Mas jamais viverei para vê-lo, mas vocês viverão — vocês viverão’.
Depois de falar-nos assim, ele disse: ‘Digo-lhes que o fardo deste reino está agora sobre seus ombros; vocês têm de arcar com ele no mundo inteiro e, se não o fizerem, serão condenados’.”10
Os membros do Quórum dos Doze Apóstolos registraram: “Nós, os [Doze], (…) estávamos presentes a um conselho realizado no final do mês de março de [1844], na Cidade de Nauvoo. (…)
Nesse conselho, Joseph Smith parecia um pouco deprimido em espírito e tomou a liberdade de abrir seu coração para nós (…): ‘Irmãos, o Senhor me pede que apresse a obra na qual estamos engajados. (…) Uma coisa importante está para acontecer. Pode ser que meus inimigos me matem. Nesse caso, as chaves e o poder que estão comigo não serão transferidos para vocês, mas terão sido perdidos nesta Terra. Mas se eu simplesmente conseguir colocá-los sobre sua cabeça, então poderei ser vítima de mãos assassinas, se Deus assim o permitir, e partir com toda a satisfação e prazer, sabendo que minha obra está concluída e que está estabelecido o alicerce sobre o qual o reino de Deus será edificado nesta dispensação da plenitude dos tempos.
Sobre os ombros dos Doze, deste momento em diante, deve repousar a responsabilidade de guiar esta Igreja até que indiquem outros para sucedê-los. Seus inimigos não poderão matá-los todos de uma vez e, se algum de vocês for morto, poderão impor as mãos sobre outros e completar seu quórum. Assim, esse poder e essas chaves poderão ser perpetuadas na Terra.’ (…)
Nunca esqueceremos seus sentimentos ou suas palavras expressas naquela ocasião. Depois de ter dito essas coisas, ele continuou a andar pela sala, dizendo: ‘Desde que transferi o fardo de meus ombros, sinto-me leve como uma pena. Sinto-me livre. Agradeço a Deus por esse alívio’.”11
Parley P. Pratt, membro do Quórum dos Doze, escreveu: “Aquele grande e bom homem foi inspirado, antes de sua morte, a convocar os Doze, de tempos em tempos, para instruí-los em todas as coisas pertencentes ao reino, ordenanças e governo de Deus. Ele freqüentemente comentava que estava estabelecendo o alicerce, mas que caberia aos Doze concluir o edifício. Ele disse: ‘Não sei por quê; mas por algum motivo me sinto compelido a apressar meus preparativos e conferir aos Doze todas as ordenanças, chaves, convênios, investiduras e ordenanças de selamento do sacerdócio, apresentando-lhes assim um padrão de todas as coisas pertencentes ao santuário [o templo] e suas investiduras’.
Tendo feito isso, ele regozijou-se muito; porque, segundo ele, o Senhor estava prestes a colocar o fardo sobre os ombros de vocês e deixar-me descansar um pouco; e se eles me matarem, prosseguiu ele, o reino de Deus continuará em frente, porque terminei agora a obra que me foi confiada, conferindo a vocês todas as coisas para a edificação do reino de acordo com a visão e o padrão celestes que me foram mostrados do céu.”12
Brigham Young, o segundo Presidente da Igreja, ensinou: “Joseph conferiu sobre nossa cabeça todas as chaves e poderes pertencentes ao Apostolado, o qual ele mesmo possuía antes de ser levado de nosso meio, e nenhum homem ou grupo de homens pode interpor-se entre Joseph e os Doze, seja neste mundo ou no mundo vindouro. Joseph freqüentemente disse aos Doze: ‘Estabeleci os alicerces mas vocês é que devem construir sobre eles, pois o reino está sobre seus ombros’”.13
O Profeta Joseph Smith e seu irmão Hyrum viveram grandiosamente e morreram grandiosamente por seu testemunho do evangelho.
Conforme está registrado em Doutrina e Convênios 135:1–6, John Taylor, enquanto servia como membro do Quórum dos Doze, escreveu: “Para selar o testemunho deste livro e do Livro de Mórmon, anunciamos a morte de Joseph Smith, o Profeta, e de Hyrum Smith, o Patriarca. Foram eles assassinados na cadeia de Carthage, no dia 27 de junho de 1844, perto das cinco horas da tarde, por uma turba composta de 150 a 200 pessoas armadas e pintadas de negro. Hyrum foi atingido primeiro e caiu calmamente, exclamando: Sou um homem morto! Joseph Smith saltou da janela e foi morto a tiros na tentativa, exclamando: Ó Senhor meu Deus! Depois de mortos, ambos foram brutalmente baleados, recebendo cada um quatro balas.
John Taylor e Willard Richards, dois dos Doze, eram as únicas pessoas que estavam no local na ocasião; o primeiro foi ferido de maneira selvagem, com quatro balas, mas recuperou-se; o último, pela providência de Deus escapou sem mesmo um furo em sua roupa.
Joseph Smith, o Profeta e Vidente do Senhor, com exceção apenas de Jesus, fez mais pela salvação dos homens neste mundo do que qualquer outro homem que jamais viveu nele. No curto espaço de vinte anos trouxe à luz o Livro de Mórmon, que traduziu pelo dom e poder de Deus, e foi o instrumento de sua publicação em dois continentes; enviou a plenitude do evangelho eterno, que o livro continha, aos quatro cantos da Terra; trouxe à luz as revelações e mandamentos que compõem este livro de Doutrina e Convênios e muitos outros sábios documentos e instruções para o benefício dos filhos dos homens; reuniu muitos milhares de santos dos últimos dias, fundou uma grande cidade e deixou fama e nome que não podem ser destruídos. Viveu grandiosamente e morreu grandiosamente aos olhos de Deus e de seu povo; e como a maior parte dos ungidos do Senhor na antigüidade, selou sua missão e suas obras com o próprio sangue; o mesmo fez seu irmão Hyrum. Em vida não foram divididos e na morte não foram separados!
Quando Joseph foi a Carthage para entregar-se às pretensas exigências da lei, dois ou três dias antes de seu assassinato, ele disse: ‘Vou como um cordeiro para o matadouro; mas estou calmo como uma manhã de verão; tenho a consciência limpa em relação a Deus e em relação a todos os homens. Morrerei inocente e ainda se dirá de mim: foi assassinado a sangue frio’. — Naquela mesma manhã, depois de Hyrum preparar-se para partir — dir-se-á, para a chacina? sim, pois assim aconteceu — ele leu o seguinte parágrafo, quase no fim do capítulo doze de Éter, no Livro de Mórmon, e dobrou a página para marcá-la:
E aconteceu que eu orei ao Senhor a fim de que ele desse graça aos gentios, para que tenham caridade. E aconteceu que o Senhor me disse: Se eles não têm caridade, a ti isso não importa; tu tens sido fiel; portanto tuas vestes se tornarão limpas. E porque viste a tua fraqueza, serás fortalecido até que te sentes no lugar que preparei nas mansões de meu Pai. E agora (…) despeço-me dos gentios, sim, e também de meus irmãos a quem amo, até que nos encontremos perante o tribunal de Cristo, onde todos os homens saberão que minhas vestes não estão manchadas com o vosso sangue [Éter 12:36–38]. Os testadores agora estão mortos e seu testamento está em vigor.
Hyrum Smith fez quarenta e quatro anos em fevereiro de 1844 e Joseph Smith fez trinta e oito em dezembro de 1843; e de agora em diante seus nomes serão incluídos entre os mártires da religião; e os leitores de todas as nações lembrar-se-ão de que o surgimento do Livro de Mórmon e deste livro de Doutrina e Convênios da igreja para a salvação de um mundo arruinado custou o melhor sangue do século dezenove; e de que, se o fogo consegue queimar uma árvore verdejante para a glória de Deus, quão facilmente não queimará as árvores secas para purificar a vinha de corrupção! Eles viveram pela glória; eles morreram pela glória; e a glória é sua eterna recompensa. De geração em geração, seus nomes passarão à posteridade como jóias para os santificados.”14
Joseph Smith cumpriu sua missão terrena e selou seu testemunho com o próprio sangue.
Brigham Young declarou: “Embora o inimigo tivesse poder para matar nosso profeta, ou seja, matar seu corpo, ele não cumpriu tudo que estava em seu coração para ser cumprido em seus dias? Sim, ele cumpriu, tenho certeza disso”.15
Brigham Young também ensinou: “Quem livrou Joseph Smith das mãos de seus inimigos até o dia de sua morte? Foi Deus, mesmo tendo-se visto diante da morte por diversas vezes, sem qualquer chance de escapar do ponto de vista humano. Quando Joseph estava na cadeia no Missouri e ninguém esperava que conseguisse livrar-se das mãos dos inimigos, minha fé era tão grande quanto a de Abraão ao dizer aos irmãos: ‘Assim como vive o Senhor, ele conseguirá escapar de suas mãos’. Embora ele tivesse profetizado que não viveria até os quarenta anos de idade, todos acalentávamos a esperança de que essa profecia fosse falsa e que o teríamos para sempre junto de nós. Pensávamos que nossa fé superaria a profecia, mas estávamos enganados, e ele tombou como mártir de sua religião. Eu disse: ‘Tudo bem; agora o testemunho está em vigor, pois ele o selou com seu sangue’”.16
Wilford Woodruff testificou: “Eu costumava ter um sentimento estranho a respeito da morte dele e de como sua vida foi tirada. Senti que se (…) Joseph pudesse ter o seu desejo concedido, ele teria sido um pioneiro a caminho das Montanhas Rochosas. Mas desde aquela época me conformei plenamente com o fato de que aquilo aconteceu de acordo com os planos, que foi algo exigido dele, como cabeça desta dispensação, que ele devia selar seu testemunho com o próprio sangue e depois ir para o mundo espiritual, possuindo as chaves desta dispensação para dar início à missão que agora está sendo realizada pela pregação do Evangelho aos ‘espíritos em prisão’”.17
Joseph F. Smith, o sexto Presidente da Igreja, ensinou: “O que o martírio [de Joseph e Hyrum Smith] nos ensina? A grande lição de que ‘onde há testamento, é necessário que intervenha a morte do testador’ (Hebreus 9:16) para que ele tenha força. Além disso, que o sangue dos mártires é realmente a semente da Igreja. O Senhor permitiu o sacrifício para que o depoimento daqueles homens virtuosos e justos fosse uma testemunha contra este mundo perverso e injusto. E também, eles foram um exemplo do maravilhoso amor mencionado pelo Redentor: ‘Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos’. (João 15:13.) Eles manifestaram esse maravilhoso amor para os santos e para o mundo; porque ambos tinham consciência e expressaram sua convicção, antes de começarem sua jornada para Carthage, de que estavam indo para sua morte. (…) Sua coragem, sua fé, seu amor pelas pessoas não tinham limites, e eles deram tudo o que tinham por seu povo. Essa devoção e amor não deixou dúvida na mente daqueles que desfrutavam da companhia do Santo Espírito de que aqueles homens bons e verdadeiros eram realmente servos autorizados do Senhor.
Esse martírio sempre foi uma inspiração para o povo do Senhor. Ajudou-os em suas provações individuais; deu-lhes coragem para seguir um curso de retidão e para conhecer e viver a verdade, e precisa ser considerado sagrado na lembrança dos santos dos últimos dias que aprenderam as grandes verdades que Deus revelou por intermédio de Seu servo Joseph Smith.”18
George Albert Smith, o oitavo Presidente da Igreja, declarou: “Joseph Smith realizou sua missão; e, quando chegou o momento de enfrentar a morte face a face, ele disse: ‘Vou como um cordeiro para o matadouro; mas estou calmo como uma manhã de verão; tenho a consciência livre em relação a Deus e em relação a todos os homens. Se eles tirarem minha vida, morrerei como um homem inocente, e meu sangue clamará da terra por vingança, e ainda se dirá de mim: “Foi assassinado a sangue frio”’ [ver D&C 135:4]. Ele não teve medo de apresentar-se perante o agradável tribunal de nosso Pai no céu e prestar contas das ações que realizou no corpo. Não teve medo de enfrentar a acusação feita contra ele, de que estava enganando o povo e lidando injustamente com eles. Não teve medo do resultado da missão de sua vida e do triunfo final da obra que ele sabia ser de origem divina e pela qual deu a própria vida”.19
Gordon B. Hinckley, o décimo quinto Presidente da Igreja, testificou: “Tal era [a certeza que Joseph Smith tinha] da causa que conduzia e tamanha a segurança em seu chamado divino, que lhes deu mais valor que à própria vida. Tendo presciência de sua morte iminente, entregou-se àqueles que o abandonariam indefeso nas mãos do populacho. Selou seu testemunho com o próprio sangue”.20
Sugestões para Estudo e Ensino
Pondere sobre estas idéias ao estudar o capítulo ou ao preparar-se para ensinar. Para ajuda adicional, ver páginas vii–xii.
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Pouco antes de Joseph e Hyrum Smith serem mortos, o Élder John Taylor cantou “Um Pobre e Aflito Viajor” (página 556). Leia a letra ou cante esse hino (Hinos, no 15) e pense em como ele se relaciona com a vida do Profeta Joseph Smith. Por que era um hino muito adequado à situação em que estavam?
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Estude as declarações que testificam que Joseph Smith conferiu as chaves do sacerdócio aos Doze Apóstolos (páginas 558–561). Por que você acha que os Apóstolos sentiram que era importante testificar a respeito daquelas experiências? Qual é seu testemunho da sucessão na Presidência da Igreja?
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Estude o relato de John Taylor a respeito do martírio de Joseph e Hyrum Smith (páginas 561–562). Como você defenderia a declaração de que Joseph Smith, “com exceção apenas de Jesus, fez mais pela salvação dos homens neste mundo do que qualquer outro homem que jamais viveu nele”? Antes de ir para a Cadeia de Carthage, Hyrum leu Éter 12:36–38 e dobrou a página para marcá-la. De que modo essa passagem se aplica a Joseph e Hyrum? Quais são seus sentimentos ao pensar no sacrifício feito por Joseph e Hyrum Smith pelo testemunho que tinham de Jesus Cristo?
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Leia o testemunho dos profetas modernos nas páginas 563–565. Que palavras de gratidão e testemunho você pode acrescentar às deles?
Escrituras Correlatas: Hebreus 9:16–17; D&C 5:21–22; 98:13–14; 112:30–33; 136:37–40