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Capítulo 2: O Profeta Vivo: O Presidente da Igreja


Capítulo 2

O Profeta Vivo: O Presidente da Igreja

Introdução

O Presidente da Igreja preside todos os quóruns do sacerdócio e os membros da Igreja de maneira geral. O Presidente James E. Faust (1920–2007), da Primeira Presidência, explicou: “Ele é o apóstolo sênior na Terra. Foi ordenado e designado como o profeta, vidente e revelador para o mundo. Foi apoiado como Presidente da Igreja. Ele é o sumo sacerdote presidente de todo o sacerdócio da Terra. Apenas ele tem todas as chaves do reino e a autoridade para usá-las além do Senhor Jesus Cristo, que é o Cabeça desta Igreja e a principal pedra de esquina” (“Revelação Contínua”, A Liahona, agosto de 1996, p. 4).

O Élder Mark E. Petersen (1900–1984), do Quórum dos Doze Apóstolos, testificou que o profeta vivo é o porta-voz do Senhor para a Igreja e o mundo: “As pessoas que não são membros desta Igreja podem não ter noção do enorme significado do ministério do profeta. Alguns santos dos últimos dias, da mesma forma, ainda não descobriram isso. Mas o Presidente da Igreja é de fato um profeta, levantado nestes últimos dias para dar orientação inspirada, não somente para os membros da Igreja, mas para toda a humanidade em todos os lugares” (“A People of Sound Judgment” [Um Povo Sensato], Ensign, julho de 1972, p. 40).

Um estudo meticuloso deste capítulo vai aumentar sua admiração pelo Presidente da Igreja e pelas chaves de autoridade do sacerdócio que ele possui e ajudá-lo a entender como os que dão ouvidos a seus conselhos vivem em segurança.

Comentários

2.1

O Profeta Vivo Possui Todas as Chaves do Sacerdócio

O Presidente Boyd K. Packer (1924–2015), do Quórum dos Doze Apóstolos, contou uma experiência na qual o Presidente Spencer W. Kimball (1895–1985) declarou que ele, o Presidente da Igreja, possuía as chaves do sacerdócio:

“Em 1976, após uma conferência em Copenhague, na Dinamarca, o Presidente Spencer W. Kimball convidou-nos a ir até uma pequena igreja para ver as estátuas de Cristo e dos Doze Apóstolos de Bertel Thorvaldsen. O Christus se ergue em um nicho acima do altar. Dispostos em sequência, nas laterais da capela, encontravam-se as estátuas dos Doze, com Paulo substituindo Judas Iscariotes.

O Presidente Kimball disse ao velho zelador que, na mesma época em que Thorvaldsen criava aquelas lindas esculturas na Dinamarca, a restauração do evangelho de Jesus Cristo ocorria nos Estados Unidos e apóstolos e profetas recebiam a autoridade daqueles que a possuíram na Antiguidade.

Reunindo os presentes junto de si, ele disse ao zelador: ‘Nós somos apóstolos vivos do Senhor Jesus Cristo’ e, indicando Élder Pinegar, disse: ‘Este homem aqui é um setenta como aqueles mencionados no Novo Testamento’.

Estávamos em pé ao lado da estátua de Pedro, a quem o escultor retratara com chaves nas mãos, simbolizando as chaves do reino. O Presidente Kimball disse: ‘Nós possuímos as verdadeiras chaves, como Pedro possuía, e as usamos todos os dias’.

Então, tive uma experiência de que nunca me esquecerei. O Presidente Kimball, aquele profeta tão manso, voltou-se para o Presidente Johan H. Benthin, da Estaca Copenhague e, com voz imperativa, disse: ‘Quero que diga a todos os prelados [líderes religiosos] da Dinamarca que eles não possuem as chaves! Eu possuo as chaves!

O que ocorreu comigo foi uma experiência conhecida dos santos dos últimos dias, porém difícil de ser descrita a alguém que ainda não a tenha vivenciado — uma luz, um poder atravessando a alma — e eu sabia que, indiscutivelmente, ali estava o profeta vivo que possuía as chaves” (“O Escudo da Fé, A Liahona, julho de 1995, pp. 7–8).

O profeta possui os poderes, os dons e as bênçãos que o qualificam para atuar em qualquer ofício da Igreja (ver D&C 46:29; 107:91–92). O Élder Bruce R. McConkie (1915–1985), do Quórum dos Doze Apóstolos, mostrou quais são as responsabilidades do Presidente da Igreja, o profeta vivo:

“Ele é o cabeça do reino de Deus na Terra, o comandante supremo da Igreja, o ‘presidente do sumo sacerdócio da Igreja; ou, em outras palavras, o Sumo Sacerdote Presidente do Sumo Sacerdócio da Igreja’ (D&C 107:65–66). Seu dever é ‘presidir toda a Igreja’ (D&C 107:91).

Ele é o único homem na Terra hoje em dia que pode tanto possuir as chaves do reino como usá-las em sua plenitude (D&C 132:7). Pela autoridade investida nele, todas as ordenanças do evangelho são realizadas, todo o ensino das verdades de salvação é autorizado; e, por meio das chaves que ele possui, a própria salvação é colocada à disposição dos homens de sua época” (Mormon Doctrine, 2ª ed., 1966, pp. 591–592; grifo do autor).

Joseph Smith e Oliver Cowdery recebem as chaves do Sacerdócio de Melquisedeque

As mesmas chaves e poderes do sacerdócio que o Profeta Joseph Smith possuía continuam na Terra hoje.

O Presidente Gordon B. Hinckley (1910–2008) explicou como as chaves do sacerdócio continuam a existir desde o Profeta Joseph Smith até o profeta vivo atual nesta dispensação:

“Essa mesma autoridade possuída por Joseph, esses mesmos poderes e essas mesmas chaves que eram a própria essência de seu direito divinamente concedido para presidir, foram concedidos por ele aos Doze Apóstolos, com Brigham Young à frente. Desde esse momento, todos os presidentes da Igreja que chegaram a esse ofício mais elevado e sagrado saíram do Conselho dos Doze. Cada um desses homens foi abençoado com o Espírito e o poder de revelação do alto. Há uma cadeia ininterrupta de Joseph Smith, Jr., até Spencer W. Kimball (que era o Presidente da Igreja na época). Disso presto solene testemunho hoje. Esta Igreja está alicerçada na palavra de profecia e revelação — edificada, como dizia Paulo aos efésios, ‘sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina’ (Efésios 2:20)”(“O Documento de Joseph Smith III e as Chaves do Reino”, A Liahona, agosto de 1981, p. 33).

2.2

O Profeta É o Porta-Voz do Senhor

Profeta Joseph Smith

O Profeta Joseph Smith recebeu revelações de Deus.

O Presidente Harold B. Lee (1899–1973) declarou que os santos nunca precisaram ser enganados, pois o Senhor estabeleceu um canal de instrução inequívoco:

Quando há algo a ser dito que difere do que o Senhor já nos disse antes, Ele o dirá ao profeta, não a um João, José ou Manoel pedindo carona na estrada, como já ouvi contarem, tampouco a alguém que desmaiou e falou de uma revelação depois que voltou a si, como conta outra história. Eu já disse uma vez e repito: ‘Você acha que, enquanto o Senhor tiver Seu profeta na Terra, Ele vai utilizar subterfúgios para revelar coisas a Seus filhos? É para isso que Ele tem um profeta e, quando Ele tiver alguma coisa para revelar à Igreja, Ele dirá ao Presidente, e o Presidente fará com que os presidentes das estacas e missões, bem como as Autoridades Gerais fiquem cientes; e eles, por sua vez, vão comunicar às pessoas qualquer mudança’” (“The Place of the Living Prophet, Seer, and Revelator” [O Papel do Profeta Vivo, Vidente e Revelador], discurso proferido para educadores religiosos do Sistema Educacional da Igreja, 8 de julho de 1964, p. 11; grifo do autor).

O Presidente Ezra Taft Benson (1899–1994) ensinou que devemos dar valor às palavras do profeta mais do que as de qualquer outra pessoa:

“De todos os homens mortais, deveríamos manter nossos olhos fitos firmemente no capitão, o profeta, vidente e revelador, e Presidente de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Esse é o homem mais próximo da fonte de água viva. Há algumas orientações divinas para nós que só conseguimos receber por meio do profeta. Uma boa maneira de medir seu relacionamento com o Senhor é avaliar como você se sente com as palavras inspiradas de seu representante terreno, o profeta presidente, e como age em relação a elas. As palavras inspiradas do Presidente não devem ser menosprezadas. Todas as pessoas podem receber revelação, e várias recebem revelações específicas para seus chamados. Mas apenas um homem é o porta-voz de Deus para a Igreja e para o mundo, e ele é o Presidente da Igreja. As palavras de todas as outras pessoas devem ser avaliadas em relação às suas palavras inspiradas” (“Jesus Cristo — Dádivas e Esperanças”, A Liahona, abril de 1977, p. 23).

2.3

O Senhor Guia a Igreja por Revelação Contínua a Seu Profeta

O Senhor revela Sua mente e vontade a Seu profeta. O Presidente Spencer W. Kimball (1895–1985) testificou que os céus ainda estão abertos e que o Senhor guia Sua Igreja diariamente:

“Presto testemunho ao mundo hoje de que, mais de um século e meio atrás, o teto de ferro se rompeu; os céus abriram-se de novo e desde esse momento as revelações são contínuas. (…)

Desde aquele dia decisivo em 1820, outras escrituras foram sendo dadas num fluxo interminável, inclusive as numerosas e imprescindíveis revelações enviadas por Deus a Seus profetas na Terra. (…)

Testificamos ao mundo que continuamos a receber revelações e que os cofres e arquivos da Igreja contêm essas revelações que nos são dadas mês a mês, dia a dia. Testificamos também que, desde 1830, quando A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias foi organizada, e assim continuará para sempre, há um profeta, reconhecido por Deus e Seu povo, que continuará a interpretar a mente e a vontade do Senhor.

Agora, uma palavra de advertência: não cometamos o mesmo erro dos antigos. Inúmeras pessoas do mundo sectário moderno acreditam em Abraão, Moisés e Paulo, mas resistem em acreditar nos profetas de hoje. Os antigos também aceitavam os profetas de épocas anteriores, mas acusavam e amaldiçoavam os que lhes eram contemporâneos.

Em nossa época, como no passado, muitas pessoas acham que, se houver revelação, ela virá de maneira extraordinária, numa demonstração dramática. Para muitos, é difícil de aceitar como revelação várias coisas que foram ditas no tempo de Moisés, no tempo de Joseph Smith e neste ano em que estamos — aquelas revelações que chegam na forma de impressões profundas e inexpugnáveis à mente e ao coração dos profetas como o orvalho do céu ou como a luz do dia, dissipando as trevas da noite.

Por esperarem manifestações espetaculares, algumas pessoas não estão suficientemente atentas ao fluxo constante de comunicações reveladas. Digo-lhes com a mais profunda humildade, mas também com o poder e a força do vibrante testemunho que tenho na alma que, do profeta da Restauração até o profeta atual, a linha de comunicação jamais foi interrompida, a autoridade é contínua; uma luz resplandecente e penetrante continua a brilhar. A voz do Senhor é uma melodia constante e, ao mesmo tempo, roga a nós com grande poder. Por quase um século e meio, não houve interrupções” (“Revelação: A Palavra do Senhor aos Seus Profetas”, A Liahona, outubro de 1977, pp. 77–78; grifo do autor).

2.4

A Palavra do Senhor ao Profeta Vivo Chega no Momento Oportuno e É de Extrema Importância para Nós Hoje

O mundo está em constante mudança. Problemas novos e diferentes e muitas variações dos problemas antigos criam dificuldades para nós continuamente. Nosso sábio e bondoso Pai Celestial conhece todas as coisas antes que elas aconteçam e revela respostas e soluções por meio do Seu profeta conforme necessário. Além de interpretar e reiterar as escrituras existentes, o profeta desempenha o papel de um agente por meio do qual o Senhor pode dar novas escrituras, de acordo com a necessidade das pessoas. Ao falar sob a orientação do Espírito Santo, as palavras do profeta vivo têm precedência sobre qualquer declaração feita a respeito do mesmo assunto. Seu conselho inspirado está em harmonia com as verdades eternas contidas nas obras-padrão e concentra-se nas necessidades e condições de sua época.

As doutrinas são eternas e não mudam; contudo, o Senhor, por intermédio de Seu profeta, pode mudar as práticas e os programas de acordo com as necessidades das pessoas. Os exemplos a seguir ilustram esse princípio:

  1. A lei de Moisés foi dada aos filhos de Israel como “aio, para [conduzi-los] a Cristo” (Gálatas 3:24; ver também a Tradução de Joseph Smith, em Gálatas 3:24, nota de rodapé b), mas foi cumprida quando a lei do evangelho foi dada por Jesus Cristo (ver Gálatas 3:23–25; Mosias 13:27–35; 3 Néfi 9:15–20).

  2. Quando Jesus esteve na Terra, o evangelho foi ensinado de maneira geral somente aos da casa de Israel (ver Mateus 10:5–6; 15:24; Marcos 7:25–27). Depois de Sua Ressurreição, Jesus ordenou aos apóstolos que pregassem o evangelho a todas as pessoas (ver Marcos 16:15; Atos 10).

  3. Na época de Moisés, o Sacerdócio de Melquisedeque foi tirado dos israelitas em geral e o Sacerdócio Aarônico foi dado apenas aos levitas (ver D&C 84:24–26; ver também Números 8:10–22; Hebreus 7:5). No tempo de Cristo e Seus apóstolos, o Sacerdócio de Melquisedeque voltou a ser acessível e o Sacerdócio Aarônico foi oferecido a homens que não eram levitas (ver Lucas 6:13–16; Filipenses 1:1; Hebreus 7:11–12). Hoje, “todo homem da Igreja fiel e digno [pode] receber o santo sacerdócio, com o poder para exercer sua autoridade divina” (Declaração Oficial 2).

Noé pregando

Como nos dias de Noé, os profetas de hoje falam com voz de advertência.

O Presidente John Taylor (1808–1887) mencionou os profetas do Velho Testamento para ilustrar que novas revelações são necessárias para as novas gerações:

“Precisamos de uma árvore viva; uma fonte viva; conhecimentos atualizados procedentes do sacerdócio vivo dos céus, por intermédio do sacerdócio da Terra. (…) Da época em que Adão primeiramente comunicou-se com Deus à época em que João recebeu sua mensagem na Ilha de Patmos, ou àquela em que os céus se abriram a Joseph Smith, sempre foi necessário receber novas revelações, adequadas à situação específica na qual a igreja ou indivíduo estivesse.

As revelações feitas a Adão não ensinaram Noé a construir a arca; nem as de Noé diziam a Ló que abandonasse Sodoma e nenhuma delas falava da saída dos filhos de Israel do Egito. Essas pessoas receberam as revelações de que precisavam e o mesmo aconteceu com Isaías, Jeremias, Ezequiel, Jesus, Pedro, Paulo, João e Joseph. (…) O mesmo tem de acontecer conosco” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: John Taylor, 2001, p. 158).

O Presidente Wilford Woodruff (1807–1898) falou a respeito de uma reunião na qual estavam presentes o Profeta Joseph Smith e Brigham Young:

“O irmão Joseph virou-se para o irmão Brigham Young e disse: ‘Irmão Brigham, quero que você suba ao púlpito e nos diga qual é o seu ponto de vista referente aos oráculos vivos e a palavra escrita de Deus’. O irmão Brigham foi até o púlpito, pegou a Bíblia e a colocou na sua frente; pegou o Livro de Mórmon e o colocou na sua frente; pegou o livro de Doutrina e Convênios e o colocou na sua frente, então disse: ‘Aqui está a palavra escrita de Deus para nós, referente à obra de Deus desde o princípio do mundo, quase, até nossos dias’, disse ele. ‘Mas, quando comparados aos oráculos vivos [profetas vivos], esses livros nada significam para mim; esses livros não transmitem a palavra de Deus diretamente para nós, como as palavras de um profeta ou de um homem que possui o santo sacerdócio em nossos dias e em nossa geração. Prefiro ter os oráculos vivos a ter todos os escritos dos livros.’ Esse foi o rumo que tomou o seu discurso. Quando terminou, o irmão Joseph disse para a congregação: ‘O irmão Brigham disse-lhes a palavra do Senhor e disse-lhes a verdade’” (Conference Report, outubro de 1897, pp. 22–23; grifo do autor).

O Presidente Boyd K. Packer (1924–2015), do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou que os princípios e as doutrinas do evangelho não se alteram mesmo que as práticas da Igreja tenham de ser ajustadas ocasionalmente: “Os procedimentos, os programas, as normas administrativas, até alguns assuntos referentes à organização estão sujeitos a mudanças. De fato, temos bastante liberdade para alterá-los e somos até obrigados a fazê-lo de tempos em tempos. Mas os princípios, as doutrinas nunca mudam” (“Princípios”, A Liahona, outubro/novembro de 1985, p. 39).

2.5

O Senhor Nunca Permitirá Que o Profeta Vivo Desvie a Igreja

Líderes da Igreja na conferência geral

O Presidente Wilford Woodruff (1807–1898) declarou que podemos ter inteira confiança na direção que o profeta está conduzindo a Igreja:

O Senhor jamais permitirá que eu ou qualquer outro homem que presida esta Igreja vos desvie do caminho verdadeiro. Isso não faz parte do plano. Não é a intenção de Deus. Se eu tentasse fazê-lo, o Senhor me afastaria de meu lugar, o mesmo acontecendo com qualquer outro que tentasse afastar os filhos dos homens dos oráculos de Deus e de seus deveres” (Declaração Oficial 1, “Trechos de Três Discursos do Presidente Wilford Woodruff a Respeito do Manifesto”; grifo do autor).

O Presidente Harold B. Lee (1899–1973) ensinou esse mesmo princípio:

“Prestem atenção àquele que o Senhor chamou e, sendo que me encontro nessa posição, digo-lhes que vocês não precisam se preocupar com o fato de o Presidente da Igreja desviar o povo, porque o Senhor o removeria de seu lugar antes de permitir que isso aconteça” (The Teachings of Harold B. Lee [Os Ensinamentos de Harold B. Lee], ed. Clyde J. Williams, 1996, p. 533).

O Presidente Gordon B. Hinckley (1910–2008) deu uma certeza semelhante aos membros da Igreja:

“A Igreja é verdadeira. Aqueles que a dirigem só têm um desejo: fazer a vontade do Senhor. Eles buscam Sua orientação em todas as coisas. Nenhuma decisão significativa que afete a Igreja e seus membros é tomada sem que se reflita sobre o assunto, em espírito de oração, consultando a fonte de toda a sabedoria para receber orientação. Sigam a liderança da Igreja. Deus não permitirá que sua obra seja desviada” (“Não Vos Deixeis Enganar”, A Liahona, janeiro de 1984, p. 81; grifo do autor).

2.6

Algumas Pessoas Vão Acreditar em Profetas do Passado, Mas Rejeitar os Profetas Vivos

Muitas pessoas reverenciam os profetas do passado, mas recusam-se a aceitar o profeta do Senhor enviado para guiá-los em sua época (ver Helamã 13:24–26). O Presidente Harold B. Lee (1899–1973) contou sobre uma experiência que ilustra essa tendência nas pessoas:

“Tenho um grande amigo em Nova York que é banqueiro. Há alguns anos, quando o encontrei na companhia do Presidente Jacobson, que na época presidia a Missão dos Estados do Leste, tivemos uma conversa bem interessante. O Presidente Jacobson tinha dado ao meu amigo um exemplar do Livro de Mórmon, que ele leu, dizendo com muito entusiasmo que as filosofias do livro eram extraordinárias. Quase no fim do expediente, meu amigo ofereceu-se para levar-nos até a casa da missão em sua limusine, o que aceitamos. No caminho, enquanto meu amigo falava sobre o Livro de Mórmon e o respeito que tinha por seus ensinamentos, perguntei: ‘Então, por que você não toma uma atitude em relação a isso? Se você aceita o Livro de Mórmon, o que está esperando? Por que não se filia à Igreja? Por que não aceita Joseph Smith como profeta?’ E ele respondeu pensativo: ‘Acho que tudo se deve ao fato de que Joseph Smith é de uma época muito próxima à minha. Se ele tivesse vivido há dois mil anos, acho que acreditaria. Mas, como ele viveu há muito poucos anos, creio que é por isso que não consigo aceitá-lo [como profeta]’.

Esse homem estava dizendo: ‘Acredito em profetas que já morreram, que viveram há dois mil anos ou mais, mas tenho muita dificuldade de acreditar em um profeta vivo’. Essa atitude também é em relação a Deus. Dizer que os céus estão fechados e que não há revelação em nossa época é o mesmo que dizer que não acreditamos num Cristo vivo ou no profeta de Deus atual, que acreditamos somente naqueles que já morreram. Por isso, o termo ‘profeta vivo’ tem um grande significado” (“The Place of the Living Prophet, Seer, and Revelator” [O Papel do Profeta Vivo, Vidente e Revelador], discurso para educadores religiosos do Sistema Educacional da Igreja, 8 de julho de 1964, p. 2).

Professar uma crença em profetas mortos e rejeitar o profeta vivo é um problema bastante antigo. Alguns fariseus da época de Jesus Cristo rejeitaram o Cristo vivo embora aceitassem o Profeta Moisés, que guiara Israel há mais de mil anos. Esses fariseus injuriaram um homem a quem Jesus tinha curado, dizendo:

“Discípulo dele sejas tu; nós, porém, somos discípulos de Moisés.

Nós bem sabemos que Deus falou a Moisés, mas este não sabemos de onde é” (João 9:28–29; ver também Mateus 23:29–30, 34; Helamã 13:24–29).

a turba cercando a Cadeia de Carthage

A turba cercando a Cadeia de Carthage

O Presidente Harold B. Lee (1899–1973) ensinou que acreditar em revelação é algo que tem de incluir os ensinamentos do profeta atual:

“Logo depois que o Presidente David O. McKay anunciou à Igreja que os membros do Primeiro Conselho dos Setenta seriam ordenados sumo sacerdotes para ampliar sua utilidade e para dar-lhes autoridade para agir quando nenhuma outra Autoridade Geral pudesse estar presente, um dos setenta que eu conhecia (…) ficou bastaste incomodado. Ele me disse o seguinte: ‘O Profeta Joseph Smith não disse que era contrário à ordem do céu nomear sumo sacerdotes como presidentes do Primeiro Conselho dos Setenta?’ Respondi: ‘Sim, sei que ele disse isso, mas você já parou para pensar que o que era contrário à ordem do céu em 1840 pode não ser contrário à ordem do céu em 1960?’ Ele não tinha pensado nisso. Estava novamente seguindo um profeta morto e esquecendo-se de que havia um profeta vivo hoje. Por isso é tão importante salientarmos a palavra vivo.

Há vários anos, quando eu era um jovem missionário, visitei Nauvoo e Carthage com o meu presidente de missão e realizamos uma reunião missionária no quarto que serviu de cela para Joseph e Hyrum e onde eles foram mortos. O presidente da missão falou dos eventos históricos que culminaram com o martírio e depois encerrou com esta declaração bastante significativa: ‘Quando o Profeta Joseph Smith foi martirizado, muitos santos morreram espiritualmente com ele’. O mesmo aconteceu quando Brigham Young e John Taylor morreram. (…) Alguns membros da Igreja morreram espiritualmente com Wilford Woodruff, Lorenzo Snow, Joseph F. Smith, Heber J. Grant e George Albert Smith. Atualmente algumas pessoas estão dispostas a acreditar em alguém que já morreu e aceitar suas palavras como tendo mais relevância do que as de uma autoridade que está viva hoje” (Stand Ye in Holy Places [Permanecei em Lugares Santos], 1974, pp. 152–153; grifo do autor).

Pontos a Ponderar

  • Por que é importante entender que existe apenas uma pessoa na Terra por vez que possui todas as chaves do sacerdócio e administra a forma como devem ser usadas?

  • Quais são as vantagens de termos as palavras de um profeta vivo se já temos as palavras dos profetas antigos?

  • O Senhor prometeu que jamais permitirá que o profeta desvie a Igreja do caminho. De que maneira isso afeta a forma como você escuta, lê e segue os ensinamentos do profeta vivo?

Tarefas Sugeridas

  • Prepare uma pequena mensagem para a noite familiar usando (1) o que aprendeu neste capítulo, (2) as escrituras citadas neste capítulo e (3) a seguinte declaração do Presidente Gordon B. Hinckley: “Ou temos um profeta ou não temos nada; e, tendo um profeta, temos tudo” (“Graças Damos, ó Deus, por um Profeta”, A Liahona, outubro de 1992, p. 4).

  • Após ler as escrituras a seguir, explique a um amigo ou membro da família como o profeta vivo é como Moisés: Doutrina e Convênios 28:2; 107:91–92; Moisés 1:3, 6.