Capítulo 6
Conferência Geral
Introdução
O Senhor instruiu o Profeta Joseph Smith (1805–1844) dizendo que “os diversos élderes que compõem esta igreja de Cristo devem reunir-se em conferência (…) de tempos em tempos” com o propósito de “tratar qualquer assunto da igreja que necessite ser tratado na ocasião” (D&C 20:61–62). Cerca de dois meses após a organização da Igreja, a primeira conferência foi realizada em 9 de junho de 1830. O Profeta Joseph Smith escreveu o seguinte a respeito dessa primeira conferência: “Havia cerca de 30 membros, além de muitas outras pessoas que eram crentes ou estavam ansiosas para aprender. Iniciamos com um hino e uma oração, depois tomamos os emblemas do corpo e do sangue do nosso Salvador Jesus Cristo. Em seguida, confirmamos os que foram batizados recentemente e depois fizemos o chamado e a ordenação de várias pessoas a diversos ofícios do sacerdócio. Foram feitas muitas exortações e dadas várias instruções, e o Espírito Santo foi derramado sobre nós de maneira milagrosa — muitos de nós profetizaram, ao passo que outros viram os céus abertos” (citado em History of the Church, vol. 1, pp. 84–85).
Assim como em 1830, as conferências gerais continuam a fornecer muitas exortações e instruções, e “o Espírito Santo [é] derramado” sobre muitos nessas reuniões sagradas. Este capítulo salienta os propósitos das conferências gerais da Igreja e ressalta nosso papel em aceitar o conselho e as advertências dos servos do Senhor. Ao estudar este capítulo, avalie seu posicionamento atual em relação à conferência geral e pense no que poderia fazer para receber uma renovação espiritual mais profunda e obter orientação pessoal por intermédio das mensagens dos líderes da Igreja.
Comentários
6.1
O Propósito das Conferências Gerais
O Presidente David O. McKay (1873–1970) resumiu os propósitos das conferências gerais:
“(1) Informar aos membros as condições gerais da Igreja — se ela está progredindo ou retrocedendo em termos econômicos, eclesiásticos ou espirituais. (2) Reconhecer as coisas positivas. (3) Expressar gratidão pela orientação divina. (4) Dar instrução ‘em princípio, em doutrina, na lei do evangelho’. (5) Proclamar a restauração com autoridade divina para administrar todas as ordenanças do evangelho de Jesus Cristo e declarar, citando o Apóstolo Pedro, que ‘debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens’, senão o de Jesus Cristo, ‘pelo qual devamos ser salvos’ Atos 4:12). (6) Admoestar e inspirar para que continuemos trabalhando cada vez mais” (Conference Report, outubro de 1954, p. 7).
6.2
A Conferência Geral Fornece Oportunidades de Renovação Espiritual
O Presidente Howard W. Hunter (1907–1995) ensinou que a conferência geral é uma oportunidade de fortalecermos nosso testemunho e de tomarmos a decisão de melhorar nossa vida:
“A conferência é uma ocasião de renovação espiritual em que se fortalece o conhecimento e o testemunho de que Deus vive e abençoa os que são fiéis. É uma ocasião em que o conhecimento de que Jesus é o Cristo, o filho do Deus vivo, é profundamente incutido no coração dos que estão decididos a servi-Lo e a guardar Seus mandamentos. Na conferência, nossos líderes transmitem-nos orientação inspirada para conduzir nossa vida — uma ocasião em que as almas são avivadas e tomamos a resolução de ser melhores maridos e esposas, pais e mães, filhos e filhas mais obedientes, amigos e vizinhos mais bondosos” (“Tempo de Conferência”, A Liahona, fevereiro de 1982, pp. 20–21; grifo do autor).
Na última sessão da Conferência Geral de outubro de 2006, o Élder Jeffrey R. Holland, do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou que ouvir a voz de Deus por intermédio de Seus servos é fundamental para a sobrevivência espiritual em uma época como a nossa, de perigos e dificuldades:
“Vivemos numa época conturbada e difícil. Vemos guerras no mundo inteiro e problemas em nosso próprio país. Vizinhos à nossa volta enfrentam dissabores pessoais e provações familiares. Muitos estão acuados por temores e problemas diversos. Isso nos faz lembrar de que, quando as névoas de escuridão envolviam os viajantes na visão de Leí da árvore da vida, elas envolviam todos os homens — os justos e os injustos, os jovens e os idosos, os recém-conversos e os membros antigos. Nessa alegoria, todos enfrentam oposição e revezes e somente a barra de ferro — a palavra revelada de Deus — pode conduzi-los com segurança. Todos nós precisamos dessa barra. Todos nós precisamos dessa palavra. Ninguém está em segurança sem ela, pois em sua ausência qualquer um pode ‘[desviar-se] por caminhos proibidos e [perder-se]’, conforme dizem os registros (1 Néfi 8:28; ver também versículos 23–24). Como somos gratos por termos ouvido a voz de Deus e sentido a força dessa barra de ferro nesta conferência nos últimos dois dias!” (“Novamente Surgiram Profetas na Terra”, A Liahona, novembro de 2006, p. 105; grifo do autor).
6.3
As Palavras dos Profetas Ditas por Meio do Espírito na Conferência Geral São Escrituras Modernas
As escrituras são a mente e a vontade do Senhor reveladas por intermédio de Seus servos (ver D&C 68:4). O Apóstolo Pedro declarou: “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2 Pedro 1:21). Essas escrituras foram escritas e preservadas nas obras-padrão como tesouros inigualáveis de verdade eterna. No entanto, as obras-padrão não são a única fonte de escritura. O Élder James E. Talmage (1862–1933), do Quórum dos Doze Apóstolos, identificou a conexão entre as obras-padrão e as palavras dos profetas vivos, dizendo:
“As obras-padrão da Igreja constituem a autoridade escrita da Igreja em termos de doutrina. No entanto, a Igreja está pronta para receber mais luz e conhecimento ‘pertencentes ao reino de Deus’ por meio de revelação divina. Acreditamos que Deus tem hoje a mesma disposição que sempre teve de revelar Sua mente e vontade ao homem, e Ele o faz por intermédio de Seus servos escolhidos — profetas, videntes e reveladores — investidos por ordenação com a autoridade do santo sacerdócio. Portanto, nossa confiança nos ensinamentos dos oráculos vivos de Deus é tal que acreditamos que eles têm a mesma validade que as doutrinas da palavra escrita” (Articles of Faith [Regras de Fé], 1968, p. 7; grifo do autor).
O Presidente Joseph Fielding Smith (1876–1972) ensinou o seguinte a respeito das escrituras modernas:
“Quando um dos irmãos se apresenta diante de uma congregação hoje em dia, estando inspirado pelo Senhor, ele fala aquilo que o Senhor quer que fale. E é tão escritura como qualquer coisa que esteja escrita nestes registros e, no entanto, nós os chamamos de obras-padrão da Igreja. Nós dependemos, naturalmente, da orientação dos irmãos que têm direito à revelação.
Na Igreja, há somente um homem de cada vez com direito a dar revelação para a Igreja, e este é o seu Presidente. Isso, porém, não impede qualquer outro homem desta Igreja de falar a palavra do Senhor, conforme é salientado aqui nesta revelação, seção 68 [ver D&C 68:2–6], mas a revelação a ser dada para a Igreja, como estas revelações neste livro, virá por intermédio do líder presidente da Igreja; no entanto, a palavra do Senhor, quando proferida por outros servos nas conferências gerais e de estaca, ou seja, onde quer que falem aquilo que o Senhor lhes tiver colocado na boca, é a palavra do Senhor tanto como os escritos e as palavras de outros profetas em outras dispensações” (Doutrinas de Salvação, comp. Bruce R. McConkie, 1994, vol. 1, p. 202, tradução atualizada).
O Presidente J. Reuben Clark Jr. (1871–1961) explicou que devemos ser dignos e receber inspiração do Espírito Santo a fim de saber quando as Autoridades Gerais falam pelo poder do Espírito Santo:
“A questão é: Como vamos saber quando as coisas que eles falaram foram ditas ‘movidos pelo Espírito Santo’?(D&C 68:3.)
Pensei bastante sobre essa pergunta, e a resposta, até agora, no meu entender é: Só podemos saber se os oradores estão sendo ‘movidos pelo Espírito Santo’ se nós mesmos estivermos ‘movidos pelo Espírito Santo’.
De certa forma, isso transfere a responsabilidade deles para nós de determinar se eles estão falando dessa maneira” (“When Are Church Leaders’ Words Entitled to Claim of Scripture?” [Quando Podemos Chamar de Escritura as Palavras dos Líderes da Igreja?], Church News, 31 de julho de 1954, p. 9; grifo do autor; ver também 2 Pedro 1:20–21).
O Presidente Howard W. Hunter (1907–1995) falou sobre os discursos da conferência geral em relação às escrituras modernas:
“Recebemos muitos conselhos inspirados de profetas, videntes e reveladores, e de outras Autoridades Gerais durante a conferência geral. Nossos profetas atuais nos incentivam a tornar a leitura dos discursos da conferência geral uma parte importante e frequente de nosso estudo pessoal. Ao fazermos isso, a conferência geral se torna, de certo modo, um suplemento ou uma extensão de Doutrina e Convênios. Além das edições de conferência das revistas da Igreja, a Primeira Presidência escreve artigos mensais que contêm conselhos inspirados para o nosso bem-estar” (The Teachings of Howard W. Hunter, ed. Clyde J. Williams, 1997, p. 212; grifo do autor; ver também Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Howard W. Hunter, 2015, p. 120).
6.4
O Benefício e o Valor das Revelações Modernas
O Presidente Harold B. Lee (1899–1973) falou sobre a importância de aceitar a revelação e dar ouvidos a ela:
“Um dos pensadores mais profundos de nossa geração, que não é membro da Igreja, percebeu a necessidade de termos revelações de Deus a fim de dar vitalidade aos ensinamentos da Igreja. Ralph Waldo Emerson disse:
‘As escrituras hebraicas e gregas contêm frases imortais que têm sido o pão da vida para milhares de pessoas, mas elas não são totalmente confiáveis; elas estão fragmentadas e não aparecem na ordem cronológica correta. (…) Portanto, a Bíblia não pode ser encerrada até que o último dos grandes homens tenha nascido. Os homens passaram a falar sobre revelação como algo que existiu e terminou há muito tempo como se Deus estivesse morto. Esse dano à fé sufoca os pregadores e as melhores instituições tornam-se uma voz incerta e inarticulada. Nunca houve mais necessidade de novas revelações do que agora’. [Esta citação contém declarações tiradas de um discurso feito na Harvard Divinity School em 15 de julho de 1838 e Representative Men, “Uses of Great Men”.]
(…) Hoje, em nossa época, há homens do Senhor comissionados com poder e autoridade, e Ele lhes deu a inspiração para ensinar e proclamar essas coisas ao mundo com o propósito que o Senhor determinou (…) para que as coisas importantes pudessem ser deliberadas pelos élderes da Igreja para este povo de acordo com a inspiração e revelação que receberem de tempos em tempos. Quando os santos dos últimos dias voltarem para casa depois desta conferência, seria bom que considerassem seriamente a importância (…) desta conferência e que a usassem como um guia para seu modo de agir e de falar nos seis meses seguintes. Esses são os assuntos importantes que o Senhor considerou adequado revelar a seu povo neste momento” (Conference Report, abril de 1946, pp. 67–68).
O Presidente Thomas S. Monson incentivou-nos a estudar os discursos da conferência contidos nas revistas da Igreja, dizendo:
“Lembramos a vocês que as mensagens ouvidas nesta conferência serão publicadas na edição de novembro das revistas Ensign e A Liahona. Ao lê-las e estudá-las, vamos ser ensinados e inspirados ainda mais. Que possamos aplicar em nossa vida diária as verdades ali encontradas” (“Comentários Finais”, A Liahona, novembro de 2009, p. 109; grifo do autor).
O Élder Lowell M. Snow, dos Setenta, comparou a conferência geral com a Liahona que o Senhor forneceu para guiar Leí e sua família (ver 1 Néfi 16:10, 16, 29):
“O Senhor fornece orientação e direção a indivíduos e famílias hoje, do mesmo modo que fez com Leí. Esta conferência geral é a própria Liahona moderna, a hora e o lugar de receber orientação e conselhos inspirados que nos fazem prosperar e ajudam-nos a seguir o caminho de Deus por meio das partes mais férteis da mortalidade. Considerem o fato de que estamos reunidos para ouvir o conselho de profetas e apóstolos que oraram fervorosamente e buscaram com todo o cuidado saber o que o Senhor gostaria que dissessem. Oramos por eles e por nós para que o Consolador nos ensine o desejo e a vontade de Deus. Certamente, não há hora nem local melhor para o Senhor orientar Seu povo do que esta conferência.
Os ensinamentos desta conferência são a bússola do Senhor. Nos próximos dias, vocês podem, como Leí, sair à porta de sua casa e encontrar A Liahona, ou outra publicação da Igreja, em sua caixa de correio e nela encontrar os discursos desta conferência. Como a Liahona do passado, essa nova escrita será clara e fácil de ser lida e dará a você e à sua família entendimento a respeito dos caminhos do Senhor” (“A Bússola do Senhor”, A Liahona, novembro de 2005, p. 97; grifo do autor).
6.5
Nós Nos Comprometemos a Seguir os Conselhos Daqueles Que Apoiamos na Conferência Geral
Dar voto de apoio aos líderes da Igreja é algo que sempre fez parte de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. As escrituras ensinam que “nenhuma pessoa deve ser ordenada para qualquer ofício nesta igreja, onde houver um ramo devidamente organizado, sem o voto daquela igreja” (D&C 20:65). Até mesmo na primeira reunião da Igreja, em 6 de abril de 1830, “Joseph perguntou aos presentes se estavam dispostos a aceitá-lo, juntamente com Oliver, como seus mestres e conselheiros espirituais. Todos ergueram a mão em aprovação” ((História da Igreja na Plenitude dos Tempos — Manual do Aluno, 2ª ed., Manual do Sistema Educacional da Igreja, 2003, p. 67; ver também History of the Church, vol. 1, p. 77). O Senhor afirmou que “todas as coisas serão feitas de comum acordo na igreja, por meio de muita oração e fé” (D&C 26:2; grifo do autor). Na conferência geral da Igreja, temos a oportunidade de apoiar a Primeira Presidência, o Quórum dos Doze Apóstolos, os membros dos Quóruns dos Setenta e outras Autoridades Gerais e líderes gerais da Igreja por comum acordo.
Quando o Presidente Gordon B. Hinckley (1910–2008) foi apoiado como Presidente da Igreja, ele explicou o compromisso que fazemos ao levantar a mão para apoiar os líderes da Igreja:
“Esta manhã, todos participamos de uma assembleia solene. Ela é exatamente o que o nome indica: uma reunião dos membros em que cada posição individual iguala-se a todas as outras ao exercer com seriedade e em solenidade seu direito de apoiar ou não aqueles que, de acordo com os procedimentos determinados pelas revelações, foram escolhidos para liderar.
O processo de apoiar é muito mais do que um ritual em que se levanta o braço. É um compromisso de se confirmar, apoiar e auxiliar os que foram escolhidos. (…)
O braço erguido na assembleia solene desta manhã demonstra sua disposição e seu desejo de nos apoiar, seus irmãos e servos, com sua confiança, sua fé e suas orações” (“Esta Obra Diz Respeito a Pessoas”, A Liahona, julho de 1995, p. 54; grifo do autor).
O Élder David B. Haight (1906–2004), do Quórum dos Doze Apóstolos, falou dos convênios que fazemos com Deus quando erguemos a mão para apoiar os líderes da Igreja:
“Quando apoiamos o Presidente da Igreja com o braço levantado, não significa apenas que o reconhecemos diante de Deus como o portador legítimo de todas as chaves do sacerdócio; significa que fazemos um convênio com Deus de que viveremos de acordo com a orientação e o conselho que nos forem transmitidos por meio de Seu profeta. Esse é um convênio solene” (“Assembleias Solenes”, A Liahona, janeiro de 1995, p. 14).
Doutrina e Convênios 107:22 declara que os membros da Primeira Presidência são “apoiados pela confiança, fé e orações da igreja”. No dia em que Thomas S. Monson, Henry B. Eyring e Dieter F. Uchtdorf foram apoiados em uma assembleia solene como a Primeira Presidência, o Presidente Eyring ensinou o seguinte a respeito do que significa apoiar nossos líderes:
“Para apoiarmos os que foram chamados hoje, precisamos analisar nossa vida, arrepender-nos se for necessário, comprometer-nos a guardar os mandamentos do Senhor e seguir Seus servos. O Senhor nos adverte que, se não fizermos essas coisas, o Espírito Santo será retirado de nossa vida, perderemos a luz que recebemos e não seremos capazes de cumprir a promessa que fizemos hoje de apoiar os servos do Senhor em Sua Igreja verdadeira. (…)
Neste dia, em especial, seria sábio tomarmos a decisão de apoiar com fé e orações todos os que nos servem no reino. Estou pessoalmente ciente do poder da fé que os membros da Igreja exercem para apoiar os que foram chamados. Nas últimas semanas, senti de modo vigoroso o poder da fé e das orações de pessoas que não conheço e que me conhecem somente como alguém chamado para servir por meio das chaves do sacerdócio. O Presidente Thomas S. Monson será abençoado pelo apoio da fé que vocês têm. A família dele também receberá bênçãos por causa de sua fé e de suas orações. Todos aqueles que foram apoiados por vocês hoje receberão alento de Deus por causa da fé que eles e vocês têm” (“A Igreja Verdadeira e Viva”, A Liahona, maio de 2008, p. 21; grifo do autor).
A declaração a seguir ilustra o compromisso que o Presidente Joseph F. Smith (1838–1918) tinha de apoiar aqueles que ele reconhecia como servos do Senhor:
“Fui chamado para uma missão depois de ter trabalhado quatro anos em uma propriedade rural do governo, sendo que teria sido necessário permanecer apenas mais um ano para adquirir o direito de posse daquelas terras; mas o Presidente Young disse que queria que eu fosse para a Europa em missão, a fim de assumir a direção da missão naquele continente. Eu não disse a ele: ‘Irmão Brigham, não posso ir; estou trabalhando para adquirir uma propriedade e vou perdê-la se for’. Eu disse ao irmão Brigham: ‘Está bem, Presidente Young; sempre que quiser que eu vá eu irei; estou pronto para obedecer ao chamado de meu líder hierárquico’. E eu fui. Perdi a propriedade, mas nunca reclamei por isso. Nunca acusei o irmão Brigham de ter-me privado dela por causa disso. Senti que estava engajado numa obra bem maior do que a posse de 65 hectares de terras. Fui enviado para declarar a mensagem de salvação às nações da Terra. Fui chamado pela autoridade de Deus na Terra, e não parei para pensar em mim mesmo ou em meus pequenos direitos e privilégios pessoais. Fui, conforme chamado, e Deus apoiou-me e abençoou-me por isso” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph F. Smith, 1998, p. 210; grifo do autor).
6.6
Nossa Preparação Afeta o Que Obtemos da Conferência Geral
O Élder Paul V. Johnson, dos Setenta, descreveu como aprendeu a fazer da conferência geral uma prioridade em sua vida:
“Minha mãe adorava as conferências gerais. Ela sempre sintonizava o rádio, ligava a televisão e colocava o volume tão alto que era difícil encontrar um lugar da casa em que a conferência não pudesse ser ouvida. Ela queria que os filhos ouvissem os discursos e perguntava de tempos em tempos do que nós nos lembrávamos. De vez em quando, eu ia para fora com um de meus irmãos para jogar bola durante uma sessão de conferência no sábado. Levávamos um rádio conosco porque sabíamos que nossa mãe nos interrogaria depois. Jogávamos bola e, de vez em quando, dávamos uma parada para ouvir atentamente e podermos depois relatar o discurso para minha mãe. Duvido que tenhamos conseguido enganá-la, pois nós dois nos lembrávamos das mesmas coisas de uma sessão inteira.
Essa não é a melhor forma de ouvir uma conferência. De lá para cá me arrependi. Aprendi a amar as conferências gerais, em parte, tenho certeza, por causa do amor que minha mãe tinha pelas palavras dos profetas vivos. Lembro-me de ter ouvido as sessões de certa conferência totalmente sozinho num apartamento quando estava na faculdade. O Espírito Santo testificou à minha alma que Harold B. Lee, o Presidente da Igreja na época, era verdadeiramente um profeta de Deus. Isso aconteceu antes de eu ir para o campo missionário e fiquei ansioso para prestar testemunho do profeta vivo porque passei a saber disso por mim mesmo. Tive esse mesmo testemunho a respeito de cada um dos profetas desde essa ocasião.
Quando eu estava no campo missionário, a Igreja não possuía um sistema de satélite e o país onde eu servia não transmitia as conferências pelo rádio. Minha mãe mandou-me fitas cassete das sessões e eu as ouvi muitas e muitas vezes. Aprendi a amar as vozes e as palavras dos profetas e apóstolos. (…)
Decidam agora fazer da conferência geral uma prioridade em sua vida. Decidam ouvir com atenção e seguir os ensinamentos transmitidos. Ouçam ou leiam os discursos mais de uma vez para entenderem e seguirem melhor os conselhos dados. Assim fazendo, as portas do inferno não prevalecerão contra vocês, os poderes das trevas serão afastados e os céus estremecerão para o seu bem” (“As Bênçãos da Conferência Geral”, A Liahona, novembro de 2005, pp. 51–52; grifo do autor).
O Presidente Boyd K. Packer (1924–2015), do Quórum dos Doze Apóstolos, salientou a importância de nossa preparação para a conferência geral:
“Daqui a alguns dias, teremos mais uma conferência geral da Igreja. Os servos do Senhor vão nos dar conselhos. Você pode ouvir com entusiasmo e com o coração aberto ou ignorar os conselhos. (…) O que você vai ganhar não dependerá tanto da preparação da mensagem, mas da sua preparação para recebê-la” (Follow the Brethren [Sigam as Autoridades Gerais], Brigham Young University Speeches of the Year, 23 de março de 1965, p. 10; grifo do autor).
Pense nas seguintes ideias ao se preparar para a conferência:
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Reserve um tempo para ouvir e estudar os discursos da conferência. Isso pode exigir que você procure um local onde estará livre de distrações e interrupções. Faça com que o ambiente no qual você vai ver, ouvir ou estudar os discursos da conferência seja propício para a presença do Espírito Santo.
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Ore com fé para que você receba mensagens relevantes para sua própria vida. Ore pelos líderes da Igreja para que eles sejam abençoados em sua preparação e no momento de transmitirem sua mensagem.
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Antes de assistir à conferência ou de estudar um discurso, faça uma lista de perguntas ou preocupações que você tenha e para as quais procura respostas. Ao fazer um inventário espiritual, talvez você perceba aspectos de sua vida que você gostaria de melhorar. Durante a conferência, anote em um diário ou caderno as respostas e as impressões que receber.
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Depois de assistir à conferência ou de estudar um discurso, renove seu compromisso de melhorar sua vida nas áreas em que sentiu que precisa se aperfeiçoar.
O Presidente Gordon B. Hinckley (1910–2008) fez o seguinte convite no início de uma conferência geral:
“Vocês se reuniram para receber incentivo e inspiração e para ser edificados e orientados como membros da Igreja. (…) Reuniram-se para receber ajuda com relação a suas preocupações temporais, seus fracassos e suas vitórias. Vieram aqui para ouvir a palavra do Senhor e ser ensinados por aqueles que, não por escolha própria, foram chamados para serem mestres desta grande obra.
Vocês oraram para que pudessem ouvir coisas que os ajudem com seus problemas e fortaleçam sua fé. (…)
Peço-lhes que ouçam pelo poder do Espírito os oradores que vão falar a vocês hoje e amanhã e também esta noite. Se o fizerem, não hesito em prometer-lhes que serão edificados, terão mais vontade de fazer o que é certo, acharão a solução para os seus problemas e suas necessidades e sentirão o desejo de agradecer ao Senhor pelo que ouviram” (“Ouvir pelo Poder do Espírito”, A Liahona, janeiro de 1997, pp. 4–5).
O Presidente Spencer W. Kimball (1895–1985) incentivou-nos a anotar, lembrar e colocar em prática as ideias que nos vierem à mente ao ouvirmos as mensagens proferidas durante a conferência geral:
“Esperamos que os líderes e membros da Igreja que participaram e ouviram a conferência tenham sido inspirados e edificados. Esperamos que tenham anotado os pensamentos que lhes vieram à mente enquanto as Autoridades Gerais falavam a vocês. Foram dadas muitas sugestões que os ajudarão como líderes na realização de seu trabalho. Ouvimos muitos pensamentos proveitosos para o aperfeiçoamento de nossa própria vida e essa é, certamente, a razão principal pela qual viemos aqui.
Enquanto estava sentado aqui, decidi que, quando chegar em casa após a conferência desta noite, terei muitas, muitas áreas da minha vida para aperfeiçoar. Fiz uma lista mental delas e espero colocá-las em prática assim que a conferência acabar” (“Palavras do Coração”, A Liahona, fevereiro de 1976, p. 99; grifo do autor).
6.7
A Conferência Geral É um Convite à Ação
Durante a conferência geral em 1856, o Presidente Brigham Young convocou os santos a resgatar as companhias de carrinhos de mãos que precisavam de socorro. Usando isso como analogia, o Élder Jeffrey R. Holland, do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou que a renovação espiritual que recebemos na conferência deve levar-nos a servir ao próximo:
“Cada uma dessas conferências é um convite à ação, não só na nossa vida, mas também na vida das pessoas a nossa volta, sejam familiares, pertençam à mesma Igreja, ou não. (…)
Tão certo quanto o resgate dos irmãos em perigo foi o tema principal da Conferência Geral de outubro de 1856, é também nesta conferência, assim como foi na última conferência e será na próxima, em abril do ano que vem. Ainda que não enfrentemos nevascas nem precisemos enterrar mortos no gelo, há pessoas com dificuldades à nossa espera: os pobres e cansados, os desalentados e deprimidos, os que se desviaram ‘por caminhos proibidos’ (1 Néfi 8:28) mencionados anteriormente e as multidões ‘[afastadas] da verdade por não [saberem] onde encontrá-la’ (D&C 123:12). Eles estão todos ao relento, com os joelhos enfraquecidos e as mãos que pendem (ver D&C 81:5), e há tempestades a caminho. Eles só podem ser resgatados por quem tiver mais, souber mais e puder ajudar mais. E não tenham medo de perguntar ‘onde estão?’, eles encontram-se em todas as partes, à nossa direita e à nossa esquerda, no nosso bairro e local de trabalho, em todas as comunidades, países e nações deste mundo. Preparem os animais e o carroção; encham-nos com seu amor, testemunho e suas provisões de alimento espiritual e, em seguida, partam em qualquer direção. O Senhor os guiará às pessoas com problemas se vocês abraçarem o evangelho de Jesus Cristo ensinado nesta conferência. Abram o coração e estendam a mão para as pessoas que estiverem presas no equivalente do século 21 de Martin’s Cove e Devil’s Gate. Ao agirmos assim, atenderemos às constantes súplicas do Mestre em favor das ovelhas desgarradas, dracmas perdidas e almas em perigo (ver Lucas 15)” (“Novamente Surgiram Profetas na Terra”, A Liahona, novembro de 2006, p. 106; grifo do autor).
6.8
Aplicar os Ensinamentos da Conferência Geral Vai Melhorar Nossa Vida
O Presidente Spencer W. Kimball (1895–1985) ensinou o seguinte a respeito da importância de aplicar o que aprendemos na conferência geral:
“No domingo à noite, 7 de abril, o grande Tabernáculo estava fechado, as luzes apagadas, os gravadores desligados, as portas trancadas e mais uma conferência se tornara parte da história. Terá sido um desperdício de tempo, energia e dinheiro se suas mensagens não forem aplicadas. Nas várias sessões de duas horas (…), aprendemos princípios verdadeiros, bem como doutrinas, e recebemos exortações suficientes para salvar o mundo de todos os seus problemas — eu disse TODOS os seus problemas. Milhões de pessoas receberam instruções bastante amplas sobre verdades eternas, dadas com grande esperança de que houvesse ouvidos para ouvir, olhos para ver e corações abertos convencidos da verdade. (…)
Que nosso intelecto não seja tão arrogante, tão autoconfiante e presunçoso a ponto de descartar as verdades que foram ensinadas e os testemunhos que foram prestados, tampouco de contestar as mensagens e instruções dadas. (…)
Espero que todos vocês, jovens, escutem as mensagens importantes que foram dadas [nesta conferência geral]. Haverá outras conferências a cada seis meses. Espero que consigam um exemplar da [Ensign ou de A Liahona] e sublinhem os trechos pertinentes para consultá-los sempre. Nenhum texto ou livro que não seja as obras-padrão da Igreja deve ocupar um lugar tão importante nas prateleiras de sua biblioteca pessoal — não por sua excelência retórica ou eloquência, mas pelos conceitos que mostram o caminho para a vida eterna” (In the World but Not of It [No Mundo, Mas Não do Mundo], Brigham Young University Speeches of the Year, 14 de maio de 1968, pp. 2–3).
O Presidente Ezra Taft Benson (1899–1994) descreveu como podemos nos beneficiar da conferência geral:
“Minha humilde oração é que todos nós sigamos os conselhos e as instruções que recebemos.
Ao sentir o Espírito e tomarmos novas e sagradas decisões, que agora tenhamos coragem e força para colocá-las em prática.
Nos próximos seis meses, o lugar de A Liahona com os discursos da conferência deve ser junto às obras-padrão, e esses discursos devem ser lidos com frequência. Conforme dizia meu caro amigo e irmão, o Presidente Harold B. Lee, devemos permitir que esses discursos de conferência ‘sirvam de guia para nosso modo de agir e falar nos próximos seis meses. Esses são os assuntos importantes que o Senhor considerou adequado revelar a seu povo neste momento’ (Conference Report, abril de 1946, p. 68).
Que todos nós voltemos para casa determinados mais uma vez à sagrada missão da Igreja, mostrada de maneira tão magnífica nessas sessões de conferência — ‘convidar todos a virem a Cristo’ (D&C 20:59), ‘sim, vinde a Cristo, sede aperfeiçoados nele’ (Morôni 10:32)” (“Vinde a Cristo, Sede Perfeitos Nele”, A Liahona, julho de 1988, p. 87).
O Presidente Gordon B. Hinckley (1910–2008) expressou seu desejo de que cada membro da Igreja se torne uma pessoa melhor, aplicando os ensinamentos dados na conferência geral:
“Espero que ponderemos com introspecção os discursos que ouvimos. Espero que meditemos com serenidade sobre as coisas maravilhosas que escutamos. Espero que nos sintamos um pouco mais contritos e humildes.
Todos nós fomos edificados. O teste consistirá em aplicar os ensinamentos recebidos. Se a partir de agora formos um pouco mais bondosos, se tratarmos um pouco melhor nosso próximo, se nos aproximarmos mais do Salvador, com uma resolução mais firme de seguir Seus ensinamentos e Seu exemplo, então esta conferência terá sido um sucesso extraordinário. Se, por outro lado, não melhorarmos nossa vida, então os oradores terão, em grande parte, fracassado.
Talvez essas mudanças não possam ser medidas em um dia ou um mês. Muitas resoluções se fazem e esquecem com rapidez. Contudo, se daqui a um ano estivermos saindo-nos melhor do que no passado, então o esforço empreendido nesses últimos dias não terá sido em vão.
Não nos lembraremos de tudo o que foi dito, mas, em decorrência de tudo isso, estaremos edificados espiritualmente. Talvez seja algo difícil de definir, mas será real. Como o Senhor disse a Nicodemos: ‘O vento sopra onde quer, e ouves a sua voz; porém não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito’ (João 3:8).
E o mesmo se dará com a experiência que tivemos. E talvez, em meio a tudo o que ouvimos, haja uma frase ou parágrafo que se destacará e não nos sairá da mente. Se isso acontecer, espero que tomemos nota e meditemos a respeito disso até tirarmos o máximo proveito da profundidade de seu significado e o tornemos parte de nossa vida.
Em nossas noites familiares, espero que venhamos a discutir com nossos filhos essas coisas e dar a eles a oportunidade de provar da doçura das verdades que ouvimos. E quando a revista A Liahona for publicada (…) com todas as mensagens da conferência, rogo que não a deixem de lado afirmando já terem ouvido tudo, mas que leiam e ponderem as mensagens. Vocês se darão conta de muitas coisas que deixaram passar despercebidas quando ouviram os discursos. (…)
Amanhã de manhã, vamos voltar para nosso trabalho, nossos estudos, ou o que quer que constitua nossa rotina diária. No entanto, poderemos contar com o fortalecimento proporcionado pelas lembranças desta gloriosa ocasião” (“Um Humilde e Contrito Coração”, A Liahona, janeiro de 2001, pp. 102–103).
O Élder Paul V. Johnson, dos Setenta, explicou que precisamos colocar em prática as mensagens da conferência geral:
“Para que as mensagens da conferência geral mudem nossa vida, precisamos estar dispostos a seguir os conselhos que ouvimos. O Senhor explicou numa revelação ao Profeta Joseph Smith: ‘Quando estiverdes congregados, deveis instruir-vos e edificar-vos uns aos outros, para que saibais como (…) proceder com respeito aos pontos de minha lei e dos mandamentos que dei’ (D&C 43:8). Mas saber ‘como proceder’ não é suficiente. O Senhor diz no próximo versículo: ‘Fareis convênio de que agireis em toda a santidade diante de mim’ (D&C 43:9). Essa disposição de pôr em prática o que aprendemos abre a porta para bênçãos maravilhosas. (…)
Todas as vezes que atendemos às palavras dos profetas e apóstolos, colhemos grandes bênçãos. Recebemos mais bênçãos do que somos capazes de compreender na ocasião e continuamos a receber bênçãos bem depois de tomar a decisão de ser obedientes” (“As Bênçãos da Conferência Geral”, A Liahona, novembro de 2005, p. 52; grifo do autor).
Ao término da Conferência Geral de abril de 1978, o Presidente Spencer W. Kimball (1895–1985) disse:
“Ao chegarmos ao fim desta conferência geral, que todos prestemos atenção ao que foi dito. Vamos considerar que os conselhos dados se aplicam a nós, a mim. Vamos dar ouvidos àqueles a quem apoiamos como profetas e videntes, assim como às demais Autoridades Gerais como se nossa vida eterna dependesse disso, porque depende!”(“Escutai os Profetas”, A Liahona, outubro de 1978, p. 131; grifo do autor).
O Presidente Marion G. Romney (1897–1988), da Primeira Presidência, salientou como muitas verdades são ensinadas nas conferências gerais:
“Ouvimos verdades e recebemos orientação suficientes nesta conferência para nos levar à presença de Deus se as seguirmos. Fomos levados a uma montanha espiritual e lá recebemos visões de grande glória” (Conference Report, abril de 1954, pp. 132–133).
Ao comprometer-se a aplicar os ensinamentos da conferência geral em sua vida, avalie as sugestões a seguir:
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Converse sobre a conferência geral com sua família e seus amigos. Compartilhe o que aprendeu e aprenda também com os comentários deles.
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Enquanto estiver assistindo à conferência geral, quando sentir o Espírito lhe sussurrar que deve fazer algo, anote suas impressões e depois coloque-as em prática.
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Faça metas que especifiquem como e quando você vai aplicar os conselhos que recebeu na conferência geral. Escreva suas metas e examine-as com frequência.
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Estude os discursos quando forem publicados nas revistas da Igreja ou na Internet a fim de obter mais entendimento e renovar os sentimentos espirituais que teve na conferência. (Os discursos de conferência estão disponíveis em áudio, vídeo ou texto no site LDS.org; a busca por palavra ou assunto também pode ser feita nas revistas internacionais da Igreja online.)
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Prepare mensagens para as noites familiares com base nos discursos de conferência.
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Adquira os DVDs ou CDs da conferência geral e assista aos discursos ou escute o áudio ao dirigir para o trabalho ou viajar, o que vai contribuir para que você use seu tempo com mais sabedoria.
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Copie pequenas citações dos discursos de conferência e coloque-as em um local em sua casa onde possa vê-las com frequência. Tente memorizá-las.