Ensinamentos dos Presidentes
A Oração, o Passaporte para o Poder Espiritual


Capítulo 5

A Oração, o Passaporte para o Poder Espiritual

Por meio da oração honesta e sincera, recebemos amor, poder e força de nosso Pai Celestial.

Da Vida de Spencer W. Kimball

Sempre tenho sentimentos muito doces sobre a oração e o poder e as bênçãos que dela resultam”, disse o Presidente Spencer W. Kimball. “No decorrer de minha vida, recebi mais bênçãos do que jamais poderei agradecer. O Senhor tem sido muito bom comigo. Tive tantas experiências na doença e na saúde que não me resta sombra de dúvida em meu coração e mente de que há um Deus no céu, de que Ele é nosso Pai e de que ouve nossas orações e responde a elas.”1

Uma dessas experiências aconteceu quando o Presidente Kimball e sua esposa, Camilla, viajaram para uma conferência na Nova Zelândia. Quando chegaram à Cidade de Hamilton, estavam tão doentes que o Presidente Kimball pediu ao Presidente N. Eldon Tanner, Primeiro Conselheiro na Primeira Presidência, que o representasse num evento cultural planejado para aquela noite. Algumas horas depois, o Presidente Kimball “acordou subitamente e perguntou ao Dr. Russell Nelson, que o estava observando: “Irmão Nelson, a que horas a atividade estava prevista para começar hoje à noite?”

‘às sete horas, Presidente Kimball.’

‘Que horas são agora?’

‘Quase sete.’

Spencer estava encharcado de suor. Sua febre passara. (…) Ele disse: ‘Avise à irmã Kimball que vamos’.

Camilla saiu da cama e ambos se vestiram apressadamente e depois percorreram de carro a curta distância até o estádio onde o programa acabara de começar. O Presidente Tanner explicara no início da reunião que eles estavam passando mal e não poderiam comparecer. Na oração de abertura, um jovem neo-zelandês suplicou com fervor: ‘Nós, três mil jovens da Nova Zelândia, reunimo-nos aqui preparados para cantar e dançar para Teu profeta. Suplicamos que o cures e o tragas para cá’. Ao fim da oração, o carro que transportava Spencer e Camilla entrou e o estádio irrompeu em brados espontâneos e ensurdecedores ao verem sua oração ser respondida”.2

Ensinamentos de Spencer W. Kimball

Temos a obrigação de orar, assim como temos a obrigação de guardar qualquer outro mandamento.

A oração não é uma atividade opcional; é uma das bases de nossa religião.3

Por que devemos orar? Porque somos os filhos e filhas de nosso Pai Celestial, de quem dependemos para tudo o que desfrutamos — nossa comida e roupas, nossa saúde, nossa própria vida, nossa visão e audição, nossa voz, nossa locomoção e até mesmo nosso cérebro.

(…) Vocês concedem a si mesmos sua respiração, sua vida, seu ser? São capazes de prolongar uma única hora de seu dia? São fortes sem os dons do céu? Seu cérebro foi criado sozinho ou vocês mesmos o conceberam? Vocês são capazes de dar a vida ou prolongá-la? Têm poder para prescindir do Senhor? Contudo, constato que muitos deixam de orar. (…)

Vocês que oram ocasionalmente, por que não oram com mais regularidade, freqüência e devoção? O tempo é precioso demais, a vida curta demais ou a fé curta demais para isso? (…)

Todos nós temos fortes obrigações para com o Senhor. Nenhum de nós alcançou a perfeição. Ninguém está imune aos erros. Orar é necessário para todos os homens, assim como é necessária a castidade, a observância do Dia do Senhor, do dízimo, da obediência à Palavra de Sabedoria, a freqüência às reuniões e o casamento celestial. Assim como qualquer outro, esse é um mandamento do Senhor.4

Quando eu viajava pelas estacas e missões da Igreja anos atrás, sempre encontrava pessoas que estavam em dificuldades ou com enormes necessidades. Minha primeira pergunta era: “E suas orações? Com que freqüência você ora? Com que profundidade você se envolve ao orar?” Observei que o pecado geralmente surge quando as linhas de comunicação estão fragilizadas. Por esse motivo o Senhor disse ao Profeta Joseph Smith: “O que digo a um digo a todos; orai sempre, para que o ser maligno não tenha poder em vós” (D&C 93:49).5

Existe no mundo atual uma grande necessidade da oração que nos manterá em contato com Deus e conservará abertos os canais de comunicação. Nenhum de nós deve levar uma vida atarefada a ponto de não poder refletir e orar. A oração é o passaporte para o poder espiritual.6

Nossas orações devem incluir expressões de gratidão e súplicas humildes ao Pai Celestial para que nos abençoe, bem como as pessoas a nossa volta.

Sobre o que devemos orar? Devemos expressar gratidão alegre e sincera por bênçãos passadas. O Senhor disse: “E no Espírito deveis render graças a Deus por todas as bênçãos com que sois abençoados” (D&C 46:32). Um espírito maravilhoso e reconfortante envolve-nos quando expressamos gratidão ao Pai Celestial por nossas bênçãos — pelo evangelho e o conhecimento dele que tivemos a bênção de receber; pelos esforços e trabalho de nossa família e amigos; pelas oportunidades; pela mente, o corpo e a vida; pelas experiências boas e úteis ao longo da vida, por todo o auxílio oferecido pelo Pai, Seus atos de bondade e as orações respondidas.

Podemos orar por nossos governantes. Paulo escreveu:

“Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões, e ações de graças, por todos os homens;

Pelos reis, e por todos os que estão em eminência” (I Timóteo 2:1–2).

Desenvolveremos lealdade ao país e às leis que nos regem se orarmos dessa forma. E desenvolveremos amor e fé em nossa liderança da Igreja, e nossos filhos aprenderão a respeitá-los. Afinal, é pouco provável que uma pessoa critique as autoridades da Igreja caso ofereça orações sinceras por elas. é uma grande alegria para mim o fato de, ao longo de toda a minha vida, eu ter apoiado meus líderes e orado por seu bem-estar. E nos últimos anos, tenho sentido um grande poder vir a mim por causa de orações semelhantes dirigidas ao céu em meu favor pelos santos.

A obra missionária mundial deve ser um tema constante de nossas orações. Oremos para que as portas das nações se abram para receber o evangelho. Oremos para receber oportunidades e orientação para partilhar as gloriosas novas do evangelho com as pessoas. Quando cada menino orar ao longo de toda a sua vida pela causa missionária, será um bom missionário.

(…) Oramos pelas pessoas que antes julgávamos inimigas, pois devemos recordar o belo e incisivo conselho de nosso Senhor: “Mas a vós, que isto ouvis, digo: Amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam; Bendizei os que vos maldizem, e orai pelos que vos caluniam” (Lucas 6:27–28). Será possível para um homem ter inimigos quando ele ora pelas pessoas a sua volta pelas quais ele porventura tenha sentimentos negativos?

Devemos orar para pedir sabedoria, discernimento, compreensão. Devemos orar para pedir proteção em locais perigosos e força em momentos de tentação. Devemos lembrar-nos de entes queridos e amigos. Devemos fazer orações espontâneas em palavras ou pensamento, em voz alta ou no mais profundo silêncio. Devemos ter sempre uma prece no coração para nos sairmos bem nas atividades do dia. Será possível para alguém praticar o mal quando seu coração e seus lábios estão cheios de orações honestas?

Devemos orar por nosso casamento, nossos filhos, nossos vizinhos, nosso emprego, nossas decisões, nossas designações na Igreja, nosso testemunho, nossos sentimentos, nossas metas. De fato, devemos seguir os maravilhosos conselhos de Amuleque e orar por misericórdia, por nossos meios de subsistência, por nosso lar e contra o poder de nossos inimigos; devemos orar “contra o diabo, que é o inimigo de toda retidão” e pelas colheitas de nossos campos. E quando não invocarmos o Senhor, devemos deixar “que se encha [nosso] coração, voltado continuamente para ele em oração pelo [nosso] bem-estar, assim como pelo bem-estar de todos os que [nos] rodeiam”. (Ver Alma 34:18–27.)7

Devemos orar para pedir perdão. Já entrevistei inúmeros missionários em perspectiva. Com demasiada freqüência, constato que muitos não oram, mesmo tendo pecados ainda não perdoados. “Por que você não ora?”, perguntei em tantas ocasiões, “quando você tem uma enorme obrigação a cumprir? Acha que pode meramente ignorá-la, dar de ombros e racionalizar que se trata apenas de uma prática comum? Você tem vergonha de ajoelhar-se, vergonha de encarar a Cristo? Falta-lhe crença em Deus? Você não sabe que Ele vive e ama, perdoa quando há arrependimento? Sabia que os pecados não podem ser apagados e as transgressões não podem ser perdoadas pela evasão ou mero esquecimento?” (…)

Devemos orar por tudo que é necessário, digno e adequado. Ouvi um menino de cerca de 14 anos de idade numa oração familiar implorando ao Senhor que protegesse as ovelhas da família que estavam num morro. Estava nevando e fazendo um frio terrível. Ouvi uma família orar pedindo chuva numa época de seca severa e condições desesperadoras. Ouvi uma menina orar pedindo ajuda nos exames escolares que aconteceriam naquele dia.

Devemos também orar pelos doentes e aflitos. O Senhor ouvirá nossas orações sinceras. Ele nem sempre os curará, mas pode dar-lhes paz, coragem ou força para suportar as tribulações. Também não devemos esquecer em nossas preces as pessoas que precisam de bênçãos talvez quase mais complexas do que os problemas físicos — as pessoas frustradas, confusas, que sofrem tentações, estejam em pecado ou perturbadas.

Devemos orar pelo bem-estar de nossos filhos. Às vezes, na adolescência eles desenvolvem uma atitude rebelde, a despeito de tudo o que dissermos ou fizermos. Alma viu que suas admoestações para [seu] filho eram em vão e orou por [ele], e suas orações exerceram um forte efeito. às vezes, essa é a única coisa que resta aos pais. A oração de um justo vale muito, dizem as escrituras, e foi assim nesse caso também. [Ver Tiago 5:16; Mosias 27:14.]8

é um grande privilégio e alegria orar ao Pai Celestial, uma grande bênção para nós. Mas nossa experiência não termina ao fim de nossa oração. Amuleque ensinou com razão: “E agora, meus amados irmãos, (…) depois de haverdes [orado], se negardes ajuda aos necessitados e aos nus e não visitardes os doentes e aflitos nem repartirdes o vosso sustento, se o tendes, com os que necessitam — digo-vos, se não fizerdes qualquer destas coisas, eis que vossa oração é vã e de nada vos vale e sois como os hipócritas que negam a fé” (Alma 34:28). Nunca esqueçamos que devemos viver o evangelho de modo tão honesto e sincero quanto oramos.9

Em nossas orações pessoais, podemos entrar em comunhão com Deus e aprender Sua vontade.

Para determinadas questões, é melhor orar a sós, quando o tempo e o sigilo não são fatores limitantes. Orar sozinho é uma experiência proveitosa e enriquecedora. Ajuda-nos a despojar-nos da vergonha ou da pretensão e de qualquer falsidade; ajuda-nos a abrir o coração e ser totalmente honestos e honrados para expressar todas as nossas esperanças e intentos.

Há muito tempo percebo a necessidade de privacidade em nossas orações pessoais. Por vezes, o Salvador julgava necessário retirar-Se nas montanhas ou no deserto para orar. Da mesma forma, o Apóstolo Paulo buscou refúgio no deserto e na solidão depois de seu grandioso chamado. Enos foi a locais ermos para entrar em comunhão com Deus. Joseph Smith achou privacidade no bosque, apenas com pássaros, árvores e Deus para ouvir sua oração. Atentemos para alguns detalhes de sua história: “Assim, seguindo minha determinação de pedir a Deus, retirei-me para um bosque a fim de fazer a tentativa. (…) Era a primeira vez na vida que fazia tal tentativa, pois em meio a todas as ansiedades que tivera, jamais havia experimentado orar em voz alta” (Joseph Smith — História 1:14; grifo do autor).

Nós também devemos procurar, quando possível, um quarto, um canto sossegado, uma despensa, um lugar onde possamos “refugiar-nos” para orar em voz alta e em segredo. Recordemos as muitas vezes em que o Senhor nos instruiu a orar em voz alta: “E também te ordeno que ores em voz alta, assim como em teu coração; sim, perante o mundo, como também em segredo; em público, assim como em particular” (D&C 19:28).10

Se nesses momentos especiais de oração, ocultarmos coisas do Senhor, pode ser que algumas bênçãos nos sejam negadas. Afinal de contas, dirigimos nossas súplicas a um Pai Celestial onisciente, então por que acharíamos que podemos esconder-Lhe sentimentos ou pensamentos que digam respeito a nossas necessidades e bênçãos?11

Em nossas preces, não devemos dissimular nada nem usar de hipocrisia, pois nesse caso não há espaço para a falsidade. O Senhor conhece nossa verdadeira condição. Dizemos ao Senhor o quão bons somos ou o quão fracos? Revelamos nossa verdadeira natureza diante Dele. Oferecemos nossas súplicas com recato, sinceridade e com um “coração quebrantado e espírito contrito” ou como os fariseus que se orgulhavam de sua observância irrepreensível da lei de Moisés? [ver éter 4:15; Lucas 18:11–12]. Proferimos algumas palavras repetitivas e frases banais ou conversamos intimamente com o Senhor durante o tempo que a ocasião exigir? Oramos ocasionalmente quando na verdade devemos orar regularmente, com freqüência, constantemente?12

A oração é um grande privilégio — não só de falar com o Pai Celestial, mas também de receber amor e inspiração Dele. Ao fim de nossas orações, precisamos ouvir com intensidade — mesmo por vários minutos. Já oramos pedindo conselhos e ajuda. Agora precisamos seguir o que nos ensina o salmista: “Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus” (Salmos 46:10).13

Devemos achar tempo todos os dias para a oração familiar.

A Igreja exorta-nos a realizar a oração familiar todas as noites e todas as manhãs. É uma oração de joelhos com todos os membros da família presentes ou todos os que for possível reunir. (…) Todos os membros da família, incluindo os mais novos, devem ter a oportunidade de proferir a oração regularmente, conforme designação do chefe da família, que em geral é o pai, que possui o sacerdócio. Contudo, em sua ausência, é a mãe ou, na ausência dela, o filho mais velho presente.14

Nosso Pai Celestial deu-nos a bênção da oração para ajudar-nos a ter sucesso em todas as nossas atividades importantes do lar e da vida. Sei que se orarmos com fervor e em retidão, individualmente e com a família, ao levantarmo-nos de manhã e deitarmo-nos à noite e à mesa na hora das refeições, não só seremos uma família mais unida, mas também cresceremos espiritualmente. Precisamos muito da ajuda do Pai Celestial ao procurarmos aprender as verdades do evangelho e então as seguirmos e ao buscarmos Seu auxílio para as decisões de nossa vida.15

A oração familiar deve adequar-se às necessidades tanto na duração quanto no conteúdo. A oração de (…) um casal será diferente da oração de uma família com filhos crescidos ou outra com crianças pequenas. Certamente, não deve ser longa quando há filhos pequenos presentes, sob pena de perderem o interesse e cansarem-se da oração e desenvolverem uma aversão. Quando as crianças orarem, não é provável que façam orações longas. O Pai Nosso, dado como modelo, dura apenas cerca de 30 segundos e certamente uma pessoa pode externar gratidão e fazer muitos pedidos em um, dois ou três minutos, embora sem dúvida haja ocasiões em que seja adequado orar por mais tempo.16

Quando nos ajoelhamos para fazer as orações familiares, os filhos ajoelhados a nossa volta estão criando hábitos que os acompanharão no decorrer de toda a vida. Se não reservarmos tempo para as orações, a mensagem que passaremos às crianças é: “Não é lá tão importante. Não nos preocupamos com isso. Se conseguirmos encaixar a oração na agenda, por que não? Mas se o sinal da escola tocar, o ônibus estiver chegando e o trabalho chamar — a oração não é tão vital e faremos quando nos convier”. A menos que planejemos, nunca será conveniente.17

Nenhuma mãe mandaria negligentemente seus filhos pequenos à escola numa manhã de inverno sem agasalhos pesados para protegê-los da neve, da chuva e do frio. Contudo, há inúmeros pais e mães que enviam os filhos à escola sem a proteção que lhes proporciona a oração — uma defesa contra a exposição a perigos desconhecidos, pessoas más e tentações degradantes.18

No passado, fazer a oração familiar uma vez por dia pode ter sido o bastante. Mas no futuro, não será suficiente caso desejemos salvar nossa família.19

Em nosso círculo familiar, os filhos aprenderão a conversar com o Pai Celestial ao ouvirem seus pais. Logo verão a sinceridade e honestidade de nossas orações. Se elas forem apressadas e mesmo tenderem a ser um ritual sem sentimento, eles também se darão conta disso. É melhor que procedamos em nossa família e a sós conforme nos instou Mórmon: “Portanto, meus amados irmãos, rogai ao Pai, com toda a energia de vosso coração” (Morôni 7:48).20

Na oração familiar, há mais do que a súplica e o agradecimento. É um passo a mais para a união e solidariedade familiar. Ajuda a construir uma consciência familiar e cria um espírito de independência familiar. É um momento do dia em que os rádios ruidosos se silenciam, a iluminação diminui e o coração dos membros da família volta-se uns para os outros e para o infinito; um instante em que o mundo se distancia e os céus se aproximam.21

Quando oramos num grupo, devemos fazê-lo de modo condizente com a ocasião.

Ao orarmos em grupo, seja no lar, na Igreja ou em situações sociais ou públicas, devemos recordar o propósito de nossas orações — comunicar-nos com o Pai Celestial. Por mais difícil que pareça, aprendi ao orar com as pessoas que é melhor preocuparmo-nos com uma comunicação terna e honesta com Deus, em vez de pensar no que os ouvintes possam estar achando. É claro que é preciso levar em conta o contexto da oração; trata-se de um dos motivos pelos quais as orações em público ou mesmo em família não devem ser o único momento em que oramos.22

As orações em público devem sempre adequar-se à ocasião. Uma oração dedicatória pode ser mais longa, mas a oração de abertura de uma reunião deve ser muito mais curta. Elas devem solicitar as coisas necessárias para a ocasião específica. A oração de encerramento pode ser ainda mais breve — uma oração de gratidão e despedida. A unção com óleo é uma parte breve e específica de uma ordenança e não deve confundir-se com o selamento da unção que vem em seguida e que pode estender-se conforme a situação, invocando bênçãos sobre a pessoa. A bênção dos alimentos não precisa ser longa, mas deve externar gratidão pela comida e pedir bênçãos sobre ela. Não deve ser a repetição de uma oração familiar proferida pouco antes.23

Quantas vezes ouvimos pessoas que se tornam eloqüentes em suas orações a ponto de pregar um sermão inteiro? Os ouvintes se cansam e a oração perde o efeito.24

Como o Pai Celestial nos conhece e ama perfeitamente, podemos confiar em Suas respostas a nossas orações.

A oração é uma via de mão única? Não! (…)

Aprender a linguagem da oração é uma experiência agradável e que se estenderá ao longo da vida inteira. Às vezes idéias inundam-nos a mente ao pararmos para ouvir as respostas depois de orarmos. Em outras ocasiões, há sentimentos que chegam a nós. Um espírito de serenidade dá-nos a certeza de que tudo ficará bem. Mas sempre, caso tenhamos sido honestos e sinceros, teremos um sentimento bom — uma sensação cálida por nosso Pai Celestial e a certeza de Seu amor por nós. Entristeço-me ao constatar que muitos de nós não aprenderam o significado dessa sensação espiritual serena e cálida, pois é um testemunho para nós de que nossas orações foram ouvidas. E como nosso Pai Celestial nos ama com mais amor do que temos por nós mesmos, isso significa que podemos confiar em Sua bondade, podemos confiar Nele; significa que se continuarmos a orar e viver em retidão, a mão de nosso Pai nos guiará e abençoará.

E assim devemos dizer em nossas orações “Seja feita a tua vontade” e com sinceridade. Não pediríamos conselhos a um líder para em seguida os ignorar. Não devemos solicitar bênçãos ao Senhor e depois desconsiderar a resposta. Assim, devemos orar: “Seja feita a tua vontade, ó Senhor. Tu sabes o que é melhor, Pai bondoso. Aceitarei e seguirei de bom grado Tua direção”.25

Devemos orar com fé, mas cientes de que quando o Senhor responde, pode não ser a resposta que esperamos ou desejamos. Convém-nos ter fé em que a escolha de Deus para nós é a correta.26

Depois de orar ao longo de toda a minha vida, conheço o amor, o poder e a força que resultam de uma oração honesta e sincera. Sei que nosso Pai está pronto para auxiliar-nos em nossa experiência mortal, ensinar-nos, guiar-nos. Assim, com grande amor, nosso Salvador disse: “O que digo a um digo a todos; orai sempre” (D&C 93:49).

Se assim procedermos, adquiriremos por nós mesmos o conhecimento pessoal de que o Pai Celestial realmente ouve nossas orações e responde a elas. Ele deseja que cada um de nós tenha essa certeza. Busquem-na, amados irmãos e irmãs! Busquem-na!27

Sugestões para Estudo e Ensino

Tenha em mente as idéias a seguir ao estudar o capítulo ou ao preparar-se para ensinar. Há auxílios adicionais nas páginas v–ix.

  • Como sua vida seria diferente se você não orasse? Reflita sobre os motivos pelos quais o Senhor nos deu o mandamento de orar. (Páginas 54–55).

  • Examine as páginas 55–58. De que forma somos influenciados ao externarmos gratidão ao orar? E quando oramos por outras pessoas?

  • Examine o último parágrafo da página 58. Por que nossas orações são incompletas se não vivermos “o evangelho de modo tão honesto e sincero quanto oramos”?

  • O Presidente Kimball afirmou: “Orar sozinho é uma experiência proveitosa e enriquecedora” (página 59). O que podemos fazer para achar tempo para orações pessoais significativas? Em sua opinião, por que às vezes é útil orar em voz alta nas orações pessoais? Por que ouvir é uma parte importante da oração?

  • Nas páginas 60–61, o Presidente Kimball fala das bênçãos que resultam das orações familiares. Que experiências você já teve com essas bênçãos? O que as famílias podem fazer para achar tempo para a oração familiar todas as manhãs e todas as noites?

  • O Presidente Kimball ensinou que as orações em grupo devem adequar-se à situação (página 62). Quando formos convidados para proferir uma oração nesses contextos, qual é nossa responsabilidade? O que podemos aprender com o exemplo do jovem neo-zelandês da história contada nas páginas 54?

  • Leia o parágrafo que começa no fim da página 62. Como a oração influenciou sua relação com o Pai Celestial?

Escrituras Relacionadas: Salmos 55:17; Mateus 6:5–15; Tiago 1:5–6; 2 Néfi 32:8–9; 3 Néfi 18:18–21

Notas

  1. Conference Report, outubro de 1979, p. 5; ou Ensign, novembro de 1979, p. 5.

  2. Caroline Eyring Miner e Edward L. Kimball, Camilla: A Biography of Camilla Eyring Kimball (1980), pp. 182–184.

  3. Faith Precedes the Miracle (1972), p. 200.

  4. “Prayer”, New Era, março de 1978, pp. 15, 17, 18.

  5. “Pray Always”, Ensign, outubro de 1981, p. 3.

  6. Conference Report, abril de 1979, p. 7; ou Ensign, maio de 1979, pp. 6–7.

  7. Ensign, outubro de 1981, pp. 4–5.

  8. Faith Precedes the Miracle, pp. 205, 206.

  9. Ensign, outubro de 1981, p. 6.

  10. Ensign, outubro de 1981, p. 4.

  11. Conference Report, outubro de 1979, p. 5; ou Ensign, novembro de 1979, p. 4.

  12. Faith Precedes the Miracle, p. 207.

  13. Ensign, outubro de 1981, p. 5.

  14. Faith Precedes the Miracle, pp. 200–201.

  15. “Therefore I Was Taught”, Ensign, janeiro de 1982, p. 4.

  16. Faith Precedes the Miracle, p. 201.

  17. The Miracle of Forgiveness (1969), p. 253.

  18. Faith Precedes the Miracle, p. 207.

  19. Citado por James E. Faust, Conference Report, outubro de 1990, p. 41; ou Ensign, novembro de 1990, p. 33.

  20. Ensign, outubro de 1981, p. 4.

  21. “Family Prayer”, Children’s Friend, janeiro de 1946, p. 30.

  22. Ensign, outubro de 1981, p. 4.

  23. Faith Precedes the Miracle, p. 201.

  24. The Teachings of Spencer W. Kimball, ed. Edward L. Kimball (1982), pp. 119–120.

  25. Ensign, outubro de 1981, p. 5.

  26. Faith Precedes the Miracle, p. 207.

  27. Ensign, outubro de 1981, p. 6.