Como Podemos Permitir que os Desafios Refinem, e Não Arruínem, a Nossa Fé?

Irene Inemesit Ekord

Podemos fazer a escolha de nos aproximarmos de Cristo através das nossas dificuldades.

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ilustração de uma imagem dentro da cabeça de uma mulher

Recentemente, a minha ala fez o luto pela morte de um jovem adulto solteiro maravilhoso. A caminho da casa da sua mãe, com a minha presidência da Sociedade de Socorro, ponderei sobre o que poderia dizer-lhe. Orei para que o Senhor me inspirasse a partilhar uma mensagem edificante que a ajudasse a sentir o Seu conforto.

Quando chegámos, vi como ela estava abalada. Ela era sempre tão alegre e fiel, mas agora, parecia que o seu testemunho estava a desvanecer.

Em vez de partilhar uma mensagem, senti que lhe devia dar um abraço longo e caloroso. O meu coração estava com ela e eu queria que ela sentisse que o Pai Celestial a amava e estava ciente da sua dor.

Esta experiência fez-me lembrar das ocasiões em que os nossos desafios podem fazer-nos duvidar se o Pai Celestial está realmente lá para nós. Quando a Sua vontade difere daquilo que desejamos, isto pode abalar a nossa fé e confiança n’Ele, especialmente durante momentos de tristeza ou dor.

É preciso muita fé e coragem para aceitar a vontade do Pai Celestial acima da nossa, especialmente quando o resultado fere o nosso coração. Mas, ao voltar para casa depois de visitar esta mãe enlutada, lembrei-me destas palavras do Presidente Russell M. Nelson:

“Assumam o controlo do vosso testemunho. Esforcem-se por obtê-lo. Possuam-no. Cuidem dele. Cultivem-no para que ele cresça. […]

Depois, vejam os milagres a acontecerem na vossa vida”.¹

Finalmente ocorreu-me que fortalecer o meu testemunho é o que me permitirá ter esperança no amor de Deus quando for confrontada com desafios. Sei que Ele tem os meus melhores interesses em mente e que me ajudará nos tempos difíceis.

Mas como é que podemos fazer isto enquanto sentimos tanta dor?

Refinar a Minha Fé

Ao refletir sobre as minhas experiências de vida e sobre como o meu testemunho cresceu no decurso dos meus desafios, apercebi-me de que tinha aplicado algumas coisas específicas nos momentos em que me deparei com dificuldades:

Ver os desafios com uma perspetiva eterna: isto pode ser difícil de fazer durante emoções e desafios dolorosos. Mas nas minhas dificuldades, esforçar-me para ver as coisas como Deus as vê, ajudou-me a aprofundar a minha fé em Jesus Cristo e no Seu poder capacitador.
Procurar sempre o Senhor: parece que nos momentos mais difíceis da vida, faço as orações mais sinceras, estudo mais as verdades do evangelho e esforço-me mais para procurar e aplicar o conselho dos profetas antigos e modernos. Mas fazer estas mesmas coisas nos momentos bons também me ajudou a voltar-me para o Salvador em vez de me afastar d’Ele quando as coisas ficam difíceis. Todos nós podemos fazer esta escolha de O procurar tanto nos momentos de dificuldade como nos de paz — isto irá sempre lembrar-nos do amor perfeito do Pai Celestial.
Lembrar dos milagres com gratidão: acima de tudo, lembrar-me dos muitos milagres, pequenos e poderosos, com que o Senhor sempre me abençoou, encoraja-me a confiar n’Ele e a manter a minha fé firme durante os tempos difíceis. De facto, é por causa dos milagres de cura com que Ele já me presenteou que quero lutar para manter a minha fé em Jesus Cristo forte. Ele fez tanto por mim e realizou tantos milagres na minha vida, e quero demonstrar gratidão por tudo o que Ele já fez por mim.

Assumir o Controlo dos Nossos Testemunhos

Não tenho uma coragem, fé ou confiança perfeitas no Senhor, mas estou a esforçar-me para lá chegar. Sei que, em tempos difíceis, o Pai Celestial me abençoou com força para permanecer fiel, mesmo quando sinto mágoa ou quando as bênçãos pelas quais oro não estão a chegar quando eu quero que cheguem.

Resolvi permitir que os desafios e as dores da minha vida construam o meu testemunho de Jesus Cristo, em vez de o destruírem. O fogo do refinador é difícil de enfrentar, mas ajuda-nos realmente a entender e torna-nos mais parecidos com o nosso Salvador, se optarmos por permitir que assim seja.

A mãe que visitei não tinha perdido o seu testemunho, mas lutava para ver a bondade de Deus através da sua dor. Percebi que demonstrar-lhe, através daquele abraço, que ela era amada pelo Pai Celestial e por mim era o suficiente para ela naquele momento.

Tal como nos recorda o Elder Alan T. Phillips, dos Setenta: “Sois filhos [do Pai Celestial]. Se vos sentis perdidos, se tendes dúvidas ou falta de sabedoria, se estais a enfrentar desafios nas vossas circunstâncias ou a debater-vos com a dissonância espiritual, voltai-vos para Ele. Orai a Ele por conforto, amor, respostas e orientação. Seja qual for a necessidade e onde quer que vos encontreis, abri o vosso coração ao Pai Celestial”.²

É sempre uma luta libertarmo-nos da nossa tendência natural de ficar com raiva ou frustrados com o Pai Celestial quando as coisas não correm à nossa maneira. Mas prometo que, à medida que continuares a ver as coisas com uma perspetiva eterna, a procurar o Pai Celestial e Jesus Cristo, e a lembrar-te dos milagres que Eles te providenciaram, a tua fé não vacilará. E verás ainda mais milagres, como prometeu o Presidente Nelson.

Tenho um testemunho pessoal de que assumir o controlo dos nossos testemunhos ajudará a suster-nos durante os nossos momentos mais difíceis.