Publicação semanal para jovens adultos
Como ter fé para aceitar qualquer resultado, mesmo aqueles que não queremos?
Novembro de 2024


Como ter fé para aceitar qualquer resultado, mesmo aqueles que não queremos?

De todas as dificuldades que enfrentei em minha vida, a morte de meu pai foi a que mais testou minha fé.

uma mulher segurando a mão de alguém deitado na cama

Quando voltei para casa depois de servir missão, meu pai foi diagnosticado com câncer. Na época, eu estava extremamente ocupada. Eu era a presidente das Moças de minha ala, trabalhava muitas horas e tinha aulas da universidade à noite. Então, quando soube da situação de meu pai, fiquei chateada e sobrecarregada também.

Orei ao Pai Celestial e contei a Ele meus sentimentos. Eu não entendia por que aquilo estava acontecendo. Eu disse algo como: “Servi por 18 meses e agora ao voltar para casa para aproveitar o tempo com minha família, parte dela está sendo tirada de mim?”

Fiquei chateada com toda a situação, mas percebi que precisaria da ajuda do Pai Celestial, então comecei a orar por um milagre para que meu pai pudesse ser curado.

Aceitar a vontade do Senhor.

Orei consistentemente pela cura de meu pai, mas sua saúde não estava melhorando. Continuei orando por esse milagre, ficando cada vez mais frustrada, até ler um discurso proferido pelo élder David A. Bednar, do Quórum dos Doze Apóstolos. Ele falou sobre um casal jovem que lutava contra o diagnóstico de câncer.

O jovem marido explicou ao élder Bednar como suas orações haviam mudado ao longo do tempo: “Ao orar, nossas súplicas mudaram de ‘Por favor, cura-me’ para ‘Por favor, dá-me fé para aceitar qualquer resultado que tenhas planejado para mim’”.

Depois de ler isso, senti como se o Espírito estivesse me dizendo que eu precisava estar disposta a aceitar a vontade de Deus. Eu precisava ter fé que, independente do que acontecesse, tudo ficaria bem.

Por isso eu mudei a forma como orava.

Em vez de exigir que meu pai fosse curado, orei para que a vontade do Senhor fosse feita. E eu disse ao Pai Celestial que tentaria ter fé para aceitar qualquer coisa.

Com o tempo, a condição do meu pai piorou. E me peguei pedindo ao Pai Celestial que, se fosse da vontade Dele que meu pai morresse, que Ele o ajudasse a morrer em paz. E meu pai faleceu pacificamente.

Daquele momento em diante, senti minha fé no Pai Celestial ser fortalecida. Eu havia aceitado Sua vontade, independente do resultado. Mas ainda assim, o falecimento de meu pai foi uma grande perda em minha vida.

Sentir paz no templo

Cheia de pesar, minhas orações eram diferentes. Quando orava, era breve, rápida e direta.

Eu tinha confiado na vontade do Senhor e aceitado o que tinha acontecido, mas não queria falar sobre a devastação que estava sentindo. Eu estava em conflito porque havia aceitado a vontade do Senhor, mas ainda estava sofrendo.

Durante esse tempo, eu também não queria ir ao templo. Porém, por fim, agendei um horário, fui ao templo e senti muita paz. Parecia que meu pai estava lá comigo enquanto eu realizava as ordenanças sagradas. Falei com o Pai Celestial em oração pela primeira vez sobre a morte de meu pai e me senti mais perto Dele do que nunca.

Voltar ao templo me ajudou a processar a perda de meu pai e me fez sentir que poderia falar sobre sua vida novamente.

Confiar no Senhor independente do que aconteça

Embora o falecimento de meu pai tenha sido difícil, ainda tenho muita fé em Jesus Cristo. Ainda acredito em milagres. Esse desafio me ensinou que o Pai Celestial nos dará milagres que estão alinhados com Sua vontade. E para alinhar nossos desejos com Ele, precisamos seguir o conselho do presidente Russell M. Nelson de “pensar celestial”.

Como o plano de Deus pode ser diferente do plano que imaginamos para nós mesmos, permitir que Ele conduza nossa vida sempre nos levará à alegria, não importa o que aconteça. Pensar celestial também nos ajudará a tomar decisões positivas que nos afetarão eternamente.

Se você está guardando seus convênios e confiando no Pai Celestial, seja paciente e tenha esperança de que a paz logo virá.

Porque virá.

Notas

  1. David A. Bednar, “Aceitar a vontade e o tempo do Senhor”, A Liahona, agosto de 2016, p. 22.

  2. Russell M. Nelson, “Pensem celestial!”, Liahona, novembro de 2023, p. 117.