Conferência Geral
Jesus Cristo no Centro das Nossas Vidas
Conferência geral de abril de 2024


11:37

Jesus Cristo no Centro das Nossas Vidas

As questões profundas da alma, aquelas que surgem nas nossas horas mais sombrias e nas nossas maiores provações, são respondidas através do amor inabalável de Jesus Cristo.

Ao longo da nossa jornada na mortalidade, somos por vezes assolados por provações: a dor aguda da perda de entes queridos, a luta árdua contra a doença, o aguilhão da injustiça, as experiências angustiantes do assédio ou abuso, a sombra do desemprego, as tribulações familiares, o grito silencioso da solidão ou as consequências desoladoras dos conflitos armados.1 Em momentos como estes, as nossas almas almejam por refúgio.2 Procuramos sinceramente saber: onde podemos encontrar o bálsamo da paz?3 Em quem podemos depositar a nossa confiança para nos ajudar com a convicção e a força para ultrapassar estes desafios?4 Quem possui a paciência, o amor abrangente e a mão omnipotente para nos erguer e amparar?

As questões profundas da alma, aquelas que surgem nas nossas horas mais sombrias e nas nossas maiores provações, são respondidas através do amor inabalável de Jesus Cristo.5 N’Ele, e através das bênçãos prometidas do Seu evangelho restaurado,6 encontramos as respostas que procuramos. É através da Sua Expiação infinita que nos é oferecida uma dádiva incomensurável — de esperança, cura e da certeza da Sua presença constante e duradoura nas nossas vidas.7 Esta dádiva está disponível para todos os que estendem a mão com fé, ao aceitar a paz e a redenção que Ele, tão livremente, oferece.

O Senhor estende a Sua mão a cada um de nós, um gesto que é a própria essência do Seu amor e bondade divinos. O Seu convite transcende um simples apelo; é uma promessa divina, reforçada pelo poder duradouro da Sua graça. Nas escrituras, Ele assegura-nos com amor:

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.

Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para a vossa alma.

Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve”.8

A clareza do Seu convite “vinde a mim” e “tomai o meu jugo” afirma a natureza profunda da Sua promessa, uma promessa tão vasta e completa que incorpora o Seu amor, oferecendo-nos uma garantia solene: “Encontrareis descanso”.

Ao procurarmos diligentemente orientação espiritual,9 embarcamos numa odisseia profundamente transformadora que fortalece o nosso testemunho. Ao compreendermos a vastidão do perfeito amor do nosso Pai Celestial e de Jesus Cristo,10 o nosso coração enche-se de gratidão, humildade11 e um desejo renovado de seguir o caminho do discipulado.12

O Presidente Russell M. Nelson ensinou que “quando o foco da nossa vida é o plano de salvação criado por Deus […] e Jesus Cristo e o Seu evangelho, podemos sentir alegria independentemente do que está a acontecer — ou não — na nossa vida. A alegria vem d’Ele e por causa d’Ele”.13

Alma, ao falar com o seu filho Helamã, declarou: “E agora, ó Helamã, meu filho, eis que estás na juventude; peço-te, portanto, que ouças as minhas palavras e aprendas de mim; porque sei que aqueles que confiarem em Deus serão auxiliados [nas] suas tribulações e [nas] suas dificuldades e [nas] suas aflições; e serão elevados no último dia”.14

Helamã, ao falar com os seus filhos, ensinou sobre este princípio eterno de colocar o Salvador no centro da nossa vida: “Lembrai-vos, lembrai-vos de que é sobre a rocha [do] nosso Redentor, que é Cristo, o Filho de Deus, que deveis construir os vossos alicerces”.15

Em Mateus 14 aprendemos que, depois de saber a respeito da morte de João Batista, Jesus procurou ficar sozinho. No entanto, uma grande multidão seguiu-O. Movido pela compaixão e pelo amor, e não permitindo que a Sua dor O distraísse da Sua missão, Jesus acolheu-os, curando os doentes de entre eles. Com o cair da noite, os discípulos enfrentaram um desafio assustador: uma multidão de pessoas com escassa disponibilidade de alimentos. Eles propuseram que Jesus mandasse a multidão embora à procura de alimento, mas Jesus, com grande amor e grandes expectativas, pediu aos discípulos que, em vez disso, lhes dessem de comer.

Enquanto os discípulos estavam preocupados com o desafio imediato, Jesus demonstrou a Sua confiança e amor pelo Pai, bem como um amor inabalável pelo povo. Pediu à multidão que se sentasse na erva e, ao pegar apenas em cinco pães e dois peixes, preferiu dar graças ao Pai, reconhecendo a provisão de Deus acima da Sua autoridade e poder.

Depois de dar graças, Jesus partiu o pão e os discípulos distribuíram-no pelo povo. Milagrosamente, a comida não só foi suficiente como foi abundante, com 12 cestos de sobras. O grupo alimentado incluía 5.000 homens, juntamente com mulheres e crianças.16

Este milagre ensina-nos uma lição profunda: quando confrontados com desafios, é fácil ficarmos embrenhados nas nossas dificuldades. No entanto, Jesus Cristo exemplificou o poder de nos concentrarmos no Pai, ao dar graças e reconhecer que as soluções para as nossas provações nem sempre se encontram em nós próprios, mas sim, em Deus.17

Quando nos deparamos com dificuldades, temos a tendência natural de nos concentrarmos nos obstáculos que enfrentamos. Os nossos desafios são tangíveis e chamam a nossa atenção, mas o princípio da sua superação está no nosso foco. Ao colocarmos Cristo no centro dos nossos pensamentos e ações, alinhamo-nos com a Sua perspetiva e força.18 Este ajuste não ignora as nossas adversidades; em vez disso, ajuda-nos a atravessá-las sob a orientação divina.19 Como resultado, descobrimos soluções e apoios que surgem de uma sabedoria superior. A adoção desta perspetiva centrada em Cristo dá-nos a força e o discernimento para transformar as nossas provações em vitórias,20 lembrando-nos de que, com o Salvador, o que parece ser um grande problema pode tornar-se um caminho para um maior progresso espiritual.

A história de Alma, o filho, no Livro de Mórmon, apresenta uma narrativa convincente da redenção e o profundo impacto de se centrar a vida em Cristo. A princípio, Alma foi um opositor da Igreja do Senhor, desviando muitos do caminho da retidão. No entanto, uma intervenção divina, marcada por uma visita angélica, despertou-o dos seus erros.

No seu momento mais sombrio, atormentado pela culpa e desesperado por encontrar uma saída para a sua angústia espiritual, Alma lembrou-se dos ensinamentos do seu pai sobre Jesus Cristo e do poder da Sua Expiação. Com um coração desejoso de redenção, arrependeu-se sinceramente e implorou fervorosamente pela misericórdia do Senhor. Este momento crucial de entrega total, trazendo Cristo para o primeiro plano dos seus pensamentos e procurando sinceramente a Sua misericórdia, desencadeou uma transformação notável. As pesadas correntes de culpa e desespero desapareceram e foram substituídas por um sentimento avassalador de alegria e paz.21

Jesus Cristo é a nossa esperança e a resposta para as maiores dores da vida. Através do Seu sacrifício, Ele pagou pelos nossos pecados e tomou sobre Si todo o nosso sofrimento — dor, injustiça, tristeza e medo — e perdoa-nos e cura-nos quando confiamos n’Ele e procuramos mudar a nossa vida para melhor. Ele é quem nos cura,22 ao confortar e reparar os nossos corações através do Seu amor e poder, tal como curou muitos durante a Sua jornada na Terra.23 Ele é a água viva, a satisfazer as necessidades mais profundas das nossas almas com o Seu amor e bondade constantes. Isto é como a promessa que Ele fez à mulher samaritana junto ao poço, ao oferecer uma fonte de água que brota para a vida eterna.24

Presto solene testemunho de que Jesus Cristo vive, que Ele preside esta Sua sagrada Igreja, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.25 Testifico que Ele é o Salvador do mundo, o Príncipe da Paz,26 o Rei dos reis, o Senhor dos senhores,27 o Redentor do mundo. Afirmo com certeza que estamos sempre presentes na Sua mente e no Seu coração. Como prova disto, Ele restaurou a Sua Igreja nestes últimos dias e chamou o Presidente Russell M. Nelson como o Seu Profeta e Presidente da Igreja nesta época.28 Sei que Ele deu a Sua vida para que pudéssemos ter a vida eterna.

À medida que nos esforçamos por colocá-Lo no centro das nossas vidas, são-nos manifestadas revelações, a Sua paz profunda envolve-nos e a Sua Expiação infinita traz consigo o perdão e a cura.29 É n’Ele que descobrimos a força para vencer, a coragem para perseverar e a paz que ultrapassa todo o entendimento. Que nos esforcemos todos os dias para nos aproximarmos d’Ele, a fonte de tudo o que é bom,30 o farol de esperança no nosso caminho de regresso à presença do Pai Celestial. No sagrado nome de Jesus Cristo. Amém.