Questões sobre a vida e a morte
Em 1953, o jovem de 18 anos Gurcharan Singh Gill trabalhava na fazenda de sua família em Panjabe. Ele estava economizando para estudar na Fresno State College, na Califórnia, e ficava noites acordado para cuidar de seu irmão mais novo, Ajaib Singh, que estava doente. Sua irmã mais velha, Nasib, também estava doente. Pouco tempo antes de ele partir, ambos faleceram.
“Pensei muito nas questões sobre a vida e a morte, e perguntava a mim mesmo o que tinha acontecido com meus irmãos”, Gurcharan relembrou. “As perguntas preocupavam minha mente noite e dia.” Ao falar com católicos e protestantes na Califórnia, foi-lhe apresentada a ideia de ressurreição e vida eterna pessoal, mas ele se recusou a aceitar que as pessoas que não haviam sido batizadas durante a vida não iriam para o céu. “A religião sikhi ensina que Deus cuidaria de cada ser humano igualmente se confiássemos Nele”, ele disse.
Após algum tempo, a mãe de um amigo disse a ele que os santos dos últimos dias poderiam ter respostas para suas perguntas. Em pouco tempo, ele participou de uma reunião da Igreja, na qual o primeiro discurso foi a respeito do plano de salvação e ele ficou impressionado pelos ensinamentos diferenciados sobre a vida pré-mortal, a salvação dos mortos e as ordenanças de selamento do templo que podem unir as famílias para a eternidade. “Essas doutrinas responderam às perguntas que eu fazia a mim mesmo”, ele explicou, “sobre onde Nasib e Ajaib estavam e se eu os veria novamente. Senti que a nova doutrina que aprendi foi acrescentada a verdades que já tinha aprendido por meio dos ensinamentos sikh que recebi”. Ele foi batizado em 7 de agosto de 1956.
Após sua conversão, Gurcharan queria fazer o trabalho do templo e da história da família para se conectar a seus antepassados. A maioria dos treinamentos de genealogia dependiam de tipos de registros americanos e europeus. No entanto, o genealogista tradicional de seu vilarejo partiu para o Paquistão na Partição da Índia de 1947. Ele aprendeu tudo o que podia com seu pai a respeito de sua história da família e da história do vilarejo. Como a cultura de Panjabe era patriarcal, ele também viajou de vilarejo em vilarejo a fim de documentar o lado da família de sua mãe e entrevistar parentes.
Em 1993, Gurcharan voltou para a Índia como o primeiro presidente da Missão Índia Bengaluru. Depois disso, ele sentiu que ainda não havia feito tudo o que podia por seus antepassados. Ao pesquisar, ele encontrou registros de rendas com a terra datados da década de 1850 que identificavam cada fazendeiro com listas de quatro gerações de antepassados. Com a ajuda de outros membros da Igreja e da comunidade de Panjabe, Gurcharan digitalizou muitos registros e transcreveu dezenas de milhares de nomes e parentescos.
Em 2018, Gurcharan sentiu que deveria entrar em contato com líderes da Igreja em Bengaluru, Nova Déli e em Haiderabade a fim de propor uma comemoração para os 25 anos da missão com discursos sobre a história da família e o serviço no templo. O templo mais próximo ficava em Hong Kong, mas os líderes concordaram em enfatizar o templo em seus ensinamentos. Em março daquele ano, Gurcharan viajou de cidade em cidade para falar. Ao mesmo tempo em Salt Lake City, o presidente Russell M. Nelson se preparava para a conferência geral. “Na véspera da conferência, o Senhor me disse: ‘Anuncie um templo na Índia’”, disse o presidente Nelson. Seguindo essa inspiração, ele anunciou durante a conferência que um templo seria construído em Bengaluru, a mesma cidade em que a primeira missão da Índia havia sido aberta 25 anos antes.