Abençoar Nossa Família por meio de Nossos Convênios
Se guardarmos nossos convênios, as promessas que recebemos em troca são imensas.
Irmãs, como é maravilhoso estar com vocês, nesta noite. Vocês são mulheres excelentes. São filhas de Deus dignas e fiéis, esforçando-se para fazer o melhor que podem no cumprimento dos convênios que fizeram com nosso Pai Celestial.
Espero que cada uma de vocês tenha a oportunidade de ver o cartaz que escolhemos para representar nosso tema, “Eis-me Aqui. Envia-me”. A pintura, denominada “Chegada de Pioneiros”, é de autoria da irmã Minerva Teichert, mãe, esposa e artista renomada. Adoramos essa pintura. Gosto da expressão no rosto da mulher ao caminhar com a família a seu lado. Adoro especialmente a sacola que ele carrega. Embora jamais saibamos o que havia lá dentro, ela me lembra outras sacolas que vejo na Igreja. Eu já carreguei uma assim e tenho certeza de que vocês também! A minha sacola, em ocasiões diversas, carregou escrituras, materiais de aula, mamadeiras, livros infantis, papéis e giz de cera.
Irmãs, assim como levamos nossas sacolas conosco ao irmos para a Igreja, também precisamos, metaforicamente falando, levar sempre outra sacola conosco, e nela se encontra nosso tesouro de convênios — pois somos mulheres do convênio. Gostaria de conversar com vocês sobre a forma como nossos convênios podem fortalecer as famílias justas.
É importante dar-nos conta de que as famílias justas não são todas iguais. Algumas famílias justas têm os dois pais; mas, em alguns casos, por causa de morte ou divórcio, há apenas um dos pais presente. Algumas famílias justas têm muitos filhos e outras, pelo menos por enquanto, não têm nenhum. A maioria dos membros são solteiros durante parte de sua vida, mas o Élder Marvin J. Ashton nos ensinou que “Deus e uma pessoa constituem uma família”.1 Em algumas famílias justas, apenas o pai trabalha fora de casa, mas em outros casos, os dois adultos precisam trabalhar. Portanto, embora sejamos diferentes, o que as famílias justas têm em comum são os convênios que consideram sagrados.
Em primeiro lugar, penso nos convênios relacionados às leis do evangelho: dízimo, freqüência às reuniões da Igreja e a Palavra de Sabedoria, por exemplo. Irmãs, não preciso dizer-lhes que se cumprirmos esses convênios, nossas famílias serão abençoadas. Isso não quer dizer que jamais iremos sofrer, porém, no final, sabemos que haverá uma recompensa por termos cumprido nossas promessas.
Outros convênios nos comprometem a seguir uma conduta moral: a nossa ética para com o próximo e os padrões de conduta associados a nosso corpo. Precisamos ensinar a conduta ética a nossos filhos: honestidade, respeito, integridade, bondade em palavras e ações. Enviamos nossos filhos a um mundo no qual essas condutas estão-se deteriorando, mas precisamos ensinar-lhes atos dignos e virtuosos por preceito e, mais importante, pelo exemplo.
E quanto ao padrão de conduta relativo ao nosso corpo? Irmãs, precisamos ser um exemplo para nossos filhos do que esperamos em relação ao vestuário, aparência e castidade. Há dois anos, o Presidente Hinckley falou nesta reunião, aconselhando-nos a “[ensinar nossos] filhos desde a tenra idade, e nunca [desistir]”.2 O padrão para nós todas é bem claro, mas temos visto que os caminhos do mundo estão freqüentemente tornando-se o nosso caminho e o de nossos filhos.
Ouvi, certa vez, uma mãe dizer que com todas as influências maléficas que suas filhas enfrentavam, ela teve que escolher quais batalhas lutar. E então decidiu não combater os padrões de vestimenta das filhas. No entanto, o recato é uma batalha que vale a pena ser travada porque muito freqüentemente ela afeta outras questões morais mais sérias. Bem, isso não significa que precisemos exigir que nossas filhas e filhos se cubram do pescoço ao tornozelo, mas sim que os ajudemos a vestirem-se de modo a mostrarem que são filhos de Deus. Irmãs, vocês são mães sábias e admiráveis. Não precisam de um manual especificando o que é aceitável ou não em relação à maneira de se vestir. Sigam o Espírito e então vocês e seus filhos saberão o que é certo.
Também precisamos certificar-nos de que nossos filhos compreendam o que o Senhor espera deles em relação ao comportamento sexual. O padrão referente à castidade não mudou — os filhos precisam saber onde ficam os limites. Contudo, muito freqüentemente vemos nossos filhos justificarem certos comportamentos que eles sabem ser errados e seguirem o modo de agir do mundo. Precisamos deixar de lado qualquer embaraço ou desconforto que porventura sintamos, para podermos ter uma conversa franca com nossos adolescentes. Eles precisam saber especificamente, e não de modo geral, quais comportamentos são aceitáveis para um homem e uma mulher fora dos laços do matrimônio. Se não lhes ensinarmos padrões, então o mundo o fará, com resultados desastrosos.
O mesmo acontece com a mais nova ameaça que enfrentamos: a tecnologia. Infelizmente, os melhores filtros conhecidos não impedem que todas as coisas profanas entrem em nosso lar. Embora a Internet seja maravilhosa, precisamos estar vigilantes em relação a ela e a outras influências da mídia no lar. A pornografia tornou-se extremamente difundida e está-se infiltrando na vida dos santos, afastando seu coração dos padrões de Deus.
O convênio mais importante relacionado à família é o convênio do casamento eterno. Sabemos que “o casamento entre homem e mulher foi ordenado por Deus e que a família é essencial ao plano do Criador para o destino eterno de Seus filhos”.3 A família é nossa maior responsabilidade, bem como nossa maior bênção.
O tema desta conferência é “Eis-me aqui. Envia-me”. Essas palavras são uma promessa ao Senhor, uma manifestação de nossa disposição de servir. Se guardarmos nossos convênios, as promessas que recebemos em troca são imensas. O Presidente Boyd K. Packer escreveu:
“Não é raro que pais responsáveis vejam os filhos se desviarem, por determinado tempo, devido a influências que estão fora de seu controle. Eles sofrem pelos filhos rebeldes. Não compreendem a razão por que isso aconteceu, já que se esforçaram tanto para fazer tudo certo.
Estou convencido de que um dia essas influências iníquas serão vencidas. (…)
Não é possível exagerar o valor do casamento no templo, os vínculos criados pela ordenança de selamento e os padrões de dignidade exigidos. Quando os pais são fiéis aos convênios feitos no altar do templo, seus filhos estarão eternamente ligados a eles.”4
Irmãs, essa promessa nos dá muita esperança. Façamos nossa jornada com confiança, segurando firmemente nos braços as nossas bolsas vistosas, mas retiremos delas as coisas desnecessárias. O peso extra irá apenas atrasar nosso passo. Livremo-nos dos “e se”e dos “se apenas”, e “[lancemos nosso] cuidado sobre o Senhor”.5 Preciso fazer isso com vocês. Simplesmente façamos o melhor que pudermos a cada dia e deixemos que o Senhor complete o que falta para nós. Essa é uma das promessas que Ele nos fez.
Por fim, gostaria de contar-lhes a respeito de uma mulher a quem nunca encontrei, mas que amo muitíssimo por ela ter sido fiel a seus convênios. Minha trisavó, Charlotte Gailey Clark, foi uma das últimas 295 pessoas a fazer seus convênios no Templo de Nauvoo, antes do início do grande êxodo para o oeste. O templo tinha sido fechado desde que os santos foram forçados a partir, mas nem todos os que eram dignos tiveram a oportunidade de receber sua investidura. Minha trisavó e o marido iriam levar a família para o oeste, e ela queria fazer seus convênios antes de partir naquela jornada. Pensei muito nela nos últimos meses. Quero, um dia, dizer a ela: “Vovó, obrigada por guardar seus convênios. Sou muito abençoada por ser sua neta. Sua fidelidade abençoou a minha vida e a de minha família — e continuará a abençoar-nos a todos por muitas gerações”. Irmãs, nossos filhos e netos poderão um dia dizer o mesmo para nós e a nosso respeito. Um dia, eles irão agradecer-nos por essa “sacola” de convênios que levamos conosco e usamos para abençoar a vida de nossa família.
Que nosso Pai Celestial nos abençoe para que guardemos nossos convênios, de modo que nossa família seja fortalecida e abençoada por causa de nossa vida justa, em nome de Jesus Cristo. Amém.