A Hospitalidade da Igreja Constrói Pontes
Quando Norman D. e Luana Shumway, diretores dos serviços de recepção a visitantes da Igreja em Salt Lake City encontraram-se com um importante ministro cristão do meio-oeste dos Estados Unidos, ele lhes disse que não sabia exatamente por que estava lá em visita. O irmão e a irmã Shumway resolveram levá-lo para visitar o Centro Humanitário e a Praça de Bem-Estar SUD para ajudá-lo a descobrir a razão.
“Durante as mais de duas horas que permanecemos com ele”, recorda-se o irmão Shumway, “as palavras que ele utilizou constantemente eram ‘ ‘incrível’, ‘inacreditável’, ‘espantoso’. E ele ainda dizia: “‘Há tanto que podemos aprender sobre como sermos seguidores de Cristo’”.
Desde monges budistas a militares e a autoridades governamentais, centenas de líderes no mundo dos negócios, da política e da religião visitam a sede da Igreja em Salt Lake City a cada ano. Eles são recebidos pelos diretores dos serviços de recepção a visitantes da Igreja e aprendem a respeito da história, da doutrina e de locais da Igreja como a Praça do Templo, a Biblioteca de História da Família, o Centro Humanitário, a Praça de Bem-Estar, o Museu de História e de Arte e o Centro de Conferências.
“Acreditamos que podemos mostrar a esses visitantes o que a Igreja faz sem ter que explicar muito”, diz o irmão Shumway. A Primeira Presidência deu a Lowell e Tamara Snow, ex- diretores dos serviços de recepção a visitantes da Igreja, receberam instruções semelhantes: “Não falem muito. Permitam que a Igreja fale por si”.
E ela fala por si. Na Praça de Bem-Estar, os visitantes vêem as crenças básicas da Igreja em ação enquanto excursionam pelas instalações de bem-estar. “Como membros da Igreja fazemos o convênio e temos a obrigação de cuidar dos pobres e dos necessitados”, explica Mel Gardner, gerente do armazém dos bispos localizado na Praça de Bem-Estar. “Mas tudo o que fazemos é planejado de forma a incentivar a auto-suficiência. Em troca, as pessoas que recebem a ajuda podem elevar outras pessoas por meio do serviço significativo.”
O irmão Gardner mostra o caminho em um mercado sem caixas registradoras, onde as pessoas que passam por necessidade e que foram encaminhadas por seu bispo recebem alimento. “Dizemos que é o melhor alimento que o dinheiro não pode comprar”, brinca ele.
Os convidados com freqüência ficam impressionados pela multidão de voluntários das estacas locais que trabalham no armazém, na padaria, na fábrica de enlatados, na indústria de laticínios e na loja da Deseret Industries. Um quadro com a citação do Presidente Joseph Smith explica por que esse espírito de trabalho voluntário é parte integrante da Igreja: “Um homem que sente o amor de Deus, não se contenta em abençoar apenas a própria família, mas estende sua mão ao mundo, ansioso por abençoar toda a raça humana”. (History of the Church, 4:227)
“Este é nosso propósito—abençoar e servir”, diz o irmão Gardner ao final de uma visita, quando os visitantes são convidados a tomar um achocolatado e comer queijo cheddar produzidos pela Deseret Dairy (Laticínios Deseret).
O Centro Humanitário SUD que fica próximo, mostra a esfera de ação internacional dos projetos de bem-estar da Igreja. “Somos seguidores de Cristo e em tudo o que fazemos, tentamos exemplificar as coisas que Ele ensinou”, explica o Élder Jerry Brown, missionário sênior de tempo integral, ao conduzir os visitantes pelas salas do armazém empilhadas do chão até o teto com fardos de roupas, sapatos, suprimentos médicos e materiais escolares que aguardavam embarque. Algumas vezes os visitantes eram apresentados a estagiários envolvidos em um programa de treinamento no Centro Humanitário e na Praça de Bem-Estar, programa esse que inclui um emprego e ensino de idiomas.
“É tão gratificante ver cargas contendo roupas, equipamentos médicos e outros materiais saírem daqui todas as semanas rumo às nações da Terra que passam por necessidades”, diz William D. Reynolds, gerente do Centro Humanitário. “Mas é igualmente gratificante ver a alegria nos olhos dos estagiários ao desenvolverem mais auto-suficiência por meio do aprendizado e da aplicação de técnicas de emprego.”
Na Praça do Templo, as missionárias compartilham mensagens básicas do evangelho. As pessoas que visitam a Igreja podem participar de excursões com missionárias que falam seu idioma e com freqüência, a seleção dos guias para as excursões mostra ser inspirado. A irmã Shumway recorda-se de uma ocasião quando um visitante perguntou com hostilidade como os índios norte-americanos se sentiam com referência ao Livro de Mórmon. A missionária que guiava a excursão respondeu: “Bem eu tenho sangue índio, meio Backfoot e meio Shoshone”. Então partilhou seu amor pelo Livro de Mórmon.
Quando o time de trenó de Mônaco chegou para participar dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2002 em Salt Lake City, eles fizeram um pedido—visitar a Biblioteca de História da Família. Na biblioteca, os visitantes aprenderam o significado de “as famílias podem ser eternas”. “Acreditamos que podemos viver com nossa família por toda a eternidade e uma parte disso é identificar essas pessoas com quem poderemos viver”, explica Elaine Hasleton, supervisora de assuntos públicos da biblioteca.
Os convidados, com freqüência, passam a sentir um entusiasmo pelo trabalho de história da família ao verem centenas de usuários fazendo pesquisas nos quatro andares dos registros genealógicos. Durante uma visita memorável, um visitante com antepassados que viveram no Leste Europeu e que demonstrara bem pouco interesse em história da família viu-se diante de registros de navios e de imigração de seus antepassados. “Duas horas e meia mais tarde”, lembra-se a irmã Shumway, “dissemos a eles que precisávamos sair, e ele disse, ‘Podem ir. Eu vou ficar’.”
Os visitantes partem ao final, e levam consigo impressões duradouras. “Os visitantes normalmente partem de Salt Lake dizendo: ‘Não vim sem conhecer a Igreja, mas encontrei calor, amizade, amor e cuidado’”, diz o irmão Snow. E isso, acrescenta o irmão Shumway, “é o que tentamos fazer acima de tudo—criar pontes de entendimento entre o mundo e a Igreja.”