O Presente do Caminhoneiro
“Não terei que trabalhar no Natal este ano”, disse meu marido, Ken. Ele era motorista de caminhão, e por muitos anos as crianças e eu tivéramos Natais parciais e alguns Natais atrasados por causa de seu trabalho. Mas agora todos os nossos filhos eram casados, e nós os havíamos incentivado a passar aquele Natal em seus próprios lares, como fazíamos quando tínhamos uma jovem família.
Levei apenas um minuto para pensar num pai que tivesse que trabalhar no Natal, e então disse a Ken, “Lembra-se de como era quando você não podia estar conosco no Natal? Não me importo se você for trabalhar para permitir que algum pai que tenha filhos pequenos fique em casa com a família no Natal”.
“Tem certeza? Você vai ficar completamente sozinha.”
“Eu ficarei bem.”
Ken disse ao encarregado pelo despacho de caminhões que trabalharia no Natal para que algum jovem pai pudesse ficar em casa. Outro caminhoneiro que estava ali perto ouviu a conversa. “Se você vai fazer isso”, disse ele, “eu também vou. Não tenho nenhum filho em casa.”
Os arranjos foram feitos. Depois, outro motorista ouviu a respeito e também ofereceu-se voluntariamente para trabalhar no Natal. Assim, três caminhoneiros veteranos trabalharam durante três dias sob talvez as piores condições climáticas que nossa área já havia experimentado, e três pais de filhos pequenos puderam ficar em casa com a família.
Quanto a mim, fiquei contemplando a neve que caía e soube que, embora Ken não precisasse estar fora naquele tempo frio, havia escolhido fazê-lo. Pensei ainda em nossos 10 filhos e nos Natais que tínhamos passado juntos — principalmente aqueles em que o pai deles não estava conosco.
Assim, por três dias li, costurei, assisti programas de Natal na televisão, fiz refeições sozinha, fiquei olhando para os presentes desembrulhados, e passei um Natal feliz e cheio de paz — grata por meu marido e por seu presente de Natal a outra pessoa.
Norma J. Broadhead é membro da Quinta Ala de Millcreek, Estaca Salt Lake Millcreek.