2004
Um Milhão no México
Julho de 2004


Um Milhão no México

Ao atingirem um importante marco histórico, a fé e o exemplo dos membros do México estão influenciando a vida de um número cada vez maior de pessoas em seu país.

Em algum momento deste ano, se já não aconteceu, o México se tornará o primeiro país fora dos Estados Unidos a atingir o significativo marco de um milhão de santos dos últimos dias.

Esse marco denota como a Igreja floresceu no México e na América do Sul e Central nos últimos anos. Embora a pregação do evangelho no México tenha começado há mais de 100 anos (ver “Eventos Importantes para a Igreja no México”, p. 42), o crescimento acelerado da Igreja teve início nas décadas de 1950 e 1960. Quando o Presidente Spencer W. Kimball se tornou o décimo segundo Presidente da Igreja, em 1973, havia pouco mais de 3,3 milhões de membros em todo o mundo. Agora, apenas no México, América Central e do Sul temos mais membros do que isso.

Muitos membros prestam testemunho de que o crescimento veio como cumprimento de uma profecia ou como resposta às orações dos justos. Eles expressam profunda gratidão pelas bênçãos que esse crescimento lhes proporcionou. Um exemplo: Por décadas os membros do México tiveram que viajar para os Estados Unidos para ir ao templo. Foi emocionante para eles verem um templo ser dedicado na Cidade do México em 1983. Hoje o México tem 12 templos, 20 missões e 199 estacas.

Há membros da Igreja de diversas origens, desde profissionais que moram na megalópole urbana da Cidade do México até fazendeiros e trabalhadores de áreas rurais isoladas. O que os une é o testemunho de Jesus Cristo e o desejo de servir ao próximo, de acordo com Sua orientação. Seria impossível descrever com palavras ou fotografias toda a riqueza da vida dos santos dos últimos dias no México, mas as palavras e fotografias que se seguem mostram um pouco da vida de alguns membros da Igreja no país.

O Casamento Que Eles Realmente Queriam

O Templo Monterrey México ergue-se de modo bem visível sobre um monte que fica ao lado de uma importante rodovia. É impossível passar por ali sem notar a majestade do edifício e de seus arredores. Quando Román e Norma Rodríguez passaram pela primeira vez pelo templo, havia cartazes anunciando uma visitação pública. Sentindo-se atraídos pelo templo, pararam e entraram nele com a família.

Tendo sido casados numa cerimônia civil, conforme exigido pela lei, após 15 anos e três filhos, eles estavam planejando o pomposo casamento religioso que nunca tiveram. Mas durante sua visita ao Templo Monterrey, sentiram algo que nunca tinham sentido antes. Havia ali uma paz e alegria que Román não conseguia explicar. Norma sentiu o mesmo. Concordaram que tinham que conhecer mais sobre os ensinamentos da igreja que havia construído aquele templo, por isso deixaram seu nome e o pedido de que os missionários os visitassem.

“Lembro-me de quando estávamos nos preparando para aquele outro casamento”, conta a irmã Rodríguez. “Eu ficava me perguntando se estávamos fazendo a coisa certa. Orei para que o Senhor me ajudasse e senti que minha oração foi respondida quando aprendemos a respeito do casamento eterno.”

No dia 15 de maio de 2003, apenas um ano e oito dias após seu batismo, o casal Rodríguez e sua filha e seus dois filhos voltaram à casa do Senhor para realizar o casamento que realmente desejavam: seu selamento eterno como família. Eles são membros da Ala Santo Domingo, Estaca Nicolás México, onde ele serve como presidente do quórum de élderes, e ela é supervisora das professoras visitantes. Seus filhos — Vanessa, 14; Román, 11; e Omar, 9 anos — gostam da Primária, do programa dos jovens e das outras atividades de sua ala.

Tanto o irmão quanto a irmã Rodríguez contam experiências espirituais que reconfirmaram ter sido sábia a sua decisão de tornarem-se membros da Igreja. Antigamente, conta o irmão Rodríguez, eles ficavam correndo atrás das coisas comuns da vida. Agora, eles enxergam com real profundidade e clareza espiritual. “Sinto como se nossa vida estivesse começando a entrar nos eixos”, diz ele.

Como as Coisas Costumavam Ser

Os pioneiros santos dos últimos dias de diferentes regiões do México contam histórias e experiências semelhantes: Anos de isolamento, muitas vezes de perseguição, crescimento lento e, mais recentemente, quando os membros se tornaram mais conhecidos na sociedade mexicana, aceitação e respeito.

Francisco e Estela Magdaleno, da Ala Las Aguilas, Estaca Guadalajara México Moctezuma, foram batizados no meio da década de 1960. A região em que moram é fortemente tradicional em relação à religião. A princípio, os vizinhos não queriam saber deles nem de sua religião. A família Magdaleno continuou a viver sua religião e procurou fazer o melhor possível para manter um bom relacionamento com as pessoas que moravam a seu redor. Todos da família, inclusive os três filhos, serviram em uma missão no México. A família Magdaleno chegou finalmente a ver o dia em que seus vizinhos passaram a procurá-los para pedir conselhos sobre assuntos relacionados à religião.

Sixta María Martínez, da Ala Aeropuerto, Estaca Mérida México Centro, já estava com 62 anos quando foi batizada em 1974. Ela aprendeu rapidamente a amar o trabalho do templo e fazia longas viagens nas excursões para o templo, do sul do México até Mesa, Arizona, nos Estados Unidos. Ficou encantada, mais tarde, ao ter a oportunidade de visitar o templo em Salt Lake City. Ao longo dos anos, a irmã Martínez realizou as ordenanças do templo por cinco gerações de sua própria família. Finalmente, chegou a ver um templo ser construído a poucos quilômetros de Mérida. Aos 92 anos, ela tenta ir ao templo uma vez por semana. “É minha alegria. É minha vida”, diz ela.

Amalia Estrada Catero, da Ala Narvarte, Estaca Cidade do México Ermita, nasceu na Igreja. Seus avós filiaram-se à Igreja no final da década de 1880. Mas em sua juventude, ela e sua família eram os únicos membros de sua pequena cidade. A irmã Estrada não pôde ser plenamente ativa na Igreja até mudar-se para a Cidade do México, em 1956, quando estava com mais de trinta anos de idade. Ela foi pela primeira vez ao templo em uma excursão para Mesa, em 1963. Atualmente ela freqüenta o templo que fica próximo de sua casa, na Cidade do México, sempre que possível. Sendo professora formada, a irmã Estrada ensinou em todas as auxiliares da Igreja e já foi presidente da Sociedade de Socorro. Em sua juventude naquela pequena cidade, houve muita pressão para que ela seguisse a religião dominante na área. Agora ela também chegou finalmente a ver o dia em que os vizinhos a procuram para lhe perguntarem como podem ter uma vida melhor. Um jovem da vizinhança disse, depois de tê-la visitado: “Conversei com a professora”.

Fortalecer as Estacas

“Há pouco tempo eu estava dizendo a meu marido o quanto nossos filhos são abençoados”, diz María Hernández de Martínez, da Ala Huitzilzingo, Estaca Chalco México. Tendo-se convertido à Igreja, ela sente-se grata pelo selamento no templo e todas as bênçãos que o evangelho proporcionou à sua família.

Isaías Martínez, seu marido, diz: “Sempre que vejo as fotografias de meus avós, sinto-me cheio de gratidão pelo que eles fizeram como membros da Igreja”. Eles foram batizados na década de 1940. Seu avô e seu pai serviram como líderes locais do sacerdócio. O irmão Martínez, que foi chamado como bispo aos 25 anos de idade, serve atualmente como secretário da estaca.

O irmão Martínez é engenheiro eletrônico, e sua esposa formou-se em educação. De certa forma, diz ele, eles representam o que aconteceu aos membros por seus pais e avós terem-se esforçado para proporcionar instrução aos filhos. Como resultado, muitos membros da geração atual de líderes da Igreja no México são símbolos conhecidos em suas respectivas comunidades do crescimento pessoal alcançado pelo cumprimento dos princípios do evangelho.

Armando e Claudia Galíndez, da Ala Estrella, Estaca Cidade do México Churubusco, são um exemplo disso. Ele é advogado e possui uma empresa que oferece treinamento profissional em administração. A irmã Galíndez, formada em turismo, trabalha com ele na empresa. Tendo muito sucesso no México, o irmão Galíndez resiste à sedução de uma prosperidade maior no norte. Embora tenha condições de abrir um negócio nos Estados Unidos, ele prefere ficar no México para ajudar a edificar a Igreja. Ele disse que deseja ajudar a cumprir o sonho do Presidente Spencer W. Kimball sobre o papel dos membros na sociedade mexicana. (Ver “O Sonho do Presidente Kimball”, p. 36.)

Mesmo antes de seu casamento, Armando e Claudia fizeram metas centralizadas no evangelho para eles próprios e para sua família. O irmão Galíndez usa vários princípios baseados no evangelho no treinamento que oferece, inclusive este: “A única coisa de que precisamos para passar do comum para o extraordinário é compreender quem somos”.

Como em outras regiões do mundo, há membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias no México que se afastam após algumas semanas ou anos de seu batismo, e alguns jamais retornam. Mas os líderes do sacerdócio que seguiram o conselho do Presidente Gordon B. Hinckley, assegurando-se de que todo membro tenha um amigo e uma responsabilidade na Igreja e seja nutrido espiritualmente com a palavra de Deus, dizem que isso é muito eficaz em seu empenho de procurarem e trazerem de volta muitos daqueles que não estão desfrutando as bênçãos da plena atividade. E alguns membros voltam por conta própria quando uma inspiração ou compreensão espiritual os fazem relembrar o quanto o evangelho tem a oferecer.

Yolanda Elsie Díaz de Vega, da Ala Jardines, Estaca Guadalajara México Reforma, relembra que ficava acordada até tarde para estudar o evangelho com o marido, depois de terem sido batizados em 1979: “Foi como se tivéssemos fome das escrituras”. Mas depois de vários meses como membro da Igreja, ela achou que foi criticada injustamente por um membro mais antigo da Igreja e que não poderia comparecer à reunião seguinte. Por quatro anos, a família Vega deixou de ir à Igreja, até que a preocupação com as bênçãos que sua família estava perdendo fez com que retornassem.

A família Vega tem sido ativa por muitos anos, compartilhando forças com sua família, sua ala e seus vizinhos. Receberam grandes bênçãos aprendendo a ser um casal melhor e a servir ao próximo, diz o irmão Vega. O evangelho “mudou nosso modo de pensar e nosso estilo de vida”. Seus filhos cresceram aprendendo e vivendo o evangelho, e agora os netos estão desfrutando as mesmas oportunidades espirituais por meio da atividade na Igreja. “Sinto orgulho de nossos filhos porque nunca tive de preocupar-me com o fato de as pessoas saberem que somos membros da Igreja”, conta a irmã Vega. Seus quatro filhos respondem que vivem assim por causa do exemplo dos pais.

Compartilhar as Bênçãos

Samuel Briones, de onze anos, da Ala Primavera, Estaca Guadalajara México Moctezuma, ajudou sua professora da escola a interessar-se pelo evangelho, convidando-a à visitação pública do Templo de Guadalajara. Depois da visita, ela começou a receber a visita dos missionários. O homem que ensinava karatê ao Samuel e a seu irmão de 12 anos, José Julio, ficou interessado no evangelho por conhecer os dois meninos. Ele foi batizado e hoje serve como secretário executivo da estaca.

“Muitos estão procurando a verdade, mas não sabem onde encontrá-la”, diz o pai do menino, que também se chama José Julio. É fácil compartilhar crenças com as pessoas quando nós, como membros, estamos suficientemente atentos ao Espírito Santo para percebermos suas necessidades, diz o irmão Briones. Sua esposa, Josefina, aprendeu que as sementes que plantamos levam tempo para brotar, mas depois crescem rapidamente. Ela havia compartilhado suas crenças com um casal que parecia pronto para ouvir, mas que recusava seu convite de ir às reuniões da Igreja por problemas de horário. Quando eles finalmente conseguiram acompanhá-la à Igreja, ela própria ficou surpresa com a rapidez e prontidão com que aceitaram o evangelho.

Mauro Gil, de Mérida, que serviu como presidente da Missão México Torreón de 1999 a 2002, diz que o exemplo dos membros é provavelmente o principal fator na receptividade que os missionários encontram. Refletindo sobre a influência de alguns membros exemplares, ele diz: “Creio que o evangelho irá tornar o México um país melhor”. Ele testemunhou um progresso constante na vida dos membros da Península de Yucatán ao longo dos últimos 20 anos, não apenas espiritualmente, mas também materialmente, à medida que obedeciam aos princípios do evangelho, inclusive a lei do dízimo.

Os templos do México, diz ele, são apenas um símbolo visível do florescimento e crescimento que têm ocorrido entre os membros. “Eles irão abençoar a vida das pessoas. Eles irão abençoar nossos filhos.”

O Efeito do Templo

Os membros que se lembram da época das excursões de uma semana para o Templo de Mesa, Arizona, alegram-se por terem um templo a uma distância de um dia de viagem de carro, a partir de qualquer ponto do país. Num sábado típico, o estacionamento dos templos do México acomodam vários ônibus que transportam membros das áreas vizinhas.

Alguns se regozijam simplesmente em ajudar a limpar a casa do Senhor. Em Guadalajara, Alfredo Gómez, segundo conselheiro na presidência do templo, cumprimenta um membro que está saindo de seu turno de limpeza do templo. O Presidente Gómez pergunta se o homem está cansado. Sim, responde o homem, mas é um cansaço bom, e ele sai fortalecido.

“O valor do templo para os membros daqui é incalculável”, diz o Presidente Gómez. Algumas pessoas das áreas vizinhas até ficam sem algumas coisas necessárias, como alimentos, para pagarem a viagem. “Os membros sabem que este é o templo deles. Eles o tornam seu quando vêm aqui para realizar ordenanças, ou mesmo para limpar.”

Os líderes locais incentivam e apóiam esse trabalho, explica ele. “Se é que eu posso dizer assim, o plano do Presidente Hinckley era levar os templos aos membros e depois levar os membros aos templos.”

Em todo o México, os membros estão se adaptando prontamente à adoração no templo e as bênçãos resultantes. De Matamoros e Ciudad Victoria a Mazatlán e Guaymas, de Puebla e Campeche a Acapulco, há membros que se regozijam com as bênçãos recebidas por causa dos templos que agora estão ao alcance de seus lares.

Em Monterrey, houve muita oposição à construção do templo. No entanto, há membros que podem testificar que o viram em sonhos e sabiam que ele estaria ali, diz o presidente do templo Eran A. Call, um membro dos Setenta, de 1997 a 2000. Ali também os membros referem-se ao templo como o seu templo. Não há missionários servindo nele, diz o Presidente Call. Todos os oficiantes são membros locais. Muitas pessoas do distrito do templo compreenderam o espírito do trabalho. Há pouco tempo, um grupo de uma estaca levou três mil nomes de pessoas falecidas para que as ordenanças do templo fossem realizadas por eles.

Esperança pela Eternidade

A primeira capela construída pela Igreja em Mérida foi muito importante para os membros que ajudaram a construí-la e, como era a norma na época, pagar por ela, relembra Saidy Castillo de Gaona, da Ala Zacil-Ha I, Estaca Mérida México. “Os membros pagaram nossa metade com trabalho, com puro e simples trabalho árduo”, diz ela. A jovem Saidy aprendeu a operar a máquina de fazer tijolos quando trabalhava no projeto. E foi ali que ela conheceu seu futuro marido, Noé, um missionário de construção que estava ajudando a construir o edifício.

“Quando eles derrubaram aquele edifício, fiquei muito emocionada”, diz Saidy. “Mas o mais importante foi que eles construíram algo de maior valor.” O Templo Mérida México ergue-se hoje naquele local.

Quando adolescente, Saidy viu-se num sonho num templo em Mérida. “Eu sabia que haveria um templo aqui. Pedi ao Senhor que me deixasse viver para vê-lo.”

Ela e o marido casaram-se há mais de 35 anos. Eles foram selados no Templo da Cidade do México, pouco depois de ele ter sido dedicado. Ao longo dos anos, eles apoiaram fielmente a Igreja em muitos chamados do sacerdócio e nas auxiliares. Quando o Templo de Mérida foi dedicado em 2000, a família Gaona estava preparada para servir ali também. Eles foram os dois primeiros oficiantes a serem designados.

Ele estava servindo no templo no dia em que morreu subitamente, no final de 2002. Saidy disse que somente seu conhecimento da natureza eterna do casamento permitiu que ela suportasse a perda de seu companheiro. “Creio que se não fosse o evangelho, eu teria desejado morrer. O conhecimento do evangelho dá-me forças para seguir em frente. O evangelho é tudo para mim. Ele foi tudo para meu marido também.”

Ela voltou a servir no evangelho para ajudar a curar a dor de sua perda. Além de servir no templo, ela encontrou consolo ao doar-se para seus cinco filhos e netos e também em seus chamados na Igreja. “Creio que me sinto mais feliz quando estou trabalhando”, explica ela.

Isso pode ser dito também para todo membro do México. Aqueles que parecem mais felizes são os que trabalham para servir os outros e divulgar o evangelho. Talvez mesmo sem pensar nisso, eles estejam ajudando dia a dia a tornar realidade o sonho do Presidente Kimball sobre o papel vital e crescente dos membros da Igreja no México.

O Sonho Do Presidente Kimball

“Quando estive no México, em 1946, (…) tive um sonho a respeito de seu progresso e desenvolvimento. (…)

(…) Em vez de trabalharem para os outros, eu os vi assumindo a gerência de cargos de responsabilidade (…)

Vi o povo de Leí trabalhando como engenheiros e construtores.(…)

Vi muitos de seus filhos tornando-se advogados e ajudando a resolver os problemas do mundo. Vi seu povo sendo proprietário de indústrias e fábricas. (…)

Vi médicos e advogados cuidando da saúde de seu povo. Vi moças e rapazes mexicanos tornando-se grandes oradores, proprietários de jornais, com grande influência nos assuntos públicos. Vi grandes artistas entre vocês.(…)

Vi a Igreja crescendo a passos rápidos, e vi-os organizados em alas e estacas. (…) Vi um templo de Deus, e espero vê-lo cheio de homens, mulheres e jovens. (…)

Esse foi o meu sonho. Talvez tenha sido uma visão. Talvez o Senhor estivesse me mostrando o que este grande povo iria realizar.”

Presidente Spencer W. Kimball (1895–1985), Conference Report, Conferência de Área da Cidade do México, 1977, p. 31.

Raízes no México

Já na metade da década de 1870, o Presidente Brigham Young enviou emissários ao México, procurando locais para colonizar, tanto como refúgio da perseguição nos Estados Unidos, quanto como um meio de introduzir o evangelho na América Latina. Os primeiros colonos SUD chegaram em 1885 e, por fim, sete colônias foram estabelecidas no Rio Casas Grandes, no norte de Chihuahua, e duas outras no Rio Bavispe, no norte de Sonora.

A despeito das dificuldades enfrentadas pelos pioneiros no deserto, as colônias se desenvolveram em paz por alguns anos. Em 1895, a primeira estaca do México foi organizada em Colonia Juárez. Os colonos de língua inglesa foram expulsos do México durante a revolução que teve início em 1910, mas alguns retornaram posteriormente para reivindicar suas casas e terras. A maioria das colônias desapareceu, mas na Colonia Dublán e na Colonia Juárez, no norte de Chihuahua, ainda hoje residem muitos descendentes dos primeiros colonos.

Muitos nomes de colonos de língua inglesa são bastante conhecidos na história da Igreja: Bowman, Brown, Call, Eyring, Hatch, Ivins, Romney, Smith, Taylor, Turley e outros. O Presidente Marion G. Romney (1897–1988), Primeiro Conselheiro na Primeira Presidência, nasceu ali. Também nasceram ali os irmãos Camilla e Henry Eyring, respectivamente a esposa do Presidente Spencer W. Kimball e o pai do Élder Henry B. Eyring, do Quórum dos Doze Apóstolos. Aqueles antigos colonos desempenharam bem o seu dever de implantar o evangelho, e hoje o número de descendentes dos pioneiros de língua inglesa nas congregações locais é bem menor do que o de membros de origem mexicana.

Na Colonia Juárez ergue-se hoje um dos templos da Igreja no México; o Templo Colonia Juárez Chihuahua México foi dedicado em 1999.

Eventos Importantes para a Igreja no México

Julho de 1847: Os pioneiros santos dos últimos dias liderados pelo Presidente Brigham Young chegam ao vale do Lago Salgado, que fica em território mexicano.

1874: O Presidente Brigham Young chama Daniel W. Jones para traduzir o Livro de Mórmon para o espanhol, mas o irmão Jones não conhece bem a língua. Melitón G. Trejo, um espanhol, chega a Salt Lake City, e com sua ajuda são publicados trechos do Livro de Mórmon.

6 de janeiro de 1875: Os primeiros missionários santos dos últimos dias entram no México.

1876: Tem início um segundo trabalho missionário, no Estado de Sonora. Os primeiros membros são batizados.

15 de novembro de 1879: Os primeiros missionários SUD chegam à capital: Élder Moses Thatcher do Quórum dos Doze Apóstolos, Melitón G. Trejo e James Z. Stewart.

Novembro de 1879: O primeiro ramo é organizado no México, com Plotino Rhodakanaty como presidente.

25 de janeiro de 1880: O México é dedicado pela primeira vez para o trabalho missionário pelo Élder Thatcher, num quarto de hotel na Cidade do México.

6 de abril de 1881: Em Popocatépetl, o Élder Thatcher dedica novamente o México para a pregação do evangelho e o estabelecimento de colônias. Com mais oito pessoas, é realizada a primeira conferência da Igreja no México, nas encostas do vulcão.

1885: Tem início a primeira tentativa de colonização no México por santos dos últimos dias de língua inglesa. Sete colônias são estabelecidas em Chihuahua e duas em Sonora.

1886: Melitón G. Trejo e James Z. Stewart terminam a tradução completa do Livro de Mórmon para o espanhol, e ele é publicado.

Meados de 1889: Todo o trabalho missionário no México é temporariamente interrompido por causa da perseguição sofrida pela Igreja em Utah.

9 de dezembro de 1895: A Estaca Juárez é organizada nas colônias SUD de Chihuahua, com Anthony W. Ivins (que mais tarde veio a tornar-se membro do Quórum dos Doze Apóstolos) como presidente.

8 de junho de 1901: Reabertura da Missão Mexicana.

Setembro de 1907: Rey Lucero Pratt (que mais tarde veio a tornar-se membro dos Setenta) é chamado para presidir a Missão Mexicana. Seu chamado irá durar 24 anos. Entre 1901 e 1910 a Missão Mexicana se expande para incluir os estados de México, Hidalgo, Morelos e o Distrito Federal.

29 de agosto de 1913: A Revolução Mexicana, que teve início em 1910, força o Presidente Pratt e seus missionários a abandonarem o México, fechando a missão. A revolução causa muito sofrimento entre os membros. Alguns são mortos; Rafael Monroy e Vicente Morales, executados em 1915, tornam-se conhecidos entre os membros como mártires de sua religião. A guerra força um êxodo dos membros das colônias.

1922: Missionários dos Estados Unidos retornam ao México.

1937: A Missão Mexicana começa a publicar a revista In Yaotlapiyoui, predecessora da Liahona.

1960: Um sistema escolar da Igreja SUD é estabelecido no México. A Benemérito de las Américas, uma escola preparatória estabelecida na Cidade do México em 1964, torna-se conhecida pela qualidade de seus alunos.

3 de dezembro de 1961: A primeira estaca de santos de origem mexicana é formada na Cidade do México. Essa é a primeira estaca de língua espanhola da Igreja.

1967: A Estaca da Cidade do México

1967: A Estaca da Cidade do México é dividida, sendo organizada a Estaca Cidade do México Norte, com Agricol Lozano Herrera como presidente — o primeiro presidente de estaca de origem mexicana.

1972: O número de membros no México chega a 100.000.

2 de dezembro de 1983: São dedicados o Templo da Cidade do México e o Centro de Visitantes.

25 de julho de 1989: O México torna-se o primeiro país fora dos Estados Unidos a ter 100 estacas, com a criação da Estaca Tecalco México. Estima-se que o número de membros no México seja de mais de meio milhão.

11 de dezembro de 1994: Visitando o México, o Presidente Howard W. Hunter cria a estaca de número 2.000 da Igreja, a Estaca México Cidade do México Contreras.

2004: O México, com 2 áreas administrativas, 12 templos, 20 missões e quase 200 estacas chega a 1.000.000 de membros.

Cortesia de El Museo de Historia del Mormonismo em México, A. C.