2013
O Sermão Atrás do Púlpito
Setembro de 2013


O Sermão Atrás do Púlpito

Jeff Fullmer, Idaho, EUA

Ao sentar com minha família algumas fileiras atrás dos diáconos, na reunião sacramental, minha atenção antes do hino de abertura voltou-se para um diácono que fizera um nó torto em sua longa gravata e não prendera sua camisa amassada. Achei que alguém deveria tê-lo ajudado. Afinal, ao distribuir o sacramento, os diáconos deveriam ser um exemplo do Salvador no modo de agir e vestir-se.

A reunião foi passando e me esqueci dele. Depois que os diáconos distribuíram o sacramento, começaram os discursos. A segunda oradora foi a mãe daquele rapaz. Contou como se convertera e falou de suas provações na adolescência e também como mãe solteira. Foi um discurso maravilhoso que a fez chorar. Ela voltou a seu lugar no púlpito e continuou a chorar quando o coro da ala se reuniu para cantar.

Foi então que seu filho, com sua gravata torta e a camisa fora da calça, levantou-se e caminhou até o púlpito. Abraçou a mãe e agachou-se ao lado dela para consolá-la. Lágrimas vieram-me aos olhos ao presenciar aquela cena. Fiquei profundamente tocado. Mas então me dei conta de algo e abaixei a cabeça. Com meu terno bem passado, meu nó da gravata perfeito e meus sapatos pretos bem engraxados, percebi que me faltara algo essencial em minha preparação para o sacramento.

O rapaz e sua mãe desceram do púlpito e sentaram-se juntos quando o coro começou a cantar. Permaneci em meu lugar, mas não consegui ouvir a música porque o sermão ensinado por aquele diácono encheu meu coração da mensagem da caridade cristã.

Ele agira com carinho e desvelo. Não havia o menor sinal de constrangimento em seu rosto juvenil — somente amor puro. As mensagens proferidas em seguida no púlpito naquele dia foram boas, mas sempre vou me lembrar daquele sermão atrás do púlpito.