“Se Me Amais, Guardai os Meus Mandamentos”
Os mandamentos de Deus são uma manifestação de Seu amor por nós, e a obediência a Seus mandamentos é uma expressão de nosso amor por Ele.
Quando nossa filha mais velha, Jen, voltou para casa após dar à luz a sua terceira filha, fui até sua casa para ajudá-la. Depois que sua filha mais velha foi para a escola, decidimos que Jen precisava de repouso, mais do que qualquer outra coisa. Por isso, a melhor ajuda que eu poderia oferecer seria levar sua outra filha, Chloe, para a minha casa, para que sua mãe e sua nova irmãzinha tivessem alguns momentos de descanso.
Coloquei o cinto de segurança em Chloe na cadeirinha, coloquei meu próprio cinto e saímos. Porém, antes de chegarmos ao final da rua, Chloe tinha soltado o cinto de segurança e estava em pé, olhando por cima do meu ombro e falando comigo! Encostei o carro, saí e prendi-a de novo com o cinto na cadeirinha.
Começamos a andar com o carro, mas só tínhamos percorrido uma pequena distância, e Chloe estava fora do cinto novamente. Repeti os mesmos passos, mas, desta vez, antes mesmo que eu voltasse para o assento do motorista e colocasse o cinto, Chloe já estava de pé!
Lá estava eu, sentada no banco do carro, estacionada na rua, disputando pelo controle da situação com uma criança de 3 anos de idade. E ela estava ganhando!
Usei todas as ideias que pude para convencê-la de que ficar sentada com o cinto na cadeirinha era uma coisa boa. Ela não se convenceu! Finalmente, decidi usar uma abordagem do tipo “se você fizer isso, terá uma recompensa”.
Eu disse: “Chloe, se você ficar sentadinha com o cinto, assim que chegarmos à casa da vovó, vamos brincar de massinha”.
Nenhuma resposta.
“Chloe, se você ficar sentadinha com o cinto, podemos fazer pão quando chegarmos à casa da vovó.”
Nenhuma resposta.
Tentei de novo. “Chloe, se você ficar sentadinha com o cinto, podemos parar no supermercado e comprar um pacote de balas.”
Após três tentativas, percebi que meus esforços eram inúteis. Ela estava determinada, e nenhum tipo de promessa foi suficiente para convencê-la a ficar sentada na cadeirinha com o cinto.
Não podíamos passar o dia estacionadas ali na rua, mas eu queria ser obediente à lei e não era seguro dirigir com a Chloe em pé no banco do carro. Fiz uma oração silenciosa e ouvi o Espírito sussurrar: “Ensine-a”.
Voltei-me para olhá-la e soltei meu cinto para que ela pudesse vê-lo. Então, disse: “Chloe, estou usando este cinto de segurança porque ele vai me proteger. Mas, se você não estiver usando o seu cinto, você não vai estar em segurança. E vou ficar tão triste se você se machucar!”
Ela me olhou; quase consegui ver o cérebro dela processando o conceito enquanto esperava ansiosa pela sua reação. Finalmente, seus grandes olhos azuis brilharam e ela disse: “Vovó, você quer que eu use o cinto porque você me ama!”
O carro ficou cheio do Espírito enquanto eu mostrava meu amor por aquela menina tão especial. Eu não queria que aquele sentimento se dissipasse, mas sabia que essa era a minha chance, por isso, saí do carro e prendi-a no cinto. Depois, perguntei: “Chloe, você pode, por favor, ficar sentadinha com o cinto?” E ela ficou — durante todo o percurso até o supermercado para comprar um pacote de balas! E também ficou sentada, com o cinto, todo o caminho do supermercado até a minha casa, onde fizemos pão e brincamos de massinha, porque Chloe não tinha esquecido!
Ao dirigir de volta para a casa da minha filha naquele dia, uma escritura me veio à mente: “Se me amais, guardai os meus mandamentos”.1 Temos regras para ensinar, guiar e proteger as crianças. Por quê? Por causa do grande amor que temos por elas. Mas até que Chloe entendesse que meu desejo de que ela ficasse sentada na cadeirinha com o cinto de segurança era por causa do meu amor por ela, ela não estava disposta a se submeter ao que considerava uma restrição. Ela achava que o cinto limitava sua liberdade.
Da mesma forma que Chloe, podemos ver os mandamentos como limitações. Podemos sentir que, às vezes, as leis de Deus restringem nossa liberdade, tiram nosso arbítrio e limitam nosso crescimento. Mas, ao buscar mais entendimento e permitir que o Pai nos ensine, começamos a ver que Suas leis são uma manifestação de Seu amor por nós e que a obediência a Suas leis é uma expressão de nosso amor por Ele.
Se vocês estiverem figurativamente estacionados na rua, posso sugerir alguns princípios que, se seguidos, vão ajudá-los a voltar para “o caminho da fé e da obediência”?2
Primeiro, confiem em Deus. Confiem em Seu plano eterno para vocês. Cada um de nós “é um filho (ou filha) gerado em espírito por pais celestiais que o amam”. O amor Deles por nós manifesta-se nos mandamentos. Os mandamentos são instruções essenciais para ensinar, guiar e proteger-nos ao “[adquirirmos] experiência terrena”.3
Na “esfera pré-mortal”, usamos nosso arbítrio para aceitar o plano de Deus4 e aprendemos que a obediência à lei eterna de Deus era essencial para o sucesso do plano. As escrituras ensinam: “Há uma lei, irrevogavelmente decretada no céu antes da fundação deste mundo, na qual todas as bênçãos se baseiam”.5 Se obedecermos à lei, receberemos as bênçãos.
Mesmo com todos os erros, oposição e aprendizado que acompanham a vida mortal, Deus nunca perde de vista nosso potencial eterno, mesmo quando nós o perdemos. Podemos confiar Nele “porque Deus quer que Seus filhos retornem a Ele”.6 E o Pai preparou um meio por intermédio da Expiação de Seu Filho, Jesus Cristo. A Expiação “constitui o âmago do Plano de Salvação”.7
Segundo, confiem em Jesus. A expressão máxima da obediência e do amor é a Expiação de Jesus Cristo. Ao submeter-Se à vontade do Pai, Ele deu Sua vida por nós. Ele disse: “Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; como eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor”.8
Jesus Cristo também ensinou:
“Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento.
Este é o primeiro e grande mandamento.
E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.9
Todos os domingos temos a oportunidade de ponderar, lembrando-nos do puro amor do Salvador ao tomar os emblemas de Sua infinita Expiação. Durante o sacramento, observo quando as mãos e os braços se estendem para passar o pão e a água. Quando estendo o meu braço para tomar de bom grado esses emblemas, faço convênio de que estou disposta a tomar sobre mim o Seu nome, a sempre me lembrar Dele e a guardar Seus mandamentos. E Ele promete que poderemos “ter sempre [conosco] o seu Espírito”.10
Terceiro, confiem nos sussurros do Espírito. Lembram-se de que, na minha experiência com Chloe, o Espírito sussurrou-me uma escritura? Está em João 14:15: “Se me amais, guardai os meus mandamentos”. E estes versículos importantes vêm em seguida:
“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre;
O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós”.11
Todo membro digno de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias que foi confirmado tem o direito à companhia do Espírito Santo. Jejum, oração, estudo das escrituras e obediência ampliam nossa capacidade de ouvir e sentir os sussurros do Espírito.
Quando sua mente estiver cheia de dúvidas e confusão, o Pai e o Filho vão enviar-lhes o Espírito Santo para avisá-los e guiá-los em segurança diante dos perigos na jornada da vida mortal. Ele vai lembrá-los, consolá-los e enchê-los de “esperança e perfeito amor”.12
Quarto, confiem no conselho dos profetas atuais. Nosso Pai preparou um meio para que ouvíssemos Sua voz e conhecêssemos Sua lei por meio de Seus profetas. O Senhor declarou: “Minha palavra (…) será toda cumprida, seja pela minha própria voz ou pela voz de meus servos, é o mesmo”.13
Recentemente, os profetas têm-nos aconselhado a “[lembrar-nos] do dia do sábado para o santificar”14 e a viver a lei do jejum. A obediência a esse conselho profético nos proporciona uma maneira de cumprir o mandamento de Deus, de amar a Ele e a nosso próximo, à medida que aumentamos nossa fé em Jesus Cristo e estendemos nossa mão para amar e cuidar de outras pessoas.15
Há segurança em seguir a palavra do Senhor por meio de Seus profetas. Deus chamou o Presidente Thomas S. Monson, os conselheiros na Primeira Presidência e os membros do Quórum dos Doze Apóstolos como profetas, videntes e reveladores. Neste mundo de medo, distração, adversidade e raiva crescentes, podemos olhar para eles para ver como os discípulos de Jesus Cristo, cheios de caridade, enxergam, pensam e agem em situações que poderiam causar contendas. Eles testificam de Jesus Cristo e agem com caridade, o puro amor de Jesus Cristo, de Quem são testemunhas.
Após a experiência que tive com Chloe, busquei nas escrituras versículos que mencionam as palavras: mandamentos e amor. Encontrei vários. Todos esses versículos nos relembram de que os mandamentos Dele são uma manifestação de Seu amor por nós, e a obediência a Seus mandamentos é uma expressão de nosso amor por Ele.
Testifico que, se confiarmos em Deus, o Pai Eterno, se confiarmos em Seu Filho, Jesus Cristo, e exercermos fé em Sua Expiação, se confiarmos nos sussurros do Espírito e nos conselhos dos profetas atuais, encontraremos nosso caminho e seguiremos em frente com segurança, não apenas suportando, mas tendo alegria na jornada para casa. Em nome de Jesus Cristo. Amém.