“Agir… Não… Receber Ação”
“Tornaram-se livres para sempre… para agirem por si mesmos e não para receberem a ação.” (2 Néfi 2:26)
Élder David A. Bednar do Quórum dos Doze Apóstolos, estava recentemente na Área África Sudeste e em uma ocasião, enquanto falava à um grupo de jovens adultos solteiros, ele segurou as suas escrituras, e disse, “as escrituras são um objeto. Elas não têm a capacidade de movimentarem-se sozinhas a menos que eu as movimente”, ao levanta-las para mostrar a congregação. “Vocês e eu, no entanto, somos agentes. Nós temos o poder em nós para agir, não simplesmente para receber ação.” Neste simples exemplo, Élder Bednar ensinou-nos que podemos agir, podemos escolher. Nós temos o poder para fazer por nós mesmos o que escolhemos fazer.
Este princípio de ação ou arbítrio, chamado livre arbítrio moral em Doutrina e Convênios, é central para o evangelho restaurado de Jesus Cristo. É a base do plano de Deus para os Seus filhos, o Plano de Salvação. No Livro de Mórmon, o profeta Leí ensinou, “[Deus] criou todas as coisas, tanto os céus como a Terra e tudo o que neles há, tanto as coisas que agem como as que recebem a ação. … [E] o Senhor Deus concedeu, portanto, que o homem agisse por si mesmo ……E porque [os homens] são redimidos da queda tornaram-se livres para sempre… para agirem por si mesmos e não para receberem a ação” (2 Néfi 2:14, 16, 26; enfase adicionada).
Em nossos dias, o Senhor declarou através do Profeta Joseph Smith que “Os homens devem ocupar-se zelosamente numa boa causa, e fazer muitas coisas de sua livre e espontânea vontade, e realizar muita gratidão. Pois neles está o poder, e nisso são seus próprios arbítros” (D&C 58:27–28, enfase adicionada). Pense nesta declaração: Nós somos agentes habilidosos, zelosamente engajados. Nós temos o poder para agir por nós mesmos.
Recentemente, enquanto estava em um turnê da missão, conheci um missionário de nome Élder Tshiambwe. Ele vem de uma pequena vila em uma parte remota de África. Ele queria servir uma missão, mas era incapaz de pagar os requisitos básicos, tais como passaporte, necessários para preparar para um chamado missionário. Ele e o seu pai tiveram um plano. Élder Tshiambwe tinha uma bicicleta e ele podia transportar bananas de muitos pequenos produtores de banana da região para mercados das grandes vilas. Seu negócio de transporte de banana rendeu-lhe uma renda pequena, mas estável, da qual foi capaz de guardar para a sua missão. Por muitos anos ele fez poupança e planeiou para a sua missão. Quando finalmente, estava pronto, ele recebeu o chamado do presidente da Igreja para servir no seu país natal. Ele já retornou da sua missão, mas não é nenhuma surpresa que ele serviu com honra e distinção. Ele aprendeu na sua juventude que ele era um agente, e não um objeto. Ele teve a capacidade de agir, e não simplesmente receber ação. Élder Tshiambwe foi um agente com poder de agir e a tomar controle da sua vida. Estou confiante de que ele irá adiante e fará muitas coisas boas na sua vida como resultado das lições aprendidas.
Eu estava em outro país não há muito tempo atrás, a realizar um serão para Jovens Adultos. Durante a sessão de perguntas e respostas da reunião, um jovem irmão levantou a sua mão e perguntou, quando é que a Igreja irá dar mais ajuda financeira para jovens adultos, de modo a ajudá-los a tornarem-se auto-suficientes. Eu pensei sobre isso por um momento e então senti-me inspirado a perguntá-lo se ele tinha servido uma missão. Ele respondeu que tinha. Eu perguntei-lhe se enquanto na missão tinha aprendido a definir metas, a planear, a exercer fé, e a trabalhar diligentemente. Ele foi bem-humurado quanto a isso e sorriu ao responder que de fato ele tinha aprendido estas habilidades da vida. Eu então disse a ele, “Você é um agente, e não um objeto. Você tem a habilidade de agir e de fazer tudo que você escolher fazer. Você foi ensinado tudo o que precisa fazer para ser bem sucedido na vida. Agora cabe a você ir em frente com fé e agir, em vez de sentar e esperar receber ação.” Espero que ele tenha sentido o meu amor por ele e que de alguma forma esta troca de palavras o ajudou a orientar a sua visão de si mesmo.
Mesmo no início da Igreja, quando os novos conversos tinham dificuldades de compreender tudo que Deus havia preparado para eles, o Senhor instruiu ao profeta Joseph Smith que eles precisam aprender a ser independentes, ser agentes ao invés de objetos. “Não obstante as tribulações que sobre vós cairão, a igreja permaneça independente, acima de todas as outras criaturas” (D&C 78:14). Como a sua igreja é independente de todas as coisas, assim também devemos nós, Seus filhos, aprender a ser independentes. “O poder está neles”, as escrituras dizem. Nós somos agentes, não objetos. Nós podemos agir e não simplesmente receber ação.
Eu testifico que cada um de nós “é um amado filho ou filha espiritual de pais celestiais, e, como tal, cada um tem uma natureza divina e destino” (“A Família: Proclamação ao Mundo,” A Liahona, maio de 2017, 145). Sendo assim, temos o potencial dado por Deus para levantar-se para sair das nossas circunstâncias, sejam elas quais forem, e ficar de forma independente como agentes e não objetos. Nós fomos investidos “a fazer muitas coisas boas de [sua] livre e espontânea vontade” (D&C 58:27). Se formos em frente com fé, nosso Pai Celestial não irá deixarnos cair nesta nobre missão.