Irmãos para sempre
A autora mora no Iowa, EUA.
“Pra com eles viver pra sempre eu merecer, o Senhor mostrou-me o que fazer” (Músicas para Crianças, p. 98).
Sérgio pulava no banco traseiro do carro e cantava uma música maluca. “Por favor, fique quieto, Sérgio”, disse o pai. “Preciso me concentrar na direção.”
“Não consigo ficar quieto”, respondeu Sérgio. “É maravilhoso!”
O pai sorriu. “Estou feliz que você esteja animado para conhecer seu irmãozinho.”
Quando chegaram ao hospital, Sérgio correu para o quarto da mãe. Ele sabia onde era porque sua mãe já estava ali havia cinco dias. Ela teve que ficar no hospital porque o bebê Carlos estava doente e sua mãe também estava um pouco doente. Sérgio tinha pedido para ver Carlos pelo menos milhões de vezes, mas a mãe sempre respondia: “Ainda não”. Disse que os médicos iam decidir quando Carlos estaria forte o suficiente para receber visitas.
Hoje o médico chamou. Hoje era o dia!
Quando Sérgio entrou no quarto da mãe, ela já estava segurando Carlos. Sérgio correu para ver o irmãozinho. Carlos era pequenininho. Parecia muito menor do que os priminhos de Sérgio. E suas orelhas e seu nariz eram diferentes. Ele parecia um duende!
“Oi, querido”, disse a mãe. “Venha lavar as mãos para poder segurar o bebê.”
Sérgio lavou as mãos com um sabão especial. Subiu na cama ao lado da mãe. Ela se inclinou para colocar o bebê no colo dele e seu pai o ajudou a colocar as mãos no lugar certo.
Sérgio olhou para Carlos. “Oi, Carlos”, disse ele. “Sou seu irmão, Sérgio. Você vai dormir no meu quarto e posso lhe mostrar todos os meus brinquedos, e podemos brincar no parque.”
O bebê Carlos olhou diretamente para Sérgio. Sérgio achou que ele era o melhor bebê do mundo.
Quando os braços de Sérgio se cansaram, o pai segurou Carlos no colo. A mãe de Sérgio segurou uma das mãos dele e olhou em seus olhos.
“Sérgio”, disse ela. “Você se lembra na Primária quando aprendeu sobre o plano de salvação?”
Sérgio fez que sim com a cabeça. Aquele tinha sido um ótimo dia. A irmã Lopez tinha uma Lua, uma estrela e um planeta Terra grande grudados em varinhas. Sérgio segurou o Sol.
“Você se lembra como vivíamos no céu antes de virmos à Terra e como vamos voltar para o céu quando morrermos?”
Sérgio fez que sim com a cabeça novamente.
“Carlos ainda está muito doente. E o médico disse que ele não vai viver por muito tempo. Ele vai morrer em breve e voltar para o céu.”
Sérgio olhou para a mãe e olhou para o bebê nos braços do pai. Em seguida, franziu a testa. Sentiu um nó na garganta. “Mas eu o amo. Quero que ele fique aqui, que divida o quarto comigo e brinque comigo. Ele também não quer ficar?”
Sua mãe o abraçou. “É claro que ele quer ficar conosco. Somos sua família. Mas ele vai nos ver novamente.”
“Vai mesmo?”
A mãe fez que sim com a cabeça. “O papai e eu nos casamos no templo. Foi-nos prometido que nossa família poderia ficar unida para sempre. Você e Carlos sempre serão nossos filhos.”
“Isso significa que Carlos sempre será seu irmão”, explicou o pai. “E você vai vê-lo novamente no céu.”
Sérgio estava triste. Também estava um pouco zangado. Mas pensou em encontrar Carlos no céu e sorriu um pouco. Ele estendeu a mão e acariciou o cabelo macio de Carlos. “Vamos ser irmãos no céu? Isso é maravilhoso.”
Sua mãe o beijou no rosto. “Isso é maravilhoso.”