Vamos compartilhar nosso conhecimento de um Salvador
Extraído do discurso “The Knowledge of a Savior” [O conhecimento de um Salvador], proferido na Conferência das Mulheres da Universidade Brigham Young, em 5 de maio de 2017.
Nossa mensagem é uma mensagem de paz, e vocês são os mensageiros que a pregam. Podem fazer isso por meio de novos e emocionantes canais de tecnologia.
Somos a Igreja de Jesus Cristo, estabelecida nos últimos dias. Do mesmo modo que o Senhor instruiu Seus antigos discípulos, temos o encargo nestes últimos dias de “[ir] por todo o mundo, [e pregar] o evangelho a toda criatura” (Marcos 16:15).
O antigo profeta Néfi resumiu de modo sucinto a missão, a mensagem e o propósito por trás disso: “E falamos de Cristo, regozijamo-nos em Cristo, pregamos a Cristo, profetizamos de Cristo e escrevemos de acordo com nossas profecias, para que nossos filhos saibam em que fonte procurar a remissão de seus pecados” (2 Néfi 25:26).
No livro de Mosias, lemos como o antigo profeta do Livro de Mórmon, o rei Benjamim, reuniu seu povo de toda a terra ao redor do templo, fez com que fosse erigida uma torre e os ensinou. Ao ensiná-los, também lhes profetizou a respeito de nossos dias: “E além disso, digo-vos que chegará o tempo em que o conhecimento de um Salvador se espalhará por toda nação, tribo, língua e povo” (Mosias 3:20).
“O conhecimento de um Salvador”
Um dos mais preciosos dons a ser entesourado em nossa família e dado a outros é “o conhecimento de um Salvador”, ou de Jesus Cristo.
Com a abertura da dispensação da plenitude dos tempos, toda a humanidade se viu iluminada e houve uma enxurrada de avanços tecnológicos. Ela trouxe consigo a era industrial e ferramentas de comunicação, permitindo que a profecia do rei Benjamim fosse cumprida.
Como membro do Quórum dos Doze Apóstolos, chamado como testemunha especial “do nome de Cristo no mundo todo” (D&C 107:23) com designações específicas tanto no comitê de assuntos públicos quanto no de serviços de comunicação, posso me concentrar no cumprimento dessa profecia — de que “o conhecimento de um Salvador” está se espalhando por todo o mundo — usando as mais recentes tecnologias a nosso dispor.
“Por toda nação, tribo, língua e povo”
Historicamente, os avanços na imprensa e a invenção do rádio e da televisão permitiram que a mensagem da Restauração fosse levada por todo o mundo. Encontramos inúmeros exemplos disso, alguns dos quais estão em nossa memória.
Dentro de um período de dez anos após a Primeira Visão, e um mês antes de a Igreja ser organizada, 5 mil exemplares do Livro de Mórmon foram publicados. Desde aquela época, mais de 175 milhões de exemplares já foram impressos.
Em toda manhã de domingo, podemos ouvir ou ver a transmissão do programa Música e Palavras de Inspiração, que está se aproximando de sua transmissão de número 5 mil. A primeira transmissão foi feita ao vivo pelo rádio em 1929. A primeira transmissão da conferência geral pela televisão ocorreu em 1949.
É interessante notar que, em 1966, o presidente David O. McKay (1873–1970) começou a falar de coisas que estavam por vir: “Descobertas latentes com tamanho poder, quer seja para a bênção ou para a destruição dos seres humanos, fazem com que a responsabilidade dos homens de controlá-las seja a maior já colocada em suas mãos. (…) Esta época está cheia de perigos ilimitados, assim como de possibilidades incalculáveis”.1
Em 1974, o presidente Spencer W. Kimball (1895–1985) descreveu sua visão do futuro: “O Senhor abençoou o mundo com muitos (…) satélites. Eles estão posicionados bem alto no céu, retransmitindo sinais para quase todos os cantos da superfície da Terra. (…) Sem dúvida esses satélites são apenas o início do que está reservado para o futuro da transmissão mundial. (…) Acredito que o Senhor está ansioso para nos confiar invenções que nós, leigos, mal conseguimos vislumbrar”.2
Com os avanços tecnológicos na comunicação e na mídia que surgiram rapidamente após o desenvolvimento da Internet, parece que testemunhamos em nossa vida o cumprimento literal das profecias do rei Benjamim, do presidente McKay e do presidente Kimball.
Há também um padrão claro de adoção dessas tecnologias para a edificação do reino do Senhor na Terra. Gostaria de compartilhar alguns exemplos com vocês.
LDS.org e Mormon.org
Em 1996, a Igreja começou oficialmente a utilizar a Internet como veículo de envio de mensagens e comunicação. Desde essa época, estima-se que 260 sites patrocinados pela Igreja foram apresentados, inclusive os que estão disponíveis em quase todos os países nos quais há membros da Igreja, em seu idioma local.
Vou compartilhar dois exemplos conhecidos desses sites. O primeiro é o LDS.org, criado em 1996, que hoje recebe mais de 24 milhões de novos visitantes por ano e, em média, mais de 1 milhão de visitantes a cada semana. Muitos membros encontram ali material curricular para ensino e discursos de conferências gerais passadas. O segundo é o Mormon.org, um site que visa a apresentar o evangelho a nossos amigos e vizinhos que não são membros da Igreja. Esse site recebe mais de 16 milhões de visitantes diferentes por ano.
Aplicativos para dispositivos móveis
Evidentemente, as tecnologias evoluem em ritmo frenético, exigindo esforços e recursos consideráveis para nos manter atualizados. Com a invenção dos smartphones, surgiu a capacidade de explorar e acessar imensos volumes de dados em um dispositivo portátil. Grande parte desses dados está organizada na forma de aplicativos para dispositivos móveis, ou “apps”. O primeiro aplicativo patrocinado pela Igreja foi lançado em 2007.
Há inúmeros exemplos de nosso uso benéfico de aplicativos para divulgar nosso “conhecimento de um Salvador”. Não vou descrever o conteúdo dos muitos aplicativos que estão ao alcance de um toque, mas aqui estão alguns exemplos de aplicativos que vocês devem conhecer:
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Biblioteca do Evangelho
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Canal Mórmon
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Ferramentas SUD
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Música SUD
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Árvore Familiar
Esses aplicativos estão sendo usados milhões de vezes por semana por milhões de usuários.
Mídia social
Por definição, mídias sociais são tecnologias mediadas por computador que permitem que pessoas e organizações vejam, criem e compartilhem informações, ideias e outras formas de expressão por meio de redes e comunidades virtuais.
Com início por volta de 2010, a Igreja começou a utilizar com seriedade a mídia social para divulgar “o conhecimento de um Salvador”. Trata-se de uma forma de comunicação digital dinâmica e rápida. É quase incomparável na velocidade das mudanças.
Uma característica observável da mídia social é que, assim que nos sentimos familiarizados ou à vontade com uma plataforma, surge uma nova, maior, visivelmente mais interessante ou melhor.
Vou descrever brevemente cinco plataformas de mídia social que a Igreja está usando como canais de comunicação:
1. O Facebook tem mais de 2 bilhões de usuários no mundo inteiro. Nele, os usuários constroem sua própria rede social de amigos online.
2. O Instagram é um site social que se centraliza em imagens e vídeos.
3. O Pinterest é como se fosse um quadro de avisos virtual. Nesse site, imagens chamadas de “pins” são pregadas no quadro. Podem ser frases inspiradoras ou fotografias de objetos ou estilos de vida desejados.
4. O Twitter é uma rede social que permite que os usuários enviem e leiam pequenas mensagens de 280 caracteres chamadas de “tweets”.
5. O Snapchat exibe fotos e breves vídeos que desaparecem imediatamente ou após 24 horas.
Como instituição, estamos usando esses sites de mídia social de modo incisivo.
Vocês devem se lembrar da terna mensagem de conferência que o élder Jeffrey R. Holland, do Quórum dos Doze Apóstolos, proferiu há alguns anos sobre depressão.3 Com base em seu discurso, foi produzido um segmento de vídeo que teve mais de 2 milhões de visualizações somente no Facebook, com muitos milhares de curtidas, compartilhamentos e comentários positivos.4
Em agosto de 2016, o presidente Dieter F. Uchtdorf postou um vídeo no Instagram, ensinando princípios do evangelho a seu neto Erik em uma — vocês devem ter adivinhado — cabine de piloto de avião!5 A publicação do presidente Uchtdorf no Instagram foi apreciada por milhares, sendo acompanhada de inúmeros comentários positivos.
A Igreja também publicou em sua conta do Instagram, em novembro de 2017, um vídeo do élder Dallin H. Oaks e do élder M. Russell Ballard respondendo à pergunta de uma jovem adulta a respeito do serviço missionário para as mulheres. Essa publicação foi visualizada mais de 112 mil vezes.
No Pinterest, podemos encontrar centenas de pins do LDS.org e muitos outros de membros individuais, inspirando uns aos outros.
Muitos, por exemplo, compartilham palavras dos profetas — do passado e do presente. O pin de um dos ensinamentos do presidente Thomas S. Monson diz o seguinte: “Muito na vida depende de nossa atitude”.6
Um tweet que o élder David A. Bednar, do Quórum dos Doze Apóstolos, compartilhou no ano passado, na manhã de Páscoa, foi visualizado 210 mil vezes. O élder Bednar mostrou que uma mensagem breve e simples: “Não está aqui, porque já ressuscitou” (Mateus 28:6), pode ter um impacto profundo e duradouro.
Snapchat
Por fim, apareceram recentemente no Snapchat fotografias e palavras que compartilhavam mensagens da Primeira Presidência proferidas pelo presidente Monson.
Riscos associados
Tendo acabado de louvar todas as virtudes dessas novas tecnologias e de demonstrar seu uso adequado, acho que também seria útil abordar alguns dos riscos associados a elas.
Todos devemos estar cientes do tempo que pode ser consumido na mídia social ou no uso de aplicativos para celulares. O uso das redes sociais também traz consigo o risco de redução da interação feita pessoalmente, o que pode prejudicar o desenvolvimento de aptidões sociais em muitos de nossos jovens.
Os perigos associados ao conteúdo impróprio não devem ser subestimados. Há uma crescente epidemia de vício em pornografia na sociedade, que está afetando negativamente e vitimando até membros e famílias da Igreja.
Por fim, quero citar dois outros riscos confluentes, cujas redes são lançadas sobre praticamente todos, inclusive as jovens e as mães e esposas da geração do milênio. Costumo rotular esses dois riscos de “realidades idealizadas” e “comparações que nos inferiorizam”. Acho que a melhor maneira de os descrever é dar alguns exemplos.
Falando de modo geral, as fotografias que são postadas nas redes sociais tendem a retratar a vida em seu melhor aspecto e com frequência de modo até pouco realista. Costumam estar cheias de lindas imagens de decoração de interiores, lugares turísticos maravilhosos e a preparação de pratos elaborados. O perigo, é claro, está no fato de que muitas pessoas ficam desanimadas por parecerem não estar à altura dessa realidade virtual idealizada.
Inspirada no pin de um bolo de aniversário em forma de panqueca, minha sobrinha postou recentemente sua tentativa de reproduzi-lo. Em vez de deixar que isso criasse uma pressão indevida, ela decidiu inspirar outras pessoas postando seu “fracasso no Pinterest” (ver foto das panquecas).
Espero que aprendamos a encontrar mais humor na vida e a ficar menos desanimados quando nos depararmos com imagens que talvez retratem uma realidade idealizada, que muitas vezes leva a comparações que nos inferiorizam.
Aparentemente não se trata apenas de um sinal dos tempos, mas, a julgar pelas palavras de Paulo, o mesmo acontecia no passado também: “Porém estes que (…) se medem a si mesmos, e se comparam consigo mesmos, estão sem entendimento” (2 Coríntios 10:12).
O élder J. Devn Cornish, dos Setenta, também nos deu recentemente um conselho muito oportuno: “Torturamo-nos desnecessariamente quando competimos e nos comparamos. Julgamos falsamente nosso valor pessoal pelas coisas que temos ou que não temos e pela opinião de outras pessoas. Se tivermos que nos comparar, comparemos o modo como éramos no passado a como somos hoje — e até a como queremos ser no futuro”.7
Quero compartilhar um dos segredos de nossa família, oculto nesta foto de família (ver na próxima página) que tiramos há alguns anos, antes da existência das mídias sociais. Se essa foto tivesse sido tirada em 2017, é provável que tivesse sido postada, apresentando uma família de quatro filhos bem-comportados, com roupas combinando e desfrutando da oportunidade de tirarem uma foto de família juntos. Querem saber a verdadeira história?
Ainda me lembro do telefonema de minha esposa. “Gary, onde está você? Estamos aqui no estúdio do fotógrafo, ao ar livre. Todos estão prontos para tirar a foto. Não foi fácil vestir todos os meninos, coordenar tudo e nos preparar. Você já está quase chegando?”
Ora, eu tinha me esquecido e nem sequer tinha saído do escritório. Estava meia hora atrasado, e as coisas não saíram às mil maravilhas na minha ausência, beirando o caos.
O que aconteceu? Bem, meu filho mais velho, que estava correndo pelo jardim, encontrou uma macieira, apanhou algumas maçãs e começou a jogá-las nos outros meninos. Acertou uma maçã nas costas do nosso terceiro filho e o derrubou, fazendo-o chorar.
Enquanto isso estava acontecendo, meu segundo filho se sentou no chão e fez a barra da calça subir um pouco. Os outros meninos viram que ele estava usando meias esportivas brancas, e não as meias sociais de igreja que sua mãe tinha separado para ele. Ela perguntou: “Por que não calçou as meias sociais?”
Ele respondeu: “Não gosto delas. São ásperas”.
Enquanto ela conversava com ele, nosso filho de 2 anos, que estava correndo pelo jardim, tropeçou em algo, caiu e fez sangrar o nariz. Sua camisa branca de gola olímpica ficou manchada de sangue. Foi então que apareci. O único modo de salvar a fotografia foi virar a camisa e vesti-la de trás para frente, escondendo da câmera as manchas de sangue.
Daí, enquanto corria e jogava maçãs, nosso filho mais velho caiu e sujou a calça, ficando com uma grande mancha de grama no joelho. Assim, na foto, ele posicionou estrategicamente o braço, cobrindo as manchas no joelho.
Quanto ao nosso terceiro filho, bem, tivemos que esperar 20 minutos para que seus olhos não estivessem mais vermelhos de choro.
E, é claro, as manchas de sangue ficaram então nas costas da camisa de nosso filho mais novo.
Nosso segundo filho cobriu estrategicamente as meias esportivas brancas com as mãos para que tudo combinasse.
Quanto a mim, pois é, Gary estava em maus lençóis, porque tinha sido meu atraso que desencadeara tudo aquilo.
Assim, quando virem esta bela foto de nossa família e se lamentarem, dizendo: “Por que não conseguimos nos organizar e tirar uma perfeita foto de família como eles?”, vão saber a verdade!
A mídia social e o trabalho missionário
Como podem ver, precisamos estar atentos aos perigos e riscos, incluindo a realidade idealizada e as comparações que nos inferiorizam. Normalmente o mundo não é tão brilhante como é retratado nas redes sociais. Mesmo assim, há muita coisa boa que veio e virá por meio dessas plataformas de comunicação.
O Departamento Missionário providenciou algumas novas instruções em 2017 sobre maneiras práticas pelas quais as mídias sociais podem ser usadas no trabalho missionário. Os muitos recursos digitais à nossa disposição podem ser usados de modo vigoroso, fácil, simples e extremamente eficaz.
Há um número elevadíssimo de aplicativos para uso adequado e inspirado da tecnologia. Devemos fazer todo o possível para ensinar o uso correto da tecnologia aos jovens da nova geração, alertá-los dos perigos associados a ela e prevenir sua utilização imprópria. Isso deve ajudar a garantir que os benefícios da tecnologia superem os riscos a ela associados.
“Quão formosos são os mensageiros”
Enquanto eu ponderava e orava profundamente sobre esta mensagem, acordei cedo certa manhã com um hino e a letra em mente: “Quão formosos são os mensageiros que nos pregam o evangelho da paz”.8
Nossa mensagem é uma mensagem de paz, e vocês são os mensageiros que a pregam. Podem fazer isso por meio de novos e empolgantes canais de tecnologia. Vivemos em um mundo incomparável na plenitude dos tempos com a capacidade de pregar o evangelho da paz à nossa disposição.
Temos as palavras proféticas dos antigos profetas, que descreveram perfeitamente nosso tempo e deram instruções para nossos dias: “E além disso, digo-vos que chegará o tempo em que o conhecimento de um Salvador se espalhará por toda nação, tribo, língua e povo” (Mosias 3:20).
Temos também as palavras que nos chegam por intermédio da revelação moderna, falando e dando orientações para nosso tempo e nossas circunstâncias. Vou citar o élder Bednar: “Creio que é chegado o tempo para nós, como discípulos de Cristo, usarmos essas ferramentas inspiradas adequadamente e com mais eficiência para prestar testemunho de Deus, o Pai Eterno, de Seu plano de felicidade para Seus filhos e de Seu Filho, Jesus Cristo, como o Salvador do mundo; para proclamar a realidade da Restauração do evangelho nos últimos dias; e para realizar a obra do Senhor”.9
Convido cada um de vocês a refletir plenamente sobre seu papel de pregar o evangelho de paz como formosos mensageiros. Façamos, cada um de nós, a nossa parte para compartilhar nosso “conhecimento de um Salvador” com toda nação, tribo, língua e povo. O melhor modo de fazer isso é dando um passo por vez, de uma maneira especial que funcione melhor para você e sua família. Que cada um de vocês tenha a coragem de escrever um blog, publicar pins, curtir, compartilhar, postar, fazer amizades, enviar tweets, usar o snap e o swipe up, de modo a glorificar, honrar e respeitar a vontade de nosso amoroso Pai Celestial e levar o conhecimento do Salvador a seus familiares, entes queridos e amigos — inclusive seus amigos das redes sociais.