Elevador e samaritanos
ILUSTRAÇÃO: ANNA Godeassi
Quando uma família em minha ala postou fotos no Facebook sobre sua experiência ao ficarem presos num elevador por duas horas, não consegui me identificar. Foi assim até eu mesma ficar presa num elevador.
Havia deixado meu celular em casa, então bati na porta do elevador e pedi ajuda. Também orei. Logo, vários garotos me ouviram e, como bons samaritanos, chamaram o serviço de emergência. Depois, disseram que moravam no apartamento 38 e brincaram dizendo que, quando eu conseguisse sair, poderia levar a eles comida para agradecer.
Eles foram embora e foi difícil me acalmar. E se o socorro não chegasse? Orei novamente. Sabia que meu marido logo voltaria do trabalho para casa e não saberia onde eu estava.
Comecei a bater novamente. Entre as frestas da porta do elevador, vi pessoas se aproximando. Gritei e pedi que ligassem para meu marido e contassem o que estava acontecendo. Eles assim o fizeram e consegui me tranquilizar. Agora meu marido sabia, e faria tudo para que eu saísse dali.
Sentei-me no elevador por cerca de uma hora. Finalmente um funcionário da manutenção chegou e pude sair. Ele disse que o elevador havia travado, então ele precisou ir até o fosso do elevador para fazê-lo funcionar novamente. Agradeci sua ajuda.
Mais tarde naquele dia, agradeci aos meus vizinhos do apartamento 38. E levei um pouco de comida caseira. Eles disseram que só estavam brincando sobre a comida, mas fiquei feliz em demonstrar gratidão. Quando me lembro dessa experiência, sei o que a família em minha ala passou e sou grata pelas pessoas que não me ignoraram, mas pararam e me ajudaram.
Talvez elas não saibam, mas seguiram o exemplo do Salvador. Ele não nos ignora nem nos abandona. Ele deu a vida por nós para podermos ser salvos da morte física e espiritual. Por causa disso, vou tentar seguir Seu exemplo e nunca ignorar o problema de outra pessoa. Sou grata por essa experiência que, de modo inesperado, trouxe-me uma apreciação maior por Ele e Suas bênçãos.