Paz no templo
O autor mora no Distrito Nacional, República Dominicana.
José não via a hora de ir ao templo. Então, por que estava tão nervoso?
“Eu gosto de ver o templo, Ali eu hei de entrar” (Músicas para Crianças, p. 99).
“Parabéns, José”, disse o bispo Garcia. Ele me entregou minha nova recomendação para o templo.
“Muito obrigado!”, respondi. Demos um aperto de mão, e saí da sua sala, olhando fixamente para o papel branco. Agora eu podia ir ao templo fazer batismos!
Meus avós estavam esperando na entrada da capela. Meus pais não iam à igreja com muita frequência, por isso eu normalmente ia com minha avó e meu avô. Os dois me deram um abraço.
“Está animado por poder ir ao templo pela primeira vez na semana que vem?”, perguntou meu avô, enquanto saíamos da capela.
“Estou!”, respondi. Mas um friozinho no estômago foi inevitável.
“Vai ser ótimo irmos juntos em família”, disse minha avó com um grande sorriso.
Eu sorri também, mas ainda estava com aquela sensação esquisita no estômago.
Ao se aproximar o dia de irmos ao templo, fui ficando mais nervoso. Finalmente, acabei conversando com minha avó sobre isso.
Ela estava cortando legumes na cozinha, mas parou quando me aproximei. “O que foi?”, perguntou ela, enxugando as mãos numa toalha. “Parece que você está preocupado.”
Dei um suspiro e me sentei à mesa. “Estou superanimado para ir ao templo. Mas também estou nervoso.”
Minha avó fez um movimento com a cabeça, mostrando que entendia como eu estava me sentindo. “Não precisa se preocupar. O templo tem pessoas que vão ajudá-lo passo a passo.”
Quando ela disse isso, senti uma paz repousar sobre mim, da cabeça aos pés. Eu sabia que seria um dia especial.
Logo chegou o dia da viagem ao templo. Vesti minha roupa de domingo e penteei o cabelo. Minha avó entrou no quarto.
“Como está se sentindo?”, perguntou ela.
“Animado! Não vejo a hora de chegar ao templo.”
Minha avó se sentou na ponta da cama e tirou um pedaço de papel do bolso.
“Isto aqui é um cartão de ordenança do templo”, explicou. “É para meu irmão. Ele era muito especial para mim. Mas morreu sem ter sido batizado. Você poderia ser batizado por ele no templo hoje?”
Minha avó me entregou o papel. Li o nome: Ramon Rodriguez. Dava para ver que minha avó amava o irmão, e fiquei feliz por ela confiar em mim para ser batizado por ele.
“Claro, vó! Obrigado!” Coloquei cuidadosamente o cartão no bolso.
Enquanto estávamos no ônibus para o Templo de Santo Domingo, minha avó me contou sobre quando ela foi ao templo pela primeira vez com meu avô. Naquela época, eles tiveram que ir até o Peru, porque não havia templo na República Dominicana.
Uma hora depois, chegamos ao templo. O bispo Garcia também estava lá. Fiquei com os olhos arregalados ao caminhar em direção ao templo. Como era bonito! Parei para ler as palavras escritas acima da porta: Santidade ao Senhor: A Casa do Senhor.
Ao entrar, eu sabia que estava entrando em um lugar especial. Parecia que todas aquelas preocupações tinham sumido. Tudo estava calmo e tranquilo.
Depois de vestir as roupas brancas, entrei na pia batismal com o bispo Garcia. Prestei bastante atenção quando ele disse as palavras da oração batismal. Quando ele pronunciou o nome “Ramon”, senti uma paz invadir todo o meu corpo.
O bispo Garcia me imergiu na água. Quando me ergueu, eu estava sorrindo. Mal podia esperar para fazer isso de novo!