Vozes dos Santos dos Últimos Dias

A Saia da Árvore de Natal da Sharon

Tammy C. Wood, Nevada, EUA

Para mim, a prenda da minha cunhada tornou-se um símbolo da Expiação de Jesus Cristo.

Ilustração de Anastasia Suvorova

Enquanto eu e o meu marido frequentávamos a universidade, e até muitos anos depois, vivíamos com dificuldades financeiras. Em vez de comprar prendas, eu fazia-as. Num certo ano, fiz saias de árvore de Natal para oferecer às minhas irmãs e cunhadas.

Reuni restos de tecidos em verde, vermelho e branco, ou com uma combinação destas três cores. A maioria dos tecidos não tinha estampagens de Natal. Cortei-os em quadrados simples e cozi-os uns aos outros para fazer as saias das árvores, que ficaram com retalhos de diversos tipos de tecido.

Naquele ano, pelo Natal, fomos a casa dos meus sogros. A minha cunhada Sharon morava nas proximidades, por isso fomos visitá-la a ela e à família, e levámos-lhes as nossas prendas.

Para minha consternação, por baixo da sua árvore de Natal vi uma saia de retalhos lindamente tricotada e acolchoada, feita de materiais com estampagens natalícias e rebordos recortados. A Sharon era talentosa em costura, retalhos, apliques, bordados, tecelagem e outras artes. Ela tinha feito a saia no início daquele ano

Não pude deixar de comparar a beleza daquela verdadeira obra de arte com a simplicidade da minha. Senti-me envergonhada quando lhe dei a minha prenda. Disse-lhe que compreendia se ela não quisesse usá-la.

No ano seguinte, quando abrimos a prenda da Sharon, ficámos surpreendidos por ela nos estar a oferecer a saia de árvore de Natal que eu tanto tinha elogiado no ano anterior! Ela aceitara graciosamente o meu presente simples e, agora, retribuía com algo muito mais bonito.

Após 12 anos a lutar contra uma doença física, a Sharon faleceu quando tinha apenas 38 anos. Há alguns anos, enquanto eu colocava a sua saia de árvore à volta da nossa árvore de Natal e pensava nela, aquela prenda tornou-se para mim um símbolo da dádiva da Expiação que o Salvador nos oferece. Por mais que desejemos ser bons, somos todos mortais, com falhas e fraquezas. Somos imperfeitos, tal como a saia de árvore simples que eu tinha dado à Sharon.

Em comparação com a beleza da vida do Salvador, ficaremos sempre aquém. Mas se fizermos o nosso melhor para oferecer ao Salvador um coração quebrantado e um espírito contrito, Ele, por sua vez, irá oferecer-nos as bênçãos da Sua maravilhosa Expiação. Recebemos algo muito maior do que a nossa dádiva a Ele.

Sinto-me grata pela lembrança especial da Sua Expiação, que aquela saia de árvore de Natal se tornou para mim.