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“A Família É Essencial ao Plano do Criador”
Sugestões de Aplicação
Dependendo de suas próprias necessidades e de sua situação, utilize uma das seguintes sugestões, ou as duas.
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Estude “A Família: Proclamação ao Mundo” (página iv). Descubra algumas coisas que você poderia fazer para seguir melhor esse conselho profético.
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Adquira um pôster de “A Família: Proclamação ao Mundo” (35602 059 ou 35538 059) em um dos centros de distribuição da Igreja. Coloque-o em um lugar de destaque em sua casa.
Designação de Leitura
Estude o seguinte artigo. Caso seja casado, leia e discuta o artigo com o seu cônjuge.
Para Esta Vida e para Toda a Eternidade
Élder Boyd K. Packer
Do Quórum dos Doze Apóstolos
O Grandioso Plano de Felicidade
Queridos irmãos e irmãs, as escrituras e os ensinamentos dos apóstolos e profetas falam de nós na vida pré-mortal como filhos e filhas espirituais de Deus.1 A divisão dos sexos não teve início no nascimento mortal, mas já existia antes.2
No grande conselho dos céus,3 foi apresentado o plano de Deus:4 o plano de salvação,5 o plano de redenção,6 o grande plano de felicidade.7 O plano estabelece um tempo de provação; todos têm que escolher o bem ou o mal.8 O plano provê um Redentor, uma Expiação, a Ressurreição; e, se formos obedientes, a nossa volta à presença de Deus.
O adversário rebelou-se e adotou um plano próprio.9 Àqueles que o seguiram foi negado o direito de terem um corpo mortal.10 Nossa presença aqui confirma o fato de que apoiamos o plano do Pai.11
O propósito único de Lúcifer é opor-se ao grande plano de felicidade e corromper as mais puras, belas e atraentes experiências da vida: romance, amor, casamento, paternidade e maternidade.12 Os espectros da mágoa e da culpa13 seguem-no por toda a parte. Somente o arrependimento pode curar o que ele fere.
O Casamento e a Família São Indispensáveis no Plano de Deus.
O plano exige uma união justa do homem e da mulher, como marido e mulher.14 Há doutrinas que nos ensinam como lidar com esses impulsos naturais que, com freqüência, dominam nosso comportamento.
Um corpo feito à imagem de Deus foi criado para Adão,15 e ele foi colocado no Jardim.16 No princípio, Adão estava só. Ele possuía o sacerdócio,17 mas, sozinho, não podia cumprir os propósitos de sua criação.18
Outro homem não serviria para ajudar Adão a cumprir esses propósitos. Adão não poderia progredir sozinho nem com outro homem. Tampouco Eva com outra mulher. Era assim naquela época. É assim hoje.
Eva, uma adjutora, foi criada. O casamento foi instituído,19 pois foi ordenado a Adão que se apegasse a sua esposa (não simplesmente a uma mulher) e “a nenhuma outra”.20
Uma escolha, pode-se dizer, foi imposta a Eva.21 Ela deve ser louvada por sua decisão. Então, “Adão caiu para que os homens existissem”.22
O Élder Orson F. Whitney descreveu a queda como tendo “duas direções—para baixo, mas, ainda assim, para frente. Ela trouxe o homem ao mundo e o encaminhou na senda do progresso.23
Deus abençoou Adão e Eva e disse-lhes: “Frutificai e multiplicai-vos”24; dessa forma, a família foi estabelecida.
Os Homens e as Mulheres São Igualmente Valiosos para Deus
Nada há nas revelações que sugira que, à vista de Deus, seja preferível ser homem a ser mulher, ou que Ele dê mais valor aos filhos do que às filhas.
Todas as virtudes mencionadas nas escrituras—amor, alegria, paz, fé, santidade, caridade—são compartilhadas por homens e mulheres,25 e a mais alta ordenança do sacerdócio na mortalidade é dada somente ao homem e à mulher juntos.26
Depois da Queda, a lei natural passou a reger em grande parte o nascimento mortal. Existem o que o Presidente J. Reubem Clark Jr. chamou de “travessuras” da natureza,27 que causam variadas anormalidades, deficiências e deformidades. Por mais injustas que pareçam aos homens, elas, de alguma forma, servem aos propósitos do Senhor, testando a humanidade.
Seguir cada instinto digno, atender a cada necessidade justa, consumar cada relação humana que exalte, são coisas previstas e aprovadas nas doutrinas do evangelho de Jesus Cristo e protegidas por mandamentos revelados à Sua Igreja.
O Papel do Homem e o da Mulher
A menos que Adão e Eva fossem diferentes um do outro por natureza, eles não poderiam multiplicar-se e encher a Terra.28 As diferenças que se complementam são as verdadeiras chaves do plano de felicidade.
Algumas funções são mais apropriadas à natureza masculina e outras à natureza feminina. Tanto as escrituras como os padrões da natureza colocam o homem como protetor, provedor.29
As responsabilidades do sacerdócio que se referem à administração da Igreja, por necessidade, são exercidas fora do lar. Por decreto divino, elas foram confiadas aos homens. Tem sido assim desde o começo, pois o Senhor revelou: “confirmou-se que a ordem desse sacerdócio é para ser transmitida de pai para filho. (…) Essa ordem foi instituída nos dias de Adão”.30
Um portador do sacerdócio não tem vantagem sobre a mulher no que se refere à qualificação para a exaltação. A mulher, por sua natureza, é também co-criadora com Deus e a primeira educadora dos filhos. As virtudes e os atributos dos quais dependem a perfeição e a exaltação são naturais na mulher e são refinados por meio do casamento e da maternidade.
O sacerdócio é conferido somente aos homens dignos em conformidade com o plano de felicidade de nosso Pai. Com as leis da natureza e a palavra revelada de Deus trabalhando em harmonia, as coisas simplesmente funcionam melhor dessa maneira.
O sacerdócio traz consigo uma tremenda responsabilidade. “Nenhum poder ou influência pode ou deve ser mantido em virtude do sacerdócio, a não ser com persuasão, com longanimidade, com brandura e mansidão e com amor não fingido; com bondade e conhecimento puro (…).”31
Se o homem “exercer controle ou domínio ou coação sobre a alma dos filhos dos homens, em qualquer grau de iniqüidade”32 , ele violará o “juramento e convênio que pertencem ao sacerdócio”.33 Então “os céus se afastam; o Espírito do Senhor se magoa”.34 A menos que se arrependa, ele perderá suas bênçãos.
Embora as diferentes funções do homem e da mulher sejam estabelecidas em declarações celestiais, elas são melhor demonstradas nas experiências mais práticas e comuns da vida familiar.
Recentemente, ouvi um orador, na reunião sacramental, queixar-se de que não entendia por que seus netos sempre falavam em ir à casa da avó e nunca à casa do avô. Resolvi esse grande mistério para ele: “O avô não faz bolos!”
As Leis Naturais e as Espirituais São Eternas
As leis naturais e espirituais que governam a vida foram instituídas antes da fundação do mundo.35 São eternas, assim como as conseqüências da obediência ou desobediência a elas. Não são baseadas em considerações sociais ou políticas. Não podem ser mudadas. Nenhuma pressão, nenhum protesto, nenhuma legislação pode alterá-las.
Há anos, supervisionei os seminários para os índios. Numa visita a uma escola em Albuquerque, Novo México, o diretor contou-me um incidente ocorrido em uma classe da primeira série.
Durante a aula, um gatinho entrou na sala, distraindo as crianças. O gato foi levado à frente da classe para que todos o vissem.
Um aluno perguntou: “É um gatinho ou uma gatinha?”
O professor, despreparado para falar desse assunto, disse: “Não importa; é só um gatinho”.
As crianças, porém, insistiram e um menino disse. “Eu sei como decidir se é um gatinho ou uma gatinha.”
O professor, sem ter outra saída, disse: “Está bem, diga-nos como podemos saber se é um gatinho ou uma gatinha”.
O menino respondeu: “Podemos fazer uma votação!”
Certas coisas não podem ser mudadas. As doutrinas não podem ser mudadas.
O Presidente Wilford Woodruff disse: “Os princípios revelados para a salvação e exaltação dos filhos dos homens (…) são princípios que não podem ser destruídos. São princípios que nenhuma união de homens [ou mulheres] pode destruir. São princípios que nunca morrerão. (…) Estão além do alcance dos homens—não podem ser manipulados nem desfeitos. (…) O mundo inteiro reunido não conseguirá destruir esses princípios. (…) Nem um jota ou til desses princípios será jamais destruído”.36
Durante a Segunda Guerra Mundial, os homens foram chamados a lutar. Na emergência, as esposas e mães do mundo inteiro foram compelidas para a frente de trabalho como nunca acontecera antes. O efeito mais devastador da guerra foi sobre a família e estende-se até esta geração.
Multiplicar-se e Encher a Terra
Na conferência geral de outubro de 1942, a Primeira Presidência enviou uma mensagem aos “santos de todas as partes do mundo”, que dizia: “Em virtude da autoridade em nós investida, como Primeira Presidência da Igreja, advertimos nosso povo”.
E eles diziam: “Entre os primeiros mandamentos dados a Adão e Eva, o Senhor disse: ‘Multiplicai-vos, e enchei a terra’. Ele repetiu esse mandamento em nossos dias. Revelou, nesta última dispensação, o princípio da eternidade do convênio do casamento (…).
O Senhor disse-nos que é dever de cada marido e mulher obedecer ao mandamento dado a Adão de multiplicar-se e encher a Terra, a fim de que as legiões de espíritos escolhidos que esperam por seu tabernáculo de carne venham para cá e progridam de acordo com o plano grandioso de Deus para se tornarem almas perfeitas; pois, sem esse tabernáculo de carne, eles não podem progredir em direção ao destino planejado por Deus. Assim, cada marido e mulher deve tornar-se pai e mãe, em Israel, de filhos nascidos sob o santo e eterno convênio.
Ao trazer esses espíritos escolhidos à Terra, cada pai e cada mãe assume, com o espírito em seu tabernáculo e com o próprio Senhor (por terem-se beneficiado da oportunidade que Ele proporcionou), uma obrigação das mais sagradas; porque o destino desse espírito nas eternidades vindouras, as bênção ou punições que o aguardarão na vida futura dependem, em grande parte, do cuidado, dos ensinamentos e do treinamento dado pelos pais a esse espírito.
Nenhum pai pode fugir dessa obrigação e responsabilidade, e o Senhor considera-nos estritamente responsáveis por cumpri-las devidamente. Não existe dever mais elevado que possa ser assumido por mortais”.
A Maternidade É um Chamado Sagrado
Ao falar às mães, a Primeira Presidência disse: “A maternidade, portanto, torna-se um chamado santo, uma dedicação sagrada à execução dos planos do Senhor, uma consagração à criação, educação, nutrição do corpo, da mente e do espírito daqueles que mantiveram seu primeiro estado e vêm a esta Terra para o seu segundo estado ‘para ver se farão todas as coisas que o Senhor seu Deus lhes ordenar’. (Abraão 3:25) Fazer com que guardem seu segundo estado é a função da maternidade, e ‘os que guardarem seu segundo estado terão um acréscimo de glória sobre sua cabeça’. (Abraão 3:26)
Esse serviço divino da maternidade somente pode ser prestado pelas mães. Não pode ser transferido a outros. As babás, as creches públicas, as empregadas não o podem fazer—somente a mãe, com o máximo de ajuda das mãos amorosas do pai, dos irmãos e irmãs, pode oferecer esse cuidado atencioso na medida plena e certa”.
A Primeira Presidência aconselhou: “A mãe que confia seu filho aos cuidados de outros a fim de realizar trabalhos de outra natureza, seja por ouro, fama ou serviço cívico, deve lembrar-se de que ‘a criança entregue a si mesma envergonha sua mãe’. (Provérbios 29:15) Em nossos dias o Senhor disse que, a menos que os pais ensinem aos filhos as doutrinas da Igreja ‘sobre a cabeça dos pais seja o pecado’.(D&C 68:25)
A maternidade está próxima da divindade. É o mais elevado, o mais santo trabalho a ser realizado pela humanidade. Ela coloca a mulher que honra seu santo chamado e serviço próxima dos anjos”.37
A mensagem e advertência da Primeira Presidência é ainda mais, e não menos, necessária hoje do que quando foi publicada. E não há voz, de qualquer organização da Igreja, em qualquer nível de administração, que se iguale à da Primeira Presidência.38
Qualquer alma que, por natureza ou circunstâncias, não receba a bênção do casamento e da paternidade ou maternidade, ou que precise criar os filhos sozinha, sem ter culpa dos fatores que a levaram a essa situação, não deixará de receber, nas eternidades, nenhuma das bênçãos—desde que cumpra os mandamentos.39 Como prometeu o Presidente Lorenzo Snow: “Isso é certo e positivo”.40
A Parábola do Tesouro e das Chaves
Termino com uma parábola:
Certa vez um homem recebeu, como herança, duas chaves. Foi-lhe dito que a primeira abria uma caixa-forte que ele deveria proteger a todo custo. A segunda era para um cofre que estava dentro da caixa-forte e que continha um tesouro inestimável. Ele deveria abrir esse cofre e usar livremente as coisas preciosas ali guardadas. Foi advertido de que muitos procurariam roubar-lhe a herança. Foi-lhe prometido que, se usasse o tesouro dignamente, este seria reabastecido e nunca diminuiria, por toda a eternidade. O homem seria testado. Se usasse o tesouro para benefício de outros, suas próprias bênçãos e alegria aumentariam.
O homem dirigiu-se sozinho à caixa-forte. A primeira chave abriu a porta. Ele tentou abrir o tesouro com a outra chave, mas não conseguiu, pois havia dois cadeados no cofre. A sua chave, sozinha, não o abriria. Por mais que tentasse, não conseguiu abri-lo. Estava confuso. Recebera as chaves. Sabia que o tesouro era seu, por direito. Obedecera às instruções, mas não conseguia abrir o cofre.
Num determinado momento apareceu uma mulher na caixa-forte. Ela também tinha uma chave; era uma chave visivelmente diferente da que ele possuía. A chave dela serviu no outro cadeado. Isso fez com que ele humildemente reconhecesse que, sem ela, não poderia obter a herança que era dele por direito.
Eles fizeram um convênio de que, juntos, abririam o tesouro e, conforme as instruções, ele vigiaria a caixa-forte e a protegeria. Ela, por sua vez, vigiaria o tesouro. Ela não estava preocupada com o fato de ele, como guardião da caixa-forte, ter duas chaves, pois seu objetivo era garantir que ela estivesse em segurança enquanto vigiava aquilo que era muito precioso para ambos. Juntos eles abriram o cofre e partilharam da herança. Alegraram-se pois, como prometido, o tesouro não se esgotava.
Com grande alegria descobriram que podiam passar o tesouro para seus filhos, e que cada um poderia receber a medida plena, sem que diminuísse, até a última geração.
Talvez alguns de sua posteridade não encontrassem um companheiro que possuísse a chave complementar, ou alguém digno e desejoso de cumprir os convênios relacionados ao tesouro. Não obstante, se guardassem os mandamentos, não lhes seria negada nem a menor das bênçãos.
Como alguns tentaram levá-los a fazer mau uso de seu tesouro, eles foram cuidadosos ao ensinar a seus filhos sobre as chaves e convênios.
Mais tarde apareceram, entre os de sua posteridade, alguns que foram enganados, ficaram enciumados ou se tornaram egoístas porque a uns foram dadas duas chaves e a outros só uma. “Por que”, os egoístas perguntaram, “o tesouro não pode ser só meu, para que eu o use do jeito que desejar?”
Alguns tentaram moldar a chave que receberam, no formato da outra. Talvez, pensaram, ela poderia servir nos dois cadeados. E assim o cofre foi fechado para eles. Suas chaves remoldadas eram inúteis e eles perderam a herança.
Aqueles que receberam o tesouro com gratidão e obedeceram às leis referentes a ele, receberam alegria sem limites nesta vida e por toda a eternidade.
Presto testemunho do plano de nosso Pai para a felicidade, e testifico em nome Daquele que realizou a Expiação para que esse plano tivesse efeito.
Extraído de um discurso do Élder Packer proferido na conferência geral da Igreja realizada em outubro de 1993. (Ver A Liahona, janeiro de 1994, pp. 23–26.)