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Ensinar os Filhos Verbalmente e por meio dos Exemplos


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Ensinar os Filhos Verbalmente e por meio dos Exemplos

Sugestões de Aplicação

Dependendo de suas próprias necessidades e de sua situação, utilize uma das seguintes sugestões, ou as duas.

  • Pense nas necessidades de seus filhos, netos, sobrinhos ou outras crianças que conheça. Planeje como as ensinará por intermédio de seus atos e palavras.

  • Estude o material a respeito da família que se encontra em Ensino, Não Há Maior Chamado (36123 059), páginas 127–143 e no Guia da Família (31180 059), páginas 4–10. Caso seja casado, leia esses textos e converse a respeito deles com seu cônjuge.

Designação de Leitura

Estude o seguinte artigo. Caso seja casado, leia e discuta o artigo com o seu cônjuge.

O Maior Desafio do Mundo: Ser Bons Pais

Élder James E. Faust
Do Quórum dos Doze Apóstolos

A Paternidade É um Chamado Divino

Sinto-me inspirado a falar de um assunto que decidi chamar de o maior desafio do mundo e que tem a ver com o privilégio e a responsabilidade de sermos bons pais. Sobre esse assunto, tantas são as opiniões quantos são os pais, embora poucos afirmem ter todas as respostas. Eu, certamente, não sou um deles.

Sinto que, atualmente, há mais rapazes e moças notáveis entre o nosso povo do que em qualquer outra época da minha vida. Muitos desses jovens maravilhosos, presume-se, vêm de bons lares de pais cuidadosos e responsáveis. Ainda assim, a maioria dos pais conscientes sabe que cometeu erros. Certa vez, quando fiz uma tolice, lembro-me de que minha mãe exclamou: “Onde foi que eu errei?”

O Senhor nos instruiu: “[criai] vossos filhos em luz e verdade”. (D&C 93:40.) Para mim, não há realização humana mais importante.

Ser pai ou mãe não é somente um grande desafio, é um chamado divino. É uma realização que exige consagração. O Presidente David O. McKay declarou que ser pais é “a maior prova de confiança que foi dada ao ser humano”. (The Responsability of Parents to Their Children, folheto, s/d, p. 1.)

Formar uma Família Bem-Sucedida

Embora poucos desafios humanos sejam mais difíceis do que o de ser bons pais, poucas oportunidades oferecem maior potencial de alegria. Certamente não há trabalho mais importante a ser feito neste mundo do que preparar nossos filhos para serem tementes a Deus, felizes, honrados e produtivos. Os pais não encontrarão maior felicidade do que serem honrados por seus filhos, e verem-nos seguir seus ensinamentos. É a glória da paternidade. João testificou: “Não tenho maior gozo do que este, o de ouvir que os meus filhos andam na verdade”. (III João 1:4) Em minha opinião, o ensino, a educação e o treinamento dos filhos exigem mais inteligência, compreensão intuitiva, humildade, força, sabedoria, espiritualidade, perseverança e trabalho árduo do que qualquer outro desafio da vida. Isso é ainda mais verdadeiro quando os fundamentos morais da honra e decência se estão corrompendo ao nosso redor. Para que nossa família seja bem-sucedida é preciso que se ensine valores, que haja regras, que haja padrões e que haja verdades absolutas. Muitas comunidades dão aos pais pouco apoio no que se refere ao ensino dos valores morais e da obediência a eles. Muitas culturas estão passando a ser essencialmente desprovidas de valores e muitos jovens dessas comunidades estão tornando-se moralmente cínicos.

Quando a sociedade como um todo está decaindo e perdendo sua identidade moral, e muitos lares estão desmoronando, a melhor esperança é dedicar mais atenção e empenharmo-nos mais no ensino da nova geração: nossos filhos. Para conseguir isso, primeiro precisamos fortalecer os seus principais professores. Entre eles os principais são os pais e os outros membros da família, e o melhor ambiente para isso deveria ser o lar. Temos de encontrar algum meio de esforçar-nos com mais energia para tornar nosso lar mais forte, a fim de que seja um santuário contra a doentia podridão moral que nos cerca e que se infiltra em nosso meio. A harmonia, felicidade, paz e o amor no lar podem proporcionar aos filhos a força interior de que necessitam para enfrentar os problemas da vida. Barbara Bush, mulher do Presidente [dos Estados Unidos] George W. Bush, há alguns meses, disse aos formandos do Wellesley College:

“Não importa a era ou o tempo, uma coisa nunca mudará: Pais e mães, caso tenham filhos, eles têm prioridade. É preciso ler para eles, abraçá-los e amá-los. O sucesso como família, nosso sucesso como sociedade, não depende do que acontece na Casa Branca, mas do que acontece dentro de sua casa.” (Washington Post, 2 de junho de 1990, p. 2.)

Para ser um bom pai ou boa mãe, é necessário que os pais abram mão de muitas coisas que necessitam ou desejam em favor das necessidades dos filhos. Como conseqüência desse sacrifício, os pais conscienciosos desenvolvem a nobreza de caráter e praticam as abnegadas verdades ensinadas pelo próprio Salvador.

Tenho o maior respeito pelos pais que estão sós, que se esforçam e se sacrificam, tentando, a despeito de adversidades quase sobre-humanas, manter a família unida. Eles deveriam ser honrados e ajudados em seu esforço heróico. Todas as tarefas do pai ou da mãe, porém, ficam mais fáceis quando há pai e mãe trabalhando juntos no lar. Os filhos freqüentemente desafiam e testam a força e a sabedoria dos dois.

Com que freqüência Vocês Oram em Família?

Há alguns anos, o bispo Stanley Smoot estava sendo entrevistado pelo Presidente Spencer W. Kimball, que lhe perguntou: “Com que freqüência vocês oram em família?”

O bispo Smoot respondeu: “Tentamos fazê-lo duas vezes por dia, mas a média tem sido uma vez”.

O Presidente Kimball replicou: “No passado, fazer uma oração familiar por dia era razoável, mas no futuro, não será suficiente se quisermos salvar nossa família”.

Ficarei surpreso se, no futuro, a realização da noite familiar de vez em quando ou com pouca freqüência for suficiente para fortalecer nossos filhos com a força moral necessária. No futuro, o estudo esporádico das escrituras em família não será suficiente para dar aos nossos filhos a virtude necessária para enfrentar a decadência moral do ambiente em que eles viverão. Em que lugar do mundo, os filhos aprenderão sobre a castidade, integridade, honestidade e decência humana básica senão no lar? Esses valores, é claro, serão reforçados na Igreja, mas os ensinamentos dos pais são mais constantes.

Os Pais Têm de Dar o Exemplo

Ao tentarem ensinar os filhos a evitar os perigos, os pais não devem dizer: “Somos experientes e sábios quanto às coisas do mundo, e podemos chegar mais perto da beira do abismo do que vocês”. Os filhos podem-se tornar cínicos e descrentes das coisas ensinadas no lar, se os pais forem hipócritas. Por exemplo, quando os pais assistem a um filme e proíbem os filhos de fazerem o mesmo, sua credibilidade diminui. Os pais devem ser honestos, se esperam que os filhos também o sejam. Devemos ser virtuosos, se esperamos que nossos filhos sejam virtuosos; se esperamos que eles sejam honrados, também devemos ser honrados.

Outros valores que devem ser ensinados aos filhos são o respeito ao próximo, a começar com os próprios pais e família; aos símbolos da fé e às crenças patrióticas de outras pessoas; o respeito à lei, à ordem e à autoridade e à propriedade alheia. Paulo adverte que os filhos “aprendam primeiro a exercer piedade para com a sua própria família”. (I Timóteo 5:4)

Disciplinar os Filhos

Uma das maiores dificuldades que os pais têm de enfrentar é saber disciplinar os filhos. A criação de um filho é muito pessoal. Todo filho é único e diferente. O que funciona com um pode não dar certo com outro. Não sei quem é suficientemente sábio para dizer que tipo de disciplina é demasiadamente severa ou qual é demasiadamente branda, a não ser os próprios pais, as pessoas que mais amam os filhos. Essa é uma questão que os pais têm de avaliar em espírito de oração. Certamente o princípio subjacente e fundamental é que a disciplina dos filhos deve ser motivada mais pelo amor do que pelo castigo. Brigham Young aconselhou: “Se em determinado momento vocês forem chamados para castigar uma pessoa, jamais o façam a ponto de exceder a eficácia do bálsamo que possuem no próprio âmago, capaz de curar os ferimentos”. (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Brigham Young, 1997, p. 219.) A orientação e a disciplina certamente são parte indispensável da educação dos filhos. Se os pais não disciplinarem os filhos, o poder público o fará; e de uma maneira que não agradará os pais. Sem disciplina, os filhos não respeitarão as regras do lar nem as da sociedade.

O propósito principal da disciplina é o ensino da obediência. O Presidente David O. Mckay disse: “Se os pais falham em ensinar obediência aos filhos, se o lar não promove a obediência, então a sociedade a exigirá e a conseguirá. Portanto, é melhor educar os filhos no lar, ensinando-lhes obediência com bondade, empatia e compreensão do que ficar impassíveis e deixar que sejam brutalmente disciplinados pelos meios que a sociedade imporá, se essa obrigação não for cumprida no lar”. (The Responsibility of Parents to Their Children, p. 3.)

Ensinar as Crianças a Trabalhar

Fazer com que as crianças aprendam a trabalhar é essencial para que as ensinemos a serem disciplinadas e responsáveis. Quando crescemos, muitos de nós somos como aquele homem que disse: Gosto do trabalho, pois ele me fascina. Posso sentar-me e ficar olhando para ele horas a fio”. (Jerome Klapka Jerome, The International Dictionary of Thoughts, John P. Bradley, Leo F. Daniels e Thomas C. Jones (orgs.), 1969, p. 782.) Repito que os melhores professores do princípio do trabalho são os próprios pais. Foi uma grande alegria quando trabalhei pela primeira vez ao lado de meu pai, meu avô, tios e irmãos. Tenho certeza de que, na maioria das vezes, fui mais um estorvo do que uma ajuda, mas as lembranças são agradáveis, e valiosas as lições aprendidas. Os filhos precisam aprender a ser responsáveis e independentes. Será que os pais estão dedicando-se pessoalmente a ensinar os filhos por meio de demonstrações e explicações, de modo que eles consigam “[agir] por si mesmos e não (…) [receber] a ação” como Leí ensinou? (2 Néfi 2:26)

Luther Burbank, um dos maiores horticultores do mundo, disse: “Se não déssemos mais atenção às nossas plantas do que aos nossos filhos, estaríamos agora vivendo numa selva de ervas daninhas”. (Elberd Hubbard’s Scrap Book, 1923, p. 227.)

Dificuldades Especiais dos Pais

Os filhos também se beneficiam do arbítrio moral pelo qual todos nós temos a oportunidade de progredir, crescer e nos desenvolver. Esse arbítrio permite também que os filhos busquem a escolha alternativa do egoísmo, desperdício, autocondescendência e autodestruição. Os filhos freqüentemente exercem esse arbítrio quando ainda muito jovens.

Saibam os pais que têm sido conscientes, amorosos e preocupados e que têm vivido de acordo com os princípios de retidão o melhor que podem, que são bons pais, apesar das ações de alguns de seus filhos. Por sua vez, os filhos têm a responsabilidade de ouvir, obedecer e aprender o que lhes for ensinado. Os pais não podem ser sempre responsabilizados pela má conduta dos filhos, porque não podem fazer com que os filhos comportem-se bem. Alguns filhos testariam até mesmo a sabedoria de Salomão e a paciência de Jó.

Muitas vezes, os pais que são abastados ou excessivamente tolerantes enfrentam uma dificuldade especial. De certo modo, alguns filhos nessas circunstâncias mantêm os pais sob chantagem, sonegando o apoio às regras paternas a menos que os pais cedam às suas exigências. O Élder Neal A. Maxwell disse: “Os que fazem muito para os filhos logo perceberão que nada poderão fazer com eles. Alguns pais fizeram tanto por seus filhos que praticamente os destruíram”. (Ensign, maio de 1975, p. 101.) Parece ser da natureza humana não dar o devido valor às coisas materiais não conseguidas por esforço próprio.

Há uma certa ironia no fato de que alguns pais desejam ardentemente que os filhos sejam aceitos e se tornem populares aos olhos dos colegas e, no entanto, temem que os filhos façam as mesmas coisas que os colegas fazem.

Ajudar os Filhos a Assimilarem Valores

De modo geral, os filhos que decidem abster-se de drogas, álcool e sexo ilícito adotaram e assimilaram os valores sólidos de sua família, exemplificados pelo modo de vida dos pais. Em épocas de decisões difíceis eles estarão mais propensos a seguir os ensinamentos dos pais do que o exemplo dos colegas ou os sofismas dos meios de comunicação, que enaltecem o consumo do álcool, o sexo ilícito, a infidelidade, a desonestidade e outros vícios. São como os dois mil jovens de Helamã que “tinham sido ensinados por suas mães que, se não duvidassem, Deus os livraria” da morte. (Alma 56:47) “E repetiram (…) as palavras de suas mães, dizendo: Não duvidamos de que nossas mães o soubessem.” (Alma 56:48)

Parece-nos que o que ajuda a consolidar os ensinamentos e valores dos pais na vida dos filhos é a firme crença em Deus. Quando essa crença passa verdadeiramente a fazer parte da alma dos filhos, eles passam a ter força interior. Dessa forma, dentre todas as coisas importantes a serem ensinadas, o que os pais devem ensinar? As escrituras dizem-nos que os pais devem ensinar os filhos a “fé em Cristo, o Filho do Deus vivo, e [o] batismo e [o] dom do Espírito Santo pela imposição das mãos” e “a doutrina do arrependimento”. (D&C 68:25) Essas verdades têm de ser ensinadas em casa. Não será a escola que as ensinará, nem o governo ou a sociedade que as promoverá. É claro que os programas da Igreja podem ajudar, mas o ensino mais eficaz ocorre em casa.

Mil Laços de Amor

Os ensinamentos dos pais não precisam ser extraordinários, dramáticos nem grandiloqüentes. Aprendemos isso com o Mestre dos Mestres. Charles Henry Parkhurst disse:

“A beleza perfeita da vida de Cristo é o efeito conjunto de pequenos gestos de beleza quase imperceptíveis: a conversa com a mulher no poço; (…) a ocasião em que mostrou ao jovem rico a ambição secreta de seu coração que o impedia de alcançar o reino dos céus; (…) a ocasião em que ensinou um pequeno grupo de seguidores a orar; (…) a ocasião em que acendeu o fogo e preparou os peixes para que Seus discípulos tivessem com o que se alimentar ao chegarem à praia cansados, com frio e desanimados depois de passarem a noite pescando. Como vemos, tudo isso leva-nos a perceber muito facilmente o verdadeiro caráter dos interesses [de Cristo], que eram tão específicos, tão voltados aos detalhes, tão concentrados nos pormenores”. (“Kindness and Love”, Leaves of Gold, 1938, p. 177.)

O mesmo acontece com relação à paternidade. As pequenas coisas se tornam grandes quando reunidas na tapeçaria da família, que é ligada por milhares de laços de amor, fé, disciplina, sacrifício, paciência e trabalho.

Filhos do Convênio

Há promessas espirituais grandiosas que podem ajudar os pais fiéis desta Igreja. Os filhos do selamento eterno podem ser beneficiados pelo cumprimento das promessas divinas feitas a seus antepassados valorosos que guardaram nobremente os convênios que fizeram. Deus Se lembrará dos convênios de que os pais se lembrarem. Dessa forma, os filhos tornam-se beneficiários e herdeiros desses convênios e promessas grandiosos. Isso acontece por serem filhos do convênio. [Ver Orson F. Whitney, Conference Report (Relatório da Conferência Geral), abril de 1929, pp. 110–111.)

Que Deus abençoe os pais esforçados, honrados e que se sacrificam neste mundo; e, principalmente, que Ele honre os convênios que os pais fiéis de nosso povo guardaram e proteja os filhos do convênio.

Adaptado de um discurso do Élder Faust proferido na conferência geral da Igreja realizada em outubro de 1990. (Ver A Liahona, janeiro de 1991, pp. 35–38.)

Uma Mesa Rodeada de Amor

Élder LeGrand R. Curtis
Dos Setenta

Muito se tem escrito sobre a importância do lar. O Élder Marion G. Romney disse que “no fundo dos males fatais da sociedade está a instabilidade familiar”.1 Reconhecemos que algumas casas são grandes, muito bem equipadas e até luxuosas. Outras são bem pequenas e humildes, com poucos móveis e equipamentos. Ainda assim, como nos lembra um de nossos queridos hinos, “pode o lar ser como o céu, se nele existe amor; (…) Onde é bom estar”.2

Um dos móveis mais importantes encontrados na maioria dos lares é a mesa da cozinha. Pode ser pequena, grande, ou ter a forma de um pequeno balcão, com pouco espaço para a comida e os utensílios. Aparentemente, sua função principal é ser o lugar onde os membros da família se alimentam.

Nesta ocasião especial, desejo chamar a atenção de todos para uma utilidade superior da mesa da cozinha, onde podemos receber bem mais do que apenas alimento para nosso bem-estar físico.

Conversar sobre o Evangelho à Mesa

Uma família, geralmente, é composta de duas ou mais pessoas de idades diferentes, mas seus membros precisam reunir-se, de preferência não só para comer, mas para orar, conversar, ouvir e relatar os acontecimentos, aprender e crescer juntos. O Presidente Gordon B. Hinckley reafirmou isso claramente:

“Meu apelo—e desejaria ser mais eloqüente ao externá-lo—é para que salvemos as crianças. Há crianças demais padecendo de dor e medo, de solidão e desespero. As crianças precisam da luz do sol. Precisam de alegria. Precisam de amor e cuidados. Precisam de bondade, de conforto e de afeição. Todos os lares, independentemente do valor monetário da construção em si, podem prover um ambiente de amor que se transformará num ambiente de salvação.”3

A maioria dos membros da família está sujeita às várias forças do mundo fora do lar, assim como à influência do rádio, televisão, vídeos, músicas e muitas outras coisas que levamos para dentro de casa.

Imaginem uma família reunida ao redor de uma mesa, talvez a mesa da cozinha, conversando sobre o evangelho, comentando as mensagens da reunião sacramental, falando da última Liahona, conversando sobre a escola, conversando sobre a conferência geral, discutindo alguma lição da Escola Dominical, ouvindo boa música, conversando sobre Jesus Cristo e Seus ensinamentos. A lista poderia ser maior. Não só os pais, mas todos os membros da família agiriam sabiamente ao permitir que todos os presentes tivessem ampla oportunidade de participar.

A Oração Familiar ao Redor Mesa

Pensem no potencial de uma família ajoelhada ao redor de uma mesa (sem televisão), orando, rogando ajuda, agradecendo ao Pai as bênçãos recebidas—ensinando a pessoas de todas as idades a importância de termos um Pai Celestial amoroso. A oração familiar junto com as crianças pode muito bem desenvolver adultos que algum dia orarão com a própria família.

O Presidente Thomas S. Monson reafirmou isso com clareza:

“O Senhor ordenou que façamos oração em família, quando disse: ‘Orai ao Pai no seio de vossa família, sempre em meu nome, a fim de que vossas mulheres e vossos filhos sejam abençoados’. (3 Néfi 18:21)

Observemos uma típica família de santos dos últimos dias oferecendo orações ao Senhor. O pai, a mãe e todos os filhos ajoelham-se, baixam a cabeça e fecham os olhos. Um doce espírito de amor, união e paz enche a casa. Imaginemos o pai ouvindo seu filhinho pedir a Deus que seu pai sempre faça o que é certo e seja obediente aos mandamentos. Será que esse pai achará difícil honrar a oração de seu precioso filho? Imaginemos uma adolescente ouvindo a mãe suplicar ao Senhor que a filha seja inspirada ao escolher os amigos e que se prepare para o casamento no templo. Será que essa filha não procurará honrar a humilde súplica da mãe que tanto ama? Quando o pai, a mãe e cada um dos filhos oram sinceramente para que os bons filhos homens da família vivam de maneira digna, de modo a, no devido tempo, receberem o chamado de embaixadores do Senhor no campo missionário da Igreja, não começamos a ver como esses filhos crescem com um enorme desejo de servir como missionários?”4

Como muitos já disseram: “De modo algum podemos deixar nossos filhos e pais saírem de casa diariamente para o mundo, sem se reunirem para conversar com o Senhor”. Os pais prudentes devem examinar seus horários e estabelecer que, no mínimo uma vez por dia, toda a família se reunirá para as bênçãos da oração. Os menores aprendem rapidamente a fazer a oração e passam a conhecer os valores preciosos da oração familiar.

Fazer do Lar um Lugar Feliz

Eu já disse antes que “o lar deve ser um lugar feliz pelo esforço de cada um em mantê-lo assim. Afirma-se que a felicidade começa em casa, e devemos esforçar-nos para fazer do lar um lugar feliz e agradável para nossos filhos. Um lar feliz é centralizado nos ensinamentos do evangelho. Isso requer esforço e dedicação constantes de todos os que dele fazem parte”.5

Um adolescente que tinha uma vida bastante ocupada e uma família numerosa, certa vez, queixou-se do tempo gasto com as orações familiares. A mãe, muito sábia, ao orar no dia seguinte, intencionalmente omitiu o nome daquele filho. Ao fim da oração, o filho perguntou: “Mãe, e eu? Fico fora da oração?” A mãe explicou que estava apenas atendendo a sua reclamação. O filho queixou-se: “Não me deixe de fora”.

Estudar as Escrituras ao Redor da Mesa

Visualizemos uma família em volta de uma mesa, com as escrituras abertas, discutindo diversas verdades e lições. Essa, de fato, é uma mesa rodeada de amor!

Os educadores concordam que as crianças precisam ler muito mais fora da escola. Podemos abençoar nossos filhos lendo as escrituras com eles diariamente—na mesa da cozinha.

Arranjar tempo para reunir-se à mesa da cozinha pode exigir que a família faça ajustes consideráveis e um planejamento detalhado, mas o que poderia ser de maior importância para a união da família, para seu crescimento espiritual, para as pontes que ligam os familiares enquanto conversam, ouvem e opinam, cercados de amor? Nosso maior sucesso reside simplesmente em tentarmos—vez após vez.

Fortalecer os Laços Familiares

Há muitas forças no mundo hoje procurando dizimar a família e o lar. Os pais inteligentes devem lutar para fortalecer seus laços familiares, aumentar a espiritualidade dentro de casa e concentrar-se em Jesus Cristo e na freqüência ao templo. O Presidente Howard W. Hunter disse-nos:

“Oro para que nos tratemos uns aos outros com mais bondade, cortesia, humildade, paciência e perdão. (…)

Nesse mesmo espírito, exorto os membros da Igreja a fazerem do templo do Senhor o grande símbolo de sua vida e o local supremo de seus mais sagrados convênios. O meu mais profundo desejo é que todos os membros da Igreja se tornem dignos de entrar no templo.”6

A orientação do Presidente Hunter pode ser realçada pelo que acontece em volta da mesa da cozinha.

Em nosso lar, devemos treinar como tratar os outros. Como Goethe disse tão bem: “Se tratarmos [um indivíduo] como a pessoa que ele é, ele permanecerá como é; mas se o tratarmos como se ele fosse o que (…) poderia ser, ele [se transformará na pessoa que deveria ser]”.7

Fazer com que o Lar Seja um Lugar de Devoção

O Presidente Boyd K. Packer declarou: “Introduzir algumas coisas celestiais no lar é garantir a transformação gradual dos membros da família em membros ativos da Igreja. A noite familiar é, com certeza, perfeita para isso: É uma reunião realizada em casa, que pode ser preparada para ajustar-se a qualquer necessidade, e pode ser uma reunião religiosa tanto quanto as reuniões da capela”.8

Esse conselho também está de acordo com o que o Élder Dean L. Larsen nos disse: “Nossas capelas não são o único lugar em que se pode adorar. Nossa casa deve ser igualmente um lugar de devoção. Seria bom se todos os dias pudéssemos voltar para nossa ‘igreja doméstica’. Não deveria haver outro lugar em que o Espírito do Senhor fosse mais bem recebido e mais facilmente acessível do que em nosso lar”.9

Ao esforçarmo-nos para realizar tudo isso no lar, seria bom lembrar-nos da importante declaração do presidente Harold B. Lee: “Lembrem-se de que na obra do Senhor, o trabalho mais importante que faremos, será entre as paredes de [nosso] próprio lar”.10

Meu apelo hoje é que cada um de nós esteja atento ao próprio lar e à mesa da cozinha, e que esforcemo-nos continuamente para estabelecer o céu dentro de casa e achegar-nos a Jesus Cristo.

Adaptado de um discurso do Élder Curtis proferido na conferência geral da Igreja realizada em abril de 1995. (Ver A Liahona, julho de 1995, pp. 87–88.)

  1. Scriptures As They Relate to Family Stability”, As Escrituras em Face da Estabilidade Familiar A Liahona, outubro de 1972, p. 8.

  2. “Pode o Lar Ser Como o Céu” Hinos, 189.

  3. A Liahona, janeiro de 1995, p. 63.

  4. Pathways to Perfection, 1973, pp. 26–27.

  5. A Liahona, janeiro de 1991, p. 12.

  6. “President Howard W. Hunter: Fourteenth President of the Church”, Ensign, julho 1994, pp. 4–5.

  7. Emerson Roy West, Vital Quotations, 1968, p. 171.

  8. Begin Where You Are—At Home”, Ensign, fevereiro de 1972, p. 71.

  9. A Liahona, janeiro de 1990, p. 71.

  10. Strengthening the Home, folheto, 1973, p. 7.