O LIVRO DE MOISÉS
Sumário:
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Deus Se Revela a Moisés
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Satanás confronta Moisés
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A criação desta Terra e de todas as formas de vida que nela habitam
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Adão e Eva no Jardim do Éden
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A Queda dá início à mortalidade na Terra
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Adão e Eva aprendem o plano de salvação
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As pessoas escolhem o bem ou o mal
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O ministério de Enoque
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Enoque e seu povo são transladados e levados para o céu
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Matusalém e Noé
Folha de Rosto. Extrato da Tradução da Bíblia
Pouco depois de a Igreja ser organizada em 6 de abril de 1830, o Senhor ordenou ao Profeta Joseph Smith que começasse uma tradução ou revisão inspirada da versão do Rei Jaime da Bíblia. Hoje essa revisão inspirada, na qual o Profeta trabalhou até a sua morte, é conhecida como a Tradução de Joseph Smith. O Profeta Joseph Smith restaurou na Bíblia “muitas partes que são claras e sumamente preciosas; e também muitos convênios do Senhor [que haviam sido] tirados”. (1 Néfi 13:26; ver também 1 Néfi 13:39–40.) Entre junho de 1830 e fevereiro de 1831, o Profeta concluiu a revisão de Gênesis 1:1 a 6:13, que hoje se encontra na Pérola de Grande Valor como Moisés 1–8.
O livro de Moisés pode ser dividido em duas seções principais: Moisés 1, que relata experiências da vida de Moisés que não se encontram no livro de Gênesis, e Moisés 2–8, que contém o relato inspirado e restaurado dos eventos descritos na Bíblia, inclusive a Criação da Terra; a Queda de Adão e Eva; a história de Caim e Abel; o ministério, os ensinamentos e as visões de Enoque; e a história de Noé até a época em que o Senhor decretou a destruição de toda carne por meio do Dilúvio. Naquele ponto, é preciso voltar a Gênesis 6:14 para uma continuação do registro das escrituras.
Em uma introdução de Moisés 1, o Profeta Joseph Smith escreveu: “O Senhor, que conhece muito bem nossa condição inexperiente e delicada, prometeu-nos uma fonte de forças e concedeu-nos ‘linha sobre linha de conhecimento, um pouco aqui e um pouco ali’, e o que se segue é uma porção preciosa disso”. (History of the Church, 1:98.)
Moisés 1:1–11
DEUS SE REVELA A MOISÉS
Moisés 1:1. “Moisés É Arrebatado a uma Montanha Sumamente Alta”.
A visão registrada em Moisés 1 aconteceu depois que Jeová falou a Moisés da sarça ardente mas antes de Moisés conduzir os filhos de Israel para fora do Egito e através do Mar Vermelho. (Ver Moisés 1:17, 25–26.)
Moisés 1:2, 9–11. Por Que Moisés Foi Capaz de Suportar a Presença de Deus?
Moisés conseguiu suportar a presença de Deus porque “a glória de Deus estava sobre Moisés” (Moisés 1:2); ele ficou transfigurado. (Ver v. 11; ver também D&C 67:10–12.) O Élder Bruce R. McConkie, que era membro do Quórum dos Doze Apóstolos, escreveu:
“A transfiguração é uma mudança especial na aparência e natureza da pessoa pelo poder de Deus. Essa transformação divina de um estado inferior para um superior é o resultado de uma condição mais exaltada, impressionante e gloriosa. (…)
Pelo poder do Espírito Santo, muitos profetas foram transfigurados para poderem suportar a presença de Deus e as visões da eternidade.” (Mormon Doctrine, 2.a ed., 1966, p. 803.)
Moisés 1:3–8. Quem Falou com Moisés?
A pessoa que falou com Moisés foi o Jesus Cristo pré-mortal, que é Jeová, o Deus do Velho Testamento. Sendo um com o Pai Celestial, Jesus às vezes fala como se fosse Deus, o Pai. (Ver Moisés 1:6.) A isso se dá o nome de investidura divina, por meio da qual Cristo é investido com autoridade para falar em nome e em favor do Pai. (Ver também D&C 29:1, 42, 46.)
O Presidente Joseph Fielding Smith escreveu: “Desde a Queda, toda revelação tem sido feita por meio de Jesus Cristo, que é o Jeová do Velho Testamento. (…) Ele é o Deus de Israel, o Santo de Israel; aquele que livrou Israel da escravidão no Egito, e que deu e cumpriu a Lei Mosaica. A partir da queda, o Pai nunca tratou direta e pessoalmente com o homem, e nunca Se mostrou, exceto para apresentar e prestar testemunho do Filho”. (Doutrinas de Salvação, comp. Bruce R. McConkie, 3 vols., 1976, 1994, 1:29–30.)
Para exemplos de ocasiões em que o Pai prestou testemunho do Filho, ver Mateus 3:16–17; 17:5; João 12:28; 3 Néfi 11:6–7; Joseph Smith—História 1:17.
Moisés 1:4–6. Moisés Era um Filho de Deus
Todas as pessoas da Terra são filhos espirituais de Deus, nosso Pai Celestial. Em um discurso proferido em 1909, cujo título era “A Origem do Homem”, a Primeira Presidência escreveu: “O homem é filho de Deus, formado à imagem de Deus e investido com atributos divinos, e assim como o filho de um pai e uma mãe terrenos é capaz de no seu devido tempo tornar-se um homem, da mesma forma um descendente de pais celestiais é capaz de evoluir, por meio da experiência ao longo de eras e eternidades, até se tornar um Deus”. (Improvement Era, novembro de 1909, p. 81; ver também Atos 17:27–28 e Hebreus 12:9.)
Moisés 1:6. “Não Há Outro Deus Além de Mim”
A frase “não há outro Deus além de mim” não deve ser interpretada como se significasse que a humanidade não possui o potencial eterno de tornar-se semelhante a Deus. Em um discurso proferido em 1912 a respeito de Moisés 1:6, a Primeira Presidência explicou o contexto histórico para ajudar-nos a compreender essa frase:
“Moisés foi criado em um ambiente de idolatria. Havia inúmeras deidades [deuses] entre os egípcios. Para dar início ao trabalho que o Senhor disse que esperava que Moisés realizasse, era necessário concentrar sua mente e fé em Deus, o Pai Eterno, como o único Deus a ser adorado. (…)
“(…) Deus o Pai Eterno, o único ser a quem adoramos, permanece supremo e único, e é no nome do Unigênito que nos achegamos a Ele, conforme Cristo sempre ensinou.” (“Only One God to Worship”, Improvement Era, abril de 1912, pp. 484–485.)
O Élder Boyd K. Packer, um membro do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou: “O Pai é o único Deus verdadeiro. Isto é uma certeza: Ninguém jamais ascenderá acima Dele; ninguém jamais tomará o Seu lugar. Tampouco nada poderá jamais mudar o relacionamento entre Ele e nós, Seus filhos literais. Ele é Elohim, o Pai. Ele é Deus, como Ele só existe um. Nós reverenciamos nosso Pai e Deus; nós O adoramos.” (A Liahona, janeiro de 1985, p. 70.)
Moisés 1:6. “Todas as Coisas Estão Presentes Comigo”
O Élder Neal A. Maxwell, um membro do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou: “Deus não vive na mesma dimensão de tempo em que vivemos. Não somos apenas limitados por nossa natureza finita (tanto experimental quanto intelectual), mas também por estarmos na dimensão do tempo. Além disso, como ‘todas as coisas estão presentes’ com Ele, Deus não prediz as coisas baseando-se apenas no passado. De um modo não muito claro para nós, Ele vê e não apenas prevê o futuro, porque todas as coisas estão presentes perante Ele”. (Things As They Really Are, 1978, p. 29; ver também Alma 40:8; D&C 130:4–7.)
A respeito do conhecimento que Deus tem de todas as coisas, o Profeta Joseph Smith ensinou: “Sem o conhecimento de todas as coisas, Deus não seria capaz de salvar sequer uma parte de Suas criaturas; porque é graças ao conhecimento que Ele tem de todas as coisas, desde o princípio até o fim, que Ele pode conceder a Suas criaturas o entendimento por meio do qual elas se tornam usufrutuárias da vida eterna; e se não houvesse na mente dos homens o conceito de que Deus possui o conhecimento de todas as coisas, ser-lhes-ia impossível exercer fé Nele”. (Lectures on Faith, 1985, pp. 51–52; ver também D&C 88:41; 93:8–36.)
O conhecimento prévio de Deus de todas as coisas não limita nem restringe nossa liberdade de escolher o bem ou o mal. O Élder James E. Talmage, que era membro do Quórum dos Doze Apóstolos, escreveu: “Muitas pessoas têm sido levadas a crer que este conhecimento prévio de Deus é uma predestinação, por meio da qual ficam destinadas as almas para a glória ou condenação antes mesmo de seu nascimento na carne, e sem consideração aos méritos ou indignidade do indivíduo. Essa doutrina herética visa despojar Deus de Sua misericórdia, justiça e amor; faria Deus parecer um ser caprichoso e egoísta, dirigindo e criando todas as coisas unicamente para Sua própria glória, sem Lhe importar os sofrimentos de Suas vítimas. Quão terrível e quão inconsistente é tal conceito. Conduz à absurda conclusão de que o simples conhecimento de acontecimentos futuros deve agir como influência determinante na realização de tais coisas. O conhecimento que Deus tem da natureza espiritual e humana Lhe permite saber com exatidão o que Seus filhos farão em determinadas condições; entretanto, esse conhecimento nenhuma força compulsora exerce sobre aqueles filhos”. (Regras de Fé, pp. 166–167.)
Moisés 1:10. “O Homem É Nada”
Moisés tinha vivido quarenta anos como um príncipe real do Egito e era honrado como renomado líder militar. Depois de ter testemunhado o poder e a glória de Deus, no entanto, ele humildemente reconheceu que, em comparação, “o homem é nada”. O Élder Neal A. Maxwell escreveu que a declaração de Moisés “certamente não era uma reflexão sobre o homem, ‘o maior milagre de Deus’, mas a colocação do homem na vasta perspectiva das criações de Deus e o reconhecimento de que, mesmo assim, somos a obra exclusiva de Deus e Sua maior glória”. (Notwithstanding My Weakness, 1981, p. 75.) As escrituras modernas ensinam que com a ajuda de Deus e por meio Dele o homem pode alcançar seu potencial divino e realmente chegar a tornar-se como Deus é. (Ver D&C 76:55–59, 92–95; 88:107; 121:29; 132:20.)
Moisés 1:12–23
SATANÁS ORDENA A MOISÉS QUE O ADORE
Moisés 1:19. Por Que Satanás Alega Ser o “Unigênito”?
A arrogante alegação de Satanás deixa claro sua principal motivação: enganar a humanidade para fazê-la adorá-lo, de modo que se torne eternamente miserável como ele se tornou. (Ver 2 Néfi 2:17–18; Moisés 4:1–4.) Ela também revela os objetivos básicos de Satanás: buscar o poder e a glória do Pai Celestial e usurpar e tomar o lugar de Jesus Cristo. Na verdade, Satanás busca tomar o lugar do próprio Pai Celestial.
Moisés 1:20. “Moisés Começou a Temer Muito”
Quando teve medo na presença de Satanás, Moisés viu a amargura do inferno. Estar em constante rebelião contra Deus é realmente viver no inferno, e é esse o modo que Satanás deseja que vivamos. Mas não há motivo para temer se formos fiéis, pois sabemos que a sabedoria de Deus é maior do que a astúcia do diabo. (Ver D&C 10:43.) Sabemos que Satanás acabará sendo preso (ver D&C 45:55; 88:110), tremerá de medo (ver D&C 35:24) e será expulso da Terra e do meio de seus habitantes (ver D&C 76:33, 36). Mesmo hoje, podemos prender Satanás por meio de uma vida de retidão, de modo que ele não tenha poder sobre nós. (Ver 1 Néfi 22:26.)
Moisés 1:12–22. Moisés 1:12–22. As Tentações de Satanás
O Élder Spencer W. Kimball, quando era membro do Quórum dos Doze Apóstolos, deu a seguinte sugestão sobre como podemos resistir às tentações de Satanás:
“A importância de não aquiescer à tentação, por menor que seja, é salientada pelo exemplo do Salvador. Não reconheceu Ele o perigo quando estava na montanha com Seu irmão decaído, Lúcifer, sendo provado por esse mestre em tentação? [Ver Mateus 4:1–11.] Ele poderia ter aberto a porta e flertado com o perigo, dizendo: ‘Está bem, Satanás, ouvirei o que você tem a Me dizer. Não preciso sucumbir, não preciso aquiescer, sei que não vou aceitar sua proposta—mas ouvirei o que você tem a dizer’.
Cristo não racionalizou desse modo. Firme e imediatamente encerrou a discussão e ordenou: ‘Vai-te Satanás’, ou seja, ‘Saia daqui—desapareça da minha presença—não o ouvirei—nada tenho a tratar com você’. E então lemos: ‘e o diabo O deixou’.
Esse é o padrão que devemos seguir se desejarmos evitar o pecado em vez de nos vermos à frente com a tarefa muito mais difícil que é ter de expulsá-lo depois. À medida que estudo a história do Redentor e as tentações que sofreu, certifico-me de que Ele despendeu Suas energias fortalecendo-Se contra a tentação em vez de batalhar contra ela para dominá-la.” (O Milagre do Perdão, revisado em 1999, pp. 216–217.)
Moisés 1:24–42
MOISÉS APRENDE MAIS A RESPEITO DA OBRA DE DEUS
Moisés 1:24. O Espírito Santo Estava na Terra na Época do Velho Testamento
Desde a época de Adão, o Espírito Santo tem estado na Terra inspirando e testificando aos filhos de Deus. O Presidente Joseph Fielding Smith disse: “O fato é que todos os profetas tiveram o Espírito Santo. Eram guiados e dirigidos por ele. E sem esse poder, não teriam sido profetas. Pedro diz que ‘a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo’. [II Pedro 1:21] O Livro de Moisés, que é o registro original e perfeito de parte de Gênesis, fala do Espírito Santo; o mesmo fazem os profetas nefitas, inclusive os que viveram nos tempos antes de Cristo”. (Doutrinas de Salvação, 1:51)
Moisés 1:35–38. “Há Muitos Mundos”
O Presidente Brigham Young disse: “Quantas Terras existem? Eu disse esta manhã que se tomássemos as partículas de matéria que compõem a Terra e se as pudéssemos contar, elas seriam apenas o princípio do número das criações de Deus; e elas estão continuamente sendo formadas, sofrendo alterações e passando pela mesma experiência que nós estamos passando”. (Journal of Discourses, 14:71)
Moisés 1:35–39. Jesus Cristo Redimiu Todas as Criações de Deus
O Élder Marion G. Romney, quando era membro do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou:
“Jesus Cristo, no sentido de ser seu Criador e Redentor, é o Senhor de todo o universo. Com exceção do ministério mortal que realizou nesta Terra, Seu serviço e relação com outros mundos e seus habitantes são os mesmos que Seu serviço e relação com esta Terra e seus habitantes.
(…)”(…)Em resumo, Jesus Cristo, por meio de quem Deus criou o universo, foi escolhido para colocar em prática por todo o universo o grande plano de Eloim de ‘levar a efeito a imortalidade e a vida eterna do homem’—o evangelho de Jesus Cristo—a única maneira pela qual o homem pode alcançar vida eterna’. (“Jesus Christ: Lord of the Universe”, Improvement Era, novembro de 1968, pp. 46, 48; ver também D&C 76:19–24.)
Moisés 1:39. Imortalidade e Vida Eterna
O Élder Bruce R. McConkie escreveu: “Imortalidade é viver para sempre num estado ressuscitado, com o corpo e o espírito inseparavelmente unidos”. (Mormon Doctrine, p. 376.) Todos os filhos de Deus que receberam um corpo mortal serão ressuscitados no fim e receberão um corpo físico imortal. (Ver I Coríntios 15:22.)
O Presidente Joseph Fielding Smith disse: “Vida eterna é ter uma vida igual à de Deus. Todos os que se tornam servos terão imortalidade, mas aqueles que se tornam filhos de Deus terão dom adicional de vida eterna, que é o maior dom de Deus”. (Doutrinas de Salvação, 2:8) O Presidente Spencer W. Kimball ensinou que “vida eterna é receber a exaltação no mais alto céu”. (Conference Report, outubro de 1978, p. 109; ou Ensign, novembro de 1978, p. 72.)
Moisés 1:39. O Altruísmo de Deus
Depois de citar Moisés 1:39, o Presidente Marion G. Romney, que era conselheiro na Primeira Presidência, disse: “Assim vemos o perfeito altruísmo de nosso Pai Celestial. Toda a Sua obra e glória é proporcionar vida eterna e felicidade a Seus filhos. Nosso propósito na vida, portanto, não deveria ser o de servirmos uns aos outros em retidão? Se não for, como esperamos chegar a ser como Ele é?” (Conference Report, outubro de 1981, p. 132; ou Ensign, novembro de 1981, p. 93.)
Moisés 1:40–41. Moisés Foi Designado a Escrever a respeito Desta Terra
Além de seu chamado de libertar os filhos de Israel do cativeiro no Egito, Moisés recebeu a designação de escrever a respeito dos eventos que ocorreriam desde a Criação da Terra até os últimos dias de sua própria missão. Os cinco primeiros livros da Bíblia contêm os escritos de Moisés. No entanto, algumas das verdades escritas por Moisés naqueles cinco livros foram retiradas da Bíblia por homens iníquos que alteraram o texto bíblico. (Ver 1 Néfi 13:24–28; Moisés 1:23.) Por meio de revelação, o Profeta Joseph Smith restaurou muitas verdades que tinham sido perdidas. (Ver 2 Néfi 3:6–15; Moisés 1:41.)
MOISÉS 2:1–25
A CRIAÇÃO FÍSICA DO CÉU E DA TERRA
Moisés 2. Um Relato da Criação Física
O Presidente Joseph Fielding Smith disse: “O relato da criação da Terra, conforme consta em Gênesis e no Livro de Moisés, e conforme foi dado no templo, é a criação física da Terra e dos animais e plantas”. (Doutrinas de Salvação, 1:83.)
Moisés 2:1. Quem Criou a Terra?
Jesus Cristo criou o céu e a Terra sob a direção do Pai. (Ver Moisés 1:31–33; 2:1.) Outros tiveram o privilégio de auxiliá-Lo na Criação, inclusive Miguel, ou Adão. O Presidente Joseph Fielding Smith disse: “É verdade que Adão ajudou a formar esta Terra, trabalhando com nosso Salvador Jesus Cristo. Tenho uma forte impressão ou convicção de que havia outros que também ajudaram. Quem sabe Noé e Enoque; e por que não Joseph Smith, e os designados para governantes antes de a Terra ser formada”? (Doutrinas de Salvação, 1:82.)
Moisés 2:1. A Terra Não Foi Criada por Acidente ou Acaso
O Élder John A. Widtsoe, que era membro do Quórum dos Doze Apóstolos, escreveu: “A Terra passou a existir pela vontade e poder de Deus. (…) Não foi por acaso. Os santos dos últimos dias acreditam que a Terra e o céu e as inúmeras coisas que acontecem no universo são fruto de uma ação inteligente, da mente de Deus”. (Evidences and Reconciliations, org. G. Homer Durham, 1960, p. 150.)
Moisés 2:3. Deus Realiza Seu Trabalho pelo Poder da Fé
O Profeta Joseph Smith ensinou:
“Quando um homem realiza um trabalho pela fé, ele exerce um esforço mental em vez de força física. É por meio de suas palavras, e não de sua capacidade física, que todo ser que realiza seu trabalho pela fé executa sua obra. Deus disse: ‘Haja luz; e houve luz’(…)O Salvador disse: ‘Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esse monte: “Passa daqui para acolá”, e há de passar; ou direis a esta amoreira: “Desarraiga-te daqui, e planta-te no mar”; e ela vos obedeceria’. A fé, portanto, opera por palavras; e por meio delas as suas vigorosas obras foram e serão realizadas(…).
(…)Toda a criação visível, como existe hoje, é fruto da fé. Foi por meio da fé que ela foi criada, e é pelo poder da fé que ela continua em sua forma organizada, e por meio dela os planetas giram em suas órbitas e irradiam sua glória.” (Lectures on Faith, pp. 72–73; ver também Mateus 17:20; Jacó 4:6, 9.)
Moisés 2:3–4. “E Houve Luz”
O Élder John Taylor, quando era membro do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou que Deus “fez com que a luz brilhasse sobre [a Terra] antes de o sol aparecer no firmamento. (Ver Moisés 2:3–4, 14–19]; porque Deus é luz, e Nele não há trevas. Ele é a lua do sol e o poder pelo qual o sol foi feito; Ele também é a luz da lua e o poder pelo qual ela foi feita; Ele é a luz das estrelas e o poder pelo qual elas foram feitas”. (Journal of Discourses, 18:327; ver também Apocalipse 21:23–25; D&C 88:7–13.)
Moisés 2:5. Qual a Duração de um Dia da Criação?
O Presidente Brihgam Young, falando a respeito dos seis dias da criação, disse que seis dias “é apenas uma expressão, mas não importa se ela levou seis dias, seis meses ou seis mil anos. A criação durou determinados períodos de tempo. Não estamos autorizados a dizer qual foi a duração desses dias, se Moisés usou essas palavras como as usamos, ou se os tradutores da Bíblia deram a essas palavras o significado que quiseram. Contudo, Deus criou o mundo. Deus reuniu o material com o qual Ele formou esta Terra firme sobre a qual vagamos. Há quanto tempo existia esse material? Uma eternidade, em determinada forma e condições”. (Discourses of Brigham Young, sel. John A. Widtsoe, 1971, p. 100; ver também Alma 40:8.)
O Élder Bruce R. McConkie ensinou que um dia, no relato da Criação, “é um período específico de tempo; é uma era, um éon, uma divisão da eternidade; é o intervalo entre dois eventos conhecidos. E cada dia tem a duração, seja ela qual for, necessária para seus propósitos (…).
Não existe nenhuma revelação que especifique que cada um dos ‘seis dias’ referidos na Criação tenha tido a mesma duração”. (“Christ and the Creation”, Ensign, junho de 1982, p. 11.)
Moisés 2:6–8. O Firmamento Dividiu as Águas
O Élder Bruce R. McConkie ensinou: “As águas eram ‘divididas’ entre a superfície da Terra e o céu atmosférico que a envolvia. O ‘firmamento’ ou a ‘expansão’ a que se chamou ‘Céus’ foi criado para dividir ‘as águas que estavam debaixo da expansão das que estavam por cima da expansão’. Assim, à medida que se desenrolam os eventos da criação, foram tomadas providências para que as nuvens, a chuva e as tempestades dessem vida ao que viria a crescer e habitar sobre a Terra”. (Ver Moisés 2:6–8; Abraão 4:6–8.) (Ensign, junho de 1982, p. 11.)
Moisés 2:11–12, 21, 24–25. “Segundo Sua Espécie”
O Élder Boyd K. Packer ensinou: “Nenhuma lição é mais evidente na natureza do que a de que todos os seres vivos obedecem ao mandamento dado pelo Senhor na Criação. Eles se reproduzem ‘segundo sua espécie’. (Ver Moisés 2:12, 24.) Eles seguem o padrão de seus pais. (…) Um pássaro não se torna um animal nem um peixe. Um mamífero não gera répteis nem os homens colhem ‘figos dos abrolhos’”. (Mateus 7:16)” (Conference Report, outubro de 1984, p. 83; ou Ensign, novembro de 1984, p. 67.)
MOISÉS 2:26–31
A CRIAÇÃO FÍSICA DO HOMEM E DA MULHER
Moisés 2:26–27. Deus Tem um Corpo de Carne e Ossos
A revelação moderna declara que o Pai Celestial “tem um corpo de carne e ossos tão tangível como o do homem”. (D&C 130:22) A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias aceita Gênesis 1:26 e Moisés 2:26 de modo literal. Como filhos de nosso Pai Celestial, nosso corpo físico e nosso corpo espiritual são à Sua imagem.
Moisés 2:26–27. “Homem e Mulher Criei-os”
A Primeira Presidência e o Quórum dos Doze Apóstolos afirmaram: “Todos os seres humanos—homem e mulher—foram criados à imagem de Deus. Cada indivíduo é um filho (ou filha) gerado em espírito por pais celestiais que o amam e, como tal, possui natureza e destino divinos. O sexo (masculino ou feminino) é uma característica essencial da identidade e do propósito pré-mortal, mortal e eterno de cada um”. (“A Família: Proclamação ao Mundo”, A Liahona, outubro de 1998, p. 24.)
Moisés 2:28. O Que Significa “Encher”?
Uma análise do texto em hebraico de Gênesis 1:28 pode ajudar-nos a compreender melhor as instruções dadas por Deus ao homem e à mulher quando disse: “Frutificai e multiplicai-vos e enchei a Terra”. A palavra traduzida como “frutificar” nesse versículo é parah (pa-ra) em hebraico e significa “aumentar, gerar, dar fruto”. A palavra traduzida como “multiplicar” é rabah (ra-ba) e significa “tornar-se muitos”. A palavra hebraica male (ma-le) é traduzida nesse versículo como “encher” e significa “preencher ou tornar cheio”. O Senhor está dizendo aos homens e mulheres que gerem filhos (frutificar e multiplicar-se).
Em 1942, a Primeira Presidência ensinou: “O Senhor nos disse que é dever de todo marido e mulher obedecer ao mandamento dado a Adão de multiplicar-se e encher a Terra, para que multidões de espíritos escolhidos que esperam receber seu tabernáculo de carne possam vir para cá e progredir no grande plano designado por Deus para tornarem-se almas perfeitas, pois sem esse tabernáculo de carne eles não podem progredir até o destino que Deus planejou para eles. Portanto, todo marido e mulher devem tornar-se um pai e uma mãe em Israel para filhos nascidos sob o eterno e sagrado convênio”. (Conference Report, outubro de 1942, p. 12.)
Moisés 2:28. Ao Homem É Dado Domínio
O Élder Joseph Fielding Smith, quando era membro do Quórum dos Doze Apóstolos, escreveu que ter “domínio” significa ter responsabilidade. (Ver The Way to Perfection, 6ª ed., 1946, p. 221.) Ter domínio sobre todas as coisas vivas é uma responsabilidade sagrada que não deve ser exercida de maneira inadequada. (Ver D&C 49:19–21; 59:17–20; 104:13–18; 121:39–46.)
O Élder Sterling W. Sill, quando era assistente do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou: “Uma das mensagens mais inspiradoras de todas as sagradas escrituras é a história do sexto dia da criação, quando Deus fez o homem à Sua própria imagem. Ele também lhe concedeu uma série de Seus próprios atributos. Então, como o ponto culminante da criação, Deus deu ao homem domínio sobre todas as outras coisas da Terra, inclusive sobre si próprio. O dicionário define “domínio” como controle ou poder de governar. A parte mais importante do domínio dado ao homem é o autodomínio”. (Conference Report, outubro de 1963, pp. 77–78.)
Moisés 3:1–7
TODAS AS COISAS FORAM PRIMEIRO CRIADAS ESPIRITUALMENTE
Moisés 3:1. O Que Sabemos sobre a Condição Pré-Mortal da Humanidade?
Alguns dos eventos mais significativos que ocorreram na existência pré-mortal foram:
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Toda a humanidade nasceu como filhos e filhas espirituais de Deus, o Pai. (Ver D&C 93:29, 38; Moisés 6:51.)
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Os filhos do Pai Celestial participaram de um conselho e decidiram seguir Seu plano ou rebelar-se com Lúcifer. (Ver D&C 29:36; Moisés 4:1–3.)
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Aqueles que escolheram seguir o plano do Pai Celestial decidiram seguir Cristo e continuaram a crescer e progredir; alguns deles participaram da Criação da Terra. (Ver D&C 138:55–56; Abraão 3:22–24; 4:1.)
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Uma Terra paradisíaca foi criada e um corpo imortal e paradisíaco foi preparado para Adão e Eva, os primeiros de todos os filhos e filhas espirituais de Deus que vieram a esta Terra.
Moisés 3:1. Quem São “Todas as Suas Hostes”?
O Profeta Joseph Smith disse: “Todo homem que recebe o chamado para exercer seu ministério a favor dos habitantes do mundo foi ordenado precisamente para esse propósito no grande conselho dos céus, antes que este mundo existisse. Suponho que eu tenha sido ordenado a este ofício naquele grande conselho”. (Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, sel. Joseph Fielding Smith, p. 357.)
O Presidente Joseph Fielding Smith ensinou:
“O Senhor informou a Abraão que Ele tinha escolhido governantes entre as inteligências que foram organizadas, as quais receberiam diversas responsabilidades ao longo das eras; e Abraão era um dos escolhidos. [Ver Abraão 3:22–23.]
É razoável acreditar que no princípio, antes que a Terra estivesse feita, o Senhor tenha organizado todas as coisas, desde o princípio até o final dos tempos. Está escrito nas escrituras: ‘Assim, o céu e a Terra foram terminados e todas as suas hostes’. Isso equivale ao Senhor dizer que tudo estava preparado para ser colocado na Terra em seu devido tempo, quando a humanidade seria colocada sobre ela.” (Answers to Gospel Questions, comp. Joseph Fielding Smith Jr., 5 vols, 1957–1966, 5:182.)
Moisés 3:2–3. Qual o Significado de Dizer-se que Deus “Descansou”?
O Élder Dallin H. Oaks ensinou:
“O Sábado foi abençoado e santificado como um dia santo, um dia de descanso (Gênesis 2:3; Moisés 3:3; Êxodo 20:9–11). Mas essa santificação e esse mandamento referente ao descanso tinha um propósito—não o de que o homem deixasse de trabalhar a fim de buscar seu próprio prazer, mas o de que o homem deveria servir a Deus e adorá-Lo. (…)
O Presidente Spencer W. Kimball resumiu tudo o que ensinamos a respeito do mandamento do Dia do Senhor ao dizer que ‘devemos realizar no Dia do Senhor atividades que demonstrem nossa adoração a Deus.’’ (The Teachings of Spencer W. Kimball, Edward L. Kimball, ed., Salt Lake City: Bookcraft, 1982, p. 219.) (Pure In Heart, 1988, pp. 27–29; ver também Isaías 58:13–14; TJS, Marcos 2:26–27; e D&C 59:9.)
Moisés 3:4. O Que São “As Gerações do Céu e da Terra”?
A palavra hebraica para “gerações” é towldah, que nesse versículo significa “relato” ou “história”.
Moisés 3:5. Uma Interpolação Mostrando Que Tudo Foi Primeiro Criado Espiritualmente
O Presidente Joseph Fielding Smith explicou:
“Não há nenhum relato da criação do homem ou outras formas de vida quando foram feitos espiritualmente. Existe apenas a simples declaração de que foram assim criados, antes de serem-no fisicamente. As declarações em Moisés 3:5 e Gênesis 2:5 são interpolações (texto entre parênteses que explica uma passagem) inseridas no relato da criação física, explicando que todas as coisas foram primeiramente criadas em forma de espírito do céu, antes de serem colocadas nesta Terra.
Fomos criados em eras incontáveis antes de sermos colocados nesta Terra. Por Abraão 3:22–28, descobrimos que o plano de salvação foi apresentado aos espíritos, ou ‘inteligências’, antes de a Terra ser formada. Sendo isto verdade, então o homem, os animais e as plantas não foram criados em espírito na época da criação da Terra, mas muito antes.” (Doutrinas de Salvação, 1:83.)
Em 1925, a Primeira Presidência ensinou: “O homem, como espírito, foi gerado e nascido de pais espirituais, e criado até a maturidade nas mansões eternas do Pai, antes de vir para a Terra em um corpo material para passar pela experiência da mortalidade”. (“’Mormon’ View of Evolution”, Improvement Era, setembro de 1925, p. 1090; ver também D&C 77:2.)
Moisés 3:6–7. Como Deus Criou o Corpo de Adão e o de Eva?
O Presidente Spencer W. Kimball disse: “O homem tornou-se uma alma vivente—a humanidade: macho e fêmea. Os Criadores sopraram em suas narinas o fôlego da vida, e o homem e a mulher tornaram-se almas viventes. Não sabemos exatamente como aconteceu sua chegada a este mundo, mas quando formos capazes de compreender, o Senhor nos dirá”. (“The Blessing and Responsibilities of Womanhood”, Ensign, março de 1976, p. 72.)
Moisés 3:7. O Homem Foi Formado “do Pó da Terra”?
O Élder Bruce R. McConkie escreveu: “Os elementos naturais que compõem a Terra física são às vezes chamados de pó nas escrituras. Adão, portanto, foi criado do pó da Terra, ou seja, o corpo físico que ele recebeu foi criado a partir dos elementos da Terra. (Gênesis 2:7; Moisés 3:7; Abraão 5:7; D&C 77:12) De modo semelhante, todos os homens foram criados do pó da Terra; ou seja, os elementos organizados em um corpo mortal são reunidos por meio do processo do nascimento (Moisés 6:69)”. (Mormon Doctrine, p. 209.)
Na criação física, o homem tornou-se uma “alma vivente”. (Ver Moisés 2:26–27; ver também D&C 88:15.) Isso significa que seu corpo espiritual ganhou um corpo físico de carne e ossos. O Presidente Joseph Fielding Smith explicou que o corpo de Adão e Eva era a princípio “vivificado pelo espírito e não por sangue. (…) Após a queda, provocada pela transgressão da lei sob a qual Adão vivia, o fruto proibido teve o poder de produzir sangue e modificar sua natureza, fazendo a mortalidade ocupar o lugar da imortalidade; e todas as coisas, participando da modificação, tornaram-se mortais”. (Doutrinas de Salvação, 1:84–85) Desse modo, na Queda, Adão e Eva tornaram-se os primeiros seres na Terra que tinham carne mortal, ou sujeitos à morte.
Moisés 3:7. “Também o Primeiro Homem”
Em 1909, a Primeira Presidência declarou: “Alguns afirmam que Adão não foi o primeiro homem sobre a Terra, e que o ser humano original desenvolveu-se a partir de ordens inferiores da criação animal. Essas, contudo, são teorias dos homens. A palavra do Senhor declara que Adão foi o ‘primeiro homem de todos os homens’ (Moisés 1:34), de modo que temos o dever de considerá-lo como o primeiro pai de nossa raça”. (“The Origin of Man”, Improvement Era, novembro de 1909, p. 80.)
Moisés 3:8–17
DEUS COLOCA ADÃO NO JARDIM DO ÉDEN
Moisés 3:8. Onde Ficava o Jardim do Éden?
O Presidente Brigham Young ensinou: “No princípio, depois que esta Terra foi preparada para o homem, o Senhor começou Sua obra no que hoje é chamado de continente americano, onde foi feito o Jardim do Éden”. (Discourses of Brigham Young, p. 102.)
O Presidente Heber C. Kimball, que foi conselheiro na Primeira Presidência, disse: “O local escolhido para o Jardim do Éden foi o condado de Jackson, no Estado de Missouri, onde hoje se encontra [a cidade de] Independence; ele foi ocupado no início da criação por Adão”. (Journal of Discourses, 10:235)
Moisés 3:9. As Árvores Tornam-se Almas Viventes
Moisés 3:9 declara que “toda árvore (…) tornou-se também uma alma vivente”. O homem, os animais e os pássaros “também eram almas viventes”. (Ver Moisés 3:7, 19.) Doutrina e Convênios 88:15 ensina que uma alma é formada pela união de um espírito e um corpo. Sobre o fato de todas as coisas vivas terem uma alma, o Presidente Joseph Fielding Smith escreveu: “No mundo religioso em que a verdade do evangelho é mal-entendida, creio que em geral prevalece a idéia de que o homem é o único ser na terra possuidor do que se chama alma ou espírito. Sabemos que não é o caso, pois o Senhor disse que não só o homem tem espírito, sendo assim alma vivente, mas os animais do campo, as aves do céu e os peixes do mar possuem igualmente espírito, e, portanto, são almas viventes”. (Doutrinas de Salvação, 1:70)
Moisés 3:9. O Que Representam as Duas Árvores?
O Élder Bruce R. McConkie escreveu: “As escrituras declaram que havia duas árvores no Jardim do Éden. Uma era a árvore da vida, que figurativamente representa a vida eterna; a outra era a árvore do conhecimento do bem e do mal, que figurativamente representa como, por que e de que modo a mortalidade e tudo que a ela se refere passou a existir”. (A New Witness for the Articles of Faith, 1985, p. 86.)
Moisés 3:16–17. “Não Obstante, Podes Escolher Segundo Tua Vontade”
Quando Deus colocou Adão no Jardim do Éden, ordenou-lhe que não comesse do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Também disse a Adão que ele poderia escolher segundo sua própria vontade, “porque te é dado [o arbítrio]”. (Moisés 3:17) Mas se Adão o comesse, ele “certamente [morreria]”. O Presidente David O. McKay explicou que ao homem “foram concedidos privilégios especiais que não foram dados a nenhum outro ser vivo. Quando o Criador ‘soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente’, Deus concedeu-lhe o poder de escolha. (Gênesis 2:7) Só para o ser humano o Criador disse: ‘ (…)Podes escolher segundo tua vontade, porque te é dado(…).’ (Moisés 3:17) Uma vez que Deus desejava que o homem se tornasse como [Ele], era preciso que Ele em primeiro lugar o tornasse livre.
Assim, o homem recebeu a maior bênção que pode ser dada aos seres mortais: o dom do livre-arbítrio. Sem esse divino poder de escolha, a humanidade não poderia progredir”. (Conference Report, outubro de 1963, p. 5; ver também 2 Néfi 2:11–16.)
Moisés 3:16–17. As Escolhas de Adão no Jardim
O Presidente Joseph Fielding Smith disse: “É assim que eu interpreto [Moisés 3:16–17]: O Senhor disse a Adão, eis aqui a árvore do conhecimento do bem e do mal. Se quiser ficar aqui, então não poderá comer desse fruto. Se quiser ficar aqui, então Eu o proíbo de comê-lo. Mas pode fazer segundo a sua vontade e pode comer dele, se assim o desejar. Mas se o comer, você morrerá”. (“Fall—Atonement—Ressurrection—Sacrament”, em Charge to Religious Educators, 2ª ed., 1982, p. 124.)
Moisés 3:18–25
ADÃO E EVA ERAM MARIDO E MULHER
Moisés 3:18. Não É Bom que o Homem ou a Mulher Esteja Só
Em sua proclamação a respeito da família, a Primeira Presidência e o Quórum dos Doze Apóstolos declararam: “O casamento entre homem e mulher foi ordenado por Deus”. (A Liahona, outubro de 1998, p. 24; ver também Hebreus 13:4; D&C 49:15.) A plenitude da alegria nesta vida e o mais alto grau de exaltação no reino celestial são alcançados por meio do novo e eterno convênio do casamento. (Ver I Coríntios 11:11; D&C 131:1–4; ver também Boyd K. Packer, Conference Report, outubro de 1993, pp. 27–31; ou Ensign, novembro de 1993, pp. 21–24.) Deus uniu Adão e Eva em matrimônio, antes da Queda. O Presidente Joseph Fielding Smith ensinou: “O casamento, conforme instituído no princípio, era um convênio eterno. O primeiro homem e a primeira mulher não foram casados até que a morte os separasse, pois naquela ocasião ainda não existia morte no mundo. A cerimônia, na época, foi celebrada pelo próprio Pai Eterno, cuja obra não tem fim. A vontade do Senhor é que todos os casamentos tenham caráter semelhante e, tornando-se ‘uma só carne’, o homem e a mulher devem continuar casados, segundo o plano do Senhor, durante toda a eternidade, assim como nesta vida mortal”. (Doutrinas de Salvação, 2:71.)
Moisés 3:18. Uma Adjutora para o Homem
Em sua proclamação a respeito da família, a Primeira Presidência e o Quórum dos Doze Apóstolos ensinaram: “Segundo o modelo divino, o pai deve presidir a família com amor e retidão, tendo a responsabilidade de atender às necessidades de seus familiares e de protegê-los. A responsabilidade primordial da mãe é cuidar dos filhos. Nessas atribuições sagradas, o pai e a mãe têm a obrigação de ajudar-se mutuamente, como parceiros iguais”. (A Liahona, outubro de 1998, p. 24.)
O Presidente Howard W. Hunter disse o seguinte a respeito do relacionamento entre marido e mulher: “Um portador do sacerdócio aceita a esposa como sócia na liderança do lar e da família, com pleno conhecimento e participação em todas as decisões domésticas. (…) O Senhor pretendia que a esposa fosse uma coadjutora do homem (o prefixo ‘co’ indica companhia, fazer em conjunto); isto é, uma companheira capaz e necessária em completa parceria”. (A Liahona, janeiro de 1995, p. 54.)
Moisés 3:19–20. Adão Dá Nome aos Animais
Deus concedeu a Adão domínio sobre todas as coisas vivas. (Ver Moisés 2:26–28.) Como exemplo de seu justo domínio, Adão deu nome a todos os animais, macho e fêmea. Ao contrário dos animais a quem deu nome, Adão não tinha uma companheira.
Moisés 3:21–23. A Costela de Adão
O Presidente Spencer W. Kimball ensinou que Eva não foi literalmente criada a partir da costela de Adão. Ele disse: “A história da costela, evidentemente, foi figurativa”. (“The Blessings and Responsibilities of Womanhood”, Ensign, março de 1976, p. 71.)
Moisés 3:24. O Homem Deve “[Apegar-se] a Sua Mulher”
A palavra apegar-se significa intimamente unido. Adão e Eva foram ordenados a ser “uma só carne”, ou seja, mental, social, sexual e espiritualmente unidos. Essa união foi um mandamento que não poderia ser plenamente cumprido até depois da Queda. O Élder Jeffrey R. Holland, membro do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou:
“A intimidade física é para casais casados, pois este é o símbolo supremo da união total, uma união ordenada e definida por Deus. Desde o Jardim do Éden, o casamento foi instituído com o objetivo de criar uma fusão completa entre o homem e a mulher, unindo corações, esperanças, vidas, amor, família, futuro, tudo. Adão disse a Eva que ela era osso dos seus ossos, carne da sua carne e que eles deveriam ser ‘uma carne’ na sua vida juntos. [Ver Gênesis 2:23–24.] Essa união é tão completa que usamos a palavra selar para expressar sua promessa eterna. O Profeta Joseph Smith disse, certa vez, que poderíamos descrever esse elo sagrado como uma espécie de ‘solda’ [ver D&C 128:18] que nos une uns aos outros.
Uma união tão completa como essa, um compromisso tão firme entre um homem e uma mulher, só pode existir por meio da proximidade e continuidade provenientes de um casamento no templo, com promessas solenes e a garantia de todos os bens: o próprio coração e a mente de ambos, todos os dias de sua vida e todos os seus sonhos.” (A Liahona, janeiro de 1999, p. 91.)
Moisés 3:24. “Portanto o Homem Deixará Seu Pai e Sua Mãe”
Referindo-se ao encargo dado ao homem de deixar seus pais e apegar-se à sua mulher, o Presidente Spencer W. Kimball disse: “Notaram o que foi dito? Ela, a mulher, está em primeiro lugar. Ela está acima inclusive dos pais, que nos são tão queridos. Até os filhos precisam assumir seu devido, mas importante, lugar”. (Ensign, março de 1976, p. 72.)
Moisés 3:25. Um Estado de Inocência
Adão e Eva eram inocentes no Jardim do Éden, não conhecendo o bem e o mal e não sentindo nenhuma vergonha ou embaraço por sua nudez. Essas emoções surgiram depois da Queda. Adão e Eva eram muito semelhantes às criancinhas, que são naturalmente inocentes e confiantes, sem consciência de si mesmas e sem o conhecimento do bem e do mal, por serem inocentes.
Moisés 4:1–6
COMO LÚCIFER SE TORNOU O DIABO
Moisés 4:1. “Aquele Satanás, A Quem Tu Deste Ordem”
Essa frase refere-se ao confronto prévio entre Moisés e Satanás. (Ver Moisés 1:12–22.) Moisés ordenou a Satanás, em nome de Jesus Cristo, que saísse da presença dele.
Moisés 4:1. O Conselho do Céu
O Presidente Joseph Fielding Smith ensinou: “Na vida anterior [pré-mortal], éramos espíritos. A fim de podermos progredir e por fim atingirmos a meta da perfeição, foi-nos dado conhecer que receberíamos um tabernáculo de carne e ossos e teríamos que passar pela mortalidade, onde seríamos testados e provados, para ver se, pela experiência, nos prepararíamos para a exaltação”. Ele declarou ainda que quando nosso Pai Celestial apresentou Seu plano a Seus filhos em um conselho no céu, “a idéia de passar pela mortalidade e participar de todas as vicissitudes [dificuldades] da vida terrena, na qual ganhariam experiência através de sofrimento, dor, tristeza, tentação e aflição, bem como dos prazeres da vida nesta existência terrena, e depois, se fossem fiéis, passar pela ressurreição para a vida eterna no reino de Deus, para serem semelhantes a Ele, encheu-os de espírito de regozijo, e eles ‘rejubilavam’”. [Jó 38:1–7]” (Doutrinas de Salvação, 1: 63–64)
Moisés 4:1–2. O Plano de Nosso Pai Celestial
O Élder Neal A. Maxwell disse que é “extremamente importante compreendermos o que aconteceu naquele conselho pré-mortal. Não foi uma reunião informal, não foi um debate acerca de planos, nem uma sessão de criação de idéias sobre como o plano de salvação seria elaborado e colocado em prática. O plano de nosso Pai era conhecido, e a verdadeira questão era quem o Pai enviaria para colocar o plano em prática”. (Deposition of a Disciple, 1976, p. 11; ver também João 7:16–18.)
Moisés 4:1–4. Satanás e Sua Oposição ao Plano do Pai Celestial
Na existência pré-mortal, Satanás se chamava “Lúcifer”, que significa “O Que Brilha” ou “Portador da Luz”. Ele era um “filho da alva” (ver Isaías 14:12; D&C 76:25–27) e tinha potencial para realizar muito de bom. Mas Lúcifer quis para si o trono, a honra, o poder e a glória do Pai Celestial. (Ver D&C 29:36; 76:28; Moisés 4:1.) Para isso, ele se propôs a redimir “a humanidade toda, de modo que nenhuma alma se perca”. (Moisés 4:1) No entanto, sua proposta baseava-se na compulsão que acabaria eliminando o arbítrio dos filhos do Pai Celestial e a necessidade de um Salvador que sofresse por eles e os redimisse.
Moisés 4:3. O Arbítrio do Homem
O Élder Dallin H. Oaks, membro do Quórum dos Doze Apóstolos, disse: “O método proposto por Satanás para assegurar que ‘nenhuma alma se [perdesse]’ (Moisés 4:1) era ‘destruir o arbítrio do homem’. (Moisés 4:3) Segundo o seu plano, Satanás teria sido nosso mestre e nos ‘[levaria] cativos segundo sua vontade’. (Moisés 4:4) Sem o poder de escolha, teríamos sido meros robôs ou fantoches em suas mãos”. (“Free Agency and Freedom”, The Book of Mormon: Second Nephi, The Doctrinal Structure, ed. Monte S. Nyman e Charles D. Tate Jr., 1989, p. 4.)
Moisés 4:4. O Desejo de Satanás
O Presidente Joseph F. Smith ensinou: “Não nos esqueçamos de que o maligno tem grande poder na Terra, e que por todo meio possível ele procura obscurecer a mente dos homens e depois oferecer-lhes falsidades e mentiras em lugar da verdade. Satanás é um imitador hábil, e à medida que a verdade genuína do evangelho é levada ao mundo de modo cada vez mais abundante, da mesma forma ele espalha o engodo da falsa doutrina. Tomem cuidado com esse tesouro falso, que só lhes trará desapontamentos, miséria e morte espiritual”. (“Witchcraft”, Juvenile Instructor, 15 de setembro de 1902, p. 562.)
O Presidente Brigham Young disse: “Toda pessoa que deseja ser um santo e se esforça para isso está sob estreita vigilância dos espíritos decaídos que vieram para Terra com Lúcifur [sic], e pelos espíritos de pessoas iníquas que estiveram nesta Terra em um corpo físico e já partiram(…). Esses espíritos nunca descansam; estão vigiando toda pessoa que deseja fazer o certo, e estão continuamente incentivando essas pessoas a fazerem coisas erradas”. (Journal of Discourses, 7:239.)
Moisés 4:6. Satanás Não Conhece a Mente de Deus
O Élder James E. Talmage explicou que Satanás, na verdade, “adiantou os propósitos do Criador, tentando Eva. Seu propósito, entretanto, era o de frustrar o plano do Senhor. É-nos dito terminantemente que Satanás ‘não conhecia o propósito de Deus; por conseguinte, intentou destruir o mundo’. [Moisés 4:6] Entretanto, seu esforço diabólico, longe de ser um passo inicial para a destruição, contribuiu para o plano do progresso eterno do homem”. (Regras de Fé, p. 59)
Moisés 4:7–19
A QUEDA DE ADÃO E EVA
Moisés 4:10. “Certamente Não Morrereis”
Deus disse a Adão que ele certamente morreria se comesse do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. A declaração de Satanás de que Adão não morreria era uma maldosa manipulação e ilustra a natureza vil de Satanás, “o pai de todas as mentiras” (Moisés 4:4), pois ele quis fazer Deus passar por mentiroso. Mas Deus é um Deus de verdade e não pode mentir. (Ver Éter 3:12.) Logo depois de Adão e Eva terem comido do fruto proibido, eles foram obrigados a sair do jardim e da presença do Senhor, sofrendo com isso a morte espiritual. Além disso, quando caíram, seu corpo passou de um estado não mortal para um estado mortal, e assim eles se tornaram sujeitos à morte física. (Ver D&C 29:40–43.)
Moisés 4:11. “Sereis como Deuses, Conhecendo o Bem e o Mal”
Quando Adão e Eva comeram do fruto, eles se tornaram mortais e, no que se refere a seu conhecimento do bem e do mal, semelhantes a Deus. Mas Satanás deu a entender que a proibição de Deus de comerem do fruto tinha sido ordenada porque Deus não queria que eles se tornassem como os Deuses, fazendo parecer que os motivos de Deus eram egoístas. A verdade é que a obra e glória de Deus é ajudar todos os Seus filhos a se tornarem um dia como Ele é. (Ver Moisés 1:39.)
Moisés 4:12. Por Que Adão e Eva Comeram do Fruto?
Nem Adão nem Eva comeram do fruto porque amavam Satanás mais do que a Deus ou porque quiseram rebelar-se contra Deus. O Élder Dallin H. Oaks ensinou:
“Foi Eva quem primeiro transgrediu os limites do Éden, a fim de iniciar a condição da mortalidade. Sua ação, seja qual fora sua natureza, constituiu formalmente uma transgressão, mas, eternamente, uma necessidade gloriosa de abrir as portas da vida eterna. Adão mostrou sua sabedoria ao fazer o mesmo. E assim, Eva juntamente com ‘Adão [caíram] para que o homem existisse’. [2 Néfi 2:25]
Alguns cristão condenam Eva por esse ato, concluindo que ela e suas filhas são de certa forma manchadas por ele. Os santos dos últimos dias não a condenam! Instruídos por revelação, celebramos a ação de Eva e honramos sua sabedoria e coragem no grande episódio conhecido como ‘a Queda’(…). Brigham Young declarou: ‘Jamais devemos culpar a mãe Eva, por pouco que seja’. (Journal of Discourses, 13:145) O Élder Joseph Fielding Smith disse: ‘Nunca classifico como pecado a parte que Eva teve na queda, tampouco acuso Adão de haver pecado. Isto foi uma transgressão da lei, mas não um pecado (…) pois era algo que Adão e Eva tinham que fazer!’” [Doutrinas de Salvação, 1:123–124] (A Liahona, janeiro de 1994, p. 79.)
Moisés 4:12. Diferença entre Transgressão e Pecado
O Élder Dallin H. Oaks disse que “a diferença sugerida entre pecado e transgressão nos traz à mente o modo cuidadoso como foi redigida a segunda regra de fé: ‘Cremos que os homens serão punidos por seus próprios pecados e não pela transgressão de Adão’. (Grifo do autor) Isso nos lembra também distinções feitas pela lei. Algumas ações, como o assassinato, constituem crime porque são inerentemente erradas. Outras, como trabalhar sem licença, constituem crime somente porque são legalmente proibidas. Considerando essa mesma distinção, o que produziu a queda não foi um pecado—algo inerentemente errado—mas uma transgressão—algo errado porque havia sido formalmente proibido. Essas palavras nem sempre têm significados diferentes, mas tal distinção parece significativa no contexto da Queda”. (A Liahona, janeiro de 1994, p. 79.)
Outro significado da palavra transgressão é “ir além dos limites ou condições estabelecidos”. Adão e Eva ultrapassaram os limites que os teriam mantido no Jardim do Éden para sempre, e com isso ajudaram a proporcionar a oportunidade da mortalidade para todos nós.
Moisés 4:14. Adão e Eva Tentaram Esconder-se de Deus
Moisés 3:25 nos diz que antes da Queda, Adão e Eva não sentiam vergonha, apesar de sua nudez. Assim que adquiriram o conhecimento do bem e do mal, eles se tornaram cônscios de sua desobediência e indignidade perante Deus. Pode-se dizer que se deram conta e ficaram envergonhados de sua “nudez” espiritual. Como seres decaídos, tiveram que colocar-se perante Deus com um sentimento de sua culpa. Conforme Alma explicou a seu filho Coriânton: “Não podes esconder teus crimes de Deus; e a não ser que te arrependas, eles levantar-se-ão como um testemunho contra ti no último dia”. (Alma 39:8; ver também 2 Néfi 9:14.)
Moisés 4:15–19. Deus Perguntou a Adão e Eva se Eles Tinham Comido do Fruto
Deus “conhece todas as coisas e não há nada que não conheça”. (2 Néfi 9:20) Por que, então, Ele fez a Adão e Eva as perguntas que se encontram em Moisés 4:15–19? Porque, como ensinou o Élder Bruce R. McConkie, “a responsabilidade pessoal pelos próprios atos é a base de todo o plano do evangelho e uma conseqüência natural da lei do livre-arbítrio”. (Mormon Doctrine, p. 15.)
Moisés 4:20–32
AS CONSEQÜÊNCIAS DA QUEDA
Moisés 4:20. A Serpente Foi Amaldiçoada
O Élder Bruce R. McConkie escreveu: “Desde o dia em que Satanás falou pela boca da serpente para tentar Eva a comer do fruto proibido (Moisés 4:5–21), Satanás tem sido chamado de ‘aquela velha serpente’. (Apocalipse 12:9; 20:2; D&C 76:28; 88:110) A escolha do nome é excelente, indicando uma habilidade astuciosa, maliciosa, sutil e enganosa. (Mormon Doctrine, p. 704.)
“Ser amaldiçoado é o oposto de ser abençoado; a bênção de Deus benevolentemente invoca o bem, enquanto que Sua maldição invoca justamente o mal sobre alguém que o mereça. Assim, Satanás foi informado por meio de simbolismos de que não teria o privilégio de viver na Terra, como até o gado e as bestas teriam”. (Ellis T. Rasmussen, A Latter-day Saint Commentary on the Old Testament, 1993, p. 16.)
Moisés 4:21. Inimizade
O Presidente Ezra Taft Benson ensinou: “Inimizade significa ‘ódio, hostilidade ou um estado de oposição’”. (A Liahona, julho de 1989, p. 3.) p. 4.)
Moisés 4:21. A “Semente da Mulher” Refere-se ao Salvador, Jesus Cristo
O Élder James E. Talmage escreveu: “Adão, o patriarca da raça, regozijou-se com a certeza do ministério do Salvador, pela aceitação de que ele, o transgressor, poderia ser redimido. Uma breve referência do plano de salvação, cujo autor é Jesus Cristo, aparece na promessa feita por Deus após a queda—que, embora o diabo, representado no Éden pela serpente, tivesse poder para ferir o calcanhar da posteridade de Adão, por meio da semente da mulher viria o poder para esmagar a cabeça do adversário. É significativo que esta certeza da vitória final sobre o pecado e seu efeito inevitável, a morte, ambos introduzidos na Terra por Satanás, o arquiinimigo da humanidade, deveria ser realizada por meio da semente da mulher; a promessa não foi feita especificamente ao homem nem ao casal. O único exemplo de semente de mulher dissociado de paternidade mortal é o nascimento de Jesus, o Cristo, que era Filho terreno de uma mãe mortal, gerado por um Pai imortal, Filho terreno de uma mãe mortal, gerado por um Pai imortal. Ele é o Unigênito do Pai Eterno na carne e nasceu de mulher”. (Jesus, o Cristo, 3ª ed., 1916, p. 43.)
Moisés 4:22. “Multiplicarei Grandemente Tua Dor”
A palavra hebraica para “multiplicar” é rabah, que significa repetir-se muitas vezes. Ela não sugere uma dor maior, mas, sim, um sofrimento repetido. A palavra hebraica para “dor” no relato do Gênesis (Gênesis 3:16) vem de atsab, que significa “trabalho árduo” ou “penoso”. Embora essas palavras sugiram que a fadiga e o sofrimento fariam parte da vida de Eva, ela não considerou as condições que lhe sobrevieram por meio da Queda como uma maldição. (Ver Moisés 5:11.) Moisés 4:22 “é uma grande revelação para as mulheres. Eva e suas filhas podem tornar-se co-criadoras com Deus na formação de um corpo em que Seus filhos espirituais possam habitar na Terra e mais tarde na eternidade. A maternidade imporia inconveniências, sofrimento, fadiga e dor. O Senhor previu essas coisas como conseqüências naturais e não como uma maldição”. (Rasmussen, Latter-day Saint Commentary, p. 17.)
Moisés 4:22. “Ele Te Dominará”
A respeito dessa frase, o Presidente Spencer W. Kimball disse: “Tenho uma dúvida a respeito da palavra dominar. Ela transmite uma impressão errada. Prefiro usar a palavra presidir, pois é isso que ele faz. O marido justo preside a esposa e a família”. (Ensign, março de 1976, p. 72.) Em Efésios 5:22–31 e Doutrina e Convênios 121:41–46 o Senhor deu instruções claras sobre como o marido deve presidir.
Moisés 4:23–25. “Maldita Será a Terra Por Tua Causa”
O Presidente Marion G. Romney ensinou: “Observem que a maldição não foi lançada sobre Adão, mas sobre a terra por causa dele. Em vez de ser uma maldição para Adão, foi uma bênção para ele”. (Conference Report, outubro de 1976, p. 168; ou Ensign, novembro de 1976, p. 125.)
O Presidente Brigham Young disse que os efeitos da Queda foram universais: “Então veio a maldição sobre os frutos, os vegetais e sobre nossa mãe Terra; e sobre os répteis, a relva do campo, os peixes do mar e sobre todas as coisas pertencentes a esta Terra”. (Journal of Discourses, 10:312.) A partir da Queda, espinhos e cardos passaram a crescer espontaneamente do solo. Somente por meio de trabalho árduo e persistente Adão poderia plantar, cuidar e colher o fruto da terra e assim garantir a sua sobrevivência. Antes da Queda, tinha-lhe sido dada a responsabilidade de “lavrar” e “guardar” o Jardim do Éden. (Moisés 3:15) Depois da Queda, foi-lhe dito que teria de trabalhar e com o suor de seu rosto conseguiria seu sustento.
Moisés 4:23. “Com Dor Comerás Dela Todos os Dias de Tua Vida”
“Assim como Eva teria de sofrer dores para dar à luz, da mesma forma Adão teria de trabalhar penosamente (Gênesis 3:17–19; Moisés 4:23) para tornar fecunda a Terra de modo que produzisse fruto. Ambos produziriam vida com suor e lágrimas, e Adão não foi privilegiado. Embora sua dor não fosse tão intensa quanto a dela, ela seria mais prolongada. Pois a vida de Eva seria preservada por muito tempo depois de dar à luz—‘não obstante, tua vida será poupada’—ao passo que o trabalho de Adão teria de continuar até o fim de sua vida: ‘Com dor comerás dela todos os dias de tua vida’! Nem a aposentadoria o livraria daquele sofrimento.” (Hugh Nibley, Old Testament and Related Studies, John W. Welch, Gary P. Gillum, and Don E. Norton, eds., 1986, p. 90.)
Moisés 4:25. A Morte Foi Introduzida no Mundo
Denunciando a falsidade do que Satanás dissera a Eva (ver Moisés 4:10), o Senhor disse a Adão: “Certamente morrerás”. (v. 25) Adão e Eva sofreram uma morte espiritual quando foram expulsos do Jardim do Éden e da presença do Senhor. Eles também se tornaram mortais e portanto sujeitos à morte física.
Moisés 4:27. Deus Fez Túnicas de Pele para Adão e Eva
A expressão “túnica de peles” poderia também ter sido traduzida como “roupas” ou “vestimentas”.
Moisés 4:31. Querubins
Os querubins são “figuras que representam criaturas celestiais, cuja forma exata é desconhecida. Eles são encontrados no Santo dos Santos, no propiciatório da Arca (Êxodo 25:18, 22; I Reis 6:23–28; Hebreus 9:5) e nas visões de Ezequiel (Ezequiel 10; 11:22)”. (“Querubins”, Guia para Estudo das Escrituras, p. 177.)
Moisés 5:1–15
O EVANGELHO É ENSINADO A ADÃO E EVA
Moisés 5:1–2. Adão e Eva Trabalhavam Juntos
O significado de Moisés 5:1–2 é muito profundo tendo em vista os muitos ataques e questionamentos que estão sendo feitos atualmente a respeito do casamento e das relações familiares. Em sua proclamação a respeito da família, a Primeira Presidência e o Quórum dos Doze Apóstolos declararam:
“O marido e a mulher têm a solene responsabilidade de amar-se mutuamente e amar os filhos, e de cuidar um do outro e dos filhos. ‘Os filhos são herança do Senhor. (Salmos 127:3) Os pais têm o dever sagrado de criar os filhos com amor e retidão, atender a suas necessidades físicas e espirituais, ensiná-los a amar e servir uns aos outros, guardar os mandamentos de Deus e ser cidadãos cumpridores da lei, onde quer que morem (…).
(…) O casamento e a família bem-sucedidos são estabelecidos e mantidos sob os princípios da fé, da oração, do arrependimento, do respeito, do amor, da compaixão, do trabalho e de atividades recreativas salutares. Segundo o modelo divino, o pai deve presidir a família com amor e retidão, tendo a responsabilidade de atender às necessidades de seus familiares e de protegê-los. A responsabilidade primordial da mãe é cuidar dos filhos. Nessas atribuições sagradas, o pai e a mãe têm a obrigação de ajudar-se mutuamente, como parceiros iguais.” (A Liahona, outubro de 1998, p. 24.)
Moisés 5:5. “As Primícias de Seus Rebanhos”
“A palavra ‘primícias’ coloca certas limitações e restrições e até determina a qualidade da fé que deve ser exercida ao se oferecer o sacrifício. ‘Primícia’ não se refere necessariamente ao animal mais velho do rebanho, mas ao primogênito de sua mãe. A ‘primícia’ é um macho, o ‘que abre a madre’ dentre os filhos. (Êxodo 13:2; 34:19) Cada mãe tem um único primogênito em sua vida, mas um rebanho de ovelhas pode ter vários primogênitos a cada ano. Para saber quais cordeiros eram aceitáveis para o sacrifício, o dono tinha que conhecer seu rebanho. Era preciso que observasse as mães e os filhos. Caso contrário, como poderia saber qual mãe tinha gerado o seu primeiro filho? Não havia meio de um homem, quer fosse Adão ou qualquer outro, saber quais machos eram o primogênito a menos que houvesse um registro ou algum método de identificação das mães e filhos. Essa exigência eliminava a possibilidade de se prestar obediência ao acaso, de modo aleatório ou ocasional. A fé era demonstrada não apenas na disposição de se oferecer um sacrifício, mas também no cuidado exigido e na preparação prévia necessária para a escolha do animal adequado.
Essa passagem das escrituras em particular ilustra o conceito de que os mandamentos de Deus exigem uma atenção consciente e inteligente daqueles que buscam a salvação. Essa é uma das razões pelas quais Paulo declarou que ‘sem fé é impossível agradar’ a Deus. (Hebreus 11:6) Porque se não tivesse fé, a pessoa não manteria um registro e identificaria (ao menos mentalmente) quais animais eram adequados ao sacrifício.” (Robert J. Matthews, “The Doctrine of the Atonement”, in Studies in Scripture, Volume Two: The Pearl of Great Price, ed. Robert L. Millet e Kent P. Jackson, 1985, pp. 118–119)
Moisés 5:5–6. Adão e Eva Foram Obedientes
O Presidente David O. McKay disse: “Nunca nos esqueçamos dos princípios da obediência. A obediência é a primeira lei do céu”. (Gospel Ideals, 1953, p. 484.) O Presidente Ezra Taft Benson ensinou: “O maior teste da vida é a obediência a Deus”. (Conference Report, abril de 1988, p. 3; ou Ensign, maio de 1988, p.6.)
O Élder Henry D. Taylor, que foi Assistente do Quórum dos Doze Apóstolos, disse: “Gosto muito da bela lição ensinada e o impressionante exemplo deixado por nosso primeiro pai, Adão. Ele foi ordenado pelo Senhor a oferecer as primícias de seus rebanhos em sacrifício. Ele não sabia o motivo da exigência, mas sem hesitar foi obediente ao mandamento. ‘E após muitos dias, um anjo do Senhor apareceu a Adão, dizendo: Por que ofereces sacrifícios ao Senhor?’ E Adão deu esta magnífica e confiante resposta: ‘Eu não sei, exceto que o Senhor me mandou’. (Moisés 5:5–6) Não se tratava de uma questão de obediência cega por parte de Adão, mas, sim, uma demonstração de sua completa e inabalável confiança e fé na palavra e instrução do Senhor”. (“Faith”, Improvement Era, dezembro de 1970, p. 44.)
Moisés 5:5–8. Sacrifício de Animais
Os elementos do sacrifício de animais apontavam para a Expiação de Jesus Cristo. O Élder Bruce R. McConkie ensinou: “De Adão a Moisés, e de Moisés até a vinda do Senhor Jesus Cristo na carne, quer como parte do evangelho ou da lei mosaica, conforme o caso, todos os santos ofereceram sacrifícios à semelhança do sacrifício do Cordeiro de Deus. (…) Para um povo formado por pastores, cuja vida dependia de seus rebanhos e gado, não poderia haver uma semelhança melhor que essa”. (A New Witness for the Articles of Faith, pp. 114–115.)
Moisés 5:8. Adão e Eva Aprenderam a respeito da Importância do Nome de Cristo
“Um dos conceitos mais importantes de [Moisés 5:8] é a clara declaração de que Adão deveria fazer tudo ‘em nome do Filho’, arrepender-se e ‘[invocar] a Deus em nome do Filho para todo o sempre’. Essa é a mesma doutrina ensinada em muitas outras passagens, dentre as quais citamos algumas: [Atos 4:12; 2 Néfi 31:20–21; Mosias 3:17; 4:8; D&C 18:23–24; Moisés 6:52].
Vemos, portanto, que esta é a mais fundamental de todas as doutrinas: Existe um único plano de salvação e um único Salvador. Essa doutrina foi ensinada a Adão desde o princípio. Essas passagens também especificam que não haveria nenhum outro plano e nenhum outro salvador”. (Matthews, Studies in Scripture, Volume II, pp. 119–120.)
O Profeta Joseph Smith disse: “Alguns dizem que o reino de Deus só foi estabelecido sobre a Terra depois do dia de Pentecostes, e que João Batista não pregou o batismo do arrependimento para a remissão dos pecados. Declaro, porém, em nome do Senhor, que desde os dias de Adão até o tempo atual, o reino de Deus esteve no mundo, sempre que existiu um homem justo sobre a Terra, a quem Ele tenha revelado Sua palavra e conferido poder e autoridade para administrar em Seu nome”. (Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, p. 265.)
Moisés 5:10–11. Adão e Eva Acreditavam em Jesus Cristo
Adão sabia que “na carne”, ou como ser ressuscitado, ele veria Deus. Eva testificou a respeito da alegria de sua redenção. Ela sabia que por meio da Expiação de Cristo eles receberiam a vida eterna, se fossem obedientes.
Para aprender mais a respeito da alegria, veja 2 Néfi 2:25. Para ressurreição, veja 2 Néfi 9:6–14. Os benefícios que Adão e Eva receberam por causa da Queda e da Expiação de Jesus Cristo estão resumidos em 2 Néfi 2:22–28.
Moisés 5:13. “E Satanás Apareceu no meio Deles”
O Presidente Ezra Taft Benson, quando era Presidente do Quórum dos Doze Apóstolos, disse: “Sempre que o Deus do céu estabelece por revelação o Seu desígnio, Satanás sempre aparece no meio dos homens para perverter a doutrina, dizendo: ‘Não creiam’. Ele geralmente estabelece um sistema falso, com o propósito de enganar os filhos dos homens”. (“A Vision and a Hope for the Youth of Zion”, 1977 Devotional Speeches of the Year, 1978, p. 75.)
Moisés 5:13. “Carnais, Sensuais e Diabólicos”
O Élder Bruce R. McConkie escreveu: “Depois da Queda de Adão, o homem tornou-se carnal, sensual e diabólico por natureza; ele se tornou um homem decaído. (Moisés 5:13; 6:49; Mosias 16:1–4; Alma 42:10; D&C 20:20) Todas as pessoas responsáveis por seus atos na Terra herdam esse estado decaído, esse estado probatório, esse estado em que as coisas do mundo parecem desejáveis à natureza carnal. Nesse estado, ‘o homem natural é inimigo de Deus’, até que coloque sua vida de acordo com o grande plano de redenção e venha a nascer de novo para a retidão. (Mosias 3:19) Portanto, toda a humanidade permaneceria perdida e decaída para sempre, se não fosse a expiação de nosso Senhor”. (Alma 42:4–14) (Mormon Doctrine, pp. 267–268).
As seguintes citações do Élder McConkie ajudam-nos a compreender o significado dos termos carnal, sensual e diabólico:
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”Em seu estado decaído [todos os homens] estão sujeitos aos desejos, paixões, e apetites da carne. Eles estão espiritualmente mortos, tendo sido expulsos da presença do Senhor; estão, portanto, ‘sem Deus no mundo e seguiram caminhos contrários à natureza de Deus’. Estão em um ‘estado carnal’ (Alma 41:10–11); são deste mundo. Ser carnal denota ser mundano, sensual e inclinado à gratificação dos desejos da carne”. (Mormon Doctrine, p. 113.)
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”Tudo que é sensual é carnal e vil; relaciona-se mais ao corpo do que ao Espírito. Essa sensualidade implica na livre indulgência aos prazeres sensuais e carnais, a lubricidade, a lascívia, a licenciosidade. Desde a queda, os homens em seu estado natural têm sido carnais, sensuais e diabólicos.” (p. 702)
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”Toda pessoa sobre quem o diabo tem poder, que se sujeita a ele, que cede a suas tentações (seguindo as seduções carnais e sensuais do mundo), é diabólica.” (p. 195.)
Moisés 5:16–54
CAIM AMOU A SATANÁS MAIS DO QUE A DEUS
Moisés 5:16–17. Caim e Abel
O Élder Joseph Fielding Smith, quando era membro do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou:
“Caim teve a grande honra de ser filho de Adão. Ele também foi privilegiado com as mesmas bênçãos que seu pai recebeu. Que homem vigoroso ele deve ter sido! Seu nome deveria ter-se sobressaído com o resplendor da excelência de um dos valentes filhos de Deus! Ele deveria ter sido honrado até a última geração! Mas nada disso aconteceu!
O grande pecado de Caim não foi cometido em ignorância. Temos toda razão para acreditar que ele teve o privilégio de estar na presença dos mensageiros do céu. De fato, as escrituras dão a entender que ele foi abençoado com a comunicação com o Pai e foi instruído por mensageiros enviados de Sua presença. Não temos a menor dúvida de que ele possuía o Sacerdócio, caso contrário seu pecado não o teria tornado um filho da Perdição. Ele pecou contra a luz. E o fez, como nos foi dito, porque amava a Satanás mais do que a Deus.
A Bíblia nos dá a entender que Caim foi o primeiro filho de Adão, mas o relato contido na Bíblia é incompleto. No Livro de Moisés podemos ter uma visão mais ampla e uma compreensão melhor das condições existentes naqueles primeiros dias. Adão e Eva tiveram muitos filhos e filhas, antes mesmo de Caim e Abel terem nascido, segundo as informações que encontramos naquele relato”. (The Way to Perfection, pp. 97–98.)
O Profeta Joseph Smith ensinou que Abel “magnificou o Sacerdócio que lhe foi conferido e morreu como um justo. Por conseguinte, chegou a ser um anjo de Deus, porque recebeu seu corpo dos mortos e ainda tem as chaves de sua dispensação”. (Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, p. 164.)
Moisés 5:18–21. Caim Fez uma Oferta
O Profeta Joseph Smith ensinou: “Pela fé nessa expiação ou plano redentor, Abel ofereceu a Deus um sacrifício aceitável das primícias do rebanho. Caim ofereceu do fruto da terra, e não foi aceito, porque não pôde ofertá-lo com fé; não poderia ter tido fé, ou melhor, não poderia exercer uma fé contrária ao plano celestial. A expiação em favor do homem tem de ser por meio do derramamento do sangue do Unigênito, e sem isso, não há redenção; e uma vez que o sacrifício foi instituído como um modelo por intermédio do qual o homem discerniria o grande Sacrifício que Deus tinha preparado, era impossível exercer a fé em um sacrifício contrário, porque a redenção não foi conseguida dessa maneira, nem se instituiu o poder expiatório segundo essa ordem. Portanto, Caim não poderia ter tido fé, e o que não se faz pela fé é pecado”. (Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, pp. 57–58.)
Moisés 5:21–22. “Por Que Te Decaiu o Semblante?”
Um dos significados de semblante é a expressão do rosto da pessoa, que pode revelar seu humor, suas emoções e os sentimentos de seu coração.
Moisés 5:23–26. Caim Exerceu Seu Arbítrio e Decidiu Rebelar-se contra Deus.
O Presidente Joseph F. Smith ensinou: “Deus concedeu a todos os homens o livre-arbítrio, e garantiu-nos o privilégio de servil-Lo ou não, de fazer o que é certo ou o que é errado, e esse privilégio é dado a todos os homens, independente de credo, cor ou condição. Os ricos têm o livre-arbítrio, o pobres também, e ninguém é privado, por qualquer poder de Deus, de exercê-lo da maneira mais completa e livre possível. Esse dom foi dado a todos. É uma bênção que Deus concedeu a toda a humanidade, a todos os Seus filhos. Contudo, pedirá conta do uso que fizermos dessa liberdade, e assim como foi dito de Caim, também o será de nós: ‘Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? E se não fizeres bem, o pecado jaz à porta (…)’ (Gênesis 4:7) Contudo, há certas bênçãos que Deus concede aos filhos dos homens somente sob a condição do uso adequado desse dom.” (Doutrina do Evangelho, pp. 45–46.)
Moisés 5:23–30. Caim Reinará sobre Satanás?
O Profeta Joseph Smith ensinou que “todos os seres com corpos possuem domínio sobre os que não têm”. (Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, p. 176.) O Élder Bruce R. McConkie disse: “Da mesma forma que Adão representava o Senhor na Terra, Caim agia em nome e a favor de Lúcifer. De fato, esse primeiro de todos os assassinos é Perdição—ele foi assim designado na pré-existência—e reinará sobre o próprio Satanás quando o diabo e seus anjos forem expulsos para sempre”. (A New Witness For the Articles of Faith, p. 658.)
Moisés 5:24–25. Caim Seria Chamado “Perdição”
Perdição significa “destruição total” ou “perda”. O Élder Bruce R. McConkie escreveu: “Duas pessoas, Caim e Satanás, receberam o espantoso nome e título de Perdição. O nome significa que eles não têm nenhuma esperança de receber qualquer grau de salvação, que se entregaram completamente à iniqüidade, e que todo sentimento de retidão foi apagado de seu peito”. (Mormon Doctrine, p. 566; ver também D&C 76:30–38, 43–49.)
Moisés 5:29–31. Caim e Satanás Fizeram um Convênio Mútuo
Caim foi o primeiro homem na Terra a fazer um convênio com Satanás e a usar convênios para impedir que outros descobrissem seus atos pecaminosos. No entanto, não foi o último. Nas escrituras, esse tipo de relação pactual é chamado de combinação secreta. Para mais informações a respeito da história das combinações secretas, ver Helamã 6:21–30; Éter 8:13–25.
Moisés 5:32. Caim Matou Abel
Em 1885, a Primeira Presidência fez a seguinte declaração, a respeito dos justos que são afligidos pelos iníquos: “Para um sábio propósito na providência [de Deus] Ele permite que os iníquos, no exercício de seu arbítrio, aflijam de tempos em tempos os Seus seguidores. Desde os dias de nosso pai Adão, isso tem sempre acontecido, e continuará a acontecer, enquanto Satanás tiver algum poder sobre o coração dos filhos dos homens”. (James R. Clark, comp., Messages of the First Presidency of The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints, 6 volumes, 1965–1975, 3:5; ver também Alma 14:8–11.)
Moisés 5:33. “Estou Livre”
O regozijo de Caim é ao mesmo tempo irônico e trágico, mostrando a que ponto tinha chegado sua rebelião contra Deus. Será que ele achou que estaria livre de trabalho? (Ver Moisés 4:23–31.) Será que ele se considerou livre do exemplo justo de Abel? (Ver I João 3:12.) Ou será que ele se sentiu livre porque tinha ficado rico? As escrituras deixam claro que em vez de gozar de verdadeira liberdade, Caim estava em total escravidão e condenação. (Ver 2 Néfi 2:27.)
Moisés 5:34. “Sou Eu Guardador de Meu Irmão?”
O Élder Dallin H. Oaks disse:
“Somos guardadores de nosso irmão? Em outras palavras, somos responsáveis por cuidar do bem-estar de nosso próximo, ao procurarmos conseguir nosso pão de cada dia? A regra de ouro do Salvador nos diz que sim. Satanás diz que não.
Tendo sido tentados por Satanás, alguns seguiram o exemplo de Caim. Ele cobiçou a propriedade alheia e depois pecou para consegui-la. O pecado pode ser assassinato, roubo ou latrocínio. Pode ser fraude ou engano. Pode até ser algum tipo legal e astuto de manipular os fatos ou influenciar alguém para levar vantagem. A desculpa é sempre a mesma: ‘Sou eu guardador de meu irmão?’” (Conference Report, outubro de 1986, p. 25; ou Ensign, novembro de 1986, p. 20).
Moisés 5:36–39. Caim Foi Amaldiçoado
Parte da maldição que Caim recebeu por ter matado Abel seria que a terra não mais daria “sua força” para Caim, e que ele seria um “fugitivo e vagabundo”. (Moisés 5:37) Um fugitivo é uma pessoa que está fugindo da lei, e um vagabundo é uma pessoa sem lar. Caim também foi expulso “da face do Senhor”. (Moisés 5:39) O Profeta Joseph Smith disse: “O poder, glória e bênção desse Sacerdócio só podiam permanecer com os que foram ordenados, se continuassem agindo em retidão; pois, ainda quando Caim também estava autorizado a oferecer sacrifícios, foi amaldiçoado por não oferecê-los em retidão. Isso significa pois, que se devem observar as ordenanças precisamente como Deus as instituiu, porque do contrário, o Sacerdócio nos será por anátema em lugar de ser uma bênção”. (Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, p. 165.)
Moisés 5:39–40. Um Sinal Foi Posto em Caim
É preciso salientar que o sinal que foi posto sobre Caim não é a mesma coisa que a maldição que ele recebeu. O sinal era para distingui-lo como alguém que tinha sido amaldiçoado pelo Senhor. Ele foi colocado sobre Caim para que ninguém que o encontrasse viesse a matá-lo. Uma história semelhante que ilustra a diferença entre um sinal e uma maldição é o relato de como o Senhor pôs um sinal e uma maldição sobre os lamanitas e sua posteridade. (Ver 2 Néfi 5:20–24; Alma 23:16–18.) Deve-se notar que a maldição era baseada na desobediência individual e que por meio da obediência a Deus a maldição era removida, embora o sinal não fosse removido imediatamente. No final, porém, o sinal também foi removido de alguns. (Ver 3 Néfi 2:12–16.)
Moisés 5:55–59
O EVANGELHO FOI PREGADO DESDE O PRINCÍPIO
Moisés 5:55. Quem Eram os “Filhos dos Homens”?
Os filhos dos homens eram os iníquos, em contraste com os filhos de Deus, que eram os seguidores do convênio feito com Deus. (Ver também Moisés 8:13–15.)
Moisés 5:58. De Que Modo o Evangelho Foi Ensinado a Adão e Eva?
Depois da Queda, Deus revelou o plano de salvação a Adão e Eva para que eles pudessem saber como voltar à Sua presença e ter vida eterna. Moisés 5:4–9 explica que Deus ensinou o evangelho a Adão e Eva por Sua própria voz, por meio de anjos e pelo Espírito Santo. (Ver também Alma 12:27–33.)
Moisés 5:59. “E Assim Foram Confirmadas Todas as Coisas a Adão por uma Santa Ordenança”
No Dicionário Webster, de 1828, American Dictionary of the English Language (que mostra como o inglês era utilizado na época do Profeta Joseph Smith) a palavra confirmar é definida como “tornar mais firme; fortalecer; estabelecer”. O Élder Boyd K. Packer disse: “As ordenanças e os convênios são os nossos documentos para entrarmos na presença [de Deus]. Recebê-los dignamente é o objetivo principal da vida; mantê-los depois disso é o grande desafio da mortalidade”. (Conference Report, abril de 1987, p. 27; ou Ensign, maio de 1987, p. 24.)
Moisés 5:59. O Evangelho Permanecerá no Mundo Até o Fim
O Presidente Wilford Woodruff disse: “Todo homem que conhece as escrituras compreende claramente que existe um único evangelho verdadeiro. Nunca houve outro evangelho. Sempre que o evangelho esteve na Terra, ele foi o mesmo, em todas as dispensações. As ordenanças do evangelho nunca mudaram desde a época de Adão até o presente, e nunca mudarão até o final dos tempos. Embora existissem muitas seitas e partidos na antigüidade, Jesus fez com que os discípulos compreendessem que não havia mais que um único evangelho. Ele lhes disse qual era. Ele declarou aos discípulos as Suas ordenanças”. (Journal of Discourses, 24:239–240.)
Moisés 6:1–25
AS GERAÇÕES DE ADÃO
Moisés 6:2. Quem era Sete?
Abel tinha sido escolhido para tomar sobre si as responsabilidades do sacerdócio para as gerações seguintes. Mas depois de ter sido assassinado, Sete, que nasceu 130 anos depois da Queda de Adão e Eva, foi selecionado para essa responsabilidade sagrada do sacerdócio. (Ver D&C 107:40–42.) Ele foi ordenado quando tinha 69 anos e viveu um total de 912 anos. As escrituras descrevem-no como “um homem perfeito e sua semelhança era a semelhança expressa de seu pai”. (Ver D&C 107:43.)
Moisés 6:5–6. A Origem da Língua Falada e Escrita
O Élder Bruce R. McConkie escreveu:
“No princípio, Deus deu a Adão uma língua pura, perfeita e imaculada. Essa língua adâmica, hoje desconhecida, era muito superior a qualquer outra língua existente na atualidade. O nome de Deus, o Pai, por exemplo, nessa língua original, era Homem de Santidade, querendo com isso significar que Ele é um Homem Santo, e não uma vaga essência espiritual. (Moisés 6:57)
Essa primeira língua falada pelos mortais era a língua celestial dos Deuses ou uma adaptação dela para adequá-la às limitações da mortalidade. Adão e sua posteridade sabiam falar, ler e escrever essa língua”. (Mormon Doctrine, p. 19)
O Élder McConkie disse o seguinte a respeito do livro de recordações citado em Moisés 6:5. “Desde o princípio, o Senhor providenciou uma língua e deu ao homem a capacidade de ler e escrever essa língua. (…) A primeira coisa que eles escreveram, e que é o mais valioso de todos os seus escritos, foi um Livro de Recordações, um livro no qual registraram o que o Senhor lhes revelara a respeito de Si mesmo, a respeito de Sua vinda e a respeito do plano de salvação, que não teria nenhuma força ou validade por causa de Sua expiação. Esse foi o princípio das Santas Escrituras”. (The Promised Messiah, p. 86; ver também Moisés 6:46.)
Moisés 6:7. Há Quanto Tempo o Sacerdócio Está na Terra?
O sacerdócio “não tem princípio de dias nem fim de anos”. (D&C 84:17) Desde a época de Adão e Eva, o sacerdócio, o evangelho e as ordenanças já existiam tal como os conhecemos hoje. (Ver Moisés 5:58–59; ver também D&C 107:40–42.) O Profeta Joseph Smith ensinou:
“O Sacerdócio foi dado primeiramente a Adão; a ele se deu a Primeira Presidência, e teve as suas chaves de geração em geração. Recebeu-o na criação, antes de ser formado o mundo. (…)
O Sacerdócio é um princípio eterno, e existiu com Deus desde a eternidade, e existirá pelas eternidades, sem princípio de dias ou fim de anos. As chaves têm que ser trazidas dos céus sempre que o evangelho é enviado; e quando se revela dos céus, são-no pela autoridade de Adão”. (Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, p. 153.)
Moisés 6:8–25. A Organização Patriarcal do Sacerdócio
Houve vinte gerações do sacerdócio de Adão a Abraão, sendo passado de pai para filho. Oito gerações estão relacionadas em Moisés 6:8–25 (de Adão a Matusalém); em Moisés 8:5–12, são dadas mais três gerações (Lameque, Noé e Sem), e Gênesis 11:10–26 registra as nove gerações de Sem a Abrão (Abraão). (Ver também D&C 107:40–52.)
Moisés 6:17. “Uma Terra Prometida”
Esse versículo menciona as primeiras pessoas justas (“o povo de Deus”) que se mudou de uma terra repleta de iniqüidade para uma terra prometida. (Ver também Moisés 6:40–41.) Esse foi um padrão que se repetiu muitas vezes nas escrituras. (Por exemplo: Ver 1 Néfi 1–18; Ômni 1:12–19; Éter 1–4.)
Moisés 6:26–47
O CHAMADO E A OBRA DE ENOQUE
Moisés 6:26. Enoque
A Bíblia contém apenas alguns versículos a respeito de Enoque. (Ver Gênesis 5:19–24.) O livro de Moisés aumenta bastante a nossa compreensão da vida, ministério e ensinamentos de Enoque: Moisés 6:26–36 relata o chamado de Enoque, os versículos 37–47 registram suas palavras contra as obras dos homens, os versículos 48–68 contêm sua mensagem de salvação e Moisés 7 é um registro de suas maravilhosas visões de Deus e dos acontecimentos futuros nesta Terra. Enoque era a sétima geração desde Adão. Nasceu 620 anos depois da Queda, foi ordenado ao sacerdócio aos 25 anos de idade e aos 430 anos ele e seu povo foram levados para o céu sem provarem a morte. (Ver D&C 107:49.) Uma outra citação das profecias de Enoque encontra-se em Judas 1:14–15, e mais informações sobre sua vida estão em Lucas 3:37 e Hebreus 11:5.
Moisés 6:29. Qual É o Significado da Frase “Um Inferno Preparei Eu”?
Devido à iniqüidade das pessoas da época de Enoque, o Senhor chamou-o para pregar arrependimento. O Senhor disse a Enoque: “Um inferno preparei eu para eles, caso não se arrependam”. Esse “inferno” refere-se à parte do mundo espiritual conhecido como prisão espiritual, onde os iníquos sofrem tormentos por causa dos pecados dos quais não se arrependeram. (Ver Alma 40:11–14.)
Moisés 6:31–32. Sentimento de Incapacidade
Enoque não foi o único profeta que se sentiu incapaz quando o Senhor o chamou. Leiam a reação de Moisés e a de Jeremias em Êxodo 4:10–12 e Jeremias 1:4–9. O Élder James E. Faust, quando era membro do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou: “A maioria de nós que somos chamados para cargos de liderança na Igreja sente-se incapaz por causa da inexperiência, falta de habilidade ou por termos poucos estudos”. (Conference Report, outubro de 1980; ou Ensign, novembro de 1980, p. 36; ver também I Coríntios 1:26–27; Éter 12:23–27; D&C 1:19–20; 33:8–10.)
Moisés 6:35–36. Enoque Foi um Vidente
O Élder John A. Widtsoe declarou: “O vidente é aquele que vê com os olhos espirituais. Ele percebe o significado daquilo que parece obscuro para as outras pessoas. É, portanto, um intérprete e esclarecedor da verdade eterna. Ele prevê o futuro a partir do passado e do presente. Ele o faz pelo poder do Senhor que opera diretamente por meio dele, ou indiretamente com o auxílio de instrumentos divinos como o Urim e o Tumim”. (Evidences and Reconciliations, p. 258; ver também Mosias 8:13–18.)
Moisés 6:48–56
ENOQUE PREGOU O PLANO DE SALVAÇÃO
Moisés 6:48–50. “Pela Sua Queda Veio a Morte”
Devido à Queda de Adão, toda a humanidade está sujeita à morte física (a separação do espírito imortal e o corpo mortal) e à morte espiritual (a separação da presença de Deus). Além disso, por cederem às tentações de Satanás, os homens se tornam “carnais, sensuais e diabólicos e encontram-se afastados da presença de Deus”. (Moisés 6:49) As boas novas do plano de salvação são que por meio da Expiação de Jesus Cristo toda a humanidade vencerá a morte física e poderá vencer a morte espiritual. (Ver Romanos 3:23; Mosias 16:3–4; Alma 11:42–43; Helamã 14:14–18; Moisés 6:52.)
Moisés 6:53–54. O Que Significa o “Pecado Original”?
O Élder Neal A. Maxwell explicou: “Não somos atormentados pela culpa de um ‘pecado original’ sobre o qual nada podemos fazer. (Moisés 6:54; Morôni 8:15–16) Por revelação, sabemos que o Senhor disse a Adão: ‘Eis que te perdoei tua transgressão no Jardim do Éden’. (Moisés 6:53) Portanto, somos responsáveis ‘por nossos próprios pecados, e não pela transgressão de Adão’”. (Regra de Fé 2) (Meek and Lowly, 1987, pp. 42–43).
Moisés 6:55. O Que Significa “Teus Filhos São Concebidos em Pecado”?
O Élder Bruce R. McConkie explicou que a frase “concebidos em pecado” significa “nascidos em um mundo de pecados”. (Ver A New Witness for the Articles of Faith, p. 101.)
Moisés 6:56. O Arbítrio Moral: Uma Dádiva de Deus
Deus concedeu-nos a grande dádiva do arbítrio no dia em que nos criou. (Ver Moisés 7:32.) O arbítrio moral nos permite escolher o bem ou o mal e receber as conseqüências de nossas escolhas. (Ver 2 Néfi 2:14–16, 25–29; D&C 101:78.)
Moisés 6:57–68
ENOQUE VIU QUE ADÃO E EVA FORAM BATIZADOS
Moisés 6:59. Água, Sangue e Espírito
O Élder Bruce R. McConkie explicou:
“Dois nascimentos são essenciais para a salvação. O homem não pode ser salvo sem nascer na mortalidade; tampouco pode voltar a seu lar celestial sem o nascimento no campo do Espírito. (…) Os elementos presentes no nascimento mortal e no nascimento espiritual são os mesmos. Eles são água, sangue e espírito. Todo nascimento mortal, portanto, é um lembrete dos céus para que nos preparemos para o segundo nascimento. (…)
Em todo nascimento mortal, a criança é imersa na água do útero materno. No momento determinado, o espírito entra no corpo, e o sangue passa a fluir continuamente nas veias daquela nova pessoa. Caso contrário, sem essas coisas, não há vida, nem nascimento, nem mortalidade.
Em todo nascimento no reino do céu, o infante recém-nascido em Cristo é imerso na água, recebe o Espírito Santo pela imposição de mãos, e o sangue de Cristo purifica-o de todo pecado. Caso contrário, sem essas coisas, não há nascimento espiritual, nem novidade de vida, nem esperança de vida eterna. (…)
(…)Esses elementos estavam presentes também na morte de [Cristo]. Ele suou grandes gotas de sangue no Getsêmani, ao tomar sobre Si os pecados de todos os homens, sob a condição de que se arrependessem. Essa mesma agonia e sofrimento ocorreu novamente na cruz. Foi ali que Ele permitiu que Seu espírito deixasse Seu corpo, e foi então que sangue e água jorraram de Seu lado.” (A New Witness for the Articles of Faith, pp. 288–289.)
Moisés 6:60. “Pela Água”
“O batismo não é algo opcional para aqueles que desejam a plenitude de salvação. Jesus disse que uma pessoa precisa nascer da água e do Espírito. (João 3:3–5) Quando Ele enviou os doze apóstolos para ensinar o evangelho, disse-lhes que todos aqueles que cressem e fossem batizados seriam salvos; e todos os que não cressem seriam condenados. (Marcos 16:16) (…)
O batismo na água tem vários propósitos. É para a remissão dos pecados, para tornar-nos membros da Igreja e para se entrar no reino celestial; é também a porta para a santificação pessoal, se for seguido do recebimento do Espírito Santo.” (Bible Dictionary, “baptism”, p. 619; ver também D&C 76:51–52.)
Moisés 6:60. Justificação
Ser justificado é tornar-se justo ou livre de culpa e pecado. O Espírito Santo é o membro da Trindade cujo poder age como agente purificador que remove a culpa e o pecado de nossa vida. (Ver 2 Néfi 31:17.) O Presidente Joseph Fielding Smith disse: “Pelo derramamento do sangue de Cristo, somos santificados e purificados; e somos justificados, através do Espírito de Deus”. (Doutrinas de Salvação, 2:320–321.)
Moisés 6:60. Santificação
Ser santificado é ser santo e digno da vida eterna e glória imortal. (Ver Morôni 10:32–33.) Por meio de Sua perfeita Expiação, Jesus Cristo verteu Seu sangue e possibilitou que todos aqueles que possuem fé e se arrependem sejam santificados. (Ver Mosias 3:11, 18; Alma 34:10–16.) Portanto, fomos resgatados e santificados pelo sangue de Cristo. O Presidente Joseph Fielding Smith, quando era Presidente do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou:
“A expiação pela qual os homens são redimidos foi realizada por alguém sem culpa e sem mancha. Ele tinha que ser alguém que tivesse vida em si mesmo, e portanto todo poder sobre a morte. Nenhum homem mortal poderia ter realizado a expiação. Além do mais, a expiação tinha que ser realizada pelo derramamento de sangue, porque o sangue é a força vital do corpo mortal. (…)
As escrituras estão repletas de passagens que nos ensinam que não poderia haver remissão de pecados sem o derramamento do sangue de Jesus Cristo.” (Conference Report, abril de 1956, p. 127.)
Moisés 6:62. “Este É o Plano de Salvação”
O Élder Russell M. Nelson explicou que o plano de salvação “foi também chamado de plano da felicidade, plano de salvação, plano da redenção, plano da restauração, plano da misericórdia, plano de libertação e evangelho eterno. Os profetas têm usado esses termos alternadamente, com o mesmo sentido.
Independentemente do nome usado, o alicerce que torna o plano possível é o sacrifício expiatório de Jesus Cristo”. (A Liahona, janeiro de 1994, p. 36.)
Moisés 6:63. Todas as Coisas São Feitas para Prestar Testemunho de Cristo
Na criação dos céus e da Terra, o Senhor usou símbolos físicos para nos ensinar doutrinas e princípios de Jesus Cristo e de Seu evangelho. (Ver também 2 Néfi 11:4.) A compreensão dos símbolos do evangelho exige a união da dimensão terrena ou concreta com a dimensão transcendental ou espiritual. O profeta Alma ensinou que “todas as coisas mostram que existe um Deus; sim, até mesmo a Terra e tudo que existe sobre a sua face, sim, e seu movimento, sim, e também todos os planetas que se movem em sua ordem regular testemunham que existe um Criador Supremo”. (Alma 30:44) Essas coisas não apenas testemunham a existência de um Ser Supremo, mas também que Ele é Jesus Cristo, o Criador de todas as coisas.
O Senhor ensinou Seus discípulos a ler as escrituras e ver as coisas que elas continham a respeito Dele próprio. (Ver Lucas 24:44–45.) Procurar e descobrir símbolos de Cristo nas escrituras é como abrir um poço de novas idéias e emoções referentes à Expiação. Por exemplo: A ordenança terrena do batismo por imersão é um símbolo da morte, sepultamento e Ressurreição de Cristo. (Ver Romanos 6:3–5; D&C 76:51–52.)
Moisés 6:64–68. Adão, um Filho Eterno de Deus
Enoque mostrou como Adão deu-nos o exemplo, exercendo sua fé em Cristo por meio do batismo pela água e pelo Espírito. Por meio de sua obediência, portanto, Adão tornou-se “um em [Cristo], um filho de Deus”. (Moisés 6:68) De igual modo, todos podem tornar-se filhos e filhas de Deus. (Ver Mosias 5:7; 27:24–27; D&C 25:1; 39:4.)
Moisés 6:67. Adão Possuía o Sacerdócio
Ver as idéias e comentários referentes a Moisés 6:7.
Moisés 7:1–20
ENOQUE LIDEROU O POVO DE DEUS
Moisés 7:3–4. Enoque Viu Deus Face a Face
Enoque teve uma experiência semelhante à de Moisés e Abraão. (Ver Moisés 1:31; Abraão 3:11.) O Presidente Brigham Young explicou com mais detalhes esse assunto: “O homem foi feito à imagem de Seu Criador, (…) ele é a imagem exata de Deus, tendo olhos, testa, sobrancelhas, nariz, maçãs do rosto, boca, queixo e orelhas idênticos aos de nosso Pai Celestial”. (Journal of Discourses, 13:146)
Moisés 7:13. “Grande Era a Fé que Possuía Enoque”
Foi dito a Enoque, no início de seu ministério, que ele faria coisas grandiosas. (Ver Moisés 6:34.) A fé que Enoque tinha em Jesus Cristo permitiu que fizesse essas coisas. O Élder Bruce R. McConkie disse: “Fé é poder; pela fé os mundos foram feitos; nada é impossível aos que têm fé. Se a própria Terra foi criada pela fé, sem dúvida uma simples montanha pode ser removida por esse mesmo poder”. (The Mortal Messiah: From Bethlehem to Calvary, 4 vols., 1979–1981, 3:73; ver também Jacó 4:6; Éter 12:13–22.)
Moisés 7:19. “Cidade da Santidade”
A cidade de Enoque tinha dois nomes, Sião e Cidade da Santidade. O segundo nome se torna mais significativo se nos lembrarmos de que o nome do Pai Celestial, na língua de Adão, é Homem de Santidade. (Ver Moisés 6:57.)
Moisés 7:21–41
ENOQUE VIU O QUE ACONTECERIA EM SUA PRÓPRIA ÉPOCA
Moisés 7:21. Transladação
As pessoas que foram levadas para o céu sem provar a morte foram transladadas. O Presidente Joseph Fielding Smith explicou: “Os seres transladados ainda são mortais e terão que passar pela experiência da morte, ou seja, a separação do espírito e o corpo, mas ela será instantânea, porque as pessoas da Cidade de Enoque, Elias, o profeta, e outras pessoas que receberam essa grande bênção na antigüidade, antes da vinda de nosso Senhor, não podiam ter recebido a ressurreição, ou a mudança da mortalidade para a imortalidade, porque nosso Senhor ainda não tinha pago a dívida que nos livra da mortalidade e nos concede a ressurreição”. (Answers to Gospel Questions, 1:165.)
O Profeta Joseph Smith disse: “Muitos supunham que a doutrina da transladação pregava que os homens eram levados imediatamente à presença de Deus e a uma plenitude eterna, porém essa idéia é falsa. O lugar onde habitam é segundo a ordem terrestre, e a fim de que fossem anjos ministradores em muitos planetas, Deus separou um lugar para esses indivíduos que, todavia, não alcançaram uma plenitude tão grande como os que ressuscitaram dos mortos”. (Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, p. 166.)
Moisés 7:26–28. Corrente e Trevas
Satanás promove as obras das trevas e procura prender, escravizar e destruir a humanidade. (Ver 2 Néfi 26:22; 28:17–23; Alma 12:11; Moisés 4:4.) Deus não trabalha nas trevas, e Ele procura salvar a humanidade. (Ver 2 Néfi 26:23–24, 33.) Além disso, em marcante contraste com Satanás e seus anjos, que riram ao ver a iniqüidade dos homens, Moisés 7:28 relata que Deus chorou pela iniqüidade de Seus filhos.
Moisés 7:27. Anjos Desceram dos Céus
Deus freqüentemente enviou anjos para ministrar a Seus filhos na Terra. (Por exemplo: Ver 3 Néfi 17:23–25; Morôni 7:35–37; D&C 13:1; 29:42; Moisés 5:5–7.)
Moisés 7:27. Muitos Foram Arrebatados para o Céu
Os justos descritos em Moisés 7:27 foram transladados e “arrebatados” para unirem-se aos da cidade de Sião. O Élder Bruce R. McConkie escreveu: “Depois que os habitantes da Cidade de Santidade foram transladados e arrebatados para o céu sem provar a morte, de modo que Sião como povo e congregação fugiu da face marcada pelas batalhas da Terra, o Senhor procurou outros que o servissem dentre os homens. Desde a época de Enoque até o dilúvio, os novos conversos e crentes verdadeiros, com exceção daqueles que eram necessários para cumprir os propósitos do Senhor entre os mortais, foram transladados”. (The Millennial Messiah, p. 284.)
Moisés 7:32–41. Por Que Deus Chorou?
O Élder Marion D. Hanks, que foi membro dos Setenta, explicou:
“A única coisa que Deus, de quem promanam todas as bênçãos, pediu a Seus filhos foi que amassem uns aos outros e que escolhessem a Ele, seu Pai.
Mas tal como em nossos dias, muitos decidiram não buscar o Senhor nem ter amor uns pelos outros, e quando Deus previu o sofrimento que inevitavelmente resultaria desse modo de agir impetuoso e rebelde, Ele chorou. Ele disse a Enoque que foi por esse motivo que chorou.” (Conference Report, abril de 1980, pp. 40–41; ou Ensign, maio de 1980, p. 29.)
Moisés 7:37. “Satanás Será Seu Pai”
O objetivo de Satanás é enganar e cegar toda a humanidade; tornar todos os filhos de Deus escravos de sua vontade, caso não dêem ouvidos à voz do Senhor. (Ver Moisés 4:4.) Satanás, portanto, torna-se “pai” daqueles que decidem segui-lo, e eles sentem a sua miséria’. (Ver 2 Néfi 2:18; D&C 10:22, 26–27.)
Moisés 7:38–39. Prisão Espiritual
O Élder Bruce R. McConkie escreveu: “Os homens da época de Noé rebelaram-se, rejeitaram o Senhor e Seu evangelho e foram sepultados em um túmulo de água. Seus espíritos foram para a prisão preparada para aqueles que caminham em trevas quando existe luz diante deles”. (The Promised Messiah, p. 330.)
O Presidente Joseph Fielding Smith explicou: “(…) desde a época de sua morte no dilúvio até a crucificação do Salvador, ficaram encerrados na prisão em tormento, sofrendo o castigo de suas transgressões, porque se recusaram a ouvir um profeta do Senhor—e assim será com todo homem que rejeitar o evangelho, haja vivido em outros tempos ou viva agora; isto não faz diferença alguma”. (Doutrinas de Salvação, 2:228.)
Moisés 7:39. “Aquele Que Escolhi”
O pronome Aquele refere-se a Jesus Cristo. Ele foi escolhido na existência pré-mortal para ser o Salvador do mundo. (Ver D&C 38:4; Moisés 4:2.) Depois de completar Sua missão na Terra, enquanto Seu corpo jazia no sepulcro, Cristo visitou o mundo espiritual em espírito. (Ver I Pedro 3:18–20.) Ao chegar lá, Ele organizou os espíritos dos justos para que fossem aos espíritos dos iníquos na prisão e pregassem o evangelho a eles. (Ver D&C 138.)
Moisés 7:42–57
ENOQUE VIU A ÉPOCA DE NOÉ E DE JESUS CRISTO
Moisés 7:44. A Princípio Enoque Recusou-se a Ser Consolado
O Élder Neal A. Maxwell explicou:
“Se Enoque não tivesse olhado e sido espiritualmente informado, ele teria visto a condição humana isolada da grande realidade. Se Deus não estivesse com ele, a pergunta de Enoque, ‘Por quê?’, teria sido um grito de desespero sem resposta!
A princípio, Enoque recusou-se a ‘ser consolado’. (Moisés 7:44) Por fim, ele viu o plano de Deus, a vinda posterior do Messias no meridiano dos tempos e o triunfo final dos desígnios de Deus.” (Conference Report, outubro de 1987, p. 36; ou Ensign, novembro de 1987, pp. 30–31.)
Moisés 7:47. “O Cordeiro É Morto”
“O Justo”, Jesus Cristo, também chamado de “o Cordeiro de Deus”, foi sacrificado em uma cruz no meridiano dos tempos, tal como os cordeiros sem mancha que foram sacrificados nos altares de pedra desde a época de Adão.
Moisés 7:48. A Terra Falou
O Élder Joseph Fielding Smith, quando era membro do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou: “O Senhor aqui [em Doutrina e Convênios 88] nos informa que a Terra na qual habitamos é um ser vivo, e que tempo virá em que ela será santificada de toda a injustiça. Na Pérola de Grande Valor, quando Enoque está conversando com o Senhor, ele ouve a Terra chorar para que seja libertada da iniqüidade que existe sobre sua face (…). Não é culpa da Terra que a iniqüidade prevaleça sobre sua face, pois ela foi fiel à lei que recebeu, e essa é a lei celestial. O Senhor, portanto, diz que a Terra será santificada de toda a injustiça”. (Church History and Modern Revelation, 2 vols., 1953, 1:366–367.)
Moisés 7:50–52. O Convênio de Enoque
O convênio que Deus fez com Enoque foi renovado com Noé. Na Tradução de Joseph Smith de Gênesis 6:18 (TJS, Gênesis 8:23–24) o Senhor diz a Noé que estabeleceria com ele o Seu convênio, como tinha jurado a seu pai, Enoque, de que todas as nações sairiam de sua posteridade.
E ordenou a Noé que entrasse na arca com seus filhos, sua esposa e a esposa de cada filho.
Moisés 7:53. Jesus Cristo
Jesus Cristo é “a Rocha do Céu”. A “porta” é a fé Nele, o arrependimento e o batismo pela água e pelo Espírito Santo. (Ver 2 Néfi 31:17–18.) Jesus Cristo é o único caminho pelo qual podemos voltar ao Pai. (Ver João 14:6.) Ele é o Messias, o “Ungido” que foi escolhido desde o princípio para salvar os filhos de Deus (ver Moisés 4:2; Abraão 3:27), o Rei de Sião, o Governante dos puros de coração (ver D&C 97:18–21) e o fundamento seguro sobre o qual podemos edificar nossa vida e alcançar a vida eterna. (Ver Mateus 7:24–25; Helamã 5:12.)
Moisés 7:55–56. A Terra Gemeu no Momento da Morte de Cristo
Enoque viu que a Terra gemeria e choraria e suas rochas se partiriam quando Cristo fosse crucificado e ressuscitasse. Néfi, filho de Leí, e Samuel, o lamanita, também profetizaram a esse respeito. (Ver 1 Néfi 19:10–12; Helamã 14:21–22.) O Livro de Mórmon contém um relato dos grandes terremotos que aconteceram no hemisfério ocidental (ver 3 Néfi 8:18), e a Bíblia conta a respeito dos terremotos no hemisfério oriental. (Ver Mateus 27:51.) O Élder Spencer W. Kimball, quando era membro do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou: “Esses espasmos terrestres [manifestaram] a revolta da Terra contra a crucificação de seu Criador”. (Conference Report, abril de 1963, p. 65.)
Moisés 7:56–57. A Ressurreição
Enoque viu que os santos que morressem antes de Cristo seriam ressuscitados e coroados à direita de Deus. Samuel, o lamanita, também profetizou a respeito da ressurreição que ocorreria na América, depois da Ressurreição de Cristo. (Ver Helamã 14:25.) Relatos dessa primeira ressurreição encontram-se em Mateus 27:52–53 e 3 Néfi 23:9–13.
A respeito da Ressurreição, o Presidente Howard W. Hunter, quando era Presidente Interino do Quórum dos Doze Apóstolos, disse:
“A doutrina da Ressurreição é a mais fundamental e importante doutrina da religião cristã. Ela deve ser bastante ressaltada e jamais esquecida.
Sem a Ressurreição, o evangelho de Jesus Cristo torna-se uma ladainha de sábios ditados e milagres aparentemente inexplicáveis, mas sem nenhum triunfo final. Não, o triunfo final está no milagre final: pois pela primeira vez na história da humanidade, alguém que tinha morrido ressuscitou para a vida imortal. Ele era o Filho de Deus, o Filho de nosso imortal Pai Celestial, e Seu triunfo sobre a morte física e espiritual são as boas novas que todo cristão deve propagar.” (Conference Report, abril de 1986, p. 18; ou Ensign, maio de 1986, p. 16.)
Moisés 7:58–69
ENOQUE VIU O DIA EM QUE A TERRA DESCANSARÁ
Moisés 7:58. “Quando Descansará a Terra?”
Enoque ouviu a Terra perguntar quando poderia descansar e ser purificada da iniqüidade de seus filhos. (Ver Moisés 7:48.) Enoque então viu que a Terra não descansaria nos dias de Noé nem nos dias do ministério mortal de Jesus Cristo. A ocasião em que a Terra finalmente descansaria seria na Segunda Vinda de Cristo. (Ver D&C 133:46–52; Regras de Fé 1:10.)
Moisés 7:59. “Conheço-Te”
O Senhor chamou Enoque para ser um pregador da retidão. (Ver Moisés 6:26–36.) Para ajudar Enoque a cumprir sua missão, o Senhor lhe disse: “Meu Espírito está sobre ti (…) e tu permanecerás em mim e eu, em ti; portanto anda comigo”. (Moisés 6:34) Enoque realmente andou com Deus (ver Moisés 6:39) e adquiriu confiança para dizer: “Conheço-te”.
Moisés 7:59. “Direito a Teu Trono”
Enoque viu os santos ascenderem com um corpo ressuscitado, receberem uma coroa e colocarem-se à direita de Cristo. (Ver Moisés 7:56.) Ele então previu sua própria glória futura. (Ver Moisés 7:59.) Deus prometeu a todos os Seus filhos dignos a mesma recompensa. (Ver Romanos 8:16–17; Apocalipse 3:21.) Enoque também viu esse futuro glorioso “não por [ele] mesmo, mas por meio [da] própria graça [de Deus]”. (Moisés 7:59) A exaltação no reino celestial de Deus é alcançada como uma dádiva de Deus, pela graça, depois que tudo o que pudermos fazer. (Ver 2 Néfi 25:23; D&C 6:13.) A respeito da graça, o Bible Dictionary declara:
“O significado principal dessa palavra são meios divinos de ajuda e fortalecimento, concedidos pela abundante misericórdia e amor de Jesus Cristo.
(…)É também pela graça do Senhor que as pessoas, por meio da fé na expiação de Jesus Cristo e do arrependimento de seus pecados, recebem força e auxílio para realizarem boas obras que de outro modo não seriam capazes de manter, se contassem apenas com seus próprios recursos. Essa graça é um poder que torna os homens e mulheres capazes de alcançar a vida eterna e a exaltação, depois de fazerem o melhor que puderem por si mesmos.
(…) No entanto, a graça não é suficiente, sem o total empenho por parte daquele que a recebe.” (“Grace”, p. 697; ver também 2 Néfi 25:23; Morôni 10:32–33.)
Moisés 7:62. “Justiça Enviarei dos Céus; E Verdade Farei Brotar da Terra”
O Presidente Ezra Taft Benson explicou que o Senhor prometeu que “justiça viria do céu e verdade, da Terra”. Vemos o maravilhoso cumprimento dessa profecia em nossa geração. O Livro de Mórmon surgiu da Terra, cheio de verdade, servindo como ‘a pedra angular de nossa religião’. (Ver Introdução do Livro de Mórmon.) Deus também enviou justiça dos céus. O Próprio Pai apareceu com Seu Filho ao Profeta Joseph Smith. O anjo Morôni, João Batista, Pedro, Tiago e vários outros anjos foram designados pelos céus a restaurarem os devidos poderes ao reino. Além disso, o Profeta Joseph Smith recebeu inúmeras revelações dos céus, durante aqueles primeiros e importantes anos do crescimento da Igreja. Essas revelações foram preservadas para nós em Doutrina e Convênios”. (Conference Report, outubro de 1986, p. 102; ou Ensign, novembro de 1986, pp. 79–80.)
Moisés 7:62. “Justiça e Verdade Farei Varrerem a Terra”
O Presidente Ezra Taft Benson ensinou:
“O Livro de Mórmon é o instrumento que Deus designou para ‘varrer a Terra, como um dilúvio, a fim de reunir [Seus] eleitos’. (Moisés 7:62) Esse livro sagrado de escrituras precisa ocupar uma posição de maior destaque em nossa pregação, nosso ensino e nosso trabalho missionário. (…)
Já está na hora de haver um grande dilúvio na Terra com o Livro de Mórmon, pelas muitas razões que o Senhor nos deu. (…) Temos o Livro de Mórmon, temos os membros, temos os missionários, temos os recursos, e o mundo precisa disso. Chegou o momento!” (Conference Report, outubro de 1988, pp. 3–4; ou Ensign, novembro de 1988, pp. 4–5.)
Moisés 7:62. “Sião, uma Nova Jerusalém”
O Profeta Joseph Smith ensinou: “E agora pergunto, de que modo a justiça e a verdade varrerão a Terra, como um dilúvio? Vou responder. Os homens e os anjos precisam trabalhar juntos para realizar esse grande trabalho, e Sião tem de ser preparada, sim, uma nova Jerusalém para os eleitos que serão reunidos dos quatro cantos da Terra, e estabelecida como uma cidade santa”. (History of the Church, 2:260; para mais informações sobre a Sião dos últimos dias [a Nova Jerusalém], ver 3 Néfi 20:22; 21:20–25; Éter 13:2–8; D&C 45:65–71; 57:1–3.)
Moisés 7:63. As Duas Siões Irão Se Encontrar
A respeito dessa reunião das duas Siões, o Presidente John Taylor disse: “Quando chegar o tempo dessas calamidades sobre as quais lemos se abaterem sobre a Terra, aqueles que estiverem preparados terão o poder de transladação, como nos tempos antigos, e a cidade será transladada. E a Sião que está na Terra ascenderá, e a Sião de cima descerá, como nos foi dito, e nos encontraremos e debruçar-nos-emos em seu colo e nos abraçaremos e nos beijaremos uns aos outros. E assim os propósitos de Deus, até certo ponto, serão cumpridos”. (Journal of Discourses, 21:253.)
Moisés 7:64–65. O Milênio
Durante o milênio, a Terra não será um mundo celestial. Ela estará na condição terrestre, ou paradisíaca, purificada da iniqüidade. No início do milênio, ainda haverá pessoas de várias crenças religiosas habitando na Terra. O Presidente Joseph Fielding Smith escreveu:
“Quando chegar o reino de Jesus Cristo, durante o milênio, aqueles que viveram a lei teleste serão removidos. Está escrito na Bíblia e nas outras obras padrão da Igreja que a Terra será purificada de toda sua corrupção e iniqüidade. Aqueles que viveram uma vida virtuosa, que foram honestos em seus negócios com seus semelhantes e que se esforçarem em fazer o bem, da melhor forma que puderam, permanecerão(…).
O evangelho será ensinado de modo muito mais intenso e com maior poder durante o milênio, até que todos os habitantes da Terra venham a aceitá-lo. Satanás será preso, de modo que não poderá tentar ninguém. Se alguém se recusar a se arrepender e a aceitar o evangelho sob essas condições, então será amaldiçoado. Por meio das revelações concedidas aos profetas, aprendemos que durante o reinado de mil anos de Jesus Cristo, todas as pessoas acabarão aceitando a verdade.” (Answers to Gospel Questions, 1:108, 110–111; para mais informações sobre o milênio, ver Isaías 11:5–9; 65:17–25; D&C 101:26–34.)
Moisés 7:68–69. “Sião Fugiu”
O povo de Enoque viveu na Terra por muitos anos antes de ser levado para o céu. A respeito desse período de tempo, o Presidente Brigham Young disse: “Enoque teve de falar a seu povo e ensiná-lo durante um período de trezentos e sessenta anos, antes de conseguir fazer com que estivessem preparados para entrar em seu descanso. Então ele obteve poder para transladar a si mesmo e seu povo”. (Journal of Discourses, 3:320.)
Moisés 8:1–30
O MUNDO ESTAVA CHEIO DE INIQÜIDADE
Moisés 8:1–11. Noé
Muitas gerações de profetas previram Noé como o profeta dos dias da purificação da Terra pelo dilúvio. (Ver Moisés 8:2, 9.) Noé foi ordenado ao sacerdócio maior quando tinha dez anos de idade por seu avô Matusalém. (Ver D&C 107:52.) Ele tornou-se um pregador da justiça, tal como Enoque. Ele, a mulher e seus filhos, Jafé, Sem e Cão, e suas respectivas mulheres foram os únicos a sobreviverem ao dilúvio. Noé possuía as chaves de sua dispensação e está logo abaixo de Adão em autoridade. (Ver History of the Church, 3:386.)
Noé é o anjo Gabriel (ver History of the Church, 3:386), que apareceu a Zacarias para anunciar que ele seria pai de João Batista, e a Maria para anunciar que ela seria mãe de Jesus Cristo. Noé ainda cumpre os deveres de seu chamado como Elias (ver D&C 27:6–7), ou seja, alguém que prepara ou restaura o caminho. Nas várias vezes em que apareceu, Noé desempenhou essas duas funções.
Moisés 8:3. A Posteridade de Matusalém
Uma lista dos “filhos de Deus”, iniciada em Moisés 5:8–25, continua em Moisés 8, com a inclusão de Lameque (v. 5), Noé (v. 9) e os três filhos de Noé (v. 12). Esses irmãos eram todos portadores do sacerdócio maior (ver D&C 107:40–52; para mais informações sobre Matusalém, ver D&C 107:50, 52–57.)
Moisés 8:14–15. As Filhas dos Filhos de Deus
O Presidente Joseph Fielding Smith aplicou as lições de Moisés 8:14–15 a nossos dias, dizendo:
“Pelo fato de as filhas de Noé terem-se casado com os filhos dos homens, contrariando os ensinamentos do Senhor, a Sua ira se acendeu, e essa ofensa foi uma das causas do dilúvio universal (…). As filhas que tinham evidentemente nascido sob convênio e que eram as filhas dos filhos de Deus, ou seja, as filhas daqueles que possuíam o sacerdócio, estavam transgredindo os mandamentos de Deus e se estavam casando fora da Igreja. Assim, estavam impedindo a si mesmas de receberem as bênçãos do sacerdócio, contrariando dessa forma os ensinamentos de Noé e a vontade de Deus (…).
Hoje existem filhas insensatas daqueles que possuem esse mesmo sacerdócio que estão violando esse mandamento e casando-se com os filhos dos homens. Há também alguns filhos daqueles que possuem o sacerdócio que estão casando-se com as filhas dos homens. Tudo isso é contrário à vontade de Deus, tanto quanto era nos dias de Noé.” (Answers to Gospel Questions, 1:136–137.)
Moisés 8:16. Noé Ensinou o Evangelho de Jesus Cristo
O Presidente Ezra Taft Benson, quando era Presidente do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou: “Desde a época do Pai Adão até a época do Profeta Joseph Smith e seus sucessores, sempre que o sacerdócio esteve na Terra, uma de suas principais responsabilidades foi a pregação dos eternos princípios de salvação do evangelho: o plano de salvação. O Pai Adão ensinou essas coisas a seus próprios filhos. (Moisés 5:12) Pensem nos longos anos de trabalho missionário de Noé e a pregação de todos os antigos profetas. (Moisés 8:16–20) Cada um em sua época foi ordenado a levar a mensagem do evangelho aos filhos dos homens e chamá-los ao arrependimento, como única maneira de escaparem dos julgamentos iminentes”. (Conference Report, abril de 1974, p. 153; ou Ensign, maio de 1974, p. 105.)
Moisés 8:17. “Meu Espírito Não Contenderá Sempre com o Homem”
O Presidente Harold B. Lee declarou: “Isso significa a remoção daquela luz que todos poderiam desfrutar, se tivessem guardado os mandamentos”. (Stand Ye in Holy Places, 1974, p. 119; ver também 1 Néfi 7:14; 2 Néfi 26:11; Mórmon 5:16; Éter 2:15; 15:19; Morôni 8:28; 9:4; D&C 1:33.)
Moisés 8:25. “Noé Sentiu Pesar e Doeu-lhe o Coração”
Observem que esse versículo é uma importante e inspirada correção de Gênesis 6:6, onde lemos: “Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração”. A palavra hebraica usada nesse versículo e traduzida por arrependeu-se na Bíblia é nacham, que literalmente significa “suspirar”, “respirar ruidosamente”, “sentir pesar”, “ter pena”.
Moisés 8:27. “Noé Era um Homem Justo e Perfeito em Sua Geração”
O Élder Mark E. Petersen, que foi membro do Quórum dos Doze Apóstolos, escreveu:
“Noé, aquele que construiu a arca, foi um dos grande servos de Deus, escolhido antes de nascer, como aconteceu com outros profetas. Ele não era louco, como muitos supunham. Nem um personagem mítico, criado apenas nas lendas. Noé foi uma pessoa real (…).
Ninguém deve menosprezar a vida e a missão desse grande profeta. Noé estava tão perto da perfeição em sua época que literalmente andava e conversava com Deus (…).
Em todos os tempos, poucos homens foram tão grandes quanto Noé. Em muitos aspectos, ele se assemelhava a Adão, o primeiro homem. Ambos serviram como anjos ministradores na presença de Deus, mesmo após sua vida mortal.” (Noah and the Flood, 1982, pp. 1–2.)
Moisés 8:26–30. O Dilúvio
O Presidente Joseph Fielding Smith disse: “Assim, pois, o Senhor mandou Noé construir uma arca na qual devia abrigar sua família e os animais da Terra, a fim de preservar semente para após o dilúvio; e toda carne que não estava na arca pereceu de acordo com o decreto do Senhor. Naturalmente os grandes sábios entre os homens não acreditam nessa história, assim como não acreditaram na época em Noé”. (Doutrinas de Salvação, 3:39.)
O Presidente John Taylor ensinou: “Deus destruiu os iníquos daquela geração com um dilúvio. Por que Ele os destruiu? Ele os destruiu para o próprio benefício deles, se é que podem compreender isso”. (Journal of Discourses, 24:291; ver também 19:158–159 para saber o ponto de vista do Presidente Taylor com relação ao Dilúvio como um ato de amor.)