Vinde à Casa do Senhor
“Vinde ao templo regular e dignamente. Não somente abençoais os que já faleceram, como também podeis receber liberalmente a prometida revelação pessoal.”
Na primeira revelação registrada desta última dispensação, o Senhor instruiu Joseph Smith no que consideramos ser talvez a maior obra desta dispensação: selar os vivos às suas famílias e a seus progenitores. (Vide D&C 2.)
Inscritas em placas de cobre na entrada do Templo de Alberta, Canadá, estão estas significativas palavras escritas por Orson F. Whitney, um apóstolo, há oitenta anos:
Puro deve ser o coração que entra neste local,
Onde ocorre um banquete puramente espiritual
Participai livremente, pois Deus de graça dá,
E apreciai as alegrias daquilo que o céu trará.
Aprendei aqui sobre o Ser ressuscitado,
Por quem as chaves e o reino ao homem foram dados.
Fazendo entre o passado e o presente ligação
Permite aos vivos e mortos encontrar a perfeição.
Estas palavras brandas lembram, aos que entram no templo, as importantes verdades a respeito das ordenanças do templo: que todos os que entram possam assim fazê-lo, sentindo o amor de nosso Pai Celestial.
“Puro deve ser o coração.” Com esta frase o Élder Whitney ensina a importância da preparação eficiente para freqüentar o templo. Nós, que freqüentamos o templo, devemos viver de maneira a nos mantermos dignos de entrar e desfrutar plenamente o banquete mencionado por ele.
Analisamos nossa dignidade para entrar no templo por ocasião das entrevistas anuais com os líderes do sacerdócio para a renovação da recomendação para o templo. Nossa assinatura e a deles, na recomendação, atestam a dignidade de entrar no templo. Como é importante que sejamos completamente honestos com o bispo! Não sendo completamente honestos com ele sobre nossa dignidade violamos a integridade que aumenta a seriedade de pecados ocultos.
Quando apresentamos a recomendação ao recepcionista do templo, reafirmamos nossa dignidade de entrar naquele local sagrado. Se houver um problema não resolvido desde que recebemos a recomendação, seria conveniente obedecer ao ensinamento do Senhor mencionado no Sermão da Montanha:
“Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti,
Deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem e apresenta a tua oferta” (Mateus 5:23–24).
Lembrai-vos de que a dádiva que levais à Casa do Senhor não é os sacrifícios que nossos antepassados da antigüidade levaram ao templo, mas sim o coração puro que o irmão Whitney menciona. Aplicamos a orientação do Senhor quando nos asseguramos de que nosso coração é puro, analisando nossa vida antes de irmos ao templo. Se houver um erro não perdoado, devemos buscar a ação penitente necessária para nos reabilitarmos.
Devemos também examinar o relacionamento que temos com nosso irmão, irmã, esposa, marido, filho, pai, mãe, ou qualquer outra pessoa que possa ter “algo contra nós”. Devemos reparar e fortalecer qualquer relacionamento estremecido, e depois ir ao templo.
Os verdadeiramente humildes e obedientes levam esta preparação um pouco mais além. Purificam o coração de quaisquer sentimentos que possam estar em desarmonia com o ambiente e experiências sagradas encontrados no templo. Estarão atentos aos sentimentos de raiva, hostilidade, medo, frustração, impetuosidade ou qualquer preocupação com assuntos não relativos ao templo, pois tais coisas interferirão na sua capacidade de participar plenamente do banquete dentro do templo – que é o banquete do Espírito. Esses tipos de sentimentos são deixados do lado de fora do templo, quando lá entramos.
O templo é um lugar onde aqueles que o Senhor escolheu são investidos com poder do alto – um poder que nos capacita a usar nossos dons e habilidades com maior inteligência e eficácia crescente, a fim de realizar os propósitos do Pai Celestial em nossa vida e na vida daqueles que amamos.
Ao dedicar a pedra angular do Templo de Lago Salgado em 6 de abril de 1853, o Presidente Brigham Young fez a seguinte observação sobre a investidura:
“Vossa investidura é receber todas as ordenanças na Casa do Senhor, as quais, vos serão necessárias, após terdes partido desta vida, para capacitar-vos a voltar à presença do Pai, passando pelos anjos que estão de sentinela… e ganhar vossa exaltação eterna apesar da terra e do inferno” (Journal of Discourses, 2:31).
Recebemos as bênçãos que o Presidente Young mencionou quando recebemos a investidura. A compreensão do significado da investidura aumenta ao participarmos regularmente das ordenanças sagradas em favor dos mortos.
Alguns participam mais plenamente do banquete mencionado por Orson F. Whitney do que outros. Os que recebem mais compreendem os métodos de ensino que o Senhor usa no templo. Trazem ao templo o coração e a mente preparados para participar do método de aprendizagem do Senhor.
Outros recebem menos e podem ficar um pouco desapontados com suas experiências no templo; talvez não entendam como o Senhor nos ensina em sua casa. Élder John A. Widtsoe disse:
“Vivemos em um mundo de símbolos. Nenhum homem ou mulher pode sair do templo investido como deveria, a menos que tenha visto, além do símbolo, as poderosas realidades que os símbolos representam.” (“Temple Worship”, Utah Genealogical and Historical Magazine, abril de 1921, página 62).
Se ficastes um pouco confusos, inseguros ou preocupados com vossa experiência no templo, espero que retomeis muitas outras vezes. Quando retornardes, vinde com um coração aberto, interessado, contrito e permiti que o Espírito vos ensine pela revelação o que os símbolos podem significar para vós e as realidades eternas que eles representam. O Élder Widtsoe bondosamente aconselhou sobre como podeis fazer isto. Falou da primeira visão do Profeta como um exemplo de como a revelação é recebida, seja no templo ou outro lugar.
“Como os homens recebem revelações”? pergunta ele. “Como o Profeta Joseph Smith obteve a primeira revelação, a primeira visão? Ele queria algo. Em um bosque, longe da perplexidade humana, ele concentrou toda a força de sua natureza; ali lutou contra o demônio do mal, e, finalmente, por causa da força de seu desejo e do grande esforço feito, o Pai e o Filho desceram dos céus e declararam-lhe a verdade eterna” “Temple Worship”, página 63).
O Élder Widtsoe observou que foi a força do desejo de Joseph e seu grande esforço, que o capacitaram a receber a visão do Pai e do Filho. Também desejo e esforço são requeridos se desejarmos receber revelação para entender as ordenanças da investidura. Escreveu ele: “Revelação… não é algo imposto a alguém; chegará a nós pela fé, busca e trabalho… Aos homens e mulheres que passam pelo templo, com olhos abertos, prestando atenção aos símbolos e convênios, esforçando-se contínua e inabalavelmente para compreender seu significado completo, Deus declara sua palavra e ocorrem as revelações… A investidura que foi dada por revelação pode ser melhor compreendida por meio da revelação; e para aqueles que buscam com mais afinco, com coração puro, a revelação será magnífica”(“Temple Worship,” página 63).
Para se compreender as coisas de Deus é preciso esforço contínuo, um coração puro e receptivo, e uma mente aberta. A revelação vem em resposta ao desejo e à busca; banqueteamo-nos então nas “alegrias… que o céu trará”.
O Presidente Benson nos promete:
“Eu vos prometo que, com a crescente freqüência ao templo de nosso Deus, recebereis acrescida revelação pessoal para abençoar vossa vida assim como abençoais aqueles que morreram.” (A Liahona, julho 1987, página 86.).
Ide ao templo regular e dignamente. Vós não apenas abençoais os que já faleceram, mas podeis receber liberalmente a prometida revelação pessoal, que abençoará vossa vida com poder, conhecimento, luz, beleza e verdade do alto, que guiará a vós e vossa posteridade à vida eterna. Quem não gostaria de receber estas bênçãos, proferidas pelo Profeta Joseph Smith na dedicação do Templo de Kirtland. Disse ele: “E nós te rogamos, Pai Santo, que os teus servos possam sair desta casa armados com o teu poder, e que o teu nome esteja sobre eles, e tua glória ao redor deles, e que os teus anjos zelem por eles” (D&C 109:22).
Ao voltardes do templo, relatai vossos sentimentos a vossos filhos e entes queridos. Não faleis das ordenanças sagradas, mas do amor e poder manifestados através delas.
Permiti que vossos filhos observem vosso comportamento, mais gentil e amoroso. Declarações positivas sobre o que sentiram no templo criarão em vossos filhos o desejo de receber as mesmas bênçãos e dar-lhes-ão grande motivação para resistir às tentações que poderiam desqualificá-los para as bênçãos do templo.
Pelo poder selador do santo sacerdócio, as gerações são unidas em correntes patriarcais desde o recém-nascido “até onde o Senhor revelar” (Brigham Young, in Journal of Discourses, 3:372).
Quando noivos se ajoelham no altar do templo e são unidos pelo poder do santo sacerdócio para o tempo e a eternidade, uma família eterna é criada e organizada. Deverá existir eternamente. Poderá tomar-se etema em seus atributos pela fidelidade constante do marido e da esposa e da lealdade a seus convênios com o Pai Celestial.
Vós que sois selados ao cônjuge, vivo ou falecido, lembrai-vos por um momento do dia em que vos ajoelhastes no altar e fostes selados como marido e mulher pelo tempo e para a eternidade. Estais lembrados de algumas palavras da cerimônia? Estais lembrados dos sentimentos sagrados, do vislumbre de promessas eternas? Podeis sentir novamente o poder que criou um relacionamento que transcenderá a morte? Podeis lembrar-vos do sentimento de amor de nosso Pai Celestial por vós e vosso cônjuge, manifestado naquela ocasião?
Se o tempo e as realidades da vida diária desgastaram vossas recordações do que sentistes e recebestes quando fostes selados, deveríeis retomar ao templo e participar novamente como procuradores dos mortos nesta mesma ordenança. Tirai proveito desta oportunidade. Fazei-o juntos como marido e mulher. Aprofundareis vosso entendimento dos convênios feitos e renovareis as promessas recebidas naquele dia, quando fostes selados como companheiros eternos.
Estas palavras poderão reabrir feridas que alguns de vós gostaríeis de curar e esquecer. Talvez haja um vestígio amargo nas lembranças que aquelas palavras invocam, porque aquilo que uma vez parecia tão glorioso e promissor pouco se assemelha à realidade que agora experimentais. Vosso casamento eterno talvez tenha sido destruído pela infidelidade ou apostasia, ou esteja desgastado pela indiferença, negligência ou desatenção aos convênios. Fostes talvez, um cônjuge fiel, mas agora sóis involuntariamente um pai ou uma mãe que enfrenta as dificuldades sozinho.
Que vossos corações sejam elevados por meu testemunho de que vossa fidelidade à investidura e aos convênios do selamento vos assegura a plenitude das bênçãos prometidas. A infidelidade, transgressão ou indiferença de um cônjuge não necessita contrariamente afetar vossa fidelidade aos vossos convênios. Testifico-vos que as bênçãos serão vossas se fordes fiéis aos convênios. Afirmo que, ainda que a estrada seja longa e difícil, podeis, com o apoio de líderes dedicados e com o constante amor de nosso Salvador, chegar ao vosso destino eterno.
Agora falo a vós que não estais qualificados para uma recomendação para o templo. Achegai-vos a vossos líderes do sacerdócio e modificai vossa vida, a fim de entrardes dignamente no templo. Depois, então, freqüentai-o regularmente.
Conhecereis nosso Senhor ali. À medida que vosso relacionamento com ele cresce e se intensifica, desenvolvereis progressivamente confiança em seu amor; em sua misericórdia encontrareis alívio para vossas dificuldades; em seu poder encontrareis força para resistir e voltar à sua presença. Quando tirardes proveito desta assistência divina, sabereis que não existe nenhum desafio, nenhuma dificuldade, nenhum obstáculo em vossa vida que vós, juntamente com ele, não podereis sobrepujar. Testifico-vos isso!
Cada ordenança na casa do Senhor presta testemunho do “Ser ressuscitado” da realidade de sua expiação e ressurreição. Aprendemos sobre a imortalidade e vida eterna, verdades tangíveis para nós por causa de sua expiação. Somos abençoados pelos convênios e ordenanças que nos preparam para sermos readmitidos em sua divina presença.
Termino, conforme comecei, com o verso inspirado do Élder Whitney:
Puro deve ser o coração que entra neste local,
Onde ocorre um banquete puramente espiritual.
Participai livremente, pois Deus de graça dá,
E apreciai as alegrias daquilo que o céu trará.
Aprendei aqui sobre o Ser ressuscitado,
Por quem as chaves e o reino ao homem foram dados;
Fazendo entre o passado e o presente ligação
Permite aos vivos e mortos encontrar a perfeição.
É minha oração que aproveitemos completamente todas as oportunidades de ir regularmente ao templo do Senhor, e lá, participar graciosamente do banquete e das bênçãos oferecidas por ele, em nome de Jesus Cristo, amém.