Como Encontrei Cristo em Cafarnaum
Após anos de planejamento e preparação, finalmente viajei à Terra Santa com minha família e alguns bons amigos. Ao nos aproximarmos do Mar da Galiléia, não víamos a hora de chegar a Cafarnaum.
O livro de Mateus nos conta que, depois de ser rejeitado pelos habitantes de seu próprio vilarejo, Nazaré, o Salvador fez de Cafarnaum “sua cidade” (Mateus 9:1). Foi em Cafarnaum e às margens do Mar da Galiléia que Cristo chamou Pedro, Tiago, João, André e posteriormente Mateus para serem seus discípulos (ver Mateus 4:18–22; 9:9).
Cafarnaum significa “cidade de Naum”, ou cidade do consolo. Cristo de fato tinha compaixão pelo povo dessa cidade e o consolou expulsando demônios, curando “todos os que estavam enfermos” e até levantando os mortos (ver Mateus 8:16; Marcos 5:35–42). Embora tempos depois tenha censurado o povo de Cafarnaum por tê-Lo rejeitado, é provável que Cristo tenha realizado mais milagres nessa localidade do que em qualquer outra.
Em Cafarnaum, visitamos ruínas e perambulamos por velhas ruelas urbanas, maravilhados ao pensar no que essa cidade testemunhara (ver Mateus 11:23). Pouco depois, parei e me sentei sob uma árvore, refletindo e contemplando o Mar da Galiléia. Minhas grandes expectativas de sentir os eventos das escrituras ganharem vida, porém, não se tinham concretizado por completo. Apesar de minha preparação para a viagem, minha sinceridade ao buscar a Cristo e a determinação que finalmente nos levara até lá, sentia um peso no coração.
Por que aquele local onde Cristo abençoara tantas pessoas não abençoava também a nossa vida? Ao debater-me com esses sentimentos, tive o forte desejo de ler as escrituras. Perguntei aos integrantes do nosso grupo se tinham a Bíblia, mas infelizmente ninguém a trouxera. Por sorte, alguém tinha um palmtop com uma versão eletrônica das escrituras. Logo nos reunimos em volta dessa pessoa para ouvi-la ler os versículos de Mateus 4 e Marcos 5 sobre o Salvador em Cafarnaum.
Assim que nossa atenção se voltou para as escrituras, o vazio que eu sentira foi substituído por um testemunho consolador do amor do Salvador e da realidade dos eventos dos quais testificam as escrituras. Viéramos a Cafarnaum em busca de Cristo, mas só O encontramos ao examinarmos as escrituras. Não era o local em si que nos prestava testemunho, mas o Espírito Santo.
O estudo das escrituras pode ser complementado por esclarecimentos históricos, comentários de eruditos, explicações lingüísticas e viagens ocasionais, mas nada substitui o aprendizado resultante do contato direto com o Espírito ao mergulharmos nas escrituras. Os filhos de Mosias, que “haviam examinado diligentemente as escrituras para conhecerem a palavra de Deus” (Alma 17:2), foram um exemplo desse princípio.
Que o estudo das escrituras desempenhe um papel central em nossa busca de Cristo, pois as escrituras são, de fato, o melhor local para encontrá-Lo.