As ordenanças de salvação nos trarão uma maravilhosa luz
Participar das ordenanças e honrar os convênios a elas associados lhes trará uma maravilhosa luz e proteção neste mundo cada vez mais sombrio.
Irmãos e irmãs, alegro-me com vocês no evangelho, ou a doutrina de Cristo.
Um amigo certa vez perguntou ao élder Neil L. Andersen, que na época era dos setenta, como era falar diante de 21 mil pessoas no Centro de Conferências. O élder Andersen respondeu: “Não são as 21 mil pessoas que o deixam nervoso; são os 15 apóstolos sentados atrás de você”. Na época eu ri, mas é assim que me sinto agora. Eu amo e apoio esses 15 homens como profetas, videntes e reveladores.
O Senhor disse a Abraão que, por meio de sua semente e do sacerdócio, todas as famílias da Terra seriam abençoadas “com as bênçãos do Evangelho (…), sim, de vida eterna” (Abraão 2:11; ver também versículos 2–10).
Essas bênçãos prometidas do evangelho e do sacerdócio foram restauradas na Terra, e depois, em 1842, o profeta Joseph Smith administrou a investidura a um número restrito de homens e mulheres. Mercy Fielding Thompson foi uma dessas pessoas. O profeta lhe disse: “Isso vai trazê-la das trevas para a maravilhosa luz”.1
Hoje, quero me concentrar nas ordenanças de salvação, que nos trarão uma maravilhosa luz.
Ordenanças e convênios
Em Sempre Fiéis, lemos: “Uma ordenança é um ato sagrado e formal realizado por uma autoridade do sacerdócio. [As] ordenanças [que] são essenciais à nossa exaltação (…) se chamam ordenanças de salvação e incluem o batismo, a confirmação, a ordenação ao Sacerdócio de Melquisedeque (para os homens), a investidura no templo e o selamento do casamento”.2
O élder David A. Bednar ensinou: “As ordenanças de salvação e de exaltação administradas na Igreja restaurada do Senhor (…) são meios autorizados pelos quais as bênçãos e os poderes do céu podem fluir para nossa vida pessoal”.3
Assim como a moeda, com dois lados, todas as ordenanças de salvação vêm acompanhadas de convênios com Deus. Deus nos prometeu bênçãos se formos fiéis a esses convênios.
O profeta Amuleque declarou que esta vida é o tempo de nos prepararmos para o encontro com Deus (ver Alma 34:32). Como nos preparamos? Recebendo as ordenanças dignamente. Devemos também, nas palavras do presidente Russell M. Nelson, “permanecer no caminho do convênio”. Ele continua: “Seu compromisso de seguir o Salvador, fazendo convênios com Ele e depois guardando esses convênios, vai abrir a porta de todos os privilégios e bênçãos espirituais disponíveis a mulheres, homens e crianças de todo o mundo”.4
John e Bonnie Newman, assim como muitos de vocês, são recebedores das bênçãos espirituais que o presidente Nelson prometeu. Certo domingo, depois de ir à igreja com seus três filhos pequenos, Bonnie disse a John, que não era membro da Igreja: “Não consigo fazer isso sozinha. Você precisa decidir se virá conosco à minha igreja ou se vai escolher uma igreja para irmos juntos, mas as crianças precisam saber que o pai delas também ama a Deus”. No domingo seguinte e todos os domingos depois, além de frequentar a igreja, John também servia, tocando piano em muitos ramos, alas e na Primária durante anos. Tive o privilégio de me reunir com ele em abril de 2015, e durante nossa conversa, expliquei-lhe que o melhor meio para ele demonstrar seu amor por Bonnie era levá-la ao templo, mas isso não seria possível se ele não se batizasse.
Depois de frequentar A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias por 39 anos, John foi batizado em 2015. Um ano mais tarde, John e Bonnie foram selados no Templo de Memphis Tennessee, 20 anos depois de ela ter recebido sua investidura. Seu filho de 47 anos, Robert, disse a respeito de seu pai: “Papai realmente se desenvolveu depois que recebeu o sacerdócio”. Bonnie acrescentou: “John sempre foi alegre e entusiasmado, mas receber as ordenanças e honrar os convênios ampliou sua docilidade”.
A Expiação de Cristo e Seu exemplo
Há vários anos, o presidente Boyd K. Packer nos advertiu: “A boa conduta sem as ordenanças do evangelho não redimirá nem exaltará a humanidade”.5 Na verdade, não apenas precisamos das ordenanças e dos convênios para retornarmos a nosso Pai, mas também precisamos de Seu Filho, Jesus Cristo, e de Sua Expiação.
O rei Benjamim ensinou que, apenas em nome e pelo nome de Cristo, a salvação pode ser concedida aos filhos dos homens (ver Mosias 3:17; ver também Regras de Fé 1:3).
Por meio de Sua Expiação, Jesus Cristo nos redimiu das consequências da Queda de Adão e tornou possível nosso arrependimento e nossa exaltação. Por meio de Sua vida, Ele deu o exemplo para que recebamos as ordenanças de salvação, nas quais “manifesta-se o poder da divindade” (D&C 84:20).
Depois que o Salvador recebeu a ordenança do batismo para “cumprir toda a retidão” (2 Néfi 31:5–6), Satanás o tentou. Da mesma maneira, nossas tentações não terminam depois do batismo ou do selamento, mas receber as ordenanças sagradas e honrar os convênios a elas associados nos enche de uma maravilhosa luz e nos dá força para resistir e vencer as tentações.
Advertência
Isaías profetizou que nos últimos dias “a terra está contaminada (…) porquanto (…) mudam os estatutos” (Isaías 24:5; ver também D&C 1:15).
Uma advertência relacionada, revelada ao profeta Joseph Smith, foi que alguns “se aproximam [do Senhor] com os lábios (…) [e] ensinam como doutrina os mandamentos de homens, tendo aparência de religiosidade, mas negam o seu poder” (Joseph Smith—História 1:19).
O apóstolo Paulo também advertiu que muitos teriam a “aparência de piedade, mas [negariam] a eficácia dela. Destes afasta-te” (2 Timóteo 3:5). E eu repito: afastem-se deles.
As muitas distrações e tentações da vida são semelhantes a “lobos devoradores” (Mateus 7:15). É o verdadeiro pastor quem vai preparar, proteger e advertir as ovelhas e o rebanho quando esses lobos estiverem se aproximando (ver João 10:11–12). Como pastores que procuram imitar a vida perfeita do Bom Pastor, não somos pastores de nossa própria alma assim como da alma de outras pessoas? Com o conselho dos profetas, videntes e reveladores que acabamos de apoiar e com o poder e dom do Espírito Santo, podemos ver os lobos se aproximando se estivermos atentos e preparados. De modo contrário, quando somos pastores negligentes de nossa alma e da alma de outras pessoas, poderão ocorrer perdas. A negligência leva a perdas. Convido cada um de nós a sermos pastores fiéis.
Experiência e testemunho
O sacramento é uma ordenança que nos ajuda a permanecer no caminho, e o tomarmos dignamente é uma evidência de que estamos guardando os convênios relacionados a todas as outras ordenanças. Há alguns anos, enquanto minha esposa, Anita, e eu servíamos na Missão Arkansas Little Rock, saí para ensinar com dois jovens missionários. Durante a lição, o bom irmão a quem estávamos ensinando disse: “Já estive em sua igreja. Por que vocês precisam comer pão e beber água todos os domingos? Em minha igreja, fazemos isso duas vezes por ano, na Páscoa e no Natal, e são momentos muito significativos”.
Dissemos a ele que recebemos o mandamento de nos “[reunir] frequentemente para partilhar o pão e o vinho” (Morôni 6:6; ver também D&C 20:75). Lemos Mateus 26 e 3 Néfi 18 em voz alta. Ele respondeu que ainda não via a necessidade.
Então fizemos a seguinte comparação: “Imagine que você se envolva em um acidente de carro muito sério. Você está ferido e inconsciente. Alguém corre até você, vê que está inconsciente e liga para a emergência. Você é socorrido e recupera a consciência”.
Depois perguntamos a ele: “Quando conseguir reconhecer onde está, quais serão suas perguntas?”
“Vou querer saber como cheguei lá e quem me encontrou. Vou agradecer àquela pessoa todos os dias por ter salvado minha vida”, ele respondeu.
Compartilhamos com aquele bom homem como o Salvador salvou nossa vida e como precisamos ser gratos a Ele todos os dias, todos os dias e todos os dias!
Depois perguntamos: “Ao saber que Ele deu a vida por você e por nós, com que frequência deseja comer o pão e beber a água como emblemas do corpo e do sangue Dele?”
Sua resposta foi: “Já entendi, já entendi. Mais uma coisa. Sua igreja não é animada como a nossa”.
“O que você faria se o Salvador Jesus Cristo entrasse pela sua porta?”, perguntamos.
“Eu imediatamente me ajoelharia”, ele disse.
Nós então perguntamos: “Não é isso que sente quando entra numa capela da nossa Igreja — reverência pelo Salvador?”
Sua resposta foi: “Já entendi, já entendi”.
Ele apareceu na igreja naquele domingo de Páscoa e continuou a frequentar.
Convido cada um de nós a perguntar a nós mesmos: “Que ordenanças, incluindo o sacramento, preciso receber, e que convênios preciso fazer, guardar e honrar?” Prometo que participar das ordenanças e honrar os convênios a elas associados lhes trará uma maravilhosa luz e proteção neste mundo cada vez mais sombrio. Em nome de Jesus Cristo. Amém.