2018
“Um por Um”
Junho de 2018


“Um por Um”

“Alcançar, um por um, resgatando aqueles que são menos ativos.” (Plano da Área de 2018)

Uma das histórias mais dramáticas e delicadas do Livro de Mórmon é a aparição do Salvador aos nefitas fiéis após sua crucificação e ressurreição. Os Nefitas testemunharam destruição maciça e perda de vida com a morte do nosso Senhor. Parecia que toda a Terra estava em alvoroço, quase como se o universo tivesse sofrido a perda do Filho Unigênito de Deus.

Quando a destruição finalmente cessou, “houve trevas espessas sobre toda a face da terra. …

“E aconteceu que essas trevas duraram pelo espaço de três dias, nos quais não foi vista luz alguma; e houve grandes lamentações … entre todo o povo, continuamente” (ver 3 Néfi 8:20, 23).

Os nefitas foram deixados na escuridão para temer e lamentar as suas perdas e questionar-se o que aconteceria a seguir. Mas, eventualmente, a escuridão dispersou-se e as pessoas reunidas “nos arredores do templo que ficava na terra de Abundância; e estavam maravilhados e surpresos e mostravam uns aos outros…” e eles “conversavam sobre esse Jesus Cristo, de cuja morte haviam recebido o sinal” (3 Néfi 11:1–2).

“E aconteceu que enquanto estavam assim conversando uns com os outros, ouviram uma voz que parecia vir do céu; e … penetrava-lhes até o âmago” (3 Néfi 11:3).

Eles não entenderam a voz pela primeira vez que ouviram, nem pela segunda vez, mas “na terceira vez compreenderam a voz que ouviram; e ela lhes dizia:

“Eis aqui meu Filho Amado, em quem me comprazo e em quem glorifiquei meu nome — ouvi-o.

“E aconteceu que, ao entenderem, voltaram outra vez os olhos para o céu; e eis que viram um Homem descendo do céu; e ele estava vestido com uma túnica branca; e ele desceu e colocou-se no meio deles.

“E aconteceu que ele estendeu a mão e falou ao povo, dizendo:

“Eis que eu sou Jesus Cristo, cuja vinda ao mundo foi testificada pelos profetas.

“E aconteceu que quando Jesus pronunciou estas palavras, toda a multidão caiu por terra; porque se lembraram de que havia sido profetizado entre eles que Cristo lhes apareceria depois de sua ascensão ao céu” (3 Néfi 11:6–10, 12).

Imagine o espanto das pessoas enquanto olhavam para o Senhor ressuscitado. Aqui estava Jesus Cristo, o Grande Jeová do Antigo Testamento, o Messias do Novo Testamento. Deve ter havido uma mistura de sentimentos de medo e emoção, enquanto contemplavam o que aconteceria a seguir. Então, de forma amável e gentil, “o Senhor falou com eles dizendo: Levantai-vos e aproximai-vos de mim, para que possais meter as mãos no meu lado e também para apalpar as marcas dos cravos em minhas mãos e em meus pés, a fim de que saibais que eu sou o Deus de Israel e o Deus de toda a terra.”

Com este simples convite, “a multidão se adiantou e meteu as mãos no seu lado e apalpou as marcas dos cravos em suas mãos e seus pés; e isto fizeram, adiantando-se um por um, até que todos viram com os próprios olhos, apalparam com as mãos e souberam com toda a certeza, testemunhando que ele era aquele sobre quem os profetas escreveram que haveria de vir” (ver 3 Néfi 11:15; grifo do autor).

Esta experiência poderosa “um a um” tocou profundamente o coração e a vida daqueles que estavam presentes. Tanto que por quatro gerações seguintes — mais de duzentos anos — eles viveram como um povo de Sião em perfeito amor e paz. O ministério pessoal do Salvador, resgatando uma pessoa de cada vez, foi uma influência poderosa, abençoou a vida dessas pessoas, levando-as a serem ativas de forma plena na Igreja e no Evangelho.

Plano da Área de 2018 — Resgatar Um por Um

Como uma presidência de área, tivemos a impressão de incentivar os nossos membros a “alcançar, um por um, resgatando aqueles que são menos ativos.” Com esse objetivo digno em mente, significa que temos a responsabilidade de procurar, alcançar e continuar a tentar resgatar nossos irmãos e irmãs que estão enfraquecidos em sua fé ou precisam do nosso apoio. Este esforço de resgate sempre será feito somente uma pessoa de cada vez. Exigirá que procuremos e ministremos aos nossos irmãos e irmãs, um a um. Um coração, uma alma, um filho de Deus de cada vez.

Parábola da Ovelha Desgarrada

O Salvador ensinou esta importante verdade ao ensinar uma parábola sobre pastores e ovelhas:

“Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto, e não vai após a perdida até que venha a achá-la?

E achando-a, a põe sobre seus ombros, cheio de júbilo;

E chegando à casa, convoca os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida.

Digo-vos que assim haverá mais alegria no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento” (Lucas 15:4–7; grifo do autor).

Os ensinamentos da parábola são claros: devemos procurar o um. Como pastores designados a trabalhar para o Bom Pastor, dedicamos o nosso tempo e talentos a alcançar e resgatar aqueles que são menos ativos, ou enfraquecidos ou necessitados.

Nunca sabemos quando voltarão aqueles a quem ministramos. Cada pessoa tem o livre arbítrio e tem o seu próprio tempo. Nosso dever é simplesmente ministrar como ensinado pelo Salvador aos nefitas:

“Não obstante, não o expulsareis de vossas sinagogas nem de vossos lugares de adoração, pois junto a esses deveis continuar a ministrar; porque não sabeis se eles irão voltar e arrepender-se e vir a mim com toda a sinceridade de coração e eu irei curá-los; e sereis vós o meio de levar-lhes salvação” (3 Néfi 18:32).

Nós “não sabemos” o que acontecerá, simplesmente “continuaremos a ministrar”.

Para o Resgate

No Museu de Victoria e Albert em Londres, Inglaterra, há uma bela obra de arte pintada em 1831 por Joseph Mallord William Turner. Amado pelo Presidente Thomas S. Monson (1927–2018), ele a descreveu no discurso da conferência geral de abril de 2001:

“A pintura mostrava nuvens carregadas e a fúria de um mar turbulento, pressagiando perigo e morte. Ao longe, cintilava a luz de uma embarcação em dificuldades. Em primeiro plano, sacudido violentamente pelas ondas espumantes, havia um grande barco salva-vidas. Os homens remavam com todo o vigor enquanto o barco precipitava-se na tempestade. Na praia, via-se uma mulher e duas crianças, molhadas pela chuva e engalfadas pelo vento. Elas olhavam aflitas para o mar.”

Quando o Presidente Monson olhou para a pintura, ele disse: “Em minha mente, abreviei o nome da pintura. Para mim, passou a chamar-se “Ao Regate”. Em meio às tempestades da vida, o perigo está à espreita; e homens, como barcos, vêem-se desamparados e fitam de perto a sua ruína. Quem socorrerá esses homens, deixando para trás o conforto do lar e da família, e sairá em seu resgate?” (Thomas S. Monson, “Ao Resgate,” Conferência Geral de Abril de 2001; ver também, “Nossa Responsabilidade de Resgatar,” A Liahona, outubro de 2013, 4).

Queridos irmãos e irmãs da Área da África Sudeste: temos muito a fazer. Há muitos que precisam dos nossos esforços de resgate. Como Presidente Monson disse: “Existem pés a firmar, mãos a segurar, espíritos a encorajar, coracões a inspirar e almas a salvar. As bençãos da eternidade os aguardam” (“Ao Resgate,” 57). Nós o convidamos a olhar ao redor e ver claramente aqueles que precisam ser resgatados.

O Evangelho restaurado de Jesus Cristo é a resposta à todas as questões, a solução para todos os problemas. Devemos encontrar formas de “alcançar, um por um, resgatar aqueles que são menos ativos” no Evangelho de Jesus Cristo. É nossa oração, que Deus nos conceda a fé para o fazer.