2019
Ministrar como o Salvador de forma normal e natural
Fevereiro de 2019


MENSAGEM DA PRESIDÊNCIA DA ÁREA

Ministrar como o Salvador de forma normal e natural

“Os profetas e apóstolos vivos estão chamar a si e a mim para cuidar dos nossos irmãos e irmãs de um modo mais elevado e santo, através de ministrar.”

Em uma tarde de sábado em setembro de 1985, nossa família estava a deleitar-se numa tarde tranquila sob a sombra de uma árvore depois de um almoço tardio em nossa nova casa em Gigiri, Nairobi. Nós havíamos nos mudado para lá no início daquele ano e descobrimos que o jardim precisava de muito trabalho. Não tínhamos dinheiro para contratar um empreiteiro de paisagismo profissional e, por isso, fizemos um projeto familiar para fazermos o trabalho sozinhos. Como havíamos feito na maioria dos sábados durante vários meses, passamos a maior parte da manhã e do começo da tarde cavando a relva para nivelá-lo, preparando-nos para plantar nova relva e flores.

Foi nessa situação que, sem hora marcada, dois senhores entraram pelo portão. Um deles era um membro da família que conhecíamos bem. Ele apresentou seu companheiro como engenheiro que havia retornado recentemente dos EUA onde tinha ido estudar.

Aquele engenheiro e sua família tornaram-se novos amigos da família. Aprendemos que ele era membro de uma igreja que ainda não estava estabelecida no Quênia naquela época. Pouco depois, a irmã Sitati e eu sentimos o desejo de visitá-lo depois de visitar um familiar que morava em sua vizinhança. Logo depois que chegamos em sua casa, o casal missionário sénior — que mais tarde batizou-nos em A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias — entrou. Depois de responder a nossas curiosas perguntas, o casal convidou-nos para ir à igreja em sua casa no domingo seguinte. Nós aceitamos o convite. O resto é história — participamos das reuniões da igreja todos os domingos desde então.

Das interações comuns e naturais das nossas vidas, nossa família veio a aprender e a juntar-se à Igreja. 

Em muitas comunidades em África, é normal que familiares e amigos se visitem sem aviso prévio. Embora a comercialização da vida tenha — em certa medida — tirado o tempo social que as pessoas costumavam a passar umas com as outras, a cultura de chegar espontaneamente na casa de um irmão, ou uma irmã e sua família, ou um tio que não se sente bem, ou uma tia distante que está tendo alguns desafios em sua vida, ou um sobrinho que passou no exame nacional, para ver como eles estão ainda está viva e em forma.

Tais visitas são sempre bem-vindas, porque são motivadas pelo desejo do visitante pelo bem-estar dos visitados. A oportunidade é aproveitada para falar sobre cada membro da família e como eles estão, quer estejam presentes durante a visita ou não. As batalhas e alegrias da vida desde a última visita são compartilhadas, e cada um é fortalecido em um genuíno espírito de carinho compassivo um pelo outro. 

Falando a título de ilustração usando a parábola das ovelhas e dos bodes, o Senhor Jesus Cristo ensinou-nos como devemos ministrar em Sua igreja:

“Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me” (Mateus 25:35–36).

Isso soará familiar para muitos de vocês em congregações por toda a Área, porque vocês cresceram em uma cultura na qual é normal e natural fazer o esforço de estar ciente das circunstâncias dos membros da família, e fazer o que puderem para ajudar a aliviar as suas aflições. E vocês sempre fizeram isso por vontade própria, porque era a coisa certa a fazer. Para você, era normal e natural estar preocupado, e ajudar de acordo com sua capacidade quando a ajuda era necessária. Sem ser lembrado, você deu ouvidos ao conselho de Alma para aqueles que desejavam ser discípulos de Cristo para “carregar os fardos uns dos outros, para que eles sejam leves” e “chorar com os que choram; sim, e consolar os que necessitam de consolo” (Mosias 18:8–9).

Hoje, como membro da Igreja, você e eu entramos no “rebanho de Deus” e somos chamados “seu povo” (Mosias 18:8). Os profetas e apóstolos vivos estão a chamar a si e a mim para cuidar de nossos irmãos e irmãs de um modo mais elevado e santo através de ministrar como o salvador. Ao fazer isso, teremos o Espírito do Senhor para nos ajudar a “servir de testemunhas de Deus em todos os momentos e em todas as coisas e em todos os lugares em que [estiver] até a morte” (Mosias 18:9). Temos a bênção e a oportunidade de extrair de nossa experiência comum e cultura de cuidado compassivo uns pelos outros em nossas comunidades. Podemos aplicar essa experiência, que é uma parte da nossa segunda natureza, em responder efetivamente ao convite do nosso profeta vivo, o Presidente Russell M. Nelson, para ajudar a elevar nossos irmãos e irmãs no evangelho e edificar a igreja do Senhor. Depois de fazer o melhor possível, as palavras de boas-vindas, paz e conforto do Salvador nos aguardam:

“Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; … Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (Mateus 25:34, 40).

Oro para que continuemos a ministrar de maneira normal e natural aos nossos irmãos e irmãs no rebanho de Deus, e a todos os filhos de Deus dentro de nossa influência, a fim de podermos sempre aguardar ansiosamente o dia de alegrarmo-nos com o Salvador.

O Élder Joseph W. Sitati foi apoiado como Autoridade Geral Setenta em abril de 2009. Ele é casado com Gladys Nangoni; eles são pais de cinco filhos.