Liahona
Testemunhas das placas de ouro do Livro de Mórmon
Junho de 2024


Testemunhas das placas de ouro do Livro de Mórmon

Além das três testemunhas e das oito testemunhas, cujos testemunhos aparecem na introdução do Livro de Mórmon, várias outras pessoas viram ou tocaram nas placas de ouro.

Em 1823, quando o anjo Morôni apareceu pela primeira vez a Joseph Smith, ele contou a Joseph sobre as placas de ouro, dizendo que “havia um livro escondido, escrito em placas de ouro (…). Disse também que o livro continha a plenitude do evangelho eterno, tal como fora entregue pelo Salvador aos antigos habitantes” (Joseph Smith—História 1:34).

Quatro anos depois, em 22 de setembro de 1827, Morôni confiou as placas aos seus cuidados. Joseph explicou mais tarde: “Disse-me que quando eu recebesse as placas sobre as quais havia falado (…) — a ninguém deveria mostrá-las; (…) salvo àqueles a quem me fosse ordenado mostrá-los” (Joseph Smith—História 1:42).

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Monte Cumora

O Monte Cumora, onde Joseph Smith recebeu as placas de ouro de Morôni.

As placas eram sagradas ,e Joseph não as mostrou a outras pessoas sem permissão; no entanto, muitas pessoas tocaram nas placas enquanto estavam cobertas e até ouviram o som de metal das placas. Quando a tradução terminou, as três e as oito testemunhas viram as placas descobertas, e as oito testemunhas as manusearam descobertas. As placas, portanto, foram testemunhadas com três sentidos: visão, tato e audição.

  • As testemunhas viram o conjunto completo de placas, bem como as argolas que as prendiam; as partes seladas e não seladas, bem como o selo juntando a porção selada; cada uma das placas individuais da porção não selada; e as inscrições gravadas em cada lado de cada folha.

  • As testemunhas tocaram nas placas quando seguraram o conjunto completo em seus braços para avaliar seu peso, folhearam as folhas como se estivessem virando as páginas de um livro e sentiram cada placa na parte não selada ao virarem as folhas uma a uma.

  • As testemunhas ouviram o tilintar das placas de metal quando foram movidas.

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mapa

Locais a partir do alto: Manchester, Nova York; Fayette, Nova York; Harmony, Pensilvânia.

Com o tempo, as placas foram vistas em três lugares: Manchester, Nova York; Harmony, Pensilvânia; e Fayette, Nova York.

Testemunhas em Manchester

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casa de Joseph Smith Sr. e Lucy Mack Smith

Casa de Joseph Smith Sr. e Lucy Mack Smith, perto do Bosque Sagrado. Joseph e Emma moravam ali em 1827, quando Joseph recebeu as placas de ouro pela primeira vez.

A família Smith e outras pessoas em sua região tiveram a oportunidade de segurar o registro antigo e tocar em suas placas individuais na casa da família Smith, no município de Manchester, Nova York. O irmão mais novo de Joseph, William, de 16 anos, em 1827, tinha uma lembrança viva de ter visto as placas, que mais tarde compartilhou em um sermão: “Quando as placas foram trazidas para casa, elas estavam embrulhadas em um pedaço de lã grossa. Meu pai, então, colocou-as dentro de uma fronha. Ele disse: ‘Como assim, Joseph, não podemos vê-las?’ [Joseph respondeu]: ‘Não. (…) Fui proibido de mostrá-las até que sejam traduzidas, mas vocês podem tocar nelas’. Nós as manuseamos e pudemos saber o que eram. (…) Poderia dizer se eram redondas ou quadradas. Poderia levantar as folhas dessa maneira (levantando algumas folhas da Bíblia diante dele). Poderíamos facilmente dizer que não eram uma pedra cortada para enganar nem mesmo um bloco de madeira”.

Em outra ocasião, William forneceu mais informações: “Pude ver que eram algum tipo de placa e que estavam presas por argolas na parte de trás”. Ele também escreveu que, além de tocar nas placas e nas argolas individuais, ele tinha segurado o artefato inteiro: “Foi-me permitido levantá-las. (…) Elas pesavam cerca de 27 quilos, de acordo com meu julgamento”. A irmã mais nova de Joseph, Katherine, de 14 anos, também conseguiu segurar as placas no dia em que Joseph as trouxe para casa. Ela “passou os dedos pelas bordas das placas e sentiu que eram placas de metal separadas e ouviu o tilintar do som que elas fizeram”.

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Lucy Mack Smith

A mãe de Joseph, Lucy Mack Smith

Mais tarde, Lucy compartilhou suas experiências com uma vizinha, Sally Bradford Parker, que escreveu: “Perguntei se ela viu as placas. Ela disse que não, que não era para ela vê-las, mas as segurou e tocou, e acredito em tudo o que disse porque fui sua vizinha por oito meses e ela era uma das melhores mulheres que conheci”. Embora nunca tenha visto as placas descobertas, Lucy tinha certeza de sua autenticidade e da veracidade de sua tradução. Ela se lembrou de ter sido visitada por um diácono de uma das igrejas locais que pediu para ver as placas. Quando ela se recusou a mostrar o registro, ele pediu a ela que parasse de falar com outras pessoas sobre ele. Lucy respondeu: “Mesmo que você (…) me queimasse na fogueira, eu declararia que Joseph tem esse registro”.

Outros na região de Palmyra e Manchester, onde a família Smith morava, tiveram permissão de segurar as placas enquanto estavam guardadas dentro de uma caixa ou em algum outro tipo de recipiente. Martin Harris relatou que sua esposa, Lucy Harris, e uma de suas filhas — provavelmente Lucy ou Duty — visitaram a família Smith e receberam permissão para segurar as placas. Ambas disseram a Martin que eram muito pesadas. Depois, o próprio Martin Harris visitou a família Smith e teve a mesma experiência.

Martin Harris relatou que Alvah Beman, que também morava na região, também teve permissão para segurar as placas em uma caixa e “disse que as ouviu se movimentarem”. As placas provavelmente se moveram quando a caixa foi entregue a Alvah, produzindo o som de metal tilintando.

Testemunhas em Harmony

Em dezembro de 1827, houve diversas tentativas de roubo das placas, então Joseph decidiu se mudar com Emma para a casa dos pais dela no município de Harmony, Pensilvânia.

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Emma Smith

Emma Smith

Quando Joseph e Emma chegaram, Joseph permitiu que Isaac Hale, pai de Emma, segurasse as placas em uma caixa. Isaac declarou mais tarde: “Pude sentir o peso da caixa, e eles me deram a entender que o livro de placas estava na caixa”. No entanto, ele não estava convencido nem satisfeito com a situação. Ele disse a Joseph que lhe mostrasse as placas ou as retirasse de sua casa. Joseph escondeu as placas em um bosque próximo até que ele e Emma se mudaram para sua própria casa na propriedade da família Hale.

Uma fazenda vizinha pertencia a Joseph e Sarah McKune. Mais tarde, a neta deles relatou que Joseph McKune teve permissão de “pegar nas mãos uma fronha na qual o suposto tesouro sagrado estava embrulhado e sentir através do pano que ele tinha folhas”.

Em Harmony, Joseph Smith começou a tradução do Livro de Mórmon pelo dom e poder de Deus. Seus primeiros escreventes foram sua esposa, Emma, e seu amigo Martin Harris. Assim como os membros das famílias Harris e Smith, Emma segurou as placas, pois ela “as levantava e movia” enquanto limpava. Ela também sentiu as folhas e ouviu o som que faziam quando se moviam, descrevendo-as dessa maneira: “Certa vez, toquei nas placas, enquanto elas estavam sobre a mesa, traçando seu contorno e sua forma. Pareciam maleáveis como papelão e farfalhavam com um som metálico ao se passar o polegar pelas bordas, como se faz com as páginas de um livro”.

Testemunhas em Fayette

No final de maio de 1829, o mesmo tipo de perseguição que Joseph havia vivenciado em Manchester começou a ocorrer em Harmony, e Joseph percebeu que precisaria se mudar novamente para terminar a tradução. Com sua esposa, Emma, e seu escrevente, Oliver Cowdery, Joseph foi levado para a casa de alguns conhecidos: Peter e Mary Whitmer, do município de Fayette, Nova York.

Um mensageiro celestial mostrou as placas a Mary Whitmer. Pelo que sabemos, ela nunca assumiu sua experiência por escrito. Mas Mary compartilhou sua experiência com seus filhos e netos, que mais tarde a compartilharam com outras pessoas. Seu neto John C. Whitmer relatou: “Ouvi minha avó (Mary M. Whitmer) dizer em várias ocasiões que um anjo mostrou a ela as placas do Livro de Mórmon”.

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Mary Whitmer vê as placas de ouro

Seu filho David disse que “ela se encontrou perto do quintal com um homem idoso”. O neto John disse que aquele homem estava “carregando algo nas costas que parecia uma bolsa” e que “a princípio ela estava com um pouco de medo dele”. No entanto, “quando ele falou com ela em um tom gentil e amigável e começou a lhe explicar a natureza do trabalho que estava acontecendo em sua casa, ela ficou cheia de alegria e satisfação inexprimíveis”.

John forneceu mais detalhes sobre o maravilhoso testemunho do registro sagrado que Mary recebeu na época: “Ele então abriu sua bolsa e lhe mostrou um conjunto de placas. (…) Essa pessoa estranha folheou as placas do livro, folha após folha, e também lhe mostrou os escritos gravados; o personagem então desapareceu repentinamente com as placas, e ela não conseguiu ver para onde ele foi”.

John declarou: “Eu sabia que minha avó era uma mulher boa, nobre e sincera, e não tenho a menor dúvida de que sua declaração em relação a ver as placas era estritamente verdadeira. Ela acreditou firmemente no Livro de Mórmon até o dia de sua morte”.

O filho de Mary, David, se tornaria uma das três testemunhas, a quem um anjo mostrou as placas quando a tradução foi concluída. Além disso, os outros filhos de Mary estavam entre as oito testemunhas a quem Joseph Smith mostrou as placas, que conseguiram segurar e manusear as placas descobertas, virar as placas e observar seus escritos antigos.

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menino lendo um livro

Nosso próprio testemunho

Em questões de fé e história, muitas pessoas querem mais evidências. Alguns podem desejar que as placas de ouro estivessem disponíveis para todos verem em um museu mundialmente renomado. Embora Joseph Smith tenha devolvido as placas de ouro ao anjo Morôni e não possamos inspecioná-las pessoalmente, temos o testemunho daqueles que o fizeram.

A história das placas cumpre a lei divina das testemunhas: “O Senhor Deus revelará as palavras do livro e, pela boca de tantas testemunhas quantas achar necessário, estabelecerá a sua palavra” (2 Néfi 27:14). Os homens e as mulheres que viram, tocaram e ouviram as placas prestaram testemunho da realidade material das placas e de suas inscrições, de sua aparência antiga e da aprovação celestial de sua tradução divina.

Assim como as três e as oito testemunhas, o testemunho de outras testemunhas não se destina a nos converter a viver o evangelho. Pelo contrário, o testemunho de todas as diversas testemunhas fornece uma razão para levar o Livro de Mórmon a sério, para lê-lo e agir de acordo com a promessa de Morôni: “E quando receberdes estas coisas, eu vos exorto a perguntardes a Deus, o Pai Eterno, em nome de Cristo, se estas coisas não são verdadeiras; e se perguntardes com um coração sincero e com real intenção, tendo fé em Cristo, ele vos manifestará a verdade delas pelo poder do Espírito Santo” (Morôni 10:4).

Essa promessa é dirigida a todas as pessoas nos últimos dias. É para você! Talvez essa promessa já tenha sido cumprida em sua vida. Talvez as palavras daqueles que viram as placas de ouro estejam chamando você agora para ler a escritura sagrada que foi traduzida de suas gravações. Os homens e as mulheres que viram e seguraram as placas permaneceram fiéis a seu testemunho e podemos fazer o mesmo. Podemos manter sagrado nosso testemunho e compartilhá-lo com outras pessoas.

Notas

  1. William B. Smith, sermão, 8 de junho de 1884, conforme relatado por C. E. Butterworth, em “The Old Soldier’s Testimony”, Saints’s Herald, 4 de outubro de 1884, pp. 643–644.

  2. William Smith, entrevistado por Ed[mund] C. Briggs e transcrito por John W. Peterson, em J[ohn] W. Peterson, carta, Bradtville, WI, para “[the] Editor [of Zion’s] Ensign”, Independence, MO, outubro ou novembro de 1893, conforme publicado em “W[illia]m B. Smith’s Last Statement”, Zion’s Ensign, 13 de janeiro de 1894, p. 6.

  3. William Smith, William Smith on Mormonism, 1883, p. 12.

  4. Ver H[erbert] S. Salisbury, entrevistado por I[saac] Binghamenhead Ball, Lafayette, CA, 31 de agosto de 1954, “The Prophet’s Sister Testifies She Lifted the B. of M. Plates”, p. 1, Biblioteca de História da Igreja, Salt Lake City.

  5. Sally Bradford Parker, Sunbury, OH, a John Kempton [e Hannah Bradford Kempton], Farmington, ME, 26 de agosto de 1838, p. 2, Doris Whittier Pierce File, Delaware, Ohio; ortografia modernizada; transcrito em Janiece L. Johnson, “‘The Scriptures Is a Fulfilling’: Sally Parker’s Weave”, BYU Studies, vol. 44, nº 2, 2005, pp. 115–116.

  6. Lucy Mack Smith, História, 1845, p. 163, josephsmithpapers.org.

  7. Ver Martin Harris, entrevistado por Joel Tiffany, em “MORMONISM—Nº 2”, Tiffany’s Monthly, maio–julho de 1859, p. 168.

  8. Ver Martin Harris, em “MORMONISM—Nº 2”, p. 169; ver também David B. Dille, declaração, 15 de setembro de 1853, conforme publicado em “Additional Testimony of Martin Harris (One of the Three Witnesses) to the Coming Forth of the Book of Mormon”, Millennial Star, 20 de agosto de 1859, p. 545.

  9. Martin Harris, “MORMONISM—Nº 2”, p. 167.

  10. Ver Isaac Hale, Declaração, 20 de março de 1834, conforme publicado em “Mormonism”, Susquehanna Register, and Northern Pennsylvanian, 1º de maio de 1834, p. 1.

  11. “Early Days of Mormonism”, Chenango Union, 12 de abril de 1877, p. 3.

  12. Ver Santos: A História da Igreja de Jesus Cristo nos Últimos Dias, vol. 1, O Estandarte da Verdade, 1815–1846, 2018, pp. 49–51.

  13. Ver Joseph Smith III, carta, Lamoni, IA, para a sra. E. Horton, Chicago, IL, 7 de março de 1900, p. 3, Miscellany, Community of Christ Library and Archives, Community of Christ International Headquarters, Independence, MO.

  14. Emma Hale Smith, entrevistada por Joseph Smith III, em “Last Testimony of Sister Emma”, Saints’ Herald, 1º de outubro de 1879, p. 290.

  15. As citações e informações sobre Mary Whitmer são extraídas de relatos de entrevistas com David e John: Orson Pratt e Joseph F. Smith, carta, Cidade de Nova York, NY, a Pres. John Taylor and Council of the Twelve, 17 de setembro de 1878, pp. 7–10, em Joseph F. Smith Papers, 1854–1918, Biblioteca de História da Igreja, Salt Lake City; Andrew Jenson, “The Eight Witnesses”, The Historical Record: Devoted Exclusively to Historical, Biographical, Chronological and Statistical Matters, outubro de 1888, p. 621; Edward Stevenson, “The Thirteenth Witness to the Plates of the Book of Mormon”, Juvenile Instructor, 1º de janeiro de 1889, p. 23.

  16. Ver nota anterior.

  17. Assim como Mary, as placas foram mostradas para as três testemunhas em Fayette. Pouco depois, as oito testemunhas viram e seguraram as placas em Manchester (ver Santos, vol. 1, pp. 73–75).

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