Vício
3° Passo: Confiança Em Deus


3° Passo

Confiança Em Deus

Princípio-Chave: Decidir entregar sua vontade e sua vida aos cuidados de Deus, o Pai Eterno, e Seu Filho, Jesus Cristo.

5:33

Opasso 3 é um passo de decisão. Nos dois primeiros passos, despertamos para o que não podemos fazer por nós mesmos e o que precisamos que Deus faça por nós. No 3° passo, aprendemos a única coisa que podemos fazer por Deus. Podemos tomar a decisão de abrir-nos com Ele e entregar-Lhe toda a nossa vida — passada, presente e futura — e nossa vontade referente à nossa vida. O passo 3 foi um ato de arbítrio. Foi a escolha mais importante que fizemos.

O Élder Neal A. Maxwell, do Quórum dos Doze Apóstolos, fez a seguinte declaração sobre essa importante decisão: “A submissão de nossa vontade é realmente a única coisa pessoal que podemos colocar no altar de Deus. É uma doutrina difícil, mas verdadeira. As muitas outras coisas que damos a Deus, por mais agradável que isso nos seja, são na verdade coisas que Ele já nos deu e que nos emprestou. Mas quando começamos a submeter-nos permitindo que nossa vontade seja absorvida pela vontade de Deus, então estaremos realmente dando algo a Ele” (“Insights from My Life”, Ensign, agosto de 2000, p. 9).

O Presidente Boyd K. Packer, do Quórum dos Doze, descreveu sua decisão de ceder à vontade de Deus e a liberdade que essa decisão lhe proporcionou: “Talvez a maior descoberta de minha vida, sem dúvida o maior comprometimento, ocorreu quando finalmente tive a confiança em Deus de que emprestaria ou cederia meu arbítrio a Ele — sem ser compelido ou pressionado, sem nenhuma dificuldade, como pessoa individual, por mim mesmo, sem fingir, não esperando nada além desse privilégio. Em certo sentido, falando figurativamente, quando pegamos nosso arbítrio, aquela preciosa dádiva que as escrituras explicam claramente ser essencial à própria vida, e dizemos ‘Farei como tu me orientares’, descobrimos em seguida que ao fazê-lo nós a possuímos ainda mais do que antes” (Obedience, Brigham Young University Speeches of the Year, 7 de dezembro de 1971, p. 4).

Quando damos o passo 3, enfrentamos a verdade de que a recuperação é muito mais um resultado do esforço do Senhor do que do nosso próprio esforço. Ele realizou o milagre quando O convidamos a entrar em nossa vida. O 3° passo foi a decisão de permitir que Deus nos recuperasse e redimisse. Foi a decisão de permitir que Ele dirigisse nossa vida, lembrando, é claro, que Ele sempre respeitará nosso arbítrio. Assim, decidimos colocar nossa vida nas mãos Dele, seguindo continuamente esse programa de recuperação de enfoque espiritual.

Quando assistimos à nossa primeira reunião de recuperação, talvez nos tenhamos sentido pressionados ou até forçados por outros a estarmos lá, mas ao darmos o 3° passo, decidimos agir por nós mesmos. Demo-nos conta de que essa mudança em nossa vida precisava ser uma decisão própria. Não tinha nada a ver com o que nossos pais fizeram, o que estão fazendo agora ou o que eles desejavam. Tampouco tinha a ver com o que nosso cônjuge, familiares ou amigos achavam, sentiam, fizeram ou deixaram de fazer. Vimos que tínhamos que estar dispostos a permanecer limpos e sóbrios, independentemente da opinião ou escolhas de outras pessoas. Nossa vontade era o sólido alicerce sobre o qual se firmava o equilíbrio de nossa recuperação. Ao lermos o Livro de Mórmon, descobrimos uma vigorosa confirmação do 3° passo em Alma 5:13: “Eles humilharam-se e depositaram confiança no Deus verdadeiro e vivo”.

Quando demos esse passo, ficamos aterrorizados com o desconhecido. O que aconteceria se nos humilhássemos e entregássemos totalmente a nossa vida e vontade aos cuidados de Deus? Para muitos de nós, a infância foi muito difícil, e ficamos aterrorizados em tornar-nos novamente vulneráveis como criancinhas. Estávamos convencidos, por experiências passadas, que assumir um compromisso definitivo era quase impossível, tendo em vista a insanidade que nos cerca no mundo. Tínhamos visto muitos compromissos serem quebrados. Nós próprios tínhamos quebrado muitos. O melhor que alguns de nós podíamos fazer era experimentar o que nossos amigos em recuperação tinham sugerido: “Não use. Vá às reuniões. Peça ajuda”. Aqueles que tinham trilhado os passos da recuperação antes de nós convidaram-nos a experimentar aquele novo estilo de vida. Pacientemente esperaram que tivéssemos o desejo de abrir as portas para Deus, nem que fosse somente um pouquinho.

O Senhor fez o mesmo convite: “Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo” (Apocalipse 3:20).

A princípio nossos esforços foram ansiosos e inconstantes. Colocávamos nossa confiança no Senhor e depois a retirávamos de volta. Preocupávamo-nos com a possibilidade de Ele ficar descontente com nossa inconstância e retirar Seu apoio e amor de nossa vida. Mas Ele não fez isso.

Gradualmente, permitimos que o Senhor demonstrasse Seu poder de cura e a segurança de seguirmos Seu caminho. Por fim, cada um de nós percebeu que não apenas tínhamos que abandonar nossa dependência, mas também tínhamos que entregar toda a nossa vida e vontade a Deus. Ao fazermos isso, descobrimos que Ele era paciente e aceitava nossos esforços inconstantes de nos entregarmos a Ele em todas as coisas.

Nossa capacidade de resistir à tentação está hoje fundamentada em nossa contínua submissão à vontade do Senhor. Expressamos a necessidade que tínhamos do poder colocado à nossa disposição pela Expiação do Salvador e começamos a sentir esse poder dentro de nós fortalecendo-nos contra a próxima tentação. Aprendemos a aceitar a vida nos termos do Senhor.

Como observou o Élder Maxwell, essa submissão ao Senhor é uma doutrina difícil. Exige que nos redediquemos à vontade Dele no início de cada dia e às vezes a cada hora ou até de momento em momento. À medida que nos mostramos dispostos a fazer essas coisas, encontramos a graça, ou o poder que nos capacita a fazer o que não poderíamos fazer por nós mesmos.

A contínua submissão à vontade de Deus diminui a aflição e traz mais significado à nossa vida. Coisas pequenas como congestionamentos de trânsito já não nos deixam incomodados. Não tememos mais nossos credores. Aceitamos a responsabilidade por nossas ações. Aceitamos e tratamos as pessoas como gostaríamos de ser tratados, como o Salvador nos trataria. Nossos olhos, mente e coração finalmente se abriram à verdade de que a mortalidade é desafiadora e que ela sempre terá o potencial de causar-nos sofrimento e frustração, bem como felicidade.

A cada dia renovamos nossa submissão ao Senhor e à vontade Dele. Isso é o que a maioria de nós quer dizer quando dizemos: “Um dia por vez”. Decidimos deixar de lado a nossa própria vontade e nosso egoísmo que eram as raízes de nossa dependência e desfrutar outras 24 horas da serenidade e força que provêm da confiança em Deus e em Sua bondade, poder e amor.

Ações a Serem Efetuadas

Assistir às reuniões sacramentais; estudar e renovar os convênios batismais

Dar o 3° passo e confiar em Deus em todas as coisas pode ser como colocar óculos novos e ver tudo diferente. Ao tomar a decisão de entregar sua vontade a Deus, você começará a sentir o consolo e alegria resultantes de buscar e fazer a vontade do Pai Celestial.

O batismo e o sacramento simbolizam seu amor por Jesus Cristo e sua submissão a Ele. Você faz o convênio de tomar sobre si o Seu nome, sempre se lembrar Dele, segui-Lo e guardar Seus mandamentos “para que [possa] ter sempre consigo o seu Espírito” (Morôni 4:3; ver também Morôni 5:2; D&C 20:77, 79).

Fale com seu bispo ou presidente de ramo a respeito de sua dependência e sua decisão de seguir a vontade de Deus. Faça todo o possível para assistir à reunião sacramental todas as semanas. Ao adorar, ouça cuidadosamente as orações sacramentais e pondere as dádivas que lhe são oferecidas pelo Pai Celestial. Então, renove seu compromisso de aceitar e seguir a vontade Dele por toda a vida tomando o sacramento, se seu bispo ou presidente de ramo lhe der permissão para fazê-lo.

À medida que progredir em sua recuperação, você sentirá mais vontade de estar entre aqueles que honram o sacrifício do Salvador. Começará a sentir a realidade de que “para Deus nada é impossível” (Lucas 1:37).

Decidir confiar em Deus e obedecer a Ele; mudar o que você puder mudar; aceitar o que não puder mudar

Estas palavras — adaptadas de uma oração escrita por Reinhold Niebuhr e conhecida como a “Oração pela Serenidade” — pode ajudá-lo a decidir confiar em Deus e obedecer a Ele: “Deus, concede-me serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, coragem para mudar as coisas que posso mudar e sabedoria para saber a diferença”.

Você pode aceitar com serenidade a realidade atual de sua condição quando confiar na capacidade que Deus tem de ajudá-lo. Pode aceitar com serenidade que embora não consiga controlar as escolhas e ações das outras pessoas, pode decidir como agirá em cada situação que enfrentar.

Pode decidir corajosamente a confiar em seu Pai Celestial e agir de acordo com a vontade Dele. Pode entregar sua vida e sua vontade aos cuidados de Deus. Pode decidir fazer o que Ele pede e guardar Seus mandamentos.

Talvez não seja capaz de mudar algumas coisas em sua vida, mas pode mudar sua disposição de confiar em Deus e obedecer a Ele. Ao aprender a confiar Nele, verá que o plano Dele é que você siga o que Alma chamou de “o grande plano de felicidade” (Alma 42:8). Aprenderá que mesmo na aflição e nas dificuldades “todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus” (Romanos 8:28) e guardam Seus mandamentos (ver também D&C 90:24; 98:3; 100:15; 105:40).

Estudo e Compreensão

As seguintes escrituras podem ajudá-lo a dar o 3° passo. Recomendamos que você use essas escrituras e perguntas ao debater, estudar e escrever. Lembrese de ser honesto e específico ao escrever.

Em harmonia com a vontade de Deus

“Reconciliai-vos, meus amados irmãos, com a vontade de Deus e não com a vontade do diabo e da carne; e lembrai-vos, depois de vos reconciliardes com Deus, de que é somente na graça e pela graça de Deus que sois salvos” (2 Néfi 10:24).

  • Pondere o que significa viver uma vida em harmonia com a vontade de Deus. Pense em como Seu poder capacitador pode entrar em sua vida ao voltar-se a Ele. Como você se sente em relação a deixar que Deus dirija sua vida?

  • O que o impede de permitir que Ele dirija sua vida?

Submeter-se à vontade de Deus

“E aconteceu que as cargas impostas a Alma e seus irmãos se tornaram leves; sim, o Senhor fortaleceu-os para que pudessem carregar seus fardos com facilidade; e submeteram-se de bom grado e com paciência a toda a vontade do Senhor” (Mosias 24:15).

  • O Senhor poderia ter removido os fardos de Alma e seu povo; em vez disso, Ele os fortaleceu para que fossem capazes de suportar “seus fardos com facilidade”. Observe que eles não reclamaram, mas se submeteram com alegria e paciência à vontade do Senhor. Escreva sobre a humildade necessária para desejar alívio imediato, mas estar disposto a ser aliviado dos fardos aos poucos.

  • O que significa se submeter a Deus? Como você se submete?

  • Como você se sente a respeito de se submeter deliberadamente e com paciência ao tempo do Senhor para a mudança?

  • Como você pode adquirir a coragem para continuar tentando até que esteja livre de seus fardos?

Jejum e oração

“Não obstante, jejuavam e oravam freqüentemente e tornavam-se cada vez mais fortes em sua humildade e cada vez mais firmes na fé em Cristo, enchendo a alma de alegria e consolo, sim, purificando e santificando o coração, santificação essa resultante da entrega de seu coração a Deus” (Helamã 3:35).

  • Esse versículo descreve um povo que entregou seu coração a Deus. Como o jejum fortalece sua capacidade de entregar seu coração a Deus e se abster da dependência?

  • Pondere sobre a importância de orar no momento da tentação e escreva a respeito de como a oração fortalecerá sua humildade e sua fé em Cristo.

  • Quão forte é sua disposição de entregar seu coração a Deus em vez de ceder à dependência no momento da tentação?

Humilhar-se diante de Deus

“Mas eis que ele os libertou, porque se humilharam perante ele; e porque o invocaram fervorosamente, libertou-os do cativeiro; e deste modo age o Senhor com seu poder em todos os casos entre os filhos dos homens, estendendo o braço de misericórdia aos que nele confiam” (Mosias 29:20).

  • O que o impede de “invocar o Senhor fervorosamente” para que Ele o liberte de acordo com Sua vontade?

  • O que o impediu de buscar esse tipo de libertação no passado?

  • De que maneiras você pode aprender a confiar em Deus?

  • Humilhar-se é uma decisão sua. Satanás pode tentar fazer com que você acredite que, embora Deus tenha ajudado outros, Ele não o ajudará porque você é um caso perdido. Reconheça essa mentira, pois é mentira. Na verdade, você é um filho de Deus. Como esse conhecimento pode ajudá-lo a se humilhar?

A decisão de começar a recuperação

“E agora, quisera que fôsseis humildes e submissos e mansos; fáceis de persuadir, cheios de paciência e longanimidade; sendo moderados em todas as coisas; guardando diligentemente os mandamentos de Deus em todos os momentos; pedindo as coisas necessárias, tanto espirituais como materiais; agradecendo sempre a Deus por tudo quanto recebeis” (Alma 7:23).

  • O 3° passo é uma escolha. A recuperação ocorre pelo poder de Deus, mas somente depois que você decidir buscar a ajuda Dele. Sua decisão abre os canais para que o poder Dele flua em sua vida. Pondere a respeito de como a humildade, a paciência, a bondade e todas essas coisas são decisões. A última qualidade relacionada na escritura é a gratidão. Como a gratidão o ajuda a ser humilde?

  • Que outras qualidade Alma incluiu naquela lista?

  • Quais dessas qualidades lhe faltam?

  • Em quais você pode trabalhar hoje? O que pode fazer agora para começar?

Tornar-se como uma criança

“O homem natural é inimigo de Deus e tem-no sido desde a queda de Adão e sê-lo-á para sempre; a não ser que ceda ao influxo do Santo Espírito e despoje-se do homem natural e torne-se santo pela expiação de Cristo, o Senhor; e torne-se como uma criança, submisso, manso, humilde, paciente, cheio de amor, disposto a submeter-se a tudo quanto o Senhor achar que lhe deva infligir, assim como uma criança se submete a seu pai” (Mosias 3:19).

  • Muitos de nós fomos tratados rudemente por nossos pais ou responsáveis, e tornar-nos “como uma criança” é algo desafiador e até aterrorizante. Se você tiver problemas não resolvidos com um de seus genitores, o que pode fazer para separar seus sentimentos em relação a esse genitor de seus sentimentos em relação a Deus?

  • Embora tenha problemas a resolver com seus pais terrenos, você pode ter confiança no Pai Celestial e no Salvador como pais perfeitos. Por que você pode confiar no Pai Celestial e no Salvador ao entregar sua vida a Eles?

Comunhão com Deus

“[Jesus] pondo-se de joelhos, orava, dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua” (Lucas 22:41–42).

  • Nessa oração, o Salvador demonstrou Sua disposição de submeter-Se ao Pai. Expressou Seu desejo mas, humildemente, fez a vontade de Seu Pai. Pondere a respeito da bênção de ser capaz de expressar seus sentimentos a Deus. De que modo saber que Ele compreende sua relutância, sua dor, ou sejam quais forem seus sentimentos, ajuda você a dizer “Seja feita a Tua vontade”, com sinceridade?