Vários relatos da Primeira Visão

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Visão geral

Joseph Smith testificou que Deus, o Pai, e Jesus Cristo apareceram a ele em um bosque perto da casa de seus pais quando tinha 14 anos de idade. Essa teofania se tornou conhecida como a Primeira Visão. Joseph e outros registraram vários relatos da Primeira Visão durante a vida do profeta.

Joseph publicou dois relatos da Primeira Visão. A mais conhecida foi canonizada e se encontra na Pérola de Grande Valor. Dois relatos não publicados, registrados na primeira autobiografia de Joseph Smith e em seu diário, eram desconhecidos do público em geral até serem publicados pela Igreja na década de 1960.

Os vários relatos contam uma história consistente embora sejam diferentes em ênfase e detalhes. Alguns erroneamente argumentaram que qualquer variação entre as descrições da Primeira Visão é prova de que foi inventada. Pelo contrário, historiadores dizem que, quando uma pessoa reconta uma experiência em várias situações e para diferentes públicos ao longo de muitos anos, cada relato vai salientar aspectos diferentes da experiência e conter detalhes incomparáveis.

As principais diferenças nos relatos da Primeira Visão de Joseph Smith estão na versão mais antiga, escrita em 1832. Esse relato varia dos outros em alguns pontos:

Na versão de 1832, um dos escreventes de Joseph inseriu a frase “no meu décimo sexto ano de idade”. Os outros relatos dizem que ele tinha 14 anos. Isso provavelmente foi resultado de um erro do escrevente.
No relato mais antigo, Joseph orou pedindo perdão por seus pecados. Nos relatos posteriores, ele queria saber a qual igreja se filiar. Essas duas perguntas provavelmente estavam intimamente relacionadas na mente de Joseph e ambas refletiam seu desejo de ser salvo.
O primeiro relato diz: “O Senhor abriu os céus sobre mim e eu vi o Senhor e ele falou comigo”. No relato das escrituras, Joseph explicou que o Pai apresentou o Filho, que então começou a conversar com Joseph. Embora o relato de 1832 não inclua esse detalhe, todos os relatos enfatizam o papel central de Jesus Cristo na visão. Foi Ele quem respondeu às perguntas de Joseph.

Os múltiplos relatos de Joseph da Primeira Visão nos permitem aprender mais a respeito desse acontecimento extraordinário do que poderíamos aprender se estivesse menos documentado. Os santos dos últimos dias que lerem as várias versões podem sentir gratidão pelo sincero testemunho do profeta de que Deus respondeu à sua oração com uma visão notável.

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Por que há diferenças entre os relatos da Primeira Visão de Joseph Smith?

Joseph Smith deixou quatro relatos da Primeira Visão. Além desses relatos, cinco de seus contemporâneos escreveram relatos depois de ouvir Joseph contar sobre sua experiência. Os vários relatos, com suas diferentes ênfases e detalhes, dão-nos uma visão mais completa dessa experiência milagrosa.

As pessoas geralmente enfatizam diferentes aspectos de uma experiência, dependendo de seu público ou de seus motivos para fazer um relato. Os relatos de Joseph são excelentes exemplos desse fenômeno. Embora variem em ênfase e detalhes, eles contam uma história consistente. Um exemplo bíblico disso se encontra nos vários relatos da conversão de Paulo no Novo Testamento.

Os relatos da Primeira Visão foram produzidos sob circunstâncias variadas: Joseph escreveu uma história particular, fez o relato de sua experiência a um visitante em sua casa, ditou sua história de vida no formato de um documento oficial ou respondeu à pergunta de um repórter. Em cada caso, Joseph parece ter se inspirado nas lembranças que ele sentia serem mais relevantes para o público. As variações entre os relatos são do tipo que historiadores e estudiosos que estudam lembranças esperam encontrar em documentos produzidos em contextos diferentes como esses.

As diferenças entre os relatos também mostram como o entendimento e a perspectiva de Joseph se expandiram com o tempo, a experiência e outras revelações que recebeu. Quando Joseph ditou seu primeiro relato em 1832, ainda era o início de seu ministério. O relato é em grande parte pessoal e se concentra no significado da visão para Joseph. Quando, posteriormente, ditou o relato que hoje se encontra na Pérola de Grande Valor, ele refletiu sobre o significado da visão não apenas para ele, mas para a Igreja e o mundo.

Quantos seres celestiais Joseph Smith viu na Primeira Visão?

Três dos quatro relatos de Joseph descrevem claramente dois “personagens”: Deus, o Pai, e Jesus Cristo. Em um dos relatos, ele mencionou que também viu anjos. O relato mais antigo de Joseph é menos detalhado. Escrito em 1832, ele descreve “o Senhor” abrindo os céus e depois Joseph vendo “o Senhor”.

Há várias maneiras de pensar sobre esse relato. Joseph Smith pode ter dito “o Senhor” para se referir tanto a Deus, o Pai, quanto ao Filho, semelhante ao modo como alguns em sua época se referiam a Eles. Ou pode ter simplesmente se concentrado em Jesus Cristo, o Personagem divino que perdoou seus pecados e transmitiu a mensagem da visão.

Joseph Smith orou pedindo perdão ou para saber a qual igreja se filiar?

O relato mais antigo de Joseph da Primeira Visão, escrito quando ele era um rapaz, declara que ele orou buscando perdão por seus pecados. Seus relatos posteriores, escritos depois de muitos anos servindo como líder de uma igreja em crescimento, enfatizaram sua busca sobre a qual igreja se filiar. Na verdade, essas duas perguntas estavam intimamente relacionadas para Joseph. Ambas refletem seu desejo de ser salvo.

Por que os relatos da Primeira Visão de Joseph Smith diferem na maneira como ele descreveu sua idade?

Joseph Smith redigiu seu primeiro relato da Primeira Visão de seu próprio punho, em 1832. Algum tempo depois que Joseph terminou de escrevê-lo, um escrevente acrescentou a idade de Joseph nas entrelinhas, indicando que ele estava em seu “décimo sexto ano” (ou 15 anos) na época da visão. Não sabemos se o escrevente consultou Joseph sobre esse acréscimo. Em cada um de seus relatos subsequentes, Joseph disse que tinha 14 anos de idade.

Os relatos de Joseph foram todos escritos mais de uma década depois que a visão ocorreu. Mesmo que ele tenha orientado seu escrevente a registrar que ele tinha 15 anos, parece que, após uma reflexão mais cuidadosa, ele concluiu que tinha 14 anos na época da visão. Os historiadores sabem que vão encontrar discrepâncias como essas quando as pessoas relatam acontecimentos da vida delas de memória. De qualquer forma, o fato de a visão ter acontecido é muito mais importante do que a data precisa de sua ocorrência.

Há evidências históricas de agitação religiosa perto de Palmyra, Nova York, em 1820?

Sim. Em sua história de 1838, Joseph Smith disse que sua Primeira Visão ocorreu na primavera de 1820. Joseph estivera pensando nas perguntas que o levaram a orar por algum tempo antes da visão. Em seu relato de 1832, Joseph escreveu que começou a ponderar “as importantes preocupações relativas ao bem-estar de [sua] alma imortal” quando tinha 12 anos de idade, ou por volta de 1818. Os registros históricos deixam claro que um entusiasmo geral pela religião estava varrendo os Estados Unidos naquela época, especialmente no oeste de Nova York, onde Joseph morava.

Às vezes, esse entusiasmo tomava a forma de reuniões de reavivamento, como a realizada pelos metodistas nos arredores de Palmyra em 1818. Os metodistas locais também se reuniram no ano seguinte em Viena (agora Phelps), Nova York, a 15 quilômetros da fazenda da família Smith. Os diários de um pregador metodista viajante falam de entusiasmo religioso na área de Joseph em 1819 e 1820. Eles relatam que o reverendo George Lane, ministro pregador da fé, estava naquela região durante esses dois anos, falando sobre “o método de Deus para fazer Reformas”. Houve uma reunião de acampamento metodista de três dias em Palmyra, no final da primavera de 1820, e muitos reavivamentos ocorreram vários anos depois, em 1824. Embora Joseph não tenha mencionado especificamente os reavivamentos, eles são uma evidência inequívoca do “alvoroço incomum” que ele descreveu.

Por que Joseph esperou tanto tempo para escrever um relato da Primeira Visão?

Joseph Smith não criou nenhum registro autobiográfico durante os primeiros 24 anos de sua vida. Ele cresceu em uma família que era alfabetizada, mas recebeu pouca educação formal. Sabemos que ele tinha dificuldade para se expressar por escrito.

Logo depois que a Igreja foi organizada, o Senhor ordenou que Joseph registrasse uma história. É significativo que, logo depois que Joseph recebeu esse mandamento, uma das primeiras coisas que ele registrou foi um relato da Primeira Visão.

Por que alguns dos primeiros membros da Igreja não mencionaram a Primeira Visão em seus relatos da Restauração?

Os primeiros membros da Igreja às vezes narravam a Restauração sem fazer referência à Primeira Visão. Por exemplo, a mãe de Joseph Smith, Lucy, e seu irmão William deixaram relatos que começaram com a visita do anjo Morôni em 1823 e não faziam referência à aparição do Pai e do Filho. Da mesma forma, o primeiro relato publicado de Oliver Cowdery sobre a Restauração começa com a aparição de Morôni.

O próprio Joseph não enfatizou nem falou com frequência sobre a visão em público por muitos anos. Um de seus relatos sugere que, a princípio, ele até hesitou em dar detalhes para sua família, talvez por relutância em contar uma experiência sagrada tão espetacular. Por outro lado, Joseph frequentemente testificava sobre a visitação de Morôni e a tradução do Livro de Mórmon. Esses acontecimentos passaram a ser vistos por muitos dos primeiros membros da Igreja como a principal evidência do chamado divino de Joseph. Os relatos desses membros da Igreja não enfraquecem o testemunho de Joseph, como testemunha ocular, mas refletem o entusiasmo dos primeiros santos dos últimos dias pelo Livro de Mórmon e seu testemunho dele.

Há semelhanças entre o relato da Primeira Visão de Joseph Smith de 1832 e as histórias de conversão de outros cristãos de sua época?

A Primeira Visão de Joseph Smith foi um momento transcendental na história da humanidade. Enquanto outras pessoas de sua época escreviam sobre visões espirituais, todos os seus relatos continuavam sendo histórias de conversão pessoal. A experiência incomparável de Joseph marcou o início de uma série de milagres que levaram à Restauração da plenitude do evangelho de Jesus Cristo.

O relato de 1832 da Primeira Visão possui um pouco do linguajar também encontrado nas narrativas de conversão de outros cristãos de sua época. Não é surpresa que Joseph usasse uma linguagem familiar para descrever a visão. De modo semelhante, os membros da Igreja hoje prestam testemunho usando frases que aprenderam com outras pessoas. Mas, embora a linguagem que usamos para prestar nosso testemunho geralmente siga um padrão, as experiências espirituais de cada indivíduo são únicas e pessoais.

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