Quando foi difícil servir
A autora mora em Santiago, Filipinas.
Como eu conseguiria cuidar de alguém com uma atitude tão difícil?
Uma das coisas mais desafiadoras que já venci foi minha atitude de “não me importo”. Se eu não gostava muito do que estava fazendo, eu era fria e impaciente com as pessoas.
Tudo isso mudou numas férias escolares em que me pediram que cuidasse de meu avô de 76 anos. “Dadi”, como o chamávamos, tinha sofrido um derrame, que lhe deixara metade do corpo paralisado. Quando minha família me pediu que cuidasse dele por dois meses, eu nem sequer conseguia imaginar como o faria!
Eu tinha que acordar cedo para preparar seu desjejum, seu banho e seus remédios. Eu o ajudava a caminhar de um lado para o outro para seus exercícios diários. Como ele tinha dificuldade para se mover, eu estava ao lado dele o tempo todo, inclusive no banho e quando ia ao banheiro. Para mim, que era uma moça de 18 anos, essa era a parte mais difícil.
Além de tudo, ele era uma pessoa de difícil convívio. Não era membro da Igreja e tinha princípios diferentes dos meus. Era um homem cheio de ressentimentos, sempre gritando, nunca sorrindo e dizendo constantemente: “Estou morrendo!” Devido a essa atitude, era difícil criarmos um bom relacionamento.
A princípio, fiz de tudo para evitar minhas tarefas, mas isso não funcionou. Então, decidi mudar minha atitude e dar o melhor de mim.
Após uma semana com essa nova atitude, tornou-se uma alegria servir ao Dadi. Minha paciência aumentou e passei a entender sua aflição. À medida que eu servia a ele, parei de pensar nele como um fardo, mas, sim, como uma oportunidade de vivenciar bons momentos com ele.
Dadi mudou também. Aquele homem carrancudo se tornou um vovô sorridente e gentil. Até passou a gostar de ouvir as músicas do site Especialmente para Jovens!
Certa noite, eu o ouvi fazendo alguns barulhos, por isso fui até seu quarto ver o que ele estava fazendo. Ele estava orando pela primeira vez. Sinto-me inspirada todos os dias por essa mudança.
Agora estou de volta na faculdade, mas ainda vou visitar Dadi com minha família duas vezes por mês. Comemos juntos e cantamos para ele. Sua saúde piorou, por isso agora o auxílio mais poderoso que posso oferecer são orações em favor dele.
Sinto-me grata pela oportunidade de ter cuidado de Dadi porque isso me ajudou a ver o que sou capaz de oferecer. O amor é uma coisa muito poderosa — abrandou tanto o meu coração quanto o de Dadi. Aprendi o significado do sacrifício e da compaixão. Verdadeiramente, a caridade ilumina todos os corações!