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Eu tinha realmente que fazer ofertas de jejum?
Eu nunca tinha feito ofertas de jejum antes. Será que valia a pena seguir o conselho do bispo?
Meu bispo e eu estávamos tendo uma agradável conversa em seu escritório, mas, para falar a verdade, eu não estava prestando muita atenção.
Era meados de dezembro e estávamos reunidos para o acerto do dízimo. Sempre tive um testemunho do dízimo e era dizimista integral, então não me preocupei muito com nossa pequena reunião. Estava ansiosa para voltar para casa e estudar para minhas provas finais da faculdade, principalmente porque tinha acabado de saber que havia reprovado na prova final de matemática — pela segunda vez.
Estava muito desanimada e distraída.
Meu bispo olhou para mim com ternura e comentou:
“Percebi que você não pagou as ofertas de jejum este ano”, disse ele, sorrindo.
Isso chamou minha atenção.
Ele tinha razão.
Não pensava muito nas ofertas de jejum há meses. Não me lembro de termos conversado muito sobre as ofertas de jejum em família ou na igreja.
Sempre pensei que não precisava contribuir muito, em parte porque agora participava de uma ala de jovens adultos solteiros e também estava um pouco cega por meu próprio orgulho e não tinha realmente um testemunho do jejum e das ofertas de jejum.
Eu pensava que pagar meu dízimo e ficar sem comer já eram o suficiente.
“Não paguei”, respondi. “Mas se pago meu dízimo e faço jejum é o que importa, não é?”
Meu bispo sorriu e me explicou a importância de pagar uma oferta de jejum e jejuar todos os meses, e as bênçãos temporais que isso proporciona aos necessitados da ala.
Mas, acima de tudo, ele enfatizou as bênçãos disponíveis para aqueles que estão dispostos a se sacrificar e cumprir a lei do jejum.
Ele me olhou nos olhos e disse: “Essas bênçãos podem ajudá-la com quaisquer desafios que você esteja enfrentando no momento, mesmo os relacionados aos seus estudos”.
Fiquei boquiaberta. Eu não tinha contado a ele que tinha reprovado na prova de matemática.
“Então o que está dizendo é que se eu pagar minhas ofertas de jejum, vou conseguir passar em matemática no semestre que vem?” perguntei.
Nós dois rimos, mas fiquei um pouco chocada quando ele concordou.
Ele me disse que se eu estudasse e adquirisse um testemunho da importância da lei do jejum e fizesse uma oferta de jejum todos os meses, ficaria surpresa com as bênçãos que o Pai Celestial derramaria sobre mim.
Percebendo que aquela aula de matemática era a única coisa que me impedia de progredir na escola e que sempre tive dificuldade com matemática (principalmente a matemática que incluía números e letras), decidi experimentar.
Aprendendo o porquê do jejum
No início do semestre seguinte, prometi a mim mesma que estudaria matemática com mais afinco do que nunca e que também aprenderia o máximo que pudesse sobre jejum e ofertas de jejum.
Eu sempre fiz jejum, mas nunca foi tão significativo para mim. Na maior parte do tempo, no domingo de jejum, eu só pensava em como estava faminta e até mesmo os biscoitos que as criancinhas deixavam cair no chão na reunião sacramental pareciam deliciosos.
Quando chegou o início do novo mês, tive dificuldade em pagar o dízimo e a oferta de jejum. Eu era uma estudante universitária pobre e não tinha muito a oferecer!
Mas, com o passar dos meses, senti minha atitude rancorosa e meu orgulho desaparecerem lentamente. Ao me concentrar no porquê do jejum, senti meu coração e minha fé mudarem a cada domingo de jejum de várias maneiras:
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Minhas orações no início e no final de meus jejuns se tornaram mais sinceras e significativas.
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Pagar as ofertas de jejum me ajudou a jejuar com propósito, e em vez de simplesmente me concentrar no meu estômago roncando, comecei a reconhecer a voz suave e a influência do Espírito.
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A força espiritual pura, porém profunda, que eu sentia ao final de cada jejum, enchia minha alma e aquecia meu coração.
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Por fim, percebi que quando fazemos sacrifícios de boa vontade pelo próximo, somos refinados em seres mais semelhantes a Cristo, porque sacrifício é exatamente o que Ele fez por nós. Sua vida inteira foi um ato de doação.
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Senti a caridade expandir minha alma todos os meses ao pensar em quantas pessoas somos capazes de servir com nossa disposição de doar. E também senti gratidão por todas as bênçãos em minha vida que algumas vezes não dei valor.
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Jejuar com o propósito de compartilhar luz e bênçãos com outras pessoas se tornou muito mais importante do que como eu seria beneficiada.
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Senti-me mais conectada ao Pai Celestial e ao Salvador.
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Apesar dos desafios contínuos, fui abençoada e senti muita alegria em minha vida.
Fui tocada pelas palavras do élder Joseph B. Wirthlin (1917–2008), do Quórum dos Doze Apóstolos, quando ele disse:
“O jejum feito com o devido espírito e à maneira do Senhor revigora-nos espiritualmente, fortalece nossa autodisciplina, enche nosso lar de paz, ilumina nosso coração com alegria, fortalece-nos contra a tentação, prepara-nos para os momentos de adversidade e abre as janelas do céu. (…)
Ao vivermos a lei do jejum, não apenas nos aproximamos de Deus por meio da oração, mas também alimentamos os famintos e cuidamos dos pobres”. 1
São muitas bênçãos prometidas que estão apenas esperando por nós.
Desde que tive essa experiência, o jejum e as ofertas de jejum se tornaram uma parte importante de meu discipulado. Sinto-me mais perto de meu Pai Celestial e meu Salvador cada vez que faço minhas doações. E às vezes eu até jejuo quando não é domingo de jejum para buscar respostas e consolo para mim ou para outras pessoas.
Percebi que a lei do jejum é realmente uma dádiva.
E caso estejam se perguntando, sim, eu passei milagrosamente em matemática. E não só passei, mas também tive uma das melhores notas da classe. Eu estudei, é claro, mas pela primeira vez na minha vida, as letras e os números finalmente fizeram sentido para mim.
O Pai Celestial é realmente um Deus de milagres.
Ao nos esforçarmos para segui-Lo e a Seu Filho, Jesus Cristo, e a Seus mandamentos, podemos seguir em frente com fé, esperança e caridade, e Eles nos lembrarão de que estão conosco e prontos para nos abençoar por nossos esforços.