Mensagem da Presidência da Área
“Eddie, sentimos sua falta!”
O Élder Dube compartilha o poder de estender a mão com amor a nossos irmãos e irmãs nesta época de Natal.
Ao olharmos para o próximo Natal, que possamos levar a sério a admoestação de nosso Salvador: “Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto, e não vai após a perdida até que venha a achá-la? E achando-a, a põe sobre seus ombros, cheio de júbilo” (Tradução de Joseph Smith, Lucas 15:4–5.)
É verdade que todos nos regozijamos ao ver nossos entes queridos progredindo no caminho do convênio, mas também nos regozijamos ao ver aqueles que convidamos para vir à Igreja progredindo e desfrutando das bênçãos do evangelho restaurado. Já nos perguntamos como esses membros alegram-se por nossa causa?
Um em noventa e nove
Dos mais de 39 anos que estou na Igreja, posso dizer honestamente que só faltei a Igreja uma vez! Incrível, não é? Certa manhã de domingo, enquanto segurava minhas escrituras em uma das mãos, tive que decidir se deveria ir à Igreja ou a um churrasco? Escolhi ir ao churrasco. Um grande festival estava chegando ao município de Mbizo, Kwekwe, onde eu morava. Meus sentimentos estavam em conflito.
A princípio, disse a meus amigos — que não eram membros da Igreja — que me juntaria a eles depois da Igreja. Argumentei com eles que sairia escondido depois da primeira hora. Meus amigos conheciam minhas fraquezas e as coisas de que eu mais gostava. Eles raciocinaram: “Se fores primeiro à tua Igreja, perderás a parte mais divertida do festival! O churrasco já terá acabado antes de chegares lá”. Então, escolhi ir para o churrasco e não à Igreja.
Quando soube mais tarde naquela manhã que o festival havia sido cancelado, era tarde demais para ir à Igreja. Eu simplesmente fiquei em minha casa: o apartamento de um quarto separado por uma cortina da casa principal. Tive uma sensação de perda — havia um grande vácuo dentro de mim.
Por volta das 12h30 daquela tarde, ouvi uma voz do lado de fora: “O Eddie Dube mora aqui?” Eu não podia acreditar em meus ouvidos. “Estou a sonhar?” Eu perguntei-me.
Naquele momento, tudo que eu conseguia pensar era esconder-me. Enquanto eu observava o espaço debaixo da minha cama, pois era o único lugar possível para esconder-me, John e Jean Newbold estavam parados atrás da cortina que separava meu quarto da casa principal. Com relutância, deixei meu presidente de ramo e sua querida esposa entrarem. Percebendo minha apreensão, a esposa de meu presidente de ramo, Jean, falou primeiro. “Eddie, moras num bairro seguro e agradável. Gostas deste lugar?” ela perguntou. Depois da minha resposta afirmativa, eles me contaram com amor sobre os discursos do Sacramento e que sentiram minha falta na Igreja. Visitamos por um tempo e depois eles foram embora.
Suas palavras — “Eddie, sentimos sua falta. Sentimos sua falta na Igreja hoje!” — ficaram ecoando em minha mente naquela tarde e durante toda a noite. Aquelas palavras me fortalecem até hoje. Meus filhos, e agora meus netos, conhecem essa história do John e da Jean, que deixaram as noventa e nove e foram atrás da uma. Meus bisnetos, minha posteridade também conhecerá essa história um dia!
Ajudar na Obra de Deus Por Meio da Ministração
Meu humilde convite a si, meus queridos irmãos e irmãs, é este. Poderia encontrar uma pessoa que pudesses convidar para voltar à igreja, como presente de Natal para o Salvador Jesus Cristo?
Um convite pode não produzir os resultados necessários, como aconteceu comigo. Faltar à igreja por um dia pode ser fácil para qualquer um, mas se não for controlado, pode rapidamente se tornar um hábito. Podes imaginar se John e Jean não viessem naquele mesmo domingo? Talvez outra atividade ou distração possa ter surgido em meu caminho. Eu poderia muito facilmente ter voltado aos meus velhos hábitos. Que alegria que eles vieram!
Enquanto conversamos sobre a alegria que John e Jean vivenciaram e a alegria que eu vivenciei, como o Senhor e o Pai Celestial se sentem em relação a tudo isso? “E agora, eis que minha alegria é grande, até a plenitude, por causa de vós e também desta geração; sim, e até o Pai se alegra e também todos os santos anjos, por causa de vós e desta geração; porque nenhum deles está perdido” (3 Néfi 27:30). Imagina como te sentirás, como a pessoa que contactares sentirá-se e, acima de tudo, como o Senhor e o Pai Celestial se alegrarão com os seus esforços neste Natal!
Não são os resultados que contam, mas sua disposição e esforços sinceros. Seu sucesso nesta designação é medido por sua disposição e esforço sincero em identificar e trabalhar com essa pessoa para vir à Igreja. Esses membros têm seu arbítrio. Eles, no entanto, precisam que tu e eu façamos o convite. Conforme aprendemos em Pregar Meu Evangelho: “Mesmo que tenha feito o melhor possível, ainda assim pode ser que você tenha decepções, mas não ficará desapontado consigo mesmo. Terá a certeza de que o Senhor está satisfeito quando sentir o Espírito trabalhando por seu intermédio”.1
O Senhor está satisfeito e se regozija por nós, por causa das escolhas que fizemos para permanecer no caminho do convênio. Ouça Suas palavras tranquilizadoras, inspiradoras e edificantes: “Eis que eu quisera que compreendêsseis, porque me refiro aos desta geração que estão agora vivos; e nenhum deles está perdido; e neles minha alegria é completa” (3 Néfi 27:31).
O exemplo do Salvador ao ministrar
O Salvador deu o exemplo de ministrar de várias maneiras. Uma que me tocou foi quando o Salvador ministrou aos nefitas sobreviventes. Em 3 Néfi 11, onde o Pai apresentou o Filho e Jesus Cristo começou a ministrar aos nefitas sobreviventes que haviam passado por tanta agitação, depressão, ansiedade, desespero e desânimo: “Eis que sou Jesus Cristo, cuja vinda ao mundo foi testificada pelos profetas. Levantai-vos e aproximai-vos de mim, para que possais meter as mãos no meu lado e também apalpar as marcas dos cravos em minhas mãos e em meus pés, a fim de que saibais que eu sou o Deus de Israel e o Deus de toda a Terra e fui morto pelos pecados do mundo” (3 Néfi 11:10; 14).
O Senhor veio como um ser ressurrecto, tendo estado com o Pai. Ele veio para confortar o povo. Ele virá para nos confortar, se o permitirmos através da ministração uns aos outros. Imagine comigo, por favor, como essas pessoas sentiram as palavras do Salvador fluindo com calor em suas mentes sedentas. Sinta, por favor, como eles devem ter sentido-se, sendo resgatados pelo Salvador das profundezas do desespero — o calmo senso de valor, que eles devem ter sentido. Essas palavras do Salvador tocaram seus sentidos tão naturalmente quanto o cantarolar de uma mãe acalma seu filho; a alegria envolvia seus pensamentos e envolvia suas mentes com uma paz bem-aventurada. Nunca antes sua compreensão da bondade do Salvador havia alcançado alturas tão grandes.
Bênçãos Prometida
Como as bênçãos prometidas a este convite para encontrar uma pessoa a quem pode convidar para “voltar e banquetear-se à mesa do Senhor”,2 faço esta promessa do Salvador: “Porque aquele que quiser salvar a sua a vida, o perdê-la-á, e quem perder a sua vida por causa de mim, achá-la-á” (Mateus 16:25).
Minha maior inspiração ao tentar encontrar pão, roupas e abrigo para minha família veio quando eu servia ao próximo. Cada um de nós que serviu como missionário pode atestar que onde mais nos encontramos foi no campo missionário.
O rei Benjamim, que também foi um exemplo de serviço em sua velhice, afirma que tudo o que o Senhor exige de nós é que guardemos Seus mandamentos e que, em troca, Ele promete que prosperaremos na terra (Mosias 2:22).
Que nós, irmãos e irmãs, reivindiquemos as bênçãos de ministrar ao comemorarmos este Natal e apresentarmos um presente a nosso Senhor, pois tu e eu sabemos que o Senhor está obrigado quando [nós] fazemos o que [Ele] diz.