Receber Ajuda Divina pela Graça do Senhor
Por mais indignos que nos sintamos ou por mais fracos que sejamos…se fizermos tudo o que estiver ao nosso alcance, ele nos ajudará e nos dará forças para enfrentarmos as adversidades.
Queridos irmãos, presto-vos testemunho da divindade do Senhor Jesus Cristo e, mais especificamente, da doutrina da graça, que está à disposição de toda a humanidade. (Vide Jacó 4:6–7.) Ao fazê-lo, sou humildemente grato ao Pai pelo maravilhoso dom que nos concedeu, pois “amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigénito”. (João 3:16.)
Buscar o Dom
Talvez alguns ainda não tenham recebido e outros não saibam usufruir o grandioso dom da graça, que o Pai concedeu a todos, por meio do sacrifício expiatório de Jesus Cristo. “Pois se um dom é concedido a um homem, de que proveito é se ele não o aceita?”. (D&C 88:33.) O profeta Zenoque disse: “Estás indignado, ó Senhor, com este povo, porque não compreende a misericórdia que lhe dispensas por causa de teu filho”. (Alma 33:16.)
Muitas vezes, tentamos resolver os problemas da vida por nós mesmos, sem pedir a ajuda do Senhor. Tentamos carregar o fardo sozinhos.
No momento em que alguns enfrentam tribulações e aflições, perguntam-se: “Por que Deus não me ajuda?”. Outros chegam até a duvidar das próprias orações e da dignidade pessoal, dizendo: “Talvez minhas orações não sejam eficazes”.
Aqueles que sofrem com doenças, desânimo, reveses financeiros, rejeição, frustrações ou até mesmo com a perda de um ente querido, podem perguntar: “Por que o Senhor não me cura ou por que não me ajuda a resolver o problema com meu filho? Por que não impediu que ela morresse? Será que a vida tem que ser tão cruel?”.
Sim, podemos até clamar: “Ó Deus, onde estás?… Quanto tempo reterás a tua mão?” (D&C 121:1–2.)
Jesus ensinou que passamos por todas essas tribulações para sermos purificados “na fornalha da aflição” (1 Néfi 20:10), e que não temos que suportá-las sozinhos, mas “[no] nome do [nosso] Redentor” (D&C 138:13). Apesar de, muitas vezes, acharmos que se esqueceu de nós, ele afirma: “eu,…não vos esquecerei…
Porque tenho a [vós gravados] na palma de minha mão”. (1 Néfi 21:15–16.)
Sei que o Senhor, por sua graça, pode ajudar-nos incessantemente a cada dia de nossa vida, nas dores físicas e espirituais, nas transgressões e, até mesmo, em todas as enfermidades. (Vide Mosiah 14:5; Alma 7:11–13; 34:31.)
Centralizar a Vida em Cristo
Para termos sucesso ao enfrentar as tribulações, precisamos ter os olhos e o coração fitos no Senhor Jesus Cristo. Porque “tendo o homem caído, por si mesmo nada pode merecer” (Alma 22:14), precisamos de um advogado, um intercessor, um mediador, para nos ajudar. “E é por causa de teu Filho que foste assim misericordioso para [conosco]”. (Alma 33:11; grifo nosso.)
Enchemo-nos de esperança ao saber que, por mais indignos que nos sintamos ou por mais fracos que sejamos, se fizermos tudo o que estiver ao nosso alcance, ele nos ajudará e nos dará forças para enfrentarmos as adversidades. (Vide II Coríntios 12:9.) Essa palavras, de certo modo, definem o que é graça.
Compreender o que Significa Graça
Graça significa “poder ou auxílio divino, que Jesus Cristo, com seu imenso amor e misericórdia nos concede”. É “um poder que nos capacita” a vencer a adversidade. A doutrina da graça do Pai e do Filho é de tamanha importância para nós que é mencionada mais de duzentas vezes nas escrituras.
Se o Senhor Jesus Cristo nos conceder sua graça, esse poder que nos capacita a vencer a adversidade, triunfaremos nesta vida e seremos exaltados na vida futura.
Gostaria de mencionar cinco princípios que podem ajudar-nos a obter esse auxílio divino em nossa própria vida ou talvez estendê-lo a mais alguém vicariamente. É fácil entender esses princípios, mas difícil praticá-los. Já conheceis todos eles. No entanto, talvez não tenhais imaginado que estão diretamente relacionados à obtenção da graça.
O primeiro princípio é a fé. “Sendo pois justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo;
Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça” (Romanos 5:1–2).
É evidente que precisamos de fé para obter este poder, ou seja, a graça. Não é sem razão que a fé no Senhor Jesus Cristo é o primeiro princípio do evangelho.
Não foi clara a pergunta de Cristo a Pedro que, depois de ter caminhado sobre as águas, começava a afundar? “Homem de pouca fé, por que duvidaste?”. (Mateus 14:31.) No instante em que Pedro duvidou e desviou os olhos do Salvador, afastou-se do poder de Jesus Cristo, que o havia mantido sobre as águas.
Da mesma forma, quantas vezes, ao pedirmos auxílio ao Senhor, deixamos que a dúvida e o temor nos afastem dele, e, por isso, não recebemos resposta alguma? (Vide D&C 6:36; 67:3.)
O segundo princípio é o arrependimento. Por meio do sacrifício expiatório, a graça do Senhor pode purificar-nos do pecado e ajudar-nos a nos aperfeiçoarmos por meio das tribulações, doenças e até mesmo “deficiências de caráter”.
Somos santificados e justificados pela graça do Senhor. (Vide D&C 20:30–31.) Na verdade, “quando um homem confessa os pecados, Cristo é misericordioso”. (Gene R. Cook e Holly Cook, “I Am a Healthy Man”, hino não publicado, tradução livre; vide Alma 24:10.) Lembrai-vos de que Cristo pode ajudar-nos a vencer nossas fraquezas e imperfeições, o que de outra maneira jamais aconteceria. (Vide Gênesis 18:14; Marcos 9:23–24.)
Essa grande verdade deve encher-nos de esperança, se formos rápidos em lembrar que, para obtermos graça, é preciso que nos arrependamos dos pecados.
“Portanto, benditos são os que se arrependem…
E possa Deus conceder…que os homens sejam levados ao arrependimento e a boas obras para que possam ser restaurados na graça pela graça, segundo seus feitos.” (Helamã 12:23–24.)
Um coração arrependido e boas obras são essenciais para obtermos graça. Ao suplicarmos uma resposta com oração fervorosa, ela pode ser mais condicionada ao arrependimento de nossos próprios pecados do que a qualquer outro fator. (Vide D&C 101:7–8; Mosiah 11:23–24.)
O terceiro princípio é a humildade. “Antes dá maior graça. Portanto diz: Deus resiste aos soberbos; dá, porém, graça aos humildes”. (Tiago 4:6.)
“E, se os homens vierem a mim, eu lhes mostrarei sua fraqueza. E dou a fraqueza aos homens a fim de que sejam humildes; e minha graça é suficiente para todos os que se humilham perante mim.” (Éter 12:27.)
A humildade é uma condição essencial para obtermos ajuda divina.
O quarto princípio é fazer tudo o que estiver ao nosso alcance. Paulo ensinou: “Pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie”. (Efésios 2:8–9.)
É verdade que não obtemos esse dom divino apenas por meio das obras, mas elas são uma das condições para que o recebamos. (Vide 2 Néfi 10:23–25.) “Pois sabemos que é pela graça que somos salvos, depois de tudo o que pudermos fazer”. (2 Néfi 25:23.)
Portanto, a menos que façamos tudo o que estiver ao nosso alcance, não podemos esperar que a graça de Deus se manifeste. Que princípio glorioso: a ajuda do Senhor — tenhamos muita ou pouca fé, sejamos homens, mulheres ou crianças — não se baseia apenas naquilo que sabemos, em sermos fortes ou não, ou em quem somos, mas sim em darmos tudo o que tivermos e fazermos tudo o que estiver ao nosso alcance naquele momento. Uma vez que tenhamos feito tudo o que estiver ao nosso alcance, o Senhor nos ajudará, concedendo-nos sua graça. (Vide D&C 123:17.)
Temos uma perspectiva melhor do papel do Senhor, bem como do nosso papel em relação à doutrina da graça, ao lermos estas palavras inspiradas: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece”. (Filipenses 4:13.)
O quinto princípio, guardar os mandamentos, é, certamente, outro requisito para obtermos a graça do Senhor. “Se guardardes os meus mandamentos, recebereis a sua plenitude…; portanto,… recebereis graça por graça”. (D&C 93:20; vide também vers. 28.)
Não temos que ser perfeitos para obtermos graça, mas temos que nos esforçar por guardar os mandamentos. O Senhor, então, poderá conceder-nos tal poder.
Morôni define de forma sucinta a doutrina da graça: “Se vos negardes a todas as impiedades e amardes a Deus com todo o vosso poder, mente e força, então sua graça vos será suficiente e por sua graça podereis aperfeiçoar-vos em Cristo…
Então sereis santificados em Cristo, pela graça de Deus, através do sangue derramado por Cristo”. (Morôni 10:32–33.)
Esperança em Jesus Cristo
Quão gloriosa é a doutrina da graça, que nos persuade a centralizarmos nossa fé e esperança mais plenamente em Jesus Cristo. Através da graça do Pai, teremos maior compreensão de como chegarmos ao Filho. (1 Néfi 15:14–15.)
Sejamos submissos à vontade do Pai, reconhecendo que está acima de tudo. Devemos aceitá-la de bom grado, pois nem ele nem seu Filho jamais fariam qualquer coisa “que não (fosse) em benefício do mundo”. (2 Néfi 26:24.)
Ao buscarmos mais plenamente a ajuda do Senhor em nossa vida:
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Cresceremos “em graça e no conhecimento da verdade”. (D&C 50:40.)
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Ensinaremos “diligentemente e a [sua] graça [nos] atenderá”. (D&C 88:78.)
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Por nosso trabalho “[receberemos] a graça de Deus, para [podermos] aumentar a [nossa] força no Espírito,…podendo assim ensinar com poder e autoridade de Deus”. (Mosiah 18:26.)
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Não “[perderemos] a graça”. (D&C 20:32.)
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[Receberemos] “graça por graça”. (D&C 93:20.)
“Cheguemos pois com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.” (Hebreus 4:16.)
Testifico-vos que, se buscarmos a graça de Deus, ele nos estenderá a mão, bem como àqueles a quem amamos, quando necessitarmos de ajuda. Obedeçamos ao Senhor em todas as coisas e ofereçamos a ele, como sacrifício supremo, “um coração quebrantado e um espírito contrito”. (3 Néfi 9:20; vide também 3 Néfi 12:19.)
Como um dos Setenta do Senhor e testemunha especial de Cristo, tendo a responsabilidade de testificar ao mundo e de “preparar o caminho diante da [sua] face” (D&C 124:139), presto testemunho da grandiosidade do Pai e do Filho.
Jesus Cristo vive e pode intervir em nossa vida, hoje, da mesma forma que fez quando viveu nesta terra.
Presto testemunho, perante a Igreja, do toque da mão do Mestre em minha própria vida, livrando-me de uma enfermidade incurável. Também presto testemunho da orientação de um Pai amoroso, que muitas vezes repreende ao corrigir, purificando-me a alma e os sentimentos, perdoando-me os pecados e envolvendo todo o meu ser com seu amor.
Irmãos, jamais deixemos as tribulações e dificuldades nos afastarem do amor de Deus e do verdadeiro amor de Cristo. (Vide Romanos 8:31, 35–39.)
Que “[busquemos] esse Jesus de quem os profetas e apóstolos têm escrito, a fim de que a graça de Deus, o Pai, e também do Senhor Jesus Cristo, e do Espírito Santo, que dá testemunho deles, esteja [conosco] eternamente”. (Éter 12:41.) Que a graça de Deus esteja sempre convosco (vide Romanos 16:20), é minha oração, em nome de Jesus Cristo, amém.