“Conserva Tua Rota”
As mensagens populares e de fácil aceitação do mundo não serão as verdadeiras e será preciso muita coragem para escolher o certo.
O refrão do comovente hino de Joseph L. Townsend dá-nos um aviso eternamente válido sobre o que fazer quando estivermos num dilema.
Faze o bem! Faze o bem!
E a verdade vencerá
Faze o bem! Faze o bem!
E Deus as bênçãos te dará.
(Hinos, n° 148)
Em recente viagem à Nova Zelândia, encontrei-me com um presidente de missão que usava um lindo prendedor de gravata com o inspirador emblema CTR, ou “Conserva Tua Rota”. Tive a impressão de que deveria haver uma história por trás daquele alfinete incomum. Quando voltei para casa, escrevi-lhe uma carta de agradecimento e perguntei-lhe a respeito do prendedor de gravata. Recebi a seguinte resposta:
“O senhor é muito observador. Sim, há uma história por trás do prendedor de gravata que uso. Tenho vários prendedores de que gosto muito. Foram presentes de meus filhos, minha esposa e amigos. Entretanto, prefiro usar aquele belo prendedor de prata, incrustado com uma linda pedra turquesa, com o inspirador emblema do CTR da Primária.
Por que? Suponho que tudo começou quando eu era bispo e entrevistei um jovem de boa aparência que estava para receber o Sacerdócio Aarônico. Ele me contou uma história interessante sobre como, certo dia, depois da escola, ele e alguns amigos encontraram um pacote de cigarros e decidiram descer um rochedo próximo e fumá-los. Acenderam os cigarros e o rapaz disse que quando estava olhando para o cigarro aceso que segurava entre os dedos, viu seu anel do CTR. Rapidamente, jogou fora o cigarro e fez uma escolha muito sábia, a de nunca mais fazer tal coisa. Ele optou por escolher o certo, ao lembrar-se do significado do emblema. Por causa dessa história, tenho um amor especial ao emblema do CTR.
Agora, a história de como ganhei o prendedor de gravata. Há algumas semanas, antes de vir para a Nova Zelândia como presidente de missão, estava na ala de Kayenta, em Kayenta, Arizona. Enquanto me despedia carinhosamente de muitos amigos navajos, um jovem e notável bispo navajo deu-me um grande abraço, depois, tirou seu prendedor de gravata e colocou-o na minha. Ao fazê-lo, recomendou-me que não o esquecesse.
Hoje, na Nova Zelândia, a última coisa que faço todas as manhãs ao vestir-me para esse grande chamado de presidente de missão é colocar o lindo prendedor de gravata com esse belo emblema do CTR em prata e turquesa. Gosto imensamente dele. Ele ajuda este velho a fazer as escolhas certas durante o dia. Sei que também contribui para o cumprimento da promessa profética que o Presidente Gordon B. Hinckley fez a mim e a minha esposa ao impor-nos as mãos e designar-nos.
Disse algo assim: ‘Sentirás um amor imediato que te ligará a cada missionário na missão’. Nem sei quantas vezes um missionário, durante uma visita, disse alguma coisa como: ‘Presidente Gardner, adoro seu prendedor de gravata’. Então, ele ou ela, mostrava-me seu anel do CTR.
Acredito que aquele bispo navajo foi inspirado ao dar-me o prendedor de gravata e que tomo a decisão certa toda vez que o uso. E o lindo prendedor de prata e turquesa está me ajudando a unir-me a um exército real de missionários na Nova Zelândia na Missão Wellington.
Foi ótimo ter tido a oportunidade de relatar-lhe minha experiência especial associada a esse grande lema da Primária: ‘Conserva Tua Rota’.”
A carta especial desse presidente de missão na Nova Zelândia inspirou-me a falar-vos, grandes jovens da Igreja, que tivestes, ou estais tendo a oportunidade de ser ensinados por professores da Primária dedicados, que ensinam os princípios do evangelho que vos ajudarão a escolher o certo. O Livro de Mórmon está repleto de relatos sobre o que acontece às pessoas que escolhem o certo ou o errado.
Mencionarei dois exemplos. Durante o primeiro ano de Alma como juiz, um homem grande e forte chamado Nehor foi apresentado a ele para ser julgado. De acordo com as escrituras, Nehor estava causando muita dissensão ao povo.
“Esse homem procurava o povo, pregando-lhe o que chamava a palavra de Deus, denegrindo a Igreja e declarando que cada sacerdote e mestre deveria tornar-se popular, que não deveriam trabalhar com suas mãos, mas, sim, ser sustentados pelo povo.
Testificava também ao povo que toda a humanidade seria salva no último dia, não tendo razão para temer nem tremer, mas que deveria levantar a cabeça e se regozijar; porque o Senhor havia criado todos os homens e a todos também havia redimido; e que no fim todos teriam a vida eterna” (Alma 1:3–4).
As palavras de Nehor atraíram o interesse das pessoas, mas sua doutrina, embora agradasse a muitos, era falsa. Ao nos depararmos com muitas decisões na vida, as mensagens populares e de fácil aceitação do mundo normalmente não serão as verdadeiras e será preciso muita coragem para escolher o certo.
O segundo exemplo: Na terra de Amoniah, Amuleque e Alma também encontraram um povo que seguia falsos ensinamentos. Amuleque tentou convertê-los ao evangelho vivo e verdadeiro. Zeezrom, um homem que era perito nos estratagemas do diabo, contestou os ensinamentos de Amuleque. Zeezrom perguntou a Amuleque: “Salvará ele (Cristo) a seu povo em seus pecados?” Amuleque respondeu, dizendo: “Eu te digo que não, porque lhe é impossível negar a sua própria palavra” (Alma 11:34).
Então, Zeezrom ridicularizou Amuleque, mas a resposta de Amuleque foi maravilhosa ao explicar o plano de redenção:
“E eu te digo outra vez que ele não os pode salvar em seus pecados; e eu não posso negar a sua palavra, pois ele disse que nada impuro pode entrar no reino dos céus; como, portanto, podereis ser salvos, a menos que herdeis o reino dos céus? Portanto, não podereis ser salvos em vossos pecados.
E [ele] virá ao mundo para remir a seu povo; e tomará sobre si as faltas daqueles que acreditarem em seu nome; e estes são os que terão a vida eterna, e não haverá salvação para mais ninguém.
Portanto, os perversos permanecerão como se não tivesse havido redenção, sendo-lhes afrouxadas as cadeias da morte; pois dia virá em que todos se levantarão da morte e se apresentarão perante Deus, que os julgará segundo suas obras” (Alma 11:37, 40–41).
Mais tarde, depois de muita tribulação e uma bênção de cura, Zeezrom filiou-se à Igreja.
O Profeta Joseph Smith ensinou-nos: “A felicidade é o objetivo e o propósito de nossa existência; e será o fim da mesma, se buscarmos o caminho que conduz a ela; e este caminho é virtude, retidão, fidelidade, santidade e o cumprimento dos mandamentos de Deus” (History of the Church, 5:134–135).
Vivemos hoje num mundo tão cheio de escolhas. A televisão oferece tanto o bem quanto o mal. As livrarias estão cheias de publicações, contendo o certo e o errado. Muito poucos filmes são dignos de serem vistos por estarem cheios de profanação, violência e imoralidade. A propaganda está repleta de atrativos que nos levam a quebrar a Palavra de Sabedoria. Algumas músicas lentas produzem em nós pensamentos ilícitos.
Examinai o conselho dado pelo Presidente Spencer W. Kimball:
“Posso dar-vos um conselho? Desenvolvei a autodisciplina de forma que, cada vez mais, não tenhais que decidir e redecidir o que fazer quando vos defrontardes com a mesma tentação repetidas vezes. Precisais somente decidir algumas coisas uma vez. Que grande bênção é estar livre da agonia de ter de tomar decisões tantas e tantas vezes quanto a uma tentação. Fazer isso é desgastante e muito arriscado.
Da mesma forma, meus jovens e queridos amigos, as coisas boas que quereis realizar devem ser decididas somente uma vez — como cumprir uma missão e viver dignamente com o propósito de casar-se no templo — e, assim, todas as outras decisões relativas a essas metas já estarão tomadas. De outra forma, toda consideração é arriscada, e cada equívoco pode resultar em erro. Há algumas coisas que os santos dos últimos dias fazem e outras que nós simplesmente não fazemos. Quanto mais cedo tomardes uma decisão firmemente, melhor!” (President Spencer W. Kimball Speaks Out, Salt Lake City: Deseret Book Co., 1981, p. 94).
Para compensar as mensagens do mundo que nos seduzem a escolher o errado, o Senhor nos abençoou com símbolos de pureza para manter-nos no caminho correto, a fim de tomarmos a decisão certa. Lembrei-me de um desses símbolos no batismo de uma de minhas netas alguns meses atrás. No pequeno programa que precedia a ordenança do batismo, minha neta leu um poema, escrito por sua mãe para aquela ocasião especial:
Meus Três Vestidos Brancos
Minha mãe comprou-me um vestido branco,
Nem vermelho, nem rosa, nem azulão.
Disse-me ser um vestido especial,
Como muito poucos o são.
Só houve um antes deste,
Uma peça hoje guardada,
Que eu usei naquele dia
Quando fui abençoada.
Como um bebê trajada,
Naquele primeiro branco vestido,
Meu pai segurou-me nos braços,
Abençoou-me e deu-me um nome querido.
Tão pura e limpa eu era então,
Com tempo para crescer e aprender
Sobre o plano do Pai para mim.
E a glória que preciso merecer.
Agora cheguei à idade de distinguir
O caminho certo do errado;
E estou aqui para ser batizada
Neste lindo branco vestido.
Mais uma vez estou livre do pecado.
O caminho está livre para mim.
Vou segurar firme a barra
E prometo ir até o fim.
Tal como a lama mancharia meu vestido,
O pecado mancharia meu ser.
Já que a minha meta é a brancura,
Para me branquear, preciso me arrepender.
Se eu der o melhor de mim,
Ricamente abençoada serei.
Dentro da Santa Casa de Deus,
Um terceiro vestido branco usarei.
Portanto, hoje faço este voto:
Lutarei para o caminho certo trilhar,
Usando meu segundo vestido branco
Na hora sagrada de me batizar.
(Linda Gay Perry Nelson, 1993)
Estamos numa época da história do mundo em que Satanás está reunindo todas as suas forças para desviar as pessoas do caminho estreito e apertado. Felizmente, a maioria dos membros da Igreja entendem claramente a quem devem servir. Como Josué dos tempos antigos, eles proclamam: “Eu e minha casa serviremos ao Senhor” (Josué 24:15).
Espero e oro para que vós, grandes jovens da Igreja, tenhais a coragem de escolher firmemente o certo! Além disso, sugiro que cada um de vós prepare lembretes para ajudar-vos e a vossos entes queridos, a escolher o certo quando a situação surgir. Há poder num prendedor de gravata, num anel do CTR, ou num vestido branco pendurado no armário se os associarmos ao desejo de pureza e retidão. Ainda mais importante do que lembretes tangíveis é ter a profunda convicção de viver o tipo de vida que nos fará tomar as decisões certas, não somente para termos paz e felicidade no mundo de hoje, mas também para termos paz e felicidade na eternidade.
Prometo-vos que recebereis a felicidade eterna se escolherdes firmemente fazer o que é certo.
Deus vive! Jesus é o Cristo! A obediência às Suas leis nos conduzirá à vida eterna, é meu solene testemunho em nome de Jesus Cristo, amém.