Respostas a Questões ⌦da Vida
Quando o Plano do Pai Celestial for compreendido, as respostas a questões da vida serão encontradas no evangelho de Jesus Cristo.
As questões mais desafiadoras da vida parecem iniciar-se com o termo “por quê”. “Por que a vida é tão difícil?” “Por que há tanta tristeza, ódio e infelicidade no mundo?” “Por que a morte leva os jovens?” “Por que o inocente precisa sofrer?” Todos nós nos debatemos com essas questões de tempos em tempos, ao enfrentarmos as vicissitudes da vida. Falarei em particular aos integrantes mais jovens da família de Deus a respeito de por que eu acredito que as únicas respostas satisfatórias a tais perguntas venham da perspectiva confortante da fé em nosso Pai Celestial e em Seu plano eterno para nossa felicidade.
O profeta Alma chamou o plano de “o grande plano de felicidade” (Alma 42:8). É mais conhecido como o plano de salvação. É belo, em sua simplicidade, para todos os que buscam devotamente conhecer e compreender o verdadeiro significado e propósito da vida.
Por intermédio dos profetas passados e atuais, Deus revelou as doutrinas de Seu “grande plano de felicidade”, que consistem de princípios infinitos, eternos, absolutos e imutáveis. Com Alma aprendemos que, ⌦“depois de ter-lhes revelado o plano de redenção, Deus lhes deu mandamentos ( … )”. (Alma 12:32; grifo nosso). O plano ensina que todos os que viveram ou vivem na Terra são filhos espirituais de pais celestiais. Vivemos com eles antes de virmos para esta Terra a fim de recebermos nosso corpo de carne e ossos.
“Se Adão [e Eva] não [houvessem] transgredido, não [teriam] caído, mas permanecido no jardim do Éden ( … ). E não teriam tido filhos; portanto teriam permanecido num estado de inocência, não sentindo alegria ( … ).
Adão caiu para que os homens existissem; e os homens existem para que tenham alegria.” (2 Néfi 2:22–23, 25)
Após a queda, Deus instruiu Adão a unir-se a sua mulher, Eva (ver Moisés 3:24; D&C 42:22). “E Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra” (Gên. 1:28), um mandamento que jamais foi revogado.
O plano de nosso Pai provê a redenção da Queda por meio da expiação de Jesus Cristo. Como o Filho Unigênito de Deus e a única pessoa sem qualquer pecado a viver nesta Terra, Ele realizou uma expiação perfeita por toda a humanidade, que se aplica a todos, incondicionalmente, no que diz respeito à ressurreição da morte física, pois todos se levantarão da morte com um corpo imortal, como resultado da Expiação. Ela, contudo, é condicional no que se refere aos pecados de cada pessoa. A expiação atinge cada um na extensão de sua fé em Jesus Cristo, de seu arrependimento e de sua obediência ao evangelho. A exaltação e a vida eterna com Deus são reservadas para aqueles que guardam os mandamentos.
A mortalidade, portanto, é o período em que se testa nossa capacidade para compreender o plano de nosso Pai Celestial e, naturalmente, nossa disposição para obedecer. A obediência é essencial para obtermos a exaltação e a vida eterna. O rei Benjamim explicou que “o Senhor Deus enviou seus santos profetas a todos os filhos dos homens que declararem estas coisas a toda a tribo, nação e língua, para que, assim, todo aquele que acreditar ( … ) [em] Cristo receba a remissão de seus pecados e regozije-se com grande alegria ( … ).” (Mosias 3:13)
Ele também ensinou ao povo: ⌦“( … ) quisera que considerásseis o estado abençoado e feliz daqueles que guardam os mandamentos de Deus. Pois eis que são abençoados em todas as coisas, tanto materiais como espirituais; e se eles se conservarem fiéis até o fim, serão recebidos no céu, para que assim possam habitar com Deus em um estado de felicidade sem fim.( … )” (Mosias 2:41)
Que coisa maravilhosa e tranqüilizadora é saber que o objetivo primário de Deus no céu é a “imortalidade e vida eterna ao homem” (Moisés 1:39), ou, em outras palavras, nossa felicidade e alegria eternas. Às vezes imagino se realmente apreciamos o que isso significa e a maneira como afeta nossa vida. Precisamos dar atenção adequada às doutrinas da felicidade—da felicidade real, infinita e eterna. Elas devem ser o objetivo de tudo o que ensinamos na Igreja e de tudo o que fazemos.
O Profeta Joseph Smith disse: “Não podemos guardar todos os mandamentos se não os conhecemos, e nem sabê-los todos, ou conhecer mais do que conhecemos, a menos que cumpramos ou guardemos os que já tivermos recebido”. (Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, p.249). Precisamos entender as doutrinas básicas e receber as ordenanças salvadoras que são essenciais a nossa exaltação e felicidade eternas. Nosso presente estado mortal coloca um véu do esquecimento em nossa mente, permitindo que provemos ser capazes de “[fazer] todas as coisas que o Senhor [nosso] Deus [nos] mandar”. (Abr. 3:25). Mas muito embora nossa visão da eternidade, de longa distância, seja limitada, o Senhor não nos deixou sem orientação. Ele nos deu as escrituras e os Apóstolos e profetas por intermédio de quem revelou Seu plano para nossa exaltação e felicidade eternas. E temos o Consolador o Espírito Santo, para guiar-nos.
O Profeta Joseph Smith ensinou que “na obediência há prazer e paz imaculados, genuínos; e como Deus designou a nossa felicidade ( … ) Ele jamais instituiu ou jamais instituirá uma ordenança ou dará mandamento algum a Seu povo, que em Sua natureza não tenha por objetivo promover essa felicidade que Ele designou, ou que não resulte em maior bem e glória para aqueles que recebem Sua lei e ordenanças”. (Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, p.250).
O que é essencial para nosso conhecimento do plano de felicidade é a compreensão do grande princípio governante do livre-arbítrio. Uma pessoa não tem que passar muito tempo na sala de aula da mortalidade para perceber que o plano do Pai Celestial não traz plena felicidade a cada passo de nossa jornada mortal. A vida está repleta de duras realidades, que nos atingem o coração e afligem-nos a alma.
Não se pode olhar para o ⌦sofrimento, a despeito de suas causas ou origens, sem sentir dor e compaixão. Posso entender por que alguém que não tenha uma perspectiva eterna e assista às terríveis notícias sobre crianças famintas e sobre a falta de humanidade do homem para com seus semelhantes, volte-se, com os punhos cerrados, para o céu e clame: “Se existe um Deus, como Ele permite que tais coisas aconteçam?”
A resposta não é fácil, mas, tampouco, é complicada demais. Deus colocou Seu plano em funcionamento, e ele prossegue por meio das leis naturais que são, na verdade, leis de Deus. Uma vez que as fez, Ele está limitado por elas, da forma como são. Reconheço que por razões não compreendidas por nós, mortais, o Senhor pode controlar os elementos. Contudo, na maioria das vezes, Ele não induz a natureza, mas permite que ela prossiga seu curso.
Neste mundo imperfeito, acontecem coisas ruins. A camada Rochosa da Terra ocasionalmente desloca-se e se move, resultando em terremotos. Certos padrões climáticos provocam furacões, inundações, tufões e seca. Muitas adversidades são provocadas pelo homem. O coração do ser humano esfria e o espírito de Satanás controla suas ações. Predizendo a época de sofrimento em nossa época, o Senhor disse: “O amor dos homens esfriará, e a iniqüidade abundará.” (D&C 45:27). A violência, a imoralidade ⌦e outros males correm ferozes ⌦pela Terra. Muitas adversidades tiveram sua origem no princípio do livre-arbítrio.
Tendemos a pensar em arbítrio como um assunto pessoal. Se pedirmos que alguém defina “arbítrio moral”, a resposta será provavelmente algo assim: “Arbítrio moral significa que estou livre para fazer as escolhas por mim mesmo.” Ignora-se, com freqüência, o fato de que escolhas trazem conseqüências; esquecemos também que o arbítrio oferece o mesmo privilégio de escolhas a outros. Às vezes, seremos afetados adversamente pela forma que as pessoas exercitam seu arbítrio. Nosso Pai Celestial dá uma importância tão grande à preservação de nosso arbítrio, que Ele permite a Seus filhos que o exercitem, seja para o bem ou para o mal.
O plano de felicidade está à disposição de todos os Seus filhos. Se o mundo adotá-lo e vivê-lo, a paz, a alegria e a plenitude sobejarão na Terra. Grande parte do sofrimento que conhecemos hoje deixaria de existir se as pessoas de todo o mundo compreendessem e vivessem o evangelho.
Nós, mortais, temos uma limitada visão da vida no que se refere à perspectiva eterna. Mas se conhecermos e compreendermos o plano do Pai Celestial, perceberemos que lidar com a adversidade é uma das principais formas de sermos testados. A fé que temos em nosso Pai Celestial e em Seu Filho Amado, Jesus Cristo, é nossa fonte de força interior. Por meio da fé encontramos a paz, o consolo e a coragem para perseverar. Se de todo o coração, confiarmos em Deus e em Seu plano para nossa felicidade, e não nos estribarmos em nosso próprio entendimento (ver Prov. 3:5), a esperança brotará. A esperança cresce da fé e dá significado e propósito a tudo o que fazemos. Dá-nos consolo diante da adversidade, força em momentos de provação e paz quando temos dúvidas ou estamos angustiados.
Concentrando-nos nos princípios do plano do Pai Celestial para nossa felicidade eterna e vivendo-os, podemos isolar-nos da iniqüidade do mundo. Se estivermos ancorados na compreensão correta de quem somos, do por quê de estarmos aqui nesta Terra e de para onde iremos após a vida mortal, Satanás não poderá ameaçar nossa felicidade com qualquer forma de tentação. Se estivermos decididos a viver de acordo com o plano do Pai Celestial, utilizaremos o arbítrio moral dado por Deus para tomar decisões baseadas na verdade revelada, não nas opiniões de outros ou na tendência atual de pensamento do mundo. Por exemplo, movemo-nos rumo a uma era em que as infovias terão condições de abrir um largo caminho que vai entrar diretamente em nossa casa. Com a tecnologia de computadores com fibras óticas, pode-se ligar uma casa a uma variedade incrível de mensagens e influências. Essa infovia poderá ser o conduto de informações que terão o poder de mudar nossa cultura e, portanto, nossa própria vida. Ao considerarmos a importância de nutrir nosso intelecto com o potencial promissor dos recursos das infovias, devemos ser sempre cautelosos quanto às escolhas de programas e ao impacto da mídia em nossa vida. Os que compreendem o plano eterno de nosso Pai Celestial para a alegria e felicidade de Seus filhos, estarão melhor preparados para fazer boas escolhas à medida que as infovias percorrerem o mundo. O computador, a televisão, o satélite, o microchip e até mesmo o telefone, todos podem abençoar e elevar nossa vida—ou pode torná-la deplorável.
Eis por que é tão importante tomarmos as decisões de nossa vida baseando-nos no plano do Pai Celestial. Se verdadeiramente acreditarmos que somos Seus filhos e que estamos aqui na Terra para aprendermos a viver pela fé os ensinamentos de Deus e de Seu Filho Unigênito, Jesus Cristo, faremos as escolhas que nos possibilitarão a, algum dia, retornar a Sua presença.
Compreender o evangelho de Jesus Cristo e segui-Lo como nosso Salvador e Redentor influenciará cada aspecto de nossa vida, inclusive nossas escolhas individuais. Os que vivem de acordo com o plano eterno do Pai Celestial não terão o desejo de absorver quaisquer informações ilícitas ou impróprias, nem destruirão sua sensibilidade espiritual com atos imorais ou pelo consumo de substâncias nocivas. Tampouco buscarão brechas doutrinárias a fim de encontrar motivos para desafiar a liderança ordenada da Igreja, como também não deturparão as simples verdades do evangelho. Não tentarão justificar qualquer estilo de vida contrário ao plano de felicidade. Caso façam qualquer uma dessas coisas, jamais encontrarão a paz interior e a alegria de viver o evangelho. Todos os filhos de nosso Pai podem aprender a saber sinceramente quem são e podem encontrar a felicidade real, se obedecerem aos mandamentos de Deus e perseverarem até o fim. O Presidente Howard W. Hunter disse: “Não há nada triste ou sombrio em uma pessoa que aceita as verdades do evangelho e incorpora esses princípios à sua vida diária. Deus quer que Seus filhos encontrem alegria e felicidade; podemos ter essa bênção se estivermos dispostos a guardar os Seus mandamentos e viver de acordo com Sua palavra em tudo o que fizermos (Conference Report, set/out de 1961, p. 108). Quando o plano do Pai Celestial for compreendido, as respostas a questões da vida serão encontradas no evangelho de Cristo. Espero que aprendamos a aceitar com fé as doutrinas e ensinamentos do evangelho e acreditemos no plano de salvação com nosso coração e nossa mente. Saibam que, em todos os momentos, irmãos e irmãs, os líderes da Igreja compreendem e aceitam o plano do evangelho e irão defendê-lo em todas as situações e em todos os lugares.
Meu testemunho é o mesmo que o testemunho do Apóstolo João, o Amado: “Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes.” (João 13:17). Que busquemos as doutrinas e os mandamentos do grande plano de felicidade; e, quando os aprendermos, adotemo-los voluntariamente. Assim encontraremos alegria, felicidade e paz eterna. Jesus disse: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” (João 14:27)
Presto testemunho aos irmãos de que apromessa de paz do Senhor se cumpre quando conhecemos e vivemos os princípios do plano de felicidade de nosso Pai Celestial. Que esta paz e alegria sejam nossas companheiras constantes, oro em nome de Jesus Cristo. Amém. 9