A fé do meu pai

Meu pai conheceu A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, aos 16 anos, de uma maneira bem interessante. Uma missionária de tempo integral norte-americana se apresentou em um programa de televisão da época cantando alguns sucessos da bossa nova. Meu pai ficou muito impressionado e querendo conhecer os missionários da Igreja. Seis meses depois, uma dupla de missionários bateu na porta da casa dele. E foi o começo de uma vida inteira.

Alguns anos mais tarde, ele viajou de Curitiba para São Paulo para fazer um estágio e conheceu uma jovem que estava ouvindo as lições dos missionários. Ela se batizou e os dois acabaram se tornando melhores amigos. A amizade deles se transformou em namoro, o namoro em noivado e prontamente, decidiram se casar. Os noivos montaram sua primeira casinha, imprimiram os convites do casamento e estava tudo pronto quando o presidente do distrito desafiou meu pai a servir uma missão de tempo integral. Na época, sair em missão não era tão comum para jovens brasileiros. Ele contou o que havia acontecido para a noiva dele, e ela decidiu que não iria esperá-lo retornar. Se ele fosse servir, ela iria servir também! E assim foi. Esses dois jovens, que um dia se casariam e se tornariam meu pai e minha mãe, foram chamados para servir na Missão Rio de Janeiro Norte.

A vida de meu pai foi sempre guiada pela fé. Mesmo quando o Senhor pedia para ele fazer coisas difíceis, ele não pensava duas vezes. Simplesmente aceitava e cumpria.

Há três anos, meu pai foi diagnosticado com câncer. E ele sempre falava que tinha fé de ser curado, assim como tinha fé de não ser curado. Isso mesmo! Para ele, independentemente da situação, ele tinha fé para lidar com os propósitos de Deus para sua vida. Os anos de tratamento foram difíceis, dolorosos, mas ele nunca reclamou de nada. Pelo contrário, meu pai sempre agradecia ao Senhor por todas as bênçãos que aquela enfermidade havia trazido para ele. E ele sempre fazia os médicos e enfermeiros sorrirem. Meu pai agora está em nossas lembranças. Ele não deixou muitas coisas materiais, mas seu legado de fé e seu legado de aceitar a vontade do Pai Celestial tem um valor inestimável para minha mãe, para meus irmãos e para mim. Sua fé no Salvador Jesus Cristo era inabalável e isso me inspira e me ajuda a seguir adiante, sabendo que ele está bem e que nossa família é eterna.

“Miagres são realizados pelo poder da fé.”
— Ronald A. Rasband