Recursos para a família
Primeira Sessão: Aplicar os Princípios do Evangelho


Primeira Sessão

Aplicar os Princípios do Evangelho

Ao nos tornarmos discípulos do senhor, receberemos orientação divina em todos os aspectos da vida, incluindo a maneira de ser um bom marido ou uma boa esposa.

Objetivos da Sessão

Nesta sessão, ajude os participantes a:

  • Entender as possibilidades de paz e felicidade no casamento;

  • Ter maior esperança de alcançar felicidade mediante a aplicação dos princípios do evangelho em seu casamento;

  • Começar a aplicar esses quatro princípios para fortalecer o casamento:

    • Seguir os princípios do evangelho;

    • Comprometer-se com o casamento e resolver diferenças;

    • Guardar os convênios assumidos;

    • Tentar melhorar a cada dia.

O Alicerce para a Felicidade no Casamento

O Presidente Ezra Taft Benson ensinou: “O casamento (…) é o princípio mais glorioso e sublime do evangelho de Jesus Cristo. Nenhuma ordenança é mais importante, sagrada e necessária para a felicidade eterna do homem. A fidelidade ao convênio matrimonial proporciona a mais elevada alegria nesta vida e grandiosas recompensas no além”.1

Os cônjuges podem fortalecer seu relacionamento e manter a família em segurança seguindo os conselhos dados na proclamação da família.2 Acharão soluções para os problemas que enfrentarem estudando os ensinamentos do Salvador e Seus servos e orando diligentemente para receber orientação do Senhor, fincando assim seu relacionamento conjugal no alicerce do evangelho de Jesus Cristo. Por meio da oração, podem receber forças para guardar seus convênios e trabalhar em conjunto. Podem arrepender-se de maus hábitos e perdoar um ao outro. Os casais poderão igualmente aprender maneiras de resolver problemas e comunicar-se a fim de solucionar divergências e evitar conflitos em potencial.

A Destruição da Vida Familiar

O Presidente Hinckley advertiu-nos sobre a destruição da vida familiar: “A família está sendo enfraquecida e destruída em todo o mundo. (…) Corações são partidos; os filhos choram”.3 Ao depararem-se com problemas e dificuldades no casamento, alguns desanimam e pensam em desistir. Muitos outros procuram honrar seu compromisso para com a relação conjugal, empenham-se para resolver os problemas e encontram satisfação, paz e felicidade no casamento.

Embora a possibilidade de alcançar felicidade seja grande, muitas pessoas se debatem com frustração, infelicidade e desespero. O casamento é ameaçado externamente por padrões e práticas sociais e pelo ritmo acelerado do cotidiano. É ameaçado internamente por maus hábitos, incompreensão e orgulho. Os problemas sérios não são vencidos facilmente, e alguns casais parecem lutar incessantemente para transpor os mesmos obstáculos que debilitaram seu relacionamento durante anos. Ao reconhecer a ameaça às famílias, a Primeira Presidência e o Quórum dos Doze advertiram-nos na proclamação da família que “a desintegração da família fará recair sobre pessoas, comunidades e nações as calamidades preditas pelos profetas antigos e modernos”.4

Essas calamidades já estão bem visíveis na sociedade. Os casais que antes achavam que o divórcio era a melhor solução para um casamento infeliz descobrem que ele tende a provocar problemas inesperados. Em um estudo dos efeitos do divórcio a longo prazo, a psicóloga clínica Judith Wallerstein, juntamente com as co-autoras Julia Lewis e Sandra Blakeslee, concluiu que o divórcio perturba a vida dos filhos e afeta seu comportamento e decisões pelo restante da vida.5

Linda Waite, da Universidade de Chicago, e a co-autora Maggie Gallagher verificaram que o divórcio costuma ter outras conseqüências para os filhos, incluindo um aumento da delinqüência e do crime, diminuição das oportunidades de estudos e mais problemas de saúde física e mental.6 Constataram ainda que é mais provável que as crianças sofram maus-tratos nas mãos do namorado ou namorada de seu pai ou mãe ou do padrasto ou madrasta do que por parte de seus pais biológicos.7

As dificuldades no casamento devem-se a vários fatores, como observou o Presidente Spencer W. Kimball:

“Duas pessoas de formação diferente descobrem, logo após a cerimônia, que é preciso encarar a dura realidade. Acabou a vida de sonhos e faz-de-conta; temos que descer das nuvens e fincar os dois pés no chão. Temos de assumir responsabilidades e aceitar novos deveres. É necessário abrir mão de parte da liberdade pessoal e efetuar diversos ajustes, sem egoísmo.

Depois de bem pouco tempo de casados, percebemos que o cônjuge tem fraquezas até então desconhecidas; que as virtudes continuamente ressaltadas durante o namoro tornam-se relativamente menores, e as falhas, antes tão pequenas e insignificantes, adquirem grandes proporções. (…) Os hábitos antigos aparecem, o cônjuge pode revelar-se avarento ou gastador, preguiçoso ou trabalhador, religioso ou não; pode ser agradável e pronto a ajudar ou impertinente e mal-humorado, exigente ou generoso, egoísta ou propenso a menosprezar-se. Os problemas com os parentes mais próximos ganham mais espaço e o relacionamento entre o cônjuge e eles também assume dimensões maiores”.8

Boas Novas para o Casamento

O Presidente Kimball tranqüilizou os casais, dizendo que mesmo com essas e outras dificuldades, o casamento pode ter sucesso: “É verdade que todos os rapazes e moças procuram com diligência e espírito de oração um cônjuge com quem a vida seja mais harmoniosa e bela; entretanto, é certo que praticamente qualquer bom homem e qualquer boa mulher podem ser felizes e bem-sucedidos no casamento se estiverem dispostos a pagar o preço”.9

Ainda que tenham diferenças e divergências, os casais podem resolvê-las com sucesso. As dificuldades são vencidas com mais êxito quando ambos os cônjuges se empenham para resolvê-las. Infelizmente, nem sempre os dois cônjuges estão igualmente motivados para salvar o casamento. Quando o marido e a mulher têm graus diferentes de motivação, o cônjuge mais dedicado deve manter as esperanças, com a consciência de que a persistência na aplicação dos princípios do evangelho às vezes pode culminar em sucesso no casamento. O amor, comprometimento e a perspectiva eterna de um cônjuge podem suster o casamento até que o outro cônjuge amadureça ou se arrependa e se dê conta das perdas e prejuízos que resultariam do divórcio do casal. A lei da colheita — “tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gálatas 6:7) — e a de oferecer a outra face (ver Mateus 5:39) aplicam-se ao casamento, bem como a outras relações.

Fortalecer o Casamento

Os cônjuges fortalecerão seu casamento se:

  • Seguirem os princípios do evangelho.

  • Demonstrarem comprometimento para com o casamento.

  • Guardarem os convênios assumidos.

  • Tentarem melhorar a cada dia.

Seguir os Princípios do Evangelho

As diferenças normais entre os cônjuges intensificam-se até se tornarem conflitos e desarmonia quando eles vêem um ao outro e sua relação de maneira distorcida, equivocada ou incorreta. Os casais podem superar essas distorções ao aprender a seguir a Jesus Cristo.

O Élder Neal A. Maxwell, do Quórum dos Doze Apóstolos, observou que o evangelho ajuda as pessoas a enxergar com clareza e com a perspectiva correta: “Uma vez que o fato de olhar a vida e as pessoas pelas lentes do evangelho proporciona a perspectiva eterna, se olharmos o tempo suficiente e com a freqüência suficiente, enxergaremos com muito mais clareza. (…) Coisas como um guisado de lentilhas e trinta moedas de prata ou momentos de prazer sensual desaparecem totalmente de nossa vista; e o mesmo acontece com a melhora de nosso desempenho no golfe ou no tênis comparada com o progresso rumo à paciência. E o mesmo acontecerá com a relevância de redecorar a sala de estar comparada à de ouvir e ensinar os filhos”.10 Quando as pessoas vivem o evangelho, enxergam as coisas com mais nitidez e fazem escolhas mais acertadas.

As pessoas que desejarem sinceramente o casamento eterno e uma vida familiar bem-sucedida devem empenhar-se para tornar-se verdadeiros discípulos do Senhor Jesus Cristo. Ao tornarmo-nos discípulos do Senhor, receberemos orientação divina em todos os aspectos da vida, incluindo a maneira de ser um bom cônjuge e pai ou mãe. O Salvador ensinou que ajudará os homens e mulheres a vencer sua fraqueza:

“E se os homens vierem a mim, mostrar-lhes-ei sua fraqueza. E dou a fraqueza aos homens a fim de que sejam humildes; e minha graça basta a todos os que se humilham perante mim; porque caso se humilhem perante mim e tenham fé em mim, então farei com que as coisas fracas se tornem fortes para eles.

Eis que mostrarei aos gentios sua fraqueza e mostrar-lhes-ei que fé, esperança e caridade conduzem a mim — a fonte de toda retidão” (Éter 12:27–28).

Da mesma forma, o Profeta Joseph Smith ensinou: “Quanto mais o homem [ou mulher] se aproxima da perfeição, mais claros se tornam os seus pensamentos e maior é a sua alegria, até conseguir superar todas as coisas ruins da vida e perder toda a vontade de pecar”.11

Ao nos tornarmos discípulos, teremos uma perspectiva melhor e veremos as “coisas como realmente são” (Jacó 4:13). As reações negativas como irritação, raiva ou desespero serão substituídas pelas atitudes cristãs de amor, paciência, bondade e mansidão. A observância dos nove princípios da proclamação da família conduz à retidão pessoal e à proximidade com Deus. A gratidão pelos familiares aumenta; a orientação divina torna-se possível.

A vida traz dificuldades, muitas das quais resultantes de nosso convívio com as pessoas. Contudo, como observou o Presidente Kimball, as provações podem tornar-se bênçãos quando vistas com a perspectiva eterna:

“Se olharmos para a vida terrena como uma existência finita, consideraremos a dor, o pesar, o fracasso e a fugacidade da vida como uma calamidade. Se, porém, encararmos nossa vida como algo eterno, que se estende desde o passado pré-mortal até o futuro eterno após a morte, então todos os acontecimentos serão colocados na perspectiva adequada.

Não há sabedoria no fato de Ele conceder-nos tribulações para superarmos, responsabilidades para cumprirmos, trabalho para fortalecer nossos músculos, tristezas para pôr à prova nossa alma? Não nos são enviadas tentações para testar nossa força, enfermidades para aprendermos a paciência e a morte para sermos imortalizados e glorificados?”12

O marido e a mulher crescem por meio das provações, da instrução, da fé, da retidão pessoal e da orientação espiritual. Com a orientação espiritual, aumentam sua capacidade de vencer os problemas e dificuldades da vida, incluindo os que envolvem a família.

Comprometer-se com o Casamento e Resolver Diferenças

Todos os casais enfrentam dificuldades no casamento. A menos que os cônjuges estejam firmemente comprometidos uns para com os outros, não terão o alicerce necessário para enfrentar as tempestades da vida. Os casais comprometidos importam-se o bastante para superar os problemas.

Catherine Lundell, terapeuta conjugal e familiar, contou a história de um casal que estava com sérios problemas. Eles tinham planejado divorciar-se no primeiro semestre do ano seguinte caso não conseguissem superar suas dificuldades. Após vários meses de aconselhamento, o casal não progredira muito e estava pronto a divorciar-se, mas Lundell recusou-se a lançar mão de suas prerrogativas profissionais para dissuadi-los. Em vez disso, lembrou-lhes de seus convênios: “É a vocês que compete a decisão de violar seus convênios”, afirmou. “Vocês é que terão de viver com as conseqüências dessa decisão”. Quando os cônjuges voltaram para a visita seguinte, estavam “estranhamente afetuosos e atenciosos um com o outro”. Explicaram que, depois de pensarem em sua situação, optaram por honrar seu compromisso para com o casamento. Embora ainda tivessem problemas a resolver, seu comprometimento renovado fez toda a diferença em seu casamento.13

O Salvador ensinou sobre o comprometimento que deve haver no casamento: “Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher. (…) Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem” (Mateus 19:5–6).

O Élder Bruce C. Hafen, dos Setenta, ensinou que o casamento é um convênio, não um contrato. As partes que firmam um contrato tendem a separar-se quando surgem problemas que perturbam os benefícios mútuos. “Mas quando aparecem problemas num casamento regido por convênio”, afirmou o Élder Hafen, “o marido e a mulher devem empenhar-se para resolvê-los. Eles casam-se para dar de si mesmos e crescer, ligados por convênio um ao outro, à comunidade e a Deus”.14

A maioria dos casais que permanecem juntos descobrem que podem resolver os problemas. Segundo Waite e Gallagher, uma porcentagem elevada de casais infelizes na relação que decidem continuar juntos acabam por resolver seus problemas e por realizar-se no casamento: “86 por cento das pessoas que se sentem frustradas no casamento, mas que perseveram descobrem que, cinco anos depois, sua relação está mais feliz. (…) Alguns dizem que até se tornaram muito felizes. De fato, quase três quintos das pessoas que disseram que seu casamento estava infeliz (…) e que permaneceram casadas classificaram o mesmo casamento de ‘muito feliz’ ou ‘bastante feliz’”.15

Essa melhora também ocorreu em casamentos muito infelizes. Waite e Gallagher observaram: “Os piores casamentos revelaram as reviravoltas mais espetaculares: 77 por cento dos cônjuges em casamento estável que classificaram sua relação como muito infeliz (…) disseram que o mesmo casamento estava ‘muito feliz’ ou ‘bastante feliz’ cinco anos depois”.16

Os casais que permanecem juntos desfrutam também outros benefícios. Waite e Gallagher verificaram que esses cônjuges têm uma vida mais longa17, adquirem mais recursos financeiros18, são mais saudáveis e felizes19 e sentem maior realização sexual do que as pessoas solteiras.20

Guardar os Convênios

Os convênios — alianças sagradas entre Deus e Seus filhos — constituem bênçãos a mais que ajudam a salvar a família. Ao encontrarem problemas, os casais podem recordar seus convênios a fim de achar forças para resolver as dificuldades. Os convênios podem auxiliar de diversas formas:

Os convênios aumentam a motivação. Por meio do novo e eterno convênio do casamento, o Senhor prometeu que os casais dignos herdarão tudo o que Ele possui (ver D&C 132:19–20). O Apóstolo Paulo ensinou: “As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam” (I Coríntios 2:9). Quando o marido e a mulher se lembram de seus convênios, encontram inspiração e motivação para empenhar-se para fazer seu casamento funcionar e resolver os problemas à medida que surgirem.

Os convênios guiam o comportamento. Os convênios que as pessoas fazem ao crescerem no evangelho ajudam a fortalecer seus relacionamentos. Por ocasião do batismo, os membros fazem convênio de obedecer aos mandamentos de Deus e ser como Jesus Cristo. Cumprir o convênio batismal resolverá a maior parte dos problemas no casamento. Os portadores do sacerdócio fazem convênio de magnificar seus chamados e aceitar a orientação do Senhor e de Seus servos (ver D&C 84:33–39, 43–44). Os convênios do templo também guiam o marido e a mulher em sua relação conjugal.

Os convênios abençoam os casais. Ao fazer convênio com Abraão, o Senhor prometeu: “Abençoar-te-ei sobremaneira” (Abraão 2:9). As escrituras demonstram amplamente que o Senhor abençoa e apóia Seu povo do convênio. Aqueles que O seguem tornam-se herdeiros das bênçãos prometidas a Abraão. Durante momentos de dificuldade, o Senhor proporciona orientação e apoio a maridos e mulheres dignos. Por fim, receberão felicidade eterna e exaltação no reino celestial. O Élder Bruce C. Hafen observou que, por meio da obediência aos convênios, “descobriremos reservas ocultas de força” e “fontes internas e profundas de compaixão”.21 Essas bênçãos fortalecem os casais em períodos conturbados.

Os convênios ajudam a salvar os filhos. As bênçãos do convênio matrimonial afetam tanto os pais como os filhos. Os pais que guardam esse convênio são fortalecidos no ensino e na criação dos filhos. O Presidente Brigham Young ensinou: “Quando um homem e uma mulher recebem a investidura e o selamento e depois têm filhos, esses tornam-se herdeiros legais do reino e de todas as suas bênçãos e promessas”.22 O Presidente Boyd K. Packer, do Quórum dos Doze Apóstolos, reafirmou a importância dos convênios do templo: “Nunca é demais relembrar o valor do casamento no templo, dos laços unificadores da ordenança do selamento e dos padrões de dignidade exigidos para eles. Se os pais guardarem os convênios feitos no altar do templo, seus filhos estarão ligados a eles para sempre”.23 Embora os pais não possam “impor a salvação àqueles que não a querem”24, as bênçãos dos convênios do templo fortalecem os pais e seus filhos.

Há uma lista dos convênios que os membros da Igreja fazem com Deus na página 12. Se desejar, faça fotocópias dessa lista e distribua-as aos alunos.

Alguns maridos e mulheres dignos se perguntam o que acontecerá com suas bênçãos do convênio se um dos cônjuges violar o convênio que assumiram juntos. Quando um cônjuge quebra o convênio, não são negadas ao cônjuge fiel as bênçãos prometidas. O Presidente Gordon B. Hinckley tranqüilizou as pessoas nessa situação: “Não os consideramos fracassados devido ao fim do casamento. (…) O Senhor não os renegará nem rejeitará”.25 Da mesma forma, um filho conserva a bênção de ter nascido ou sido selado no convênio ainda que um dos pais abandone o convênio (ou mesmo os dois). Um pai que guarda o convênio conserva a relação de convênio com o filho.

Tentar Melhorar a Cada Dia

O desânimo é uma das principais armas de Satanás. Muitos casais ficam assoberbados diante da idéia de tornar-se “perfeitos, como é perfeito [seu] Pai que está nos céus” (Mateus 5:48). Conscientes de suas próprias imperfeições e confrontados com os problemas familiares do cotidiano, desalentam-se. A vida familiar eterna parece-lhes uma quimera. “Nunca vamos conseguir”, lamentam-se.“Nem vale a pena tentar.”

As pessoas que desistem de si mesmas, do cônjuge ou dos filhos abrem as portas para influências iníquas. Contudo, aqueles que procuram seguir a Jesus Cristo podem sobrepujar essas influências: “Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós” (Tiago 4:7–8). Com persistência, as pessoas podem transformar fracassos pessoais em sucessos caso aprendam com seus erros.

Muitas pessoas têm a tendência de comparar-se negativamente com os outros, vendo perfeição neles e enxergando dolorosamente apenas fraquezas em si mesmas. Certo terapeuta lembra-se de ter trabalhado com duas amigas que estavam sofrendo de depressão e falta de autoconfiança. Nenhuma das duas sabia que a outra estava recebendo auxílio profissional, mas ambas contavam essencialmente a mesma história: “Sempre que vou à casa de minha amiga, ela sempre parece ter tudo sob controle. A casa dela está sempre em ordem, seus filhos têm boas maneiras, e ela parece ter em mãos as rédeas de sua vida. Eu, por outro lado, sinto-me prestes a desmoronar. Minha casa está sempre caótica, meus filhos são indomáveis e preciso travar um combate constante para manter a sanidade mental”. Após algumas consultas, o terapeuta percebeu que as mulheres estavam referindo-se uma à outra. Cada uma via a outra como quase perfeita e a si mesma como extremamente imperfeita.

Outro problema comum em casamentos conturbados tem a ver com o fato de o marido e a mulher relevarem seus próprios erros e concentrarem-se nas imperfeições reais ou imaginárias do outro. Muitos casamentos fracassam porque os cônjuges agem dessa forma a ponto de acabarem insatisfeitos e infelizes um com o outro. Sempre constitui uma boa prática reconhecer e resolver os problemas pessoais em vez de tentar mudar o comportamento do cônjuge.

Os casais precisam lembrar que nenhum ser mortal é perfeito; a perfeição leva tempo. O Élder Russell M. Nelson, do Quórum dos Doze Apóstolos, aconselhou os membros da Igreja a tentar melhorar a cada dia, progredindo com paciência: “Quando nossas imperfeições se manifestarem, tentemos corrigi-las. Estejamos mais dispostos a perdoar as falhas em nós mesmos e nas pessoas que amamos. Podemos ser conciliadores e pacientes”.26

A Alegria da Família Eterna

Deus é onipotente. Ao buscarem uma perspectiva eterna para sua família, incentive os alunos a pensar por alguns instantes sobre a imensidão das criações de Deus e o propósito delas. O Senhor disse a Moisés: “E mundos incontáveis criei; e também os criei para meu próprio intento; e criei-os por meio do Filho, o qual é meu Unigênito. (…) São inumeráveis para o homem; mas todas as coisas são enumeráveis para mim, pois são minhas e eu conheço-as” (Moisés 1:33, 35). Um escritor maravilhou-se com a vastidão do universo: “[O telescópio Hubble] apontou para uma das partes mais vazias do céu, concentrou-se numa região do tamanho de um grão de areia a alguns centímetros de distância e descobriu camadas e camadas de galáxias a perder de vista, (…) cada uma com bilhões de estrelas”.28

O mesmo Deus que criou mundos sem fim declarou que a felicidade eterna de Seus filhos é Sua obra e Sua glória (ver Moisés 1:39). Ele deseja que nós e nossa família encontremos felicidade nesta vida e que venhamos um dia a receber as “riquezas da eternidade” (D&C 78:18). Ainda que nos sintamos insignificantes em relação à imensidão das criações de Deus, devemos recordar que somos Seus filhos. Ele prometeu ajudar-nos e abençoar-nos se guardarmos Seus mandamentos. Poderemos receber as bênçãos que Deus reservou para nós se obedecermos aos convênios e seguirmos os princípios do evangelho.

A família desempenha uma papel central no plano do evangelho. O Presidente Gordon B. Hinckley ensinou:

“O Senhor ordenou que nos casássemos, que vivêssemos juntos em amor, paz e harmonia, que tivéssemos filhos e os criássemos em Seus santos caminhos. (…)

Afinal, é disso que trata o evangelho. A família é uma criação de Deus. É a criação fundamental. A solução para fortalecer a nação é fortalecer as famílias.

Estou certo de que se buscássemos as virtudes uns dos outros, e não as faltas, haveria muito mais felicidade nas famílias de nosso povo. Haveria um número bem menor de divórcios e de infidelidade, muito menos raiva, rancor e brigas. Haveria mais perdão, mais amor, paz e felicidade. É assim que o Senhor quer que seja.”29

Notas

  1. Conference Report, abril de 1949, p. 197.

  2. Ver “A Família: Proclamação ao Mundo”, A Liahona, outubro de 2004, p. 49.

  3. “Olhar para o Futuro”, A Liahona, janeiro de 1998, p. 77.

  4. “A Família: Proclamação ao Mundo”, A Liahona, outubro de 2004, p. 49.

  5. The Unexpected Legacy of Divorce: A 25 Year Landmark Study (New York:Hyperion, 2000), xxvii.

  6. The Case for Marriage: Why Married People Are Happier, Healthier, and Better Off Financially (New York: Doubleday, 2000), p. 125.

  7. The Case for Marriage, pp. 135, 159.

  8. Marriage and Divorce (Salt Lake City: Deseret Book, 1976), pp. 12–13.

  9. Marriage and Divorce, p. 16.

  10. We Will Prove Them Herewith (Salt Lake City: Deseret Book, 1982), p. 76.

  11. Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, comp. por Joseph Fielding Smith, p. 50.

  12. The Teachings of Spencer W. Kimball, ed. Edward L. Kimball (Salt Lake City: Bookcraft, 1982), pp. 38–39.

  13. “Helping Couples in Counseling Remain Committed to Their Marriage”, em Strengthening Our Families: An In-Depth Look at the Proclamation on the Family, ed. David C. Dollahite (Salt Lake City: Bookcraft, 2000), pp. 48–49.

  14. Conference Report, outubro de 1996, p. 34; ou Ensign, novembro de 1996, p. 26.

  15. The Case for Marriage, p. 148.

  16. The Case for Marriage, p. 148.

  17. The Case for Marriage, pp. 47–48.

  18. The Case for Marriage, pp. 111–112.

  19. The Case for Marriage, p. 77.

  20. The Case for Marriage, p. 96.

  21. Conference Report, outubro de 1996, pp. 35, 36.

  22. Discourses of Brigham Young, sel. John A. Widtsoe (Salt Lake City: Deseret Book, 1941), p. 195.

  23. Conference Report, abril de 1992, pp. 94–95; ou Ensign, maio de 1992, p. 68.

  24. Joseph Fielding Smith, Doutrinas de Salvação, comp. Bruce R. McConkie, 3 vols. (Salt Lake City: Bookcraft, 1954–1956), vol. II, p. 90.

  25. “To Single Adults”, Ensign, junho de 1989, p. 74.

  26. Conference Report, outubro de 1995, p. 118; ou Ensign, novembro de 1995, p. 88.

  27. Ver Russell M. Nelson, Conference Report, outubro de 1995, pp. 115–118.

  28. William R. Newcott, “Time Exposures”, National Geographic, abril de 1997, p. 11.

  29. A Liahona, julho de 1998, pp. 57–58.

Como os Convênios Guiam o Comportamento

Os membros da Igreja fazem muitos convênios com o Senhor. Esta lista mostra como alguns convênios guiam o comportamento. O impacto que esses convênios pode exercer é tremendo. Se guardarem somente o convênio batismal, os cônjuges já resolverão a maior parte dos problemas conjugais.

Batismo

(Ver 2 Néfi 31:17–21; Mosias 18:8–10; D&C 20:37; Regras de Fé 1:4.)

  • Tomar sobre si o nome de Jesus Cristo.

  • Servir de testemunha de Jesus Cristo.

  • Guardar sempre os mandamentos.

  • Carregar os fardos uns dos outros; chorar com os que choram; consolar os que necessitam de consolo.

  • Mostrar disposição de servir a Deus no decorrer de toda a vida.

  • Manifestar arrependimento dos pecados.

Sacramento

(Ver 3 Néfi 18:28–29; Morôni 4, 5; D&C 20:75–79; 27:2; 46:4.)

  • Renovar os convênios batismais.

  • Reassumir o compromisso de tomar sobre si o nome de Cristo, recordá-Lo sempre e guardar Seus mandamentos.

Juramento e Convênio do Sacerdócio

(Ver Jacó 1:19; D&C 84:33–44; 107:31.)

  • Magnificar os chamados cumprindo as responsabilidades do sacerdócio.

  • Ensinar a palavra de Deus e trabalhar com diligência para levar avante os desígnios do Senhor.

  • Ser obediente; adquirir conhecimento do evangelho e viver de acordo com esse conhecimento.

  • Servir ao próximo e empenhar-se para abençoar sua vida.

Investidura do Templo

“Observem a lei de estrita virtude e castidade, sejam caridosos, benevolentes, tolerantes e puros; dediquem tanto o seu talento quanto seus recursos materiais para a propagação da verdade e o engrandecimento da humanidade; permaneçam dedicados à causa da verdade; e busquem de todas as formas contribuir para a grandiosa preparação da Terra para receber seu Rei: o Senhor Jesus Cristo” (James E. Talmage, House of the Lord [Salt Lake City: Bookcraft, 1962] p. 84).

Casamento Celestial

  • Amar o cônjuge e permanecer fiel a ele e a Deus por toda a eternidade.

  • Viver de modo a contribuir para uma vida familiar feliz e esforçar-se para abençoar o cônjuge e os filhos.

  • “Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra” (Gênesis 1:28).