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Oração Individual e Familiar


Lição 34

Oração Individual e Familiar

O propósito desta lição é inspirar-nos a buscar o Pai Celestial em oração.

A Comunicação com o Pai Celestial

• Cante com as irmãs o hino “Com Fervor Fizeste a Prece?” (Hinos, nº 83 ou Princípios do Evangelho nº 356)

Em diversas ocasiões, o Presidente Heber J. Grant ficou bastante impressionado com a capacidade do Presidente Brigham Young de conversar com o Senhor. O Presidente Grant disse: “Eu era amigo íntimo do Presidente Brigham Young. Quando criança e quando jovem, ajoelhei-me várias e várias vezes em sua casa, a Lion House, nas orações familiares e presto testemunho de que, mais de uma vez levantei a cabeça, virei-me e olhei para onde Brigham Young estava orando, a fim de ver se Deus não estava lá. Parecia-me que ele conversava com o Senhor do mesmo modo que um homem conversa com outro”. [“He Talked to the Lord”, Leon Hartshorn, comp., Classic Stories from the Lives of Ours Prophets (1975), p. 44]

Todos nós podemos nos comunicar com o Pai Celestial. Quando oramos, estamos realmente falando com Ele, seja verbalmente ou em pensamento. A oração é uma forma de adoração.

Na oração, expressamos gratidão e procuramos orientação divina. Confessamos os pecados e fraquezas, expomos o que pensamos e sentimos, e compartilhamos nossos sucessos e desapontamentos. Pedimos também ajuda, tanto para nós mesmos como para os outros.

• Mostre o auxílio visual 34-a: “A linguagem da oração”.

• Peça à irmã designada que explique resumidamente como devemos orar. (Ver Princípios do Evangelho, capítulo 8. Orar ao Nosso Pai Celestial.)O Senhor ordenou que orássemos “em voz alta, assim como em [nosso] coração; sim, perante o mundo, como também em segredo; em público, assim como em particular”. (D&C 19:28; grifo do autor.) Para ajudar-nos a cumprir esse mandamento, o Senhor deu-nos instruções, inclusive um modelo de oração conhecido como a Oração do Senhor. (Ver Mateus 6:7–13 e 3 Néfi 13:7–13.)

• Ler Mateus 6:7 ou 3 Néfi 13:7. O que significa “vãs repetições”? Como podemos evitá-las ao orar?

• Ler Mateus 6:9–13 ou 3 Néfi 13:9–13. O que podemos aprender sobre a oração pelo modelo que o Salvador deu a Seus discípulos? Por que é importante aceitarmos a vontade do Pai Celestial quando oramos?

• Ler Doutrina e Convênios 88:62–64. Que instruções há nessa escritura a respeito da oração? Que bênçãos nos são prometidas em Doutrina e Convênios 88:63–64?

Para ajudar-nos em nossos esforços de nos achegarmos a Ele, o Pai Celestial deu-nos conselhos por intermédio de nossos líderes, mostrando-nos como orar. O Bispo H. Burke Peterson sugeriu:

“Um processo a ser seguido quando sentirem necessidade de confiar no Senhor ou de melhorar a qualidade de suas conversas com Ele. (…) Sugiro que procurem um lugar onde possam ficar sozinhos, onde possam pensar, ajoelhar-se e falar em voz alta com Ele. A seguir visualizem-No com os olhos da mente. Pensem na pessoa com quem estão falando e controlem os pensamentos, não os deixem divagar, dirijam-se a Ele como a um Pai e amigo. Digam-Lhe as coisas que realmente sentem vontade de dizer, não frases construídas e sem sentido, mas tenham uma conversa franca e honesta. Confiem Nele, peçam-Lhe perdão, supliquem, apreciem Sua companhia, agradeçam, expressem-Lhe seu amor e escutem Suas respostas. Escutar é parte essencial da oração. As respostas do Senhor são calmas e suaves, muito suaves. Poucos são os que as ouvem. Devemos ser muito cuidadosos, caso contrário, nunca as reconheceremos. A maioria das respostas do Senhor penetram no coração, e fazem-nos sentir uma sensação cálida e tranqüila, ou vêm na forma de pensamentos. Elas são ouvidas pelos que estão preparados e são pacientes.” (Conference Report, outubro de 1973, p. 13; Ensign, janeiro de 1974, p. 19)

O Pai Celestial ouve quando conversamos com Ele.

• Ler I João 5:14–15.

Se formos humildes e pedirmos de acordo com Sua vontade, o Pai Celestial responderá às nossas orações.

• Ler Doutrina e Convênios 112:10.

Como Atender às Necessidades Pessoais por meio de Oração

Para nos comunicarmos de maneira significativa com o Pai Celestial em oração, precisamos passar algum tempo com Ele.

“Certo professor de religião sugeriu aos alunos que reservassem pelo menos quinze minutos por dia para as orações pessoais. A muitos, isso pareceu demais. Uma das alunas procurou-o mais tarde e disse: ‘Duvido que eu consiga pensar em tanta coisa para dizer-Lhe’.

O professor perguntou: ‘Você não passa muito mais tempo conversando com as colegas?’

‘Claro’, respondeu a jovem.

‘Então comece a pensar’, disse o professor, ‘no motivo por que você tem mais a dizer às suas colegas do que ao Pai Celestial.” (Karen Lynn, “Prayer: The Heart of the Sabbath”, Ensign, janeiro de 1978, p. 31)

• Se essa jovem refletisse um pouco e pensasse em suas bênçãos, será que não encontraria mais coisas para dizer nas orações?

• Por que é importante aprender a suprir nossas necessidades pela oração?

• Ler Alma 37:37. Como o Senhor nos abençoa quando oramos?

Não devemos nos limitar a determinado número de assuntos por oração, mas sim envolver o Pai Celestial em tudo o que se relaciona à nossa vida pessoal—emprego, lar e lutas pessoais.

• Ler Alma 34:17–28.

Deveríamos orar para saber o que dizer nas orações. Quando o Salvador visitou o continente americano, os nefitas foram inspirados em suas orações. “[Era-lhes] manifestado o que deviam dizer.”(3 Néfi 19:24) Quando oramos guiados pelo Espírito Santo, Ele nos manifesta muitos pensamentos e palavras.

O Pai Eterno conhece nossas necessidades reais melhor do que nós. Ele sabe o que é para nosso bem e o que precisamos enfrentar. Quando O procuramos Ele nos ajuda a saber como suprir nossas necessidades. Uma irmã idosa, estando angustiada, pediu uma bênção na qual lhe foi dado este conselho por seu bispo:

“‘Todos os dias, arranje algum tempo para ajoelhar-se diante de Deus e agradeça-Lhe. Não Lhe peça nada, mas agradeça tudo o que Ele lhe está dando.’

O sofrimento dessa irmã devia-se a sérios problemas relacionados ao ambiente em que vivia. Ela achava ter necessidade de muitas coisas, mas aceitou a idéia de oferecer uma oração diária somente para agradecer.Na primeira vez em que se ajoelhou para orar, ficou surpresa ao ver quanta gratidão emanava de sua alma e não teve dificuldade para descobrir coisas pelas quais devia ser grata.

As circunstâncias privavam-na da companhia de seus velhos amigos, mas ela continuava a receber cartas deles. Ninguém mais, a não ser seu marido, dependia dela, mas ele ainda estava com ela. Embora ansiasse por fazê-lo, já não podia ver o pôr-do-sol no campo, mas seus olhos ainda estavam bons e conseguia ver e fazer muitas coisas agradáveis e úteis. (…)

As recordações não estavam esquecidas. A alegria de estar no templo do Senhor e lá associar-se aos outros ainda era real. Ainda podia reviver as gloriosas manhãs que passou, percorrendo os campos orvalhados, com seu cachorro. O interesse demonstrado por seus alunos da Escola Dominical, dos grupos genealógicos, dos jovens da Mutual e das irmãs da Sociedade de Socorro que ensinara ainda estavam vividos em sua mente. (…)

Onde quer que vivesse e fosse qual fosse seu cargo na Igreja, o fato é que era filha de Deus. (…)

Com o passar dos dias, aquela irmã esperava ansiosa a hora de fazer suas orações de agradecimento, que eram muito mais extensas do que as de petição. Descobriu que precisava muito menos do que já possuía. Por meio da gratidão, o recebimento das bênçãos era sempre renovado.” (Wilma Logan, “Prayers of Praise”, Instructor, dezembro de 1970, p. 461)

• Como as orações de agradecimento preencheram as necessidades dessa irmã? Como podemos receber ajuda, agradecendo ao Pai Celestial por Suas bênçãos?

Ao orar, devemos lembrar da sabedoria de nosso Deus, que é perfeito e tudo conhece, e aprender a aceitar Sua vontade em todas as coisas. Ele, em Sua sabedoria, às vezes responde às orações de maneira inesperada. Isso é ilustrado nesta experiência relatada pelo Presidente N. Eldon Tanner:

“Fiquei profundamente impressionado pela atitude de minha filha e meu genro, quando um de seus filhos contraiu leucemia. Os médicos diziam que ele não viveria mais que um ou dois anos. Lembro-me de como ficaram chocados e quanto rogaram ao Senhor, freqüentaram o templo, jejuaram e oravam em prol daquela criança; mas o que mais me tocou foi o fato de sempre concluírem suas preces, dizendo: ‘Não se faça a nossa vontade, mas a Tua; e dá-nos a força necessária para aceitá-la’.

Ele viveu muito além do prazo previsto pelos médicos, mas, finalmente foi chamado para junto do Senhor, e causou-me intensa emoção ouvir aqueles pais agradecerem o privilégio de poderem criá-lo pelo tempo que lhes fora concedido, por ele ter sido um filho adorável e depois pedir-Lhe que os fizesse dignos de encontrar e viver novamente com ele no mundo vindouro.” (“Importância e Eficácia da Oração”, A Liahona, agosto de 1972, p. 4)

• Como a oração preencheu as necessidades desses pais? (Eles foram abençoados com a força necessária para aceitar a vontade do Senhor.)

• Por que é importante que a vontade do Senhor seja feita? (O Senhor, em Sua infinita sabedoria, sabe o que é melhor para nós.)

Além de pedirmos aquilo que nossa família e nós mesmas necessitamos, devemos orar pelos outros. Como membros da Igreja, podemos unir-nos em oração por aqueles que têm necessidades especiais.

Freqüentemente temos a oportunidade de orar nas reuniões da Igreja. Sobre essa oportunidade, comenta um membro: “Sempre gostei de ficar sentada diante da congregação antes de orar em seu benefício. Olho para o rosto de cada um e tento imaginar quais seriam suas necessidades e as bênçãos pelas quais são mais gratos. Peço ao Senhor que me ajude a estar em harmonia com as orações que têm no coração”. (Citado por Karen Lynn, Ensign, janeiro de 1978, p. 32.)

• Como esse tipo de oração pode ajudar a suprir as necessidades alheias?

Como Fortalecer Nossa Família por meio da Oração

• Mostre o auxílio visual 34-b: “Uma família ajoelhada para orar”.

• Ler 3 Néfi 18:21.

Uma irmã falou acerca da oração familiar diária: “Houve tempo em que eu não via significado na oração familiar com horário estabelecido; mas agora, que sou mãe de uma família numerosa, sou de outra opinião. Acredito que uma importante arma espiritual são as orações, de manhã e à noite; são momentos espirituais que sabemos que acontecerão, sejam quais forem as distrações ou preocupações do dia. Evitamos fazer delas um ritual; simplesmente sabemos que se realizarão. Essas orações são um baluarte para nós, quando oramos com o Espírito, e meu coração se enternece ao ver minha família reunida para orar”. (Citado por Karen Lynn, Ensign, janeiro de 1978, p. 32)

• Por que a oração familiar era importante para essa irmã?

É importante que reunamos a família para orar em conjunto, de manhã e à noite. Todos que puderem, mesmo os menores, devem ter sua vez de orar e o privilégio de agradecer as bênçãos recebidas pela família. Quando alguém tiver uma responsabilidade ou um problema para enfrentar, deve-se pedir bênçãos especiais para essa pessoa. Isso faz com que nossos familiares se unam e lhes proporciona um relacionamento melhor. Sempre que nossos filhos oram uns pelos outros, aproximam-se mais e sentem que fazem parte da vida uns dos outros. Quando estamos ajoelhados, tendemos a esquecer as diferenças e pensar só no melhor que existe nos outros. Desejamos orar pelo seu bem-estar e pela força para sobrepujar nossas fraquezas.

Catherine Marshall fala muito bem a respeito do poder da oração no fortalecimento do matrimônio em seu livro “A Man Called Peter”: “Embora, como todo casal normal, eu e Peter às vezes discordássemos, descobrimos que essas diferenças nunca se tornariam sérias ou amargas, enquanto orássemos juntos. Aprendemos essa lição tão bem, que era sempre um dos principais conselhos que Peter dava aos casais cujo casamento estava à beira da falência. ‘Se vocês se ajoelharem juntos, logo solucionarão seus problemas, pois não conseguirão orar juntos e ficar zangados ao mesmo tempo’ dizia ele”. ([1951] pp. 119–120)

• Como a oração familiar pode ajudar nossa família?

O amor e a união crescerão no lar, quando a família toda se ajoelhar e conversar com o Pai Celestial. Devemos orar uns pelos outros, para sermos fortalecidos em nossos deveres no lar, na Igreja, no trabalho e na escola. Poderemos assim ter mais força para vencer as tentações.

O Presidente N. Eldon Tanner falou do efeito da oração familiar em sua vida: “Quando penso na época em que costumávamos ajoelhar-nos em família e orar, todas as manhãs e todas as noites, compreendo o que significava para nós, crianças, ouvir nosso pai invocar o Senhor e realmente conversar com Ele, expressando gratidão e pedindo-Lhe bênçãos sobre suas colheitas e rebanhos, e para nossos empreendimentos. Sempre recebemos mais força para sobrepujar a tentação, pois nos lembrávamos de que à noite estaríamos dando conta de nossos atos ao Senhor”. [“The Power of Prayer”, Prayer, (1977) p. 129]

• Como o conhecimento de que prestaremos contas ao Senhor à noite, pode influenciar nossas ações durante o dia?

• Como a oração pode ajudar-nos a resistir à tentação? (Ver 3 Néfi 18:15.)

Com a oração, as crianças podem aprender princípios que lhes darão forças durante a vida. Em nossas orações, podemos incluir metas e ideais. Por exemplo, os pais podem encorajar seus filhos a se prepararem para uma missão, dizendo: “Abençoa o João, para que continue a ganhar um testemunho e se prepare para ser um bom missionário. Ajuda-nos, como família, a apoiá-lo em seus esforços”. Os filhos podem ser incentivados a permanecerem puros e dignos de casar no templo. Na oração em família, os pais podem ensinar aos filhos que o Pai Eterno os ama.

• Que outras coisas os pais podem ensinar aos filhos durante a oração? Como as orações por nossos filhos podem mostrar que os amamos?

Conclusão

“A oração traz humildade à alma. Ela amplia nossa compreensão, aviva a mente e aproxima-nos do Pai Celestial. (…) Precisamos de Sua ajuda. (…) Precisamos da orientação do Seu Santo Espírito. (…) Nossa mente precisa ser estimulada pela inspiração que Dele emana; por isso oramos, para que nos ajude a viver de modo que conheçamos Suas verdades e sejamos capazes de andar na Sua luz, guardando os mandamentos que nos foram dados e, por nossa fidelidade e obediência, voltar à Sua presença.” [Joseph Fielding Smith, Take Heed to Yourselves! (1966), p. 344]

Para nós é um grande consolo saber que Deus Se importa conosco e que está pronto a nos responder, sempre que Nele confiarmos e fizermos o que é certo.

“Eu, porém, invocarei a Deus, e o Senhor me salvará.

De tarde e de manhã e ao meio-dia orarei; e clamarei, e ele ouvirá a minha voz.” (Salmos 55:16–17)

Desafio

Pense numa dificuldade que enfrenta atualmente. Agradeça, em suas orações, todas as bênçãos de que consegue se lembrar e depois peça a Deus que a ajude em seus esforços para resolver seu problema. Ao orar, recorde os passos delineados em Doutrina e Convênios 88:62–64 e as bênçãos prometidas.

Escrituras Adicionais

  • Tiago 5:16 (a oração do justo pode muito)

  • Alma 10:23 (orações dos justos)

  • 3 Néfi 12:44 (orai pelos que vos maltratam)

Preparação da Professora

Antes de apresentar esta lição:

  1. Peça a uma irmã que fale resumidamente sobre como devemos orar, utilizando as informações contidas em Princípios do Evangelho, capítulo 8, “Orar ao Nosso Pai Celestial”.

  2. Inicie a aula, cantando o hino “Com Fervor Fizeste a Prece?’, Hinos, nº 83, ou Princípios do Evangelho, p. 356.

  3. Se desejar, designe às irmãs a apresentação de histórias, escrituras ou citações da lição.