Vozes dos membros
Minha Missão Inesperada de Sete Dias
“Ela gentilmente lembrou-me que eu havia me tornado sua companheira e que deveríamos seguir as regras prescritas para o missionario.”
Enquanto servia no Templo de Joanesburgo, na África do Sul, como oficiante integral das ordenanças do templo, tive a oportunidade de compartilhar minha hospedagem com uma jovem missionária. A irmã Kassah estava servindo na missão de Madagascar quando ela passou por alguns problemas de saúde. Ela foi então levada para a África do Sul para observação médica e tratamento.
Eu estava hospedada em um apartamento destinado a abrigar três irmãs solteiras servindo no templo, mas naquela época eu estava lá sozinha.
Após a sua chegada — no sábado — a irmã Kassah estava compreensivelmente cansada da sua viagem e pelo seu estado de saúde. Imediatamente assumi o papel de anfitriã e mãe, cuidando de todas as suas necessidades como se fosse uma hóspede em minha casa. Eu fiz preparei uma cama para ela e preparei uma refeição para nós duas.
Antes de sua chegada, muitas vezes eu caminhei para o shopping center nas proximidades aos sábados para comprar meus suprimentos para a semana seguinte. Que surpresa foi para mim naquela tarde de sábado, pois, enquanto me preparava para sair para fazer compras, recebi uma lição imediata da minha hospede. Ela me disse que, enquanto ela estivesse em minha casa, eu não iria a lugar nenhum sem ela.
E assim, uma mudança imediata de papéis ocorreu quando ela gentilmente lembrou-me que eu havia me tornado sua companheira e que deveríamos seguir as regras prescritas para o missionário.
Por um instante, a minha hóspede tornou-se minha treinadora supervisionando, por assim dizer, minha obediência às regras missionárias;
Por um instante, tornei-me em uma companheira missionária obediente;
Por um instante, desenvolvi uma apreciação por minhas novas circunstâncias;
Por um instante, desenvolvi um amor pela minha nova companheira.
A irmã Kassah era da idade dos meus filhos. Oh, como eu teria amado ser mãe dela e assumir a liderança e instruí-la sobre como as coisas seriam feitas em minha casa. Mas, cedo ficou evidente que esse não seria o caso — pois, para mim, estava a seguinte escritura: “e um menino pequeno guiá-los-á” (2 Néfi 21:6).
Aconselhámo-nos juntos e fui mais bem informado de nosso programa diário nesta nossa casa combinada, com especial atenção para nossa necessidade como companheiras de orar juntas e realizar o estudo das escrituras.
Em minhas circunstâncias anteriores, fiz meu estudo das escrituras quando estava acordada; mas agora eu tinha que cumprir as regras da missão de despertar em uma determinada hora e ter o estudo das escrituras com a minha companheira na hora marcada.
Eu sou realmente capaz de dizer que gostei dessa nova circunstância conforme a minha “filha” companheira, e eu compartilhava-mos lições a cada dia. Uma medida adicional do Espírito do Senhor foi trazido para nosso lar, e um grande vínculo de amor e amizade foi formado. (Outro aspecto memorável desta época foi poder desfrutar da culinária da irmã Kassah da África Ocidental!) E verdadeiramente os sete dias que passamos juntos vieram e passaram depressa demais.
Assim que a irmã Kassah partiu, segurei a promessa encontrada em Doutrina e Convênios 130: 2, que diz: “E que a mesma sociabilidade que existe entre nós, aqui, existirá entre nós lá, só que será acompanhada de glória eterna, glória essa que não experimentamos agora”.
O vínculo de amor e o círculo de amizade e irmandade, além da socialidade mencionada, inclui a irmã Kassah e eu — e agora alegro-me em chamá-la verdadeira mãe, também amiga.
Eu sei que os missionários são verdadeiramente servos do Senhor e são chamados para o trabalho do ministério. Foi um privilégio ser ministrada por tal pessoa.
Eu sei que a amizade é um princípio eterno, e ainda alegro-me naquele tempo de escolha que me foi dado de ser uma companheira missionária por sete dias.